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8.7.04

To be the big person


É certo que uma das (poucas) dádivas do acúmulo de anos é ganhar sabedoria. Ou pelo menos assim deveria ser. Na batata, o que acontece é que a lição se repete como um antigo disco quebrado até que se tire dela o ensinamento de que se necessita. Afinal, aprendizagem é mudança de comportamento. Se a gente continua (re)agindo da mesma forma, é porque ainda não aprendeu.

Onde uma pessoa jovem poria as mãos à cintura e perguntaria “Está pensando que eu sou idiota, é?”, uma alma maturada daria de ombro: “Que pense o que melhor lhe aprouver.” Repare que juventude e maturidade aqui tem pouco a ver com idade cronológica. Conheço velhos moços e adolescentes anciãs.

Levar o mundo à ponta de lança requer ânimo de que já não disponho. Gosto de pensar que não é preguiça, mas certa dose de generosidade. Por que seria tão importante demonstrar que tenho razão? Exponho meu ponto de vista, ouço o que há para ser dito do outro lado, analiso, assimilo ou pondero, conforme o caso. Tudo o mais fica por conta de Cronos.

A vida é professora rígida e implacável, entretanto paciente e incansável. Muitas vezes lança mão de um “monitor”, colocado em nosso caminho para dizer o que precisamos ouvir naquele momento exato. Um dos meus “monitores”, esta semana, depois de ouvir de mim algumas queixas, me olhou e disse uma única palavra: “Perdoa”.

Por mais difícil que seja, também é preciso aprender que não é possível modificar ninguém, a não ser nós mesmos e que se disso chegou-se ao limite, sempre se pode desviar a rota e evitar desastrosas colisões. Tudo é uma questão de avaliar o quanto (tempo, energia, saúde,...) se está disposto a investir para não perder uma nesga de jardim, quando o mundo pode ser seu quintal. Você se contenta com as migalhas (de atenção, poder, carinho, posses, reconhecimento...) e acha que realmente vale a pena todo o esforço que tem empenhado por elas?

Magnanimidade também pode ser abrir mão em favor de quem realmente jamais conseguirá nada além.

Desapego não é um conceito apenas material.

E os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis.

6.7.04

Sabe o que ia ser bom mesmo agora?

Pó de pirlimpimpim.

Sabe quem tem?