Pesquisar este blog

11.9.03

A crow was sitting on a tree, doing nothing all day. A small rabbit saw the crow, and asked him, "Can I also sit like you and do nothing all day long?" The crow answered: "Sure, why not." So, the rabbit sat on the ground below the crow, and rested. All of a sudden, a fox appeared, jumped on the rabbit and ate it.

Lesson?

To be sitting and doing nothing, you must be very, very high up.
Todos vivemos sob o mesmo céu, mas ninguém tem o mesmo horizonte!

Konrad Adenauer

10.9.03


Recebidos:

- Bombons de cupuaçu acomodados em mini-canoa talhada em madeira e enrolados com fita de sisal tingida de verde.

Porque comer é um verbo que se conjuga com todos os sentidos.

9.9.03

Costumo dizer que não sou siamesa de ninguém. Isso inclui familiares de sangue, marido e amigos. Pessoas que eu amo podem e devem ter opiniões diversas sobre os mais diversos assuntos, de religião a criação dos filhos, de política a gosto artístico.

Tem muito tempo que me liberei também das comparações. E isso pode ser bem complicado para quem, como eu, vem de uma família onde as filhas, todas mulheres, têm idades muito próximas. Deixei o mundo saber da minha dispensa em relação ao metro alheio quando um belo dia minha mãe veio mais uma vez com a ladainha:

- Puxa! Sua irmã não faria assim. Você é tão diferente dela.

Ao que respondi com um retumbante “Graças a Deus!” que calou este tipo de chantagem para todo o sempre. Amém!

Entretanto ser unique e manter opinião própria não exime a necessidade de pontos de contato com aquelas pessoas que tocam nosso sentimento. Em seu livro Decifrar Pessoas, Jo-ellan Dimitrius afirma que duas coisas são fundamentais para saber muito sobre determinado espécime humano. A primeira delas é conhecer a visão que o objeto de observação tem do mundo e seu próprio papel nele. Ele é uma pessoa satisfeita (ou amarga), otimista (ou só vê sombras), feliz com os resultados das decisões que tomou vida afora? A segunda diz respeito à compaixão, sua generosidade em compreender os limites alheios, sua disposição em ajudar, sua capacidade de perdoar. Assim, sabendo dessas duas coisas sobre uma pessoas pode-se dizer quem ela é e possivelmente prever como reagirá diante de determinada situação.

Claro que existem muitas outras pistas. Algumas pessoas conhecem intuitivamente, outras estudam para aprender mais sobre o assunto. Tem gente que usa conhecimento e dom para o bem. Muitos arúspices tentam fazer um gordo pé de meia apenas usando o que para alguém com alguma sensibilidade é transparente nos transtornados pela dor e tristeza. Ou será que alguém procura vidente/curandeiro quando está pleno? Com algum treino em observação, a margem de acerto pode ser altíssima.

Pois deixando de lado as entranhas, já notei que rapidamente posso dizer se determinada pessoa pode vir a ser um chegado. Trata-se da visão desse ente em relação a dois assuntos. Não que esses pontos sejam pré-requisitos para alguém tornar-se meu amigo. Simplesmente são questões emblemáticas, que contam muito sobre a forma como se observa o mundo e a humanidade.

Empiricamente afirmo que quem vê na cidade do Rio de Janeiro, além de mazelas, uma Cidade Maravilhosa e todo aquele que entende a pena de morte como uma abominação vai ter muitas outras coisas em comum comigo e tem grandes chances de vir a ser uma pessoa muito querida.
I defenestrated a clock to see if time flies!
--Lane Smith

8.9.03

Sim, eu engulo. É verdade. Às vezes. Por amor ou amizade.

Conversando com amigas, lembramos de um episódio já ocorrido há algum tempo. Recordávamos que alguém se comportou de maneira bastante inconveniente e que eu “engoli” a situação. Todos tinham memória do fato. Todos perceberam que a situação era desconfortável. E quando eu disse que este era um dos motivos pelos quais eu não apreciava especialmente esta pessoa, responderam:

- Engraçado... Pensamos que você tivesse gostado. Você não reagiu.

É verdade. Em parte. Ao contrário do meu hábito, fui sutil. Tentei me esgueirar para fora da situação, mas a criatura em questão insistia. A partir da minha terceira tentativa de dar fim ao caso, só voltando ao meu normal e sendo direta e nem sempre polida.

Quando amigos falam, eu ouço. Geralmente têm algo a ensinar sobre nós mesmos. E porque eram amigos falando, fiquei pensando sobre o caso. Diante de tamanho desconforto para mim, porque não reagi?

Era um dia muito especial. Era além de especial, eu diria que único. Eu estava cercada de pessoas queridas, e o momento era de congraçamento. Já havia sido apresentada à pessoa em questão anteriormente e meu santo não cruzou com o dela, mas ali ela foi introduzida como amiga de amigas. A todo instante, a anfitriã referia-se a ela com enorme carinho.

Sim, eu poderia ter sido áspera com ela e tê-la feito parar de me importunar. Mas seu comportamento era perturbador, mas não insuportável. Ela não valia uma deselegância com a dona da casa, o estremecimento naquele clima alegre, a ruína da tarde.

Sim, eu engoli. Por amizade.

E engulo todos os dias, por amor a terceiros e por pena do agente do meu desconforto.