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21.6.02

Neste inverno de araque, continuo tendo aquelas sensações de mal-estar típicas do calorão.

Andando pela rua com Pedro sinto que não estou bem e peço para ele andar rápido para chegar logo em casa.

- O que foi, mãe?
- Nada. Só estou um pouquinho tonta.
- Ok. Fique tranqüila. Se chegar no túnel fique longe da luz.
O dia de hoje:

- palavra:jogão
- visual: olheiras
- sonho de consumo: sesta

20.6.02

Antes que minha cabeça encontre novamente o travesseiro:

- bater e assar um bolo de milho;
- pregar apliques coloridos na calça jeans para imitar remendos;
- preparar uma newsletter;
- deixar prontas pelo menos duas páginas do novo site;
- colocar correspondência em dia;
- buscar o moleque na escola;
- levar o moleque para a natação (levar sunga, touca, óculos, chinelo, roupão);
- acompanhar o moleque à festa junina (levar bolo de milho, camisa quadriculada, lenço vermelho, caixa de fósforo, delineador, calça jeans com remendos, chapéu de palha, tênis e meia);
(- desenvolver projeto para criação de um serviço de carregadores e mensageiros exclusivos para mães;)
- festa de aniversário adulta no Jardim Botânico;
- ver jogo do Brasil.

(primeira atualização às 17:15)
(última atualização às 12:21 do dia seguinte)

Depois da catuaba, do quentão e da cerveja, achei melhor deixar não ir ao aniversáriop e concentrar forças para a torcida. Parece que fiz o certo.:-)

Querer colocar a correspondência em dia também era demais, né?

18.6.02

Já devo ter comentado por aqui porque é uma característica brasileira que me chama a atenção. As pessoas adoram falar mal do nosso país. Fazem campanha contra mesmo. Outro dia ouvi alguém dizendo (acho que foi o Jabor) que brasileiro gosta de torcer contra para se surpreender positivamente depois. Pode ser, mas algumas vezes me dá agonia ver o povo metendo o pau no Brasil mesmo quando não tem a mínima noção do que está dizendo.

Também já devo ter dito que acho que isso é um ranço da ditadura, em que torcia-se contra o país porque o alvo era o governo militar. Questionável, mas plenamente justificável. E agora? O que acontece? O Brasil jogava, neguinho torcia contra porque o Médici receberia louros. Se agora a CBF planeja evitar a visita ao presidente no retorno caso o Seleção brasileira seja campeã, em que a vitória ajudaria FHC para legitimar (ainda que remotamente) a postura espírito de porco?

Os absurdos abundam porque muita gente se acha inteligente e questionadora por simplesmente pichar e ser do contra.

Quanto discurso bem-intencionado e inflamado eu já tive que interromper para esclarecer que o fato de o livro escrito por meu marido ainda não ter sido publicado no Brasil nada tem a ver com vergonha nacional, mercantilismo e falta de qualidade editorial.

Ainda há pouco alguém reclamou - juro! - porque as crianças de hoje em dia não teriam acesso às músicas compostas para os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo. Claro que ninguém é obrigado a saber o que se passa na maior emissora de TV aberta do país no final da manhã, nem que índices de audiência este programa tem, nem qual os números de venda do CD com a trilha sonora, nem acompanhar a cobertura da imprensa a respeito, nem conhecer o belíssimo artigo da Ana Maria Machado. Mas seria prudente fazer o dever de casa antes de iniciar a ladainha da preocupação com a ignorância que assola nossa pobre terra, que apenas visa a simpatia do coro dos descontentes ao engrossá-lo.

Sérgio Rodrigues, que é um cara que eu admiro grandemente, no último domingo em sua coluna Mascando Clichê da Revista de Domingo comenta que "é um equívoco o viés pacifista que até hoje tem presidido a mobilização da sociedade contra esse inferno [a violência na cidade]" e ainda que "quando estamos lidando com assassinos, psicopatas e fascínoras, falar em paz seja o supra-sumo da covardia", para concluir que "sacudir lenços brancos para eles ao som de Imagine é simplesmente ridículo". E eu fico pensando se ele realmente acha que é para os criminosos e assasinos que essas pessoas acenam ou se quer apenas conquistar os leitores céticos e desiludidos. Porque para mim é difícil acreditar que alguém com Q.I. acima de 70 considere a possibilidade das manifestações terem outro alvo além de legisladores, juízes, candidatos em ano eleitoral ou cidadãos comuns que querem e podem fazer a sua parte.

Geralmente tenho paciência para explicar porque é que não ver as coisas boas não significa que elas não existam. Num dia mais inspirado posso até apontar onde elas estão. Mas dá um cansaço às vezes.


Hoje tem Arthur Maia na melhor casa do Rio na atualidade (excelentes atrações, bons preços, atendimento cordial e eficiente, horário razoável para quem trabalha, tem filhos pequenos ou simplesmente quer curtir a noite um pouco mais cedo).

Foi na época em que trabalhava com livros e quadros personalizados que tomei consciência do tamanho do fascínio que ver o próprio nome impresso exerce sobre as pessoas.

Claro que é mais gostoso quando o nome está ali, preto no branco, em um jornal de grande circulação, mas também tem seu encanto chegar em casa com um regalo em que o presenteado vê o som mais doce - aquele ofertado na pia batismal, no cartório ou inventado por amigos criativos (ou seja lá como se chama este povo que adora inventar apelidos) - gravado no papel. O encanto é maior nas crianças. Ou talvez elas reprimam menos a sensação de deslumbramento. Sim, porque nós, os adultos maduros, discretos e modestos, nos comportamos como bons moços: muito bobamente.

Gostei muito de ter recebido a visita, o destaque e a mensagem do Gravatá. Além do prazer infantil, a visibilidade proporcionada faz com que novos amigos em potencial cheguem por aqui. Sejam bem-vindos.

Tem sido divertido. Um amigo sacana me escreve: "Parabéns pelo sucesso. Espero que ele não suba à cabeça. Por favor, não deixe de nos convidar, a mim e a A., para aquele cineminha de sábado, o churrasco no terraço etc, etc.". Outras gentes levam mais a sério. Muitas aproveitam para distribuir o carinho de sempre. Mamãe corre para conseguir uma edição impressa de O Globo e mostra com as canjicas arreganhadas para a vizinhança. E vou resistir à tentação de citar Andy Warhol e à armadilha de me enveredar por análises birabolantes.

E devo contar que por causa desta breve referência aportou por aqui um amigo do meu marido dos tempos de faculdade e o contato está sendo retomado. E ainda tem gente achando que a Internet entristece e isola as pessoas...

17.6.02

Jogando com 12...
Que lindo!
Cadê esta criatura safada que não escreve mais em blog, não responde e-mail, tem o topete de deixar passar diversos comentários?

Ando mergulhada na vida real ou indo por outros caminhos aqui mesmo. Como uma voyage autour de ma table.