A crow was sitting on a tree, doing nothing all day. A small rabbit saw the crow, and asked him, "Can I also sit like you and do nothing all day long?" The crow answered: "Sure, why not." So, the rabbit sat on the ground below the crow, and rested. All of a sudden, a fox appeared, jumped on the rabbit and ate it.
Lesson?
To be sitting and doing nothing, you must be very, very high up.
10.9.03
9.9.03
Costumo dizer que não sou siamesa de ninguém. Isso inclui familiares de sangue, marido e amigos. Pessoas que eu amo podem e devem ter opiniões diversas sobre os mais diversos assuntos, de religião a criação dos filhos, de política a gosto artístico.
Tem muito tempo que me liberei também das comparações. E isso pode ser bem complicado para quem, como eu, vem de uma família onde as filhas, todas mulheres, têm idades muito próximas. Deixei o mundo saber da minha dispensa em relação ao metro alheio quando um belo dia minha mãe veio mais uma vez com a ladainha:
- Puxa! Sua irmã não faria assim. Você é tão diferente dela.
Ao que respondi com um retumbante “Graças a Deus!” que calou este tipo de chantagem para todo o sempre. Amém!
Entretanto ser unique e manter opinião própria não exime a necessidade de pontos de contato com aquelas pessoas que tocam nosso sentimento. Em seu livro Decifrar Pessoas, Jo-ellan Dimitrius afirma que duas coisas são fundamentais para saber muito sobre determinado espécime humano. A primeira delas é conhecer a visão que o objeto de observação tem do mundo e seu próprio papel nele. Ele é uma pessoa satisfeita (ou amarga), otimista (ou só vê sombras), feliz com os resultados das decisões que tomou vida afora? A segunda diz respeito à compaixão, sua generosidade em compreender os limites alheios, sua disposição em ajudar, sua capacidade de perdoar. Assim, sabendo dessas duas coisas sobre uma pessoas pode-se dizer quem ela é e possivelmente prever como reagirá diante de determinada situação.
Claro que existem muitas outras pistas. Algumas pessoas conhecem intuitivamente, outras estudam para aprender mais sobre o assunto. Tem gente que usa conhecimento e dom para o bem. Muitos arúspices tentam fazer um gordo pé de meia apenas usando o que para alguém com alguma sensibilidade é transparente nos transtornados pela dor e tristeza. Ou será que alguém procura vidente/curandeiro quando está pleno? Com algum treino em observação, a margem de acerto pode ser altíssima.
Pois deixando de lado as entranhas, já notei que rapidamente posso dizer se determinada pessoa pode vir a ser um chegado. Trata-se da visão desse ente em relação a dois assuntos. Não que esses pontos sejam pré-requisitos para alguém tornar-se meu amigo. Simplesmente são questões emblemáticas, que contam muito sobre a forma como se observa o mundo e a humanidade.
Empiricamente afirmo que quem vê na cidade do Rio de Janeiro, além de mazelas, uma Cidade Maravilhosa e todo aquele que entende a pena de morte como uma abominação vai ter muitas outras coisas em comum comigo e tem grandes chances de vir a ser uma pessoa muito querida.
Tem muito tempo que me liberei também das comparações. E isso pode ser bem complicado para quem, como eu, vem de uma família onde as filhas, todas mulheres, têm idades muito próximas. Deixei o mundo saber da minha dispensa em relação ao metro alheio quando um belo dia minha mãe veio mais uma vez com a ladainha:
- Puxa! Sua irmã não faria assim. Você é tão diferente dela.
Ao que respondi com um retumbante “Graças a Deus!” que calou este tipo de chantagem para todo o sempre. Amém!
Entretanto ser unique e manter opinião própria não exime a necessidade de pontos de contato com aquelas pessoas que tocam nosso sentimento. Em seu livro Decifrar Pessoas, Jo-ellan Dimitrius afirma que duas coisas são fundamentais para saber muito sobre determinado espécime humano. A primeira delas é conhecer a visão que o objeto de observação tem do mundo e seu próprio papel nele. Ele é uma pessoa satisfeita (ou amarga), otimista (ou só vê sombras), feliz com os resultados das decisões que tomou vida afora? A segunda diz respeito à compaixão, sua generosidade em compreender os limites alheios, sua disposição em ajudar, sua capacidade de perdoar. Assim, sabendo dessas duas coisas sobre uma pessoas pode-se dizer quem ela é e possivelmente prever como reagirá diante de determinada situação.
Claro que existem muitas outras pistas. Algumas pessoas conhecem intuitivamente, outras estudam para aprender mais sobre o assunto. Tem gente que usa conhecimento e dom para o bem. Muitos arúspices tentam fazer um gordo pé de meia apenas usando o que para alguém com alguma sensibilidade é transparente nos transtornados pela dor e tristeza. Ou será que alguém procura vidente/curandeiro quando está pleno? Com algum treino em observação, a margem de acerto pode ser altíssima.
Pois deixando de lado as entranhas, já notei que rapidamente posso dizer se determinada pessoa pode vir a ser um chegado. Trata-se da visão desse ente em relação a dois assuntos. Não que esses pontos sejam pré-requisitos para alguém tornar-se meu amigo. Simplesmente são questões emblemáticas, que contam muito sobre a forma como se observa o mundo e a humanidade.
Empiricamente afirmo que quem vê na cidade do Rio de Janeiro, além de mazelas, uma Cidade Maravilhosa e todo aquele que entende a pena de morte como uma abominação vai ter muitas outras coisas em comum comigo e tem grandes chances de vir a ser uma pessoa muito querida.
8.9.03
Sim, eu engulo. É verdade. Às vezes. Por amor ou amizade.
Conversando com amigas, lembramos de um episódio já ocorrido há algum tempo. Recordávamos que alguém se comportou de maneira bastante inconveniente e que eu “engoli” a situação. Todos tinham memória do fato. Todos perceberam que a situação era desconfortável. E quando eu disse que este era um dos motivos pelos quais eu não apreciava especialmente esta pessoa, responderam:
- Engraçado... Pensamos que você tivesse gostado. Você não reagiu.
É verdade. Em parte. Ao contrário do meu hábito, fui sutil. Tentei me esgueirar para fora da situação, mas a criatura em questão insistia. A partir da minha terceira tentativa de dar fim ao caso, só voltando ao meu normal e sendo direta e nem sempre polida.
Quando amigos falam, eu ouço. Geralmente têm algo a ensinar sobre nós mesmos. E porque eram amigos falando, fiquei pensando sobre o caso. Diante de tamanho desconforto para mim, porque não reagi?
Era um dia muito especial. Era além de especial, eu diria que único. Eu estava cercada de pessoas queridas, e o momento era de congraçamento. Já havia sido apresentada à pessoa em questão anteriormente e meu santo não cruzou com o dela, mas ali ela foi introduzida como amiga de amigas. A todo instante, a anfitriã referia-se a ela com enorme carinho.
Sim, eu poderia ter sido áspera com ela e tê-la feito parar de me importunar. Mas seu comportamento era perturbador, mas não insuportável. Ela não valia uma deselegância com a dona da casa, o estremecimento naquele clima alegre, a ruína da tarde.
Sim, eu engoli. Por amizade.
E engulo todos os dias, por amor a terceiros e por pena do agente do meu desconforto.
Conversando com amigas, lembramos de um episódio já ocorrido há algum tempo. Recordávamos que alguém se comportou de maneira bastante inconveniente e que eu “engoli” a situação. Todos tinham memória do fato. Todos perceberam que a situação era desconfortável. E quando eu disse que este era um dos motivos pelos quais eu não apreciava especialmente esta pessoa, responderam:
- Engraçado... Pensamos que você tivesse gostado. Você não reagiu.
É verdade. Em parte. Ao contrário do meu hábito, fui sutil. Tentei me esgueirar para fora da situação, mas a criatura em questão insistia. A partir da minha terceira tentativa de dar fim ao caso, só voltando ao meu normal e sendo direta e nem sempre polida.
Quando amigos falam, eu ouço. Geralmente têm algo a ensinar sobre nós mesmos. E porque eram amigos falando, fiquei pensando sobre o caso. Diante de tamanho desconforto para mim, porque não reagi?
Era um dia muito especial. Era além de especial, eu diria que único. Eu estava cercada de pessoas queridas, e o momento era de congraçamento. Já havia sido apresentada à pessoa em questão anteriormente e meu santo não cruzou com o dela, mas ali ela foi introduzida como amiga de amigas. A todo instante, a anfitriã referia-se a ela com enorme carinho.
Sim, eu poderia ter sido áspera com ela e tê-la feito parar de me importunar. Mas seu comportamento era perturbador, mas não insuportável. Ela não valia uma deselegância com a dona da casa, o estremecimento naquele clima alegre, a ruína da tarde.
Sim, eu engoli. Por amizade.
E engulo todos os dias, por amor a terceiros e por pena do agente do meu desconforto.
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