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19.12.05

Uma coisa pode ser infame e ótima?
Sim, algumas piadinhas que chegam via e-mail, como a que segue abaixo, por exemplo:


Você sabe o que é um marido DVD ?
É aquele que Deita, Vira e Dorme.

E um marido DVD+R?
É aquele que se Deita, Vira, Dorme e Ronca.

E um marido CD?
É o marido que só Come e Dorme.

... Bons mesmo eram os antigos VHS...
Várias Horas de Sexo

16.12.05

KING KONG

Fui ontem assistir à pré-estréia de King Kong. Quem me conhece sabe que meu negócio não é filme de aventura. E eu saí da sala escura babando.

Claro que ganhar ingresso é delicioso, ainda mais com um pré-estréia bem produzida, com ambientação de mata, quando entramos no prédio sob de pássaros e outros bichos nos envolvem como também os galhos de árvore e as folhas espalhadas pelo chão que ficam ainda mais aliciante com a iluminação especial. Depois que o filme começou, a gente até perdoou o atraso no início da projeção. Afinal, a pipoca e o refrigerante também eram de graça e tínhamos o que fazer. Eu tinha grandes trunfos também: excelentes companhias. À minha esquerda uma criança de 10 anos e à direita alguém que sabe tudo de cinema e duas cadeiras adiante, uma das pessoas mais inteligentes que deste país.

Não sei quanto a você, mas em determinado ponto a gente acha que tanta produção pode ser para disfarçar alguma falha. Mas o filme começa e a gente instantaneamente simpatiza com a personagem da Naomi Watts. Jack Black consegue ser ótimo sempre. E o nariz torto e avantajado do Adrien Brody em sua excessiva magreza dá ao vencedor do Oscar um ar de desamparo que combina bem com a estranheza do personagem roteirista romântico e surpreendentemente bravo. E cada novo personagem apresentado é tri-dimensional e rico.

Entretanto é quando se chega à ilha - destino do inzoneiro diretor de cinema e todos os que por um motivo ou outro caíram em sua lábia - que a genialidade de Peter Jackson explode na tela, com diversos e apavorantes monstros, incluindo o mais feroz de todos, o ser humano. A fita se mantém num nível altíssimo de ação daí em diante, com espaços curtos e bem colocados para humor e romance, dominando a platéia de uma forma irresistível. Em algumas cenas, o menino ao meu lado quicava de emoção e de tão excitado, chegou a levantar-se e eu tive que puxá-lo de volta à cadeira e à realidade. O casal ao meu lado embevecia-se com a excelência de cinema raramente alcançada em todos os tempos. Da expressividade "facial" do grande símio aos grandes cenários, da reconstituição da Nova Iorque dos anos 30 ao destaque às diferenças entre as relações da mocinha com a besta e com o mocinho, tudo é maravilhoso e perfeito.

A clássica cena final é reconstituída brilhantemente, cheia de emoção e técnica. E o filme vai acabando e nos deixa com a sensação de que conseguiram melhorar o que já era muito bom. E quando as luzes se acendem e conferimos o relógio, levamos um susto ao constatar que mais de três horas se passaram e nem nos demos conta, tão arrebatados que fomos pelo rei de mais de 7 metros de altura e a musa que foi sua ruína.

King Kong é literalmente um blockbuster, mas no melhor sentido que a palavra pode assumir.

9.12.05

As Meninas da Moda têm muito para contar. E ele, que além de tudo é fashion, está lá, na agenda.
Como anda sua saúde?

Já começou a preparar sua lista de intenções para 2006? Entre elas está cuidar melhor de seu corpo e de sua saúde, seus maiores bens? Se sim, parabéns! Se não, está na hora de começar a pensar seriamente sobre isso!

Venha ouvir GRATUITAMENTE sobre como tornar sua vida mais saudável!

O Grande Evento será no dia 15/12/2005 no Rio de Janeiro. Basta entrar em contato e confirmar sua presença, já que o número de vagas é limitado. No ato de confirmação, serão informados os detalhes como endereço e horário do evento. Escreva para mim!

4.12.05



Bazar de Natal Achados Imperdíveis



O Bazar de Natal Achados Imperdíveis, no Recreio dos Bandeirantes, acontecerá nos dias 10 e 11 de dezembro (sábado e domingo), das 14 às 20h numa casa deslumbrante. Será uma ótima oportunidade para aqueles que querem fazer suas comprinhas de final de ano, de maneira econômica, sem se aborrecer com os estacionamentos superlotados e perder tempo no tumulto dos shoppings.

Além de bijuterias, patchwork, perfumaria, bolsas, doces e chocolates, velas, mosaico, moda adulto e infantil, comidinhas e bebidinhas, haverá no dia 10 o lançamento do livro "As Sete Histórias mais Horripilantes de Arrepiar os Cabelos" de Pedro Conteiro Pessanha, 10 anos, autor prodígio em seu segundo livro. Veja mais sobre o autor no www.ricp50.oi.com.br

A entrada é franca, mas donativos de produtos de higiente pessoal, serão bem recebidos para Obra Assistencial da Paróquia da N. Sra. da Imaculada Conceição do Recreio.

A organização é da 2éBom!, de Ana Lúcia e Alda, artesãs nas horas vagas, formadas em jornalismo e em marketing.

A idéia do bazar é levar aos amigos, familiares, conhecidos e clientes produtos exclusivos e charmosos, comodidade, economia, tranqüilidade e segurança.

Onde vai ser? Rua Zeferino de Farias, 129 (4ª transversal a Av. Alfredo Baltazar da Silveira - antiga Via 9) Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro - estacionamento fácil.

Produção: 2éBom

28.11.05

Mais um capítulo da séria série Só tenho amigo chic!.
Episódio de hoje "Graça Lima" e "Roger Mello"

(Mas também pode ser considerado um manifesto a favor de boas notícias, porque elas também existem)

O Brasil com exclamação
País ganha charge de quase meia página no 'Le Figaro'


(Ziraldo)

(...)
De fato, nós, brasileiros, devíamos escrever o nome do Brasil, sempre, com um ponto de exclamação no final. Apesar dos nossos imensos problemas de imagem para uso externo, apesar de toda a violência nacional, andando pelo mundo como tenho andado, chegando agora em Paris, vindo de Montevidéu, Buenos Aires e Miami - imaginem! - e a caminho da Itália, sempre que informo que sou do Brasil, com todas as más notícias que vêm daí, ouço, de volta, o nome do meu país ser pronunciado com alegre exclamação.

(...)
A notícia que ora mando de Paris é que, desta vez, o Sérgio Porto não poderia repetir a frase irônica. A presença do Brasil na França, este ano, foi, quase que se pode dizer, avassaladora. Por exemplo: os autores de livros infantis Roger Mello e Graça Lima, que estão aqui também representando o Brasil na Feira do Livro Infantil de Montreuil, me contam que, falando numa escola de um desses banlieus franceses de incendiários de automóveis, numa biblioteca para crianças não francesas, estas se encantaram com um fato. Crianças de origem portuguesa informaram a eles que, por causa desta nova descoberta do Brasil, estão perdendo o acanhamento de falar português.

Abrindo as páginas do Le Figaro da última quarta-feira deparo com esta manchete de sete colunas: ''O Ano do Brasil faz crescer a atração pelo português''. Numa matéria de meia página, o jornal comenta este fato e Jean-Michel Blanchet, reitor da Academia de Guiana, declara, entre outras coisas, que ''a tradição brasilianista está bastante viva''. Fala também do aumento significativo da freqüência de alunos de língua portuguesa e de planos concretos para incrementar programas de ensino da língua em instituições de ensino francesas.
(...)

(leia todo o artigo)

22.11.05

Faxina nos mitos
Lia Luft*


"Boa parte de nossa infelicidade nasce do fato de vivermos rodeados por mitos. Deixamos que aflorem e construímos em cima deles a nossa desgraça"



Boa parte de nossa infelicidade ou aflição nasce do fato de vivermos rodeados (por vezes esmagados ou algemados) por mitos. Nem falo dos belos, grandiosos ou enigmáticos mitos da Antiguidade grega. Falo, sim, dos mitinhos bobos que inventou nosso inconsciente medroso, sempre beirando precipícios com olhos míopes e passo temeroso. Inventam-se os mitos, ou deixamos que aflorem, e construímos em cima deles a nossa desgraça.

Por exemplo, o mito da mãe-mártir. Primeiro engano: nem toda mulher nasce para ser mãe, e nem toda mãe é mártir. Muitas são algozes, aliás. Cuidado com a mãe sacrificial, a grande vítima, aquela que desnecessariamente deixa de comer ou come restos dos pratos dos filhos, ou, ainda, que acorda às 2 da manhã para fritar (cheia de rancor) um bife para o filho marmanjo que chega em casa vindo da farra. Cuidado com a mãe atarefada que nunca pára, sempre arrumando, dobrando roupas, escarafunchando armários e bolsos alheios sob o pretexto de limpar, a mãe que controla e persegue como se fosse cuidar, não importa a idade das crias. Essa mãe certamente há de cobrar com gestos, palavras, suspiros ou silêncios cada migalhinha de gentileza. Eu, que me sacrifiquei por você, agora sou abandonada, relegada, esquecida? E por aí vai...

Ou o mito do bom velhinho: nem todo velho é bom só por ser velho. Ao contrário, se não acumularmos bom humor, autocrítica, certa generosidade e cultivo de afetos vários, seremos velhos rabugentos que afastam família e amigos. Nem sempre o velho ou velha estão isolados porque os filhos não prestam ou a vida foi injusta. Muitas vezes se tornam tão ressequidos de alma, tão ralos de emoções, tão pobres de generosidade e alegria que espalham ao seu redor uma atmosfera gélida, a espantar os outros.

E o mito do homem fortão, obrigado a ser poderoso, competente, eterno provedor, quando esconde como todos nós um coração carente, uma solidão fria, a necessidade de companhia, de colo e de abraço – quando é, enfim, apenas um pobre mortal.

Falemos ainda no mito da esposa perfeita, aquela da qual alguns homens, enquanto pulam valentemente a cerca, dizem: "Minha mulher é uma santa". Sinto muito, mas nem todas são. Eu até diria que, mais vezes do que sonhamos, somos umas chatas. Sempre reclamando, cobrando, controlando, não querendo intimidades, ocupadas em limpar, cozinhar, comandar, irritar, na crença vã de que boa mulher é a que mantém a casa limpa e a roupa passada. Seria bem mais humano ter braços abertos, coração cálido, compreensão, interesse e ternura.

O mito de que a juventude é a glória demora a ruir, mas deveria. Pois jovem se deprime, se mata, adoece, sofre de perdas, angustia-se com o mercado de trabalho, as exigências familiares, a pressão social, as incertezas da própria idade. A juventude – esquecemos isso tantas vezes – é transformação por vezes difícil, com horizontes nublados e paulatina queda de ilusões. É fragilidade diante de modelos impossíveis que nos são apresentados clara ou subliminarmente o tempo todo.

Enfim, a lista seria longa, mas, se a gente começar a desmitificar algumas dessas imagens internalizadas, começaremos a ser mais sensatamente felizes. Ou, dizendo melhor: capazes de alegria com aquilo que temos e com o que podemos fazer numa vida produtiva, porque real.


Fonte: Revista Veja Edição nº 1901, 20/04/2005.

21.11.05

Fui, adorei e recomendo:



[saiba mais]
"A salvação do mundo está no coração do homem."
(Vaclan Havel)

"Quem não confia o bastante não será digno de crédito."
(Lao Tsu)

"Existe feito mais nobre no mundo do que servir ao bem comum? Este é o culto: servir à humanidade."
(Abdu-Bahá)

"Nós não vemos as coisas como elas são. Vemo-las como nós somos."
(Talmude)

"O que a lagarta chama de fim da vida o mestre chama de borboleta."
(Richard Bach)

17.11.05

Já contei que minha madrinha de casamento, Cristina Portella, tem uma obra na exposição sobre a obra de Caymmi? Pois a Cris, que tem um quadro representando uma das músicas do ilustre baiano no Paço Imperial, está acompanhada de gente do quilate de Ziraldo, Rosa Magalhães, Lan, Andrucha Waddington, Adão Iturrusgarai e mais uma pá de gente talentosa. Só tenho amigos chics, como vocês sabem...

Hoje tem um texto delicioso do Renato Lemos no JB falando da exposição.


Eu quero ser Dorival Caymmi

Que mané John Malkovich que nada! Se a vida fosse um pouquinho mais justa com a gente, seríamos todos Dorival Caymmi. Inclusive as mulheres. Todos. Todos com cabeça branca, bigodes brancos, camisas listradas e chinelos de dedo. Nasceríamos todos na Bahia, mas elegeríamos o Rio de Janeiro para viver o resto de nossas vidas. Teríamos sorte. A gente se casaria com a dona Stella, uma mulher bonita, de cabelos brancos, bigodes brancos, camisa listrada e chinelo de dedo. E arrumaríamos um punhado de filhos só pelo prazer de um dia cantar com eles. Teríamos o Jorge Amado como parceiro. E o mar também. Dormiríamos em rede. Viveríamos mais de 90 anos. E seríamos felizes, todos, com certeza.

A impressão de que a felicidade é uma coisa possível gruda na gente quando saímos da exposição
Dorival Caymmi - O som da música, no Paço Imperial. Ali estão 80 de suas músicas interpretadas das mais diversas formas por 80 artistas.

(leia mais)

(A IMAGEM DO SOM DE DORIVAL CAYMMI - Paço Imperial (Praça XV de Novembro, 48, Centro Tel.: 2533 4491 / 2533 7762). De Ter a Dom, das 12h às 18h. Entrada Franca - Até 29/1/6.)

11.11.05

Tenho a fonte, mas não o autor, se você souber, por favor, me salve da ignorância. Os grifos são meus.



Como se proteger da fofoca



Não adianta se iludir: é impossível evitar 100% das fofocas sobre você. Mas por quê? Pare para pensar quantas fofocas você ouviu, leu ou fez hoje. Viu? Não? Então observe até o final do dia quantas vezes ela vai cruzar o seu caminho... A fofoca é uma compulsão humana.

Esse é o passatempo (e a profissão) de muita gente. Além disso, a fofoca existe há milhares de anos e pasmem: tem até um pesquisador americano, Frank McAndrew, que diz que ela é um instinto, e que foi essencial para a evolução da nossa espécie.

Porém, não são poucas as pessoas prejudicadas diariamente por esse hábito. Se nós, simples mortais, sentimos muitas vezes o peso do falatório, imagine só as celebridades. Pois é, os famosos são os maiores alvos da fofoca em grande escala. A mídia tem seus maiores índices de venda e de audiência quando o assunto é falar sobre a vida alheia. Portanto, quanto mais popular, mais difícil se livrar das maledicências.

Mas, mesmo parecendo bastante difícil evitar, consultamos psicólogos e uma psicopedagoga para nos dar dicas de como se proteger da fofoca:

1- TUDO O QUE VAI, VOLTA
Você já ouviu aquela expressão: "tudo o que vai, volta"? Funciona mais ou menos como a 3.ª lei de Newton: "Se um corpo A aplica uma força sobre um corpo B, este corpo B aplicará simultaneamente uma força de igual intensidade e direção, mas sentido contrário, sobre o corpo A".
Parece papo mala de professor, mas veja como faz sentido: se você fica falando sobre a vida alheia, abre espaço para que os outros falem da sua. Segundo ponto: as pessoas que estão ouvindo os comentários, sejam eles do bem ou do mal, vão pensar: "um dia ela também pode falar de mim". E assim sendo, você vai acumulando antipatias...

2- NÃO FAÇA AOS OUTROS AQUILO QUE NÃO QUER QUE FAÇAM À VOCÊ...
Quando for falar algo sobre alguém, ou ainda, quando estiver em uma roda e alguém começar a contar a "última" para o pessoal, pare para lembrar das vezes que falaram sobre sua vida. Ponha a memória para funcionar e tente lembrar o que você sentiu. Raiva? Vergonha? Tristeza? Lembrar da sua própria experiência de sofrimento como alvo de fofocas evita fazê-las, além de dificultar que você volte a ser a vítima...

3- AFASTE-SE DO "DIZ-QUE-DIZ-QUE"
O ouvinte da fofoca também é cúmplice. Se você não der ouvidos ao fofoqueiro, não haverá fofocas. Se perceber que se trata de uma fofoca, tente desviar o assunto para outro mais agradável.
Questione o fofoqueiro(a) sobre as veracidades dos fatos e se ele(a) assumiria o que está sendo dito, e se falaria diretamente para a pessoa envolvida.
Seja franca e transparente dizendo que não gosta de discutir estes assuntos sem todos os envolvidos estarem presentes, e sai fora da conversa.
Lembre-se sempre de que um dia esta pessoa pode estar falando de você.
É lógico que, quanto mais você se envolver em rodas e grupinhos que curtem uma fofoca, mais chance você tem de virar a ‘bola da vez’ e ter a vida pessoal exposta.

4- IDENTIFIQUE A AUTORA DAS "TRIANGULAÇÕES"
Esse é um termo usado pela psicologia para nomear a famosa fofoca. Ter alguém com quem conversar é muito importante, mas preste atenção e conheça muito bem a pessoa que escolheu para abrir suas questões.
Crie relacionamentos confiáveis e duradouros. Assim sendo, quem é que vai ter coragem para falar de você? É muito importante ser sempre uma pessoa transparente, sincera e amiga.

5- NINGUÉM É DE FERRO!
Assim como é impossível erradicar a fofoca sobre você, também não dá pra viver sem se interessar pelo que acontece com os outros. Mas vamos combinar: antes de passar à frente um assunto, verifique a realidade dos fatos, cheque varias fontes de informação e sua confiabilidade. Se ela for do bem, e verdadeira, não há tanto problema em comentar. O problema está nas más intenções e nas invenções. Verifique também se este assunto lhe diz respeito, se você perde ou ganha com ele. Este tempo para pensar muitas vezes faz você perder a vontade de falar.

6- USE A FOFOCA A SEU FAVOR
O que falam sobre você pode ser um feedback sobre suas atitudes e comportamento. Geralmente as fofocas são negativas, mesmo assim, analise o que está sendo dito. Você pode estar provocando este tipo de comportamento nas pessoas.

7- O MAIOR SOFRIMENTO PARA OS (AS) FOFOQUEIROS (AS) É SENTIR QUE O VENENO NÃO ENFRAQUECEU A VÍTIMA.
Não alimente o que está sendo dito, seja se defendendo com justificativas ou partindo para agressão verbal ou física. Quem faz fofocas tem um poder de sedução sobre pessoas ainda mais inseguras que elas, portanto, se você der bola estará incentivando a fofoca. A polêmica faz com que o assunto fique mais interessante...

8- MORDA A LÍNGUA
Ser fofoqueira também pode ser como uma doença. Quanto mais fizer, mais fará, e pior é que será vista e classificada como tal. Se este é o seu caso, ao levantar, se comprometa em ficar algumas horas sem falar da vida alheia e quando esse prazo vencer, refaça o seu compromisso.

(fonte)

10.11.05

CORUJICE POUCA É BOBAGEM!

Os dois lançamentos do novo livro do Pedro bombaram. Veja as fotos aqui.

Se você nao pôde ir e quer adquirir o seu exemplar (R$ 10,00 + custos de envio, se vc estiver longe) é só me pedir. Se está em dúvida se deve ou não adquirir esta obra, faça uma visita ao site do jovem escritor e tire suas conclusões.

9.11.05

A CANÇÃO, A VOZ E O VIOLÃO

Nessa semana, dias 09 (quarta), 10 (quinta) e 11 (sexta) MARIANNA LEPORACE e WILLIANS PEREIRA faremos nosso show “A CANÇÃO, A VOZ E O VIOLÃO” na SALA FUNARTE, lugar onde tocamos juntos pela primeira vez, numa bela homenagem ao compositor Sidney Miller.

Dia 09, quarta-feira, o espetáculo conta com a presença da pianista SHEILA ZAGURY, para uma participação especial, onde serão lembrados alguns momentos do show “SÃO BONITAS AS CANÇÕES”.

Dia 10, quinta, será a vez de FERNANDO LEPORACE, dividir o palco com a dupla para mostrar algumas de suas belas composições.

E no dia 11, sexta-feira, o “recém nascido” trio FOLIA DE TRÊS, fará uma prévia do show de lançamento do CD “PESSOA RARA – IVAN LINS 60 ANOS”.

Ou seja, serão muitos momentos de fortes emoções e vocês não poderão perder esses três dias de festa!!!!

SERVIÇO:

Dias 09,10 E 11 DE NOVEMBRO
SALA FUNARTE SIDNEY MILLER
Rua da Imprensa,16 - Palácio da Cultura Gustavo Capanema,
Centro, Rio de Janeiro
Metrô Cinelândia - saída Pedro Lessa
ingressos: R$ 10,00 (inteira), R$ 5,00 (meia)
telefones 2240-5151 / 2279-8087


Visite o Blog:
www.mariannaleporace.blogger.com.br
Conhecendo o Rio a pé durante o PROJETAR 2005

PROJETAR 2005 II Seminário sobre Ensino e Pesquisa em Projeto de Arquitetura: Rebatimentos, Práticas e Interfaces

http://www.fau.ufrj.br/proarq/projetar2005

O Rio de Janeiro, famoso por suas montanhas cobertas pela Floresta da Tijuca e por suas praias, oferece cenários maravilhosos: seja caminhando pelas trilhas da floresta, seja apreciando a flora tropical ou visitando as maravilhas da arquitetura carioca. Como participante do Seminário Projetar 2005, ou mesmo se você tiver algum interesse específico em simplesmente conhecer mais e melhor a nossa cidade, você terá esta oportunidade única de aproveitar e (re)conhecer todos os cantos e encantos que o Rio de Janeiro tem a nos oferecer. Os participantes serão guiados por um especialista* que elaborou dois roteiros especiais e exclusivos para o PROJETAR 2005.

PÚBLICO ALVO: Participantes do Seminário Internacional PROJETAR 2005 e qualquer pessoa interessada em conhecer um pouco da Arquitetura Carioca e da Evolução Urbana do Rio de Janeiro.

Roteiro 1: Rio Colonial

Praça XV de Novembro, Igreja de São José, Rua 1º de Março, Paço Imperial, Chafariz do Mestre Valentim, Arco do Teles, Travessa do Comércio, Rua do Ouvidor, Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de Nossa Senhora da Ordem Terceira do Carmo, Igreja da Santa Cruz dos Militares, Igreja de Nossa Senhora da Candelária, Igreja de Santa Rita, Largo de Santa Rita, Morro da Conceição, Fortaleza da Conceição e Palácio Episcopal

Roteiro 2: Rio Moderno

Palácio Gustavo Capanema, Edifício Sede da ABI, Edifício Aliança da Bahia, Consulado dos EUA, Edifício da ABL, Edifício Maison de France, Edifício do IRB, Edifício Sede do Jockey Club do Brasil, Edifícios na Av. Rio Branco, Catedral Metropolitana, Edifícios na Av. Chile, Museu de Arte Moderna e Monumento aos Mortos da II Guerra


Visitas técnicas e culturais guiadas por um especialista* pelos principais espaços públicos, monumentos e arquiteturas do Centro Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de (re)conhecer os diversos e mais significativos momentos históricos da evolução urbana e arquitetônica da cidade, desde a época da sua fundação no século XVI até o século XX. As visitas serão feitas a pé e com as respectivas saídas nos dias e nos horários mencionados a partir dos pontos de encontro** estabelecidos para cada um dos roteiros. Cada visita tem a duração aproximada de 3horas.

QUANDO:

· Roteiro 1 (Rio Colonial) : dia 12/11/05 (sáb.) às 9:30hs e dia 12/11/05 (sáb.) às 16:30hs

· Roteiro 2 (Rio Moderno) : dia 11/11/05 (6ª feira) às 18:00hs e dia 13/11/05 (dom.) às 10:30hs

PONTOS DE ENCONTRO**:




· Para o Roteiro 1 (Rio Colonial) será exatamente em frente ao Chafariz da Pirâmide do Mestre Valentim na Praça 15 de Novembro. (Referências próximas: Paço Imperial, Arco do Telles e Rua 1º de março)

· Para o Roteiro 2 (Rio Moderno) será exatamente sob os Pilotis do Palácio Gustavo Capanema , Edifício do MEC. (Referências próximas: Av. Rio Branco, Edifício da ABI, Rua Araújo Porto Alegre e Rua Debret)

INVESTIMENTO: R$ 35,00 por pessoa para cada um dos roteiros (ATT: Os 10 primeiros participantes que confirmarem – por e-mail ou por telefone - a participação com o professor pagaram apenas R$ 25,00 por cada visita). O pagamento poderá ser feito na hora de cada visita.

Contato: Diretamente com Prof. ANTÔNIO AGENOR pelo cel: (21) 9304 2645 e e-mail: antonioagenor@terra.com.br


* Prof. Antônio Agenor Barbosa - Arquiteto / Urbanista, Mestre em Urbanismo (UFRJ) e Doutorando em Arquitetura (UFRJ). Coordenador do Curso de Graduação em Paisagismo e da Pós-Graduação em Turismo e Patrimônio da Escola de Design da Universidade Veiga de Almeida. Professor de Arquiteura e Urbanismo do UNIPLI

ATENÇÂO: O Professor estará à espera dos participantes nos pontos de encontro de cada passeio nos dias e nos horários mencionados acima. Haverá uma tolerância de, no máximo, 10 min. para a saída do grupo a partir do ponto de encontro.

Importante: Em caso de chuva NO DIA e NA HORA de cada passeio, a visita estará automaticamente cancelada.

Professor Antônio Agenor Barbosa - Arquiteto e Urbanista

Contato para informações e inscrições: e-mail: antonioagenor@terra.com.br / cel: (21) 9304 2645
Show de lançamento do livro

Francisco Mário - Vida e Obra



DIA 10/11 - 19HS


SALA BADEN POWELL
Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360
Tel: 2548.0421 ou 2548-0492
Capacidade: 500 lugares
Censura Livre

R$ 10,00 / 5,00 estudantes e maiores de 65 anos





Marcos Souza - piano
Afonso Machado - bandolim
Bartholomeu Wiese - violão
Henrique Drach - cello
João Cortez - percussão
Adamo Prince – violão



LIVROS JÁ ESTÃO NAS LIVRARIAS – EDIÇÃO LIMITADA

Distribuição Editora Garamond
e apresentam o Songbook completo, a obra fonográfica e a biografia de
Francisco Mário - Vida e Obra
Biografia trilíngüe, quatro CDs com a obra completa, 89 partituras


Toda a obra musical de Francisco Mário (1948-1988) está finalmente reunida – remasterizada, trazendo os cinco CDs lançados e incluindo três discos inéditos. Mais: uma biografia trilíngüe e fotos deste compositor e instrumentista que marcou época artistica e politicamente, como pioneiro do disco independente no Brasil. Mais: as 89 partituras de suas criações também estarão à disposição do público a partir de agora. Tudo isso está no volume Francisco Mário: Vida e Obra, que o Selo SESC RIO.SOM e o Atelier Cultural lançaram.

Assina a concepção e produção o pianista Marcos Souza, filho de Francisco Mário, que assim concretiza um desejo de não apenas oferecer a obra de seu pai aos admiradores e estudiosos, mas contextualizá-la. “Não apenas estamos desbravando a obra de um compositor consistente e enraizado em suas origens, como tornamos agora público seu último disco, até agora inédito, Tempo”, diz Marcos na apresentação do volume.

O livro estará à venda em pontos selecionados e também será oferecido a dezenas de instituições de pesquisa e estudo de música para ser disponibilizado para consulta.

Leia o livro, ouça os discos... e veja daqui a pouco o filme

A idéia surgiu em 2004, paralela a outra realização – a do filme Três irmãos de sangue, já finalizado, e entrará em circuito em março/abril de 2006. O documentário de longa metragem é dirigido por Angela Reiniger (NoAr Produções) e traz depoimentos de Ivan Lins, Frei Betto, Sérgio Cabral, Affonso Romano de Sant´anna, Jaguar, Millôr, Claudius, Ziraldo, Nani, Joyce, MP4, Boca Livre, família e amigos. Reúne também imagens de arquivo, algumas preciosíssimas e pouco vistas – como a chegada de Betinho em 79 no aeroporto e Henfil e Chico Mário jogando futebol em super-8. “A idéia do filme surgiu antes do livro, na verdade surgiu quando Betinho morreu”, conta Marcos. “E agora estamos prestes a lançar os dois documentos”.

A realização do Atelier Cultural sai pelo selo SESC RIO.SOM, que vem lançando produtos fonográficos sempre de importância documental e artística, na contracorrente da banalização comercial do mercado fonográfico – como os discos da série Poetas da Canção, uma série de 12 lançamentos com a obra de letristas de peso dos anos 80. Francisco Mário: Vida e Obra terá tiragem de 2 mil exemplares.

“...Chico Mário planejou altos vôos. O conjunto de discos que deixou dá a pista do que seria a trajetória de um balão para Júlio Verne nenhum botar defeito. Chico Mário sonhava por nós.” Aldir Blanc

“Mesmo em choros mais repinicados, Chico é discreto, é mineiro.” Ricardo Cravo Albim (Crítico musical e jornalista)

“Mano Chico, estamos aqui para te ouvir por toda a vida, a tua eternidade. Não pare de tocar, nem de compôr, siga as ondas, as cordas, onde for.” Betinho

“Francisco Mário é um artista absolutamente ligado em suas raízes e que sempre acrescentou em seu trabalho.” Nivaldo Ornelas (músico)

“A obra de Chico Mário tem um quase impressionista sabor de chão brasileiro.” Mauro Dias (Crítico musical e jornalista do Estado de São Paulo)

“Chico Mário só pensava na música e no Brasil.” Affonso Romano de Sant’anna (escritor e jornalista)

“Chico deixou para nós uma lição de lucidez e humor, de estratégia política no cultural, de irreverência e humildade numa combinação única e original.” Luli e Lucina (cantoras e compositoras)

“Chama-se Francisco Mário o mais novo guerilheiro da MPB. Compositor, cantor e tocador de violão e viola. A música de Francisco Mário é muito mineira e bonita, na forma e no conteúdo.” Sérgio Cabral (jornalista e escritor)

“Chorinhos, sambas, regionais, serestas, Chico Mário passeava por todos os estilos da MPB. Assim, era querido pelos mais diferentes artistas.” Lula Branco Martins (jornalista)

“Francisco Mário deixou uma obra importante na MPB instrumental. É a sua instigante instrumentação, que casa admiravelmente com a matéria sonora. Este disco “Retratos” retrata uma cultura musical viva e vibrante: a nossa.” Roberto Mugiatti (Crítico musical)

“É impressionante como este rapaz (Francisco Mário), teimoso, mineiro, constrói sua carreira. Feita de composições brilhantes e execução gradativamente aprimorada. Com pertinácia e independência, no selo da vida, está chegando ao nível de nossos melhores violonistas.” Maria Helena Dutra (jornalista)

“Além de irmão do Henfil e de Betinho, Francisco Mário era um ótimo violonista e fértil compositor.” Fábio Rodrigues (jornalista)

“Francisco Mário tem contribuído para a MPB com talento, seriedade e dignidade” Roberto Moura (crítico musical)

“Francisco Mário: Com atraso indesculpável (mesmo assim, peço que me desculpe), venho agradecer-lhe o belo presente de sua voz e de suas composições musicais no Lp tão mineiro e tão cheio de sugestões e sensações para quem guarda Minas no coração.” O abraço e a admiração de Carlos Drummond de Andrade


FRANCISCO MÁRIO: VIDA E OBRA

Idealização e Produção - Marcos Souza
Projeto Gráfico - Adrianne Schreiner
Transcrição das partituras - Adamo Prince / Revisão das partituras - Afonso Machado
Revisão das partituras do disco Dança do Mar - Gilson Peranzzetta
Texto biografia - Nivia Souza
Masterização dos CDs - Sergio Lima Netto

DISCOS:

Terra - Todas as Músicas e letras são de Francisco Mário, exceto Ouro Preto com letra de Fernando Rios. - 1979
Revolta dos Palhaços - Produção e Direção - Francisco Mário - 1980
Conversa de cordas, couros, palhetas e metais - Todas as Músicas são de Francisco Mário - 1983
Pijama de Seda - Todas as Músicas são de Francisco Mário - Produção Artística - Francisco Mário - 1985
Retratos - Todas as músicas são de Francisco Mário - 1986
Dança do Mar - Todas as músicas são de autoria de Francisco Mário - Poemas são de autoria de Dorival Caymmi - 1987
Suite Brasil - Todas as Músicas são de autoria de Francisco Mário - 1987
Tempo - Disco Inédito gravado - 1987

27.10.05

Campo Grande comemora 402 anos

RIO -Uma exposição com fotos de Campo Grande, da década de 40 até a de 80, abre, na próxima terça-feira, a partir das 20h, as comemorações dos 402 anos de Campo Grande promovidas pela subprefeitura. O evento será no Antiquário Bar (Estrada da Cachamorra 766 E) e terá entrada franca. O aniversário do bairro é no dia 17 de novembro.

(fonte)

25.10.05

Mensagem de um leitor à Folha de S. Paulo - Painel do Leitor de 25/10/05


"Isto somos nós, brasileiros. Venceu o não, e o comércio de armas e munições continuará no Brasil. Enfim, o brasileiro mostrou a sua cara, sem a máscara de rapaz simpático. Venceu a realidade. Eis a sociedade brasileira na sua maior essência. Está aberta, sem mais disfarces, a era do medo. Já o tenho do bandido. Agora devo ter do vizinho, do amigo, do irmão, do desconhecido. De qualquer lugar onde estejam seres humanos. Devo temer o acerto assim como o engano. Quem somos? Afinal nos despimos. Preferimos que tenham medo de nós em vez de que nos tenham respeito. Preferimos brincar de Deus, de juízes e de carrascos daqueles que julgarmos uma ameaça. Um país cristão? Mentira. Nós, brasileiros, mostramos que somos ódio em vez de amor. Preferimos a segurança das armas em lugar da de Deus. Demos ao próximo o direito de matar, mesmo que os próximos mortos sejamos nós. Traímos nossa fé. O que fizemos? Crucificamos novamente Cristo."

João Carlos Miranda Leite (Praia Grande, SP)
VEM AÍ...

1º FESTIVAL DELIRA MÚSICA

Comemorando 02 anos do selo

O melhor da música instrumental vai fazer você delirar...




Em novembro, a Barra da Tijuca vai receber a nata da nova música instrumental brasileira em comemoração aos dois anos do selo Delira Música.


Quintas-Feiras de Novembro – 20:30h – 2 shows por noite – R$ 30,00


03/11 Willians Pereira + Gabriel Grossi
10/11 Daniel Garcia + Nosso Trio (Nelson Faria)
17/11 Fernando Martins + Mauricio Einhorn
24/11 Márvio Ciribelli + Carlos Malta


Quartas-Feiras de Novembro – 21:00h – Talk show com Miele – Entrada Franca

09/11 Nelson Faria
16/11 Mauricio Einhorn
23/11 Carlos Malta
30/11 Gabriel Grossi

Mestre de Cerimônias – Marcos Ariel
contando e tocando a história da música instrumental brasileira.
Sorteios de brindes e CDs !!!

Casa de Cultura – Universidade Estácio de SáAv. Érico Veríssimo, 359 – Barra da Tijuca
(21) 2494-1023/1024/1025
http://casadecultura.estacio.br

Ingressos: R$ 30,00
1/2 Entrada para idosos, estudantes e Clube Delira Música

Descontos Especiais* (20%):
Clube do Assinante O Globo: R$ 24,00
Sócios da Associação Bosque Marapendi: R$ 24,00
Ingressos antecipados: R$ 24,00

• Acompanhe a cobertura do festival, novidades e entrevistas no programa D’Jazz – MPB FM 90,3 – todas as terças-feiras às 22:00 horas

Serão 4 noites, 8 apresentações, talk-shows com o apresentador Miele, e muitos sorteios e promoções. A Barra vai respirar música de qualidade. Será o pontapé inicial do que pretende ser um evento anual que mostrará os caminhos e tendências da música instrumental brasileira.

O 1º Festival Delira Música vai apresentar alguns dos melhores músicos da atualidade, admirados em todo o mundo: Carlos Malta preparando o lançamento do CD ‘Pimenta’, gravado em homenagem a Elis Regina; o festejado Nosso Trio de Nelson Faria, Ney Conceição e Kiko Freitas, lançando o novo trabalho, ‘Vento Bravo’; o retorno de Mauricio Einhorn, um dos maiores gaitistas de todos os tempos, com o disco ‘Conversa de Amigos’; e aquele que é tido como o seu sucessor, Gabriel Grossi, um fenômeno admirado por todos.

Além deles, o Festival traz shows de Willians Pereira, Marvio Ciribelli, Fernando Martins e Daniel Garcia, participações de Dudu Lima, Ney Conceição, Dario Galante, Rafael Barata, Augusto Mattoso, Luiz Alves, Idriss Boudrioua, João Cortez, Alberto Chimelli e muitos outros.

A apresentação fica a cargo de Marcos Ariel. Um dos precursores do movimento instrumental brasileiro, o pianista e flautista fará as vezes de Mestre de Cerimônias, contando e tocando a história da música que ele ajudou a criar.

Apoio:

Casa de Cultura Universidade Estácio de Sá
Programa D’Jazz – MPB FM
Knob Audio
Revista Áudio & Vídeo
Resolvendo questões práticas com inteligência
24/10 (ontem) às 18:25h a 26/12 às 02:07h


Entre os dias 24/10 (ontem) às 18:25h e 26/12 às 02:07h, o planeta Mercúrio estará transitando pela sexta casa do seu mapa de nascimento, Carla. Este costuma ser um momento particularmente favorável para você organizar melhor os detalhes da sua vida cotidiana. Mercúrio estimula que você organize melhor sua vida, avaliando criticamente tudo aquilo que poderia estar melhor ou que demanda uma maior atenção. Este é um momento bem “pé no chão”, em que a consciência é chamada a dar atenção às coisas práticas: sua saúde, sua alimentação, contas, a organização do lar e do trabalho, por exemplo.

Todavia, convém não exagerar nas preocupações com detalhes mínimos. Uma certa tendência à sobrecarga de atenção dada a coisas pequenas pode terminar baqueando seus nervos. Atividade em demasia pode prejudicar o sistema imunológico, abrindo uma porta para problemas nervosos, alérgicos ou respiratórios.

Mercúrio em trânsito pela Casa 6 sugere um período em que você sente uma necessidade maior do que o normal de se manter sempre em atividade, Carla. Isso pode ser muito produtivo, é claro. Mas convém lembrar que o descanso também é uma condição essencial para uma boa produtividade!

(fonte)

21.10.05

Desatenção ou malícia
(Caetano Veloso)


"A matéria de Sérgio Martins sobre Moby da edição de 21 de setembro é o exemplo mais revoltante do que se faz de mau jornalismo em Veja. Além de importar o tom grosseiro dos tablóides de rock ingleses para a grande imprensa brasileira (sim, porque no New York Times ninguém escreve assim), Martins falseia fatos. Moby não pediu perdão a Hugo Chávez. E a frase sobre o Big Bang é minha, não de José Miguel Wisnik. Ela foi distorcida com intenção de ridicularizá-lo.

Expus a idéia no texto do encarte do meu disco A Foreign Sound, que já está à venda há muitos meses em todo o mundo. A conversa que tive com Wisnik a respeito (e que também está relatada no encarte) gerou a nova peça do grupo Corpo, que teve estréia recente com ampla divulgação. O repórter de Veja não tem o direito de ignorar esses fatos. É evidente que ele quis passar por cima dos mesmos com intenção de agredir Wisnik por motivos que ignoro. De qualquer modo, se ele desconhecia manifestações tão largamente publicadas não tinha qualificação para exercer a função que exerce - e se tinha, agiu de má fé. E a editoria geral da revista só pode admitir que algo assim aconteça por desatenção ou malícia. Lendo Veja sobre Moby e Wisnik somos levados a crer que José Dirceu é um homem honesto e sensato."

(leia mais)
Caros,

Tenho ouvido muitas desinformações causadas pela complexidade do tema e argumentos de boa vontade, porém facilmente rebatíveis na defesa do voto NÃO no referendo. Quero meter minha colher, porque não estou a fim de tomar um tiro na cara e gostaria de evitar chorar mais mortos por 38 da Taurus. Não visto branco, quero que a Sou da Paz e o Viva Rio se fodam, mas isso não me deixa burro o suficiente para achar que mantendo o atual Bang-Bang o país um dia vai ficar mais seguro por ordem e graça do Divino Espírito Santo. Eu quero mudar e acho que essa é uma forma de começar. Dizer NÂO é acenar pro bang-bang; tô fora! Vai com o pouco de informação que tenho, que, no entanto, percebo que é mais do que a que as
pessoas, de modo geral, dispõe. Serei breve:

1- Da importância do referendo: nenhum problema do Brasil é tão sério quanto o da segurança. O Brasil é o país no mundo onde mais se morre por arma de fogo. Mais de 50% das famílias, inclusive a minha, já tiveram componentes mortos por armas de fogo. O referendo, votemos sim ou votemos não, não vai mudar da noite para o dia essa situação. Mas votar NÃO significa manter tudo como está. Votar SIM significa diminuir o número de armas em circulação, e, por conseqüência óbvia, diminuir as chances de haver mortes por arma de fogo, como as dos cinco garotos que morreram em escolas estaduais de São Paulo só esse ano. Só vota NÃO quem tá satisfeito com o jeito que a coisa está.

2- O governo convocou o referendo. Não foi; foi o Congresso, antes dos escândalos começarem, e atendendo a uma campanha que começou no Brasil em 1997, por parte de mães que tiveram seus filhso assassinados. A primeira matéria que eu fiz sobre o tema foi em 1998. Os primeiros projetos datam dessa época. Políticios vagabundos de todos os partidos (Serra PSDB, Garotinho PMDB, Lula PT) apóiam o SIM. Do lado de la´tem o Fleury do Carandiru, o Bolsonaro e o Caiado da UDR).

3- Desarmamento não muda nada. Mentira. Desde que começou a campanha do desarmamento, o número vergonhoso de homicídos no Brasil diminuiu. Pela primeira vez em 13 anos, o número de mortes por arma de fogo caiu no Brasil. Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde revelou que, depois do início da campanha, em 2004, o número de homicídios por arma de fogo
diminuiu 8,2% em relação ao ano anterior. Os dados mostraram que, em um só ano, 3.234 vidas foram poupadas. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade com o número de armas recolhidas e revelou que as maiores quedas ocorreram justamente nos Estados que mais recolheram armas. A Unesco divulgou outra pesquisa, também no mês passado, na qual estimou como seria a progressão no número de homicídios caso a campanha não tivesse ocorrido e concluiu que mais de 5.000 vidas foram poupadas

4- Ninguém tem que entregar arma nenhuma. É verdade. Quem já tem arma vai poder mantê-la. O porte de armas não muda em nada. Se o "Não" vencer, o comércio de armas continua como é hoje; se o "Sim" vencer, de acordo com o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento, só muda a venda de armas, que será proibida. Quem um dia precisar de proteção, por se sentir
ameaçado, ou morar em área isolada, poderá ter arma. Leis complemteares vão regulamentar isso.

5- Fato: As armas dos bandidos já foram de “cidadãos de bem” (sem dizer que qual é o cidadão de bem que você conhece que anda armado?). Os números a seguir são oficiais, da Polícia, não de ongs de merda. No Rio de Janeiro, 30% das armas apreendidas na ilegalidade foram originalmente vendidas para "cidadãos de bem", e depois desviadas para o mercado
clandestino [Polícia Civil RJ, 2003]. As armas compradas legalmente muitas vezes caem em mãos erradas, através de roubo, perda ou revenda. Só no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, entre 1993 e 2000, foram roubadas,
furtadas ou perdidas 100.146 armas (ou seja, 14.306 por ano).
6- Opinião da Veja não vale: Da colunista Barbara Gancia, sexta-feira, dia 14 de outubro de 2005, no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo ”Por que a revista [Veja] não nos contou que a empresa à qual pertence paga aluguel de cerca R$ 1 milhão à família Birmann, que vem a ser proprietária do prédio que serve de sede da Editora Abril e também, veja só, da CBC, a Companhia Brasileira de Cartuchos?” A CBC é a única empresa que produz munição no Brasil.

7- Da Época: As armas legais fazem um mal brutal pra mim, pra você e pra todo o mundo.ELAS ERAM LEGAIS Armas compradas por pessoas sem antecedentes criminais, em lojas regulares, foram usadas em: 67% dos estupros- 51% dos roubos - 46% dos latrocínios - 49% das lesões - 38% dos homicídios - 51% dos casos de tráfico com registro de flagrante.
Fonte: Iser 2003, registro de 3394 ocorrências da Polícia Civil no Rio, em 2003 8- O mercado negro vai aumentar. Bobagem. Então, é mais fácil comprar cocaína hoje do que quando ela era vendida em farmácia. Esse argumento é bobo demais. A Època já desmontou. “A cada ano, cerca de 35 mil armas de fogo são furtadas de cidadãos. Pesquisa feita com dados de ocorrências no Rio de Janeiro mostra que 65% das armas apreendidas eram de
pessoas físicas, haviam sido registradas e acabaram em mãos de bandidos. Essas armas formam a grande parte do mercado negro, que movimenta cerca de R$ 1 bilhão. Um efeito colateral é que também há armas apreendidas pela polícia e revendidas a bandidos várias vezes seguidas. Esse comércio, como o roubo puro e simples de armas, continuará existindo. Porém, se o cidadão comum tiver menos armas, o preço de cada peça no mercado negro vai subir. Isso já acontece desde a entrada em
vigor da nova lei. Em Santa Catarina, um revólver calibre 38 que custava R$ 200 na favela está em R$ 1.000. Em Porto Alegre, há quatro meses, um 38 custava R$ 80. Hoje, vale R$ 300.
9- Muita gente morre de bobeira, não na mão do bandido. Votar SIM ou votar NÂO não muda a necessidade de combater os bandidos. Ridículo e ingênuo é imaginar que uma lei poderia desarmar os bandidos. Mas tem o efeito de dificultar que ele se arme. O pé de chinelo que assalta e mata na rua (não é de AR-15, né?) não vai ter dinheiro para se abastecer no mercado negro. Mas a gente deve temer tb o “cidadão de bem” que está armado. Só assim a gente pode ficar livre de um “Dia de fúria” de algum maluco, pitboy, corintiano, bêbado ou chifrudo. “O sociólogo Guaracy Mingardi acompanhou 1.200 boletins de ocorrência e 300 inquéritos, em 14 distritos de São Paulo. Constatou que a maioria era de fato provocada por cidadãos comuns. "Assassinatos cometidos por criminosos são minoria. Quem mata mais não é o bandido, como a maioria das pessoas imagina. As mortes ocorrem nas brigas de bar, entre vizinhos, por ciúme", diz. São conflitos conjugais, violência contra mulheres e crianças, brigas de trânsito, disputas entre vizinhos, discussões em bar. "Os bandidos matam quando acham que a vítima está armada", observa o criminólogo Tulio Kahn. Segundo ele, somadas as chacinas, os latrocínios e as resistências seguidas de morte, tem-se 12% dos homicídios. Andar armado é um direito – Não é. Interessante como as pessoas falam "Eu não ando armado, mas defendo esse direito. Direito para quem!!??? Pra mim quem anda armado não é flor-que-se-cheire, salvo se trabalha com isso. O direito dessas pessoas vai continuar garantido pela lei. Comprar arma não é direito porque põe os outros em perigo, por sua ação ou pela de outro que se apossa da arma. Andar com um pitbull também não; acelerar a 140 por hora também não; vender bebida pra criança também não; jogar pedra portuguesa pela janela tabém não. Tudo iisso põe as pessoas em risco, portanto é normal que se proíba.

Então, queridos, pensem. Se for pra votar NÂO, votem. Mas esse referendo é mais importante do que a eleição presidencial. Quem acha o referendo um erro, vota NULO. Eu vou de SIM.

(Dirley Fernandes - Jornalista)
L'amour, toujours l'amour


(recebido por e-mail sem o nome do autor)

"Sabe, querido, quando você fala me faz lembrar o mar...
Puxa, amor. Não sabia que te impressiono tanto.
Não é que me impressione. É que enjoa."

"Querida, vamos ter que começar a economizar.
Tudo bem... Mas como?
Aprenda a cozinhar e mande a empregada embora.
Tá legal... Então aprenda a fazer amor e pode dispensar o motorista."

"Adão e Eva passeavam pelo Paraíso. E a Eva pergunta:
Adão, você me ama? E o Adão, resmungando:
E eu lá tenho outra escolha?"

"O cara pergunta para a mulher:
Querida, quando eu morrer, você vai chorar muito?
Claro, querido. Você sabe que eu choro por qualquer besteira..."

"Na cama, o marido se vira para a jovem esposa e pergunta:
Querida, me diga que sou o primeiro homem da sua vida
Ela olha para o babaca e responde:
Pode ser... Sua cara não me é estranha..."

"Um casal vinha por uma estrada do interior, sem dizer uma palavra.
Uma discussão anterior havia levado a uma briga, e nenhum dos dois queria dar o braço a torcer. Ao passarem por uma fazenda em que havia mulas e porcos, o marido perguntou, sarcástico:
Parentes seus !!!!
Sim, respondeu ela. Cunhados e sogra."

"Marido pergunta pra mulher: Vamos tentar uma posição diferente essa noite?
A mulher responde:
Boa idéia, você fica aqui em pé na pia lavando a louça e eu sento no sofá!!!!!"

"A mulher compra um kit da Tiazinha para surpreender o maridão que há tempos não se animava.
E aí, querido? Com quem eu fiquei parecida?
Do pescoço pra cima com o Zorro, do pescoço pra baixo, com o sargento Garcia."

"O marido decide mudar de atitude. Chega em casa todo machão e ordena:
Eu quero que você prepare uma refeição dos deuses para o jantar e quando eu terminar espero uma sobremesa divina. Depois do jantar você vai me fazer um whisky e preparar um banho porque eu preciso relaxar. E tem mais. Quando eu terminar o banho, adivinha quem vai me vestir e me pentear?
O homem da funerária - respondeu placidamente a esposa."

"Querida, o que você prefere? Um homem bonito ou inteligente?
Nem um, nem outro. Você sabe que eu só gosto de você."

"Marido e mulher estão tomando cerveja num barzinho. Ele vira pra ela e diz:
Você está vendo aquela mulher lá no balcão, tomando whisky sozinha?
Pois eu me separei dela faz sete anos! Depois disso ela nunca maisparou de beber.
A mulher responde:
Não diga bobagens. Ninguém consegue comemorar durante tanto tempo assim."

20.10.05

Os nazistas e as armas
Autor: Marcos Rolim
Fonte: ZH, 04/09/05

Há uma mensagem anônima na Internet na qual se sustenta a tese de que o desarmamento conduz à tirania. Nenhuma referência é apresentada, mas o leitor de boa-fé pode ficar impressionado. A mensagem afirma que Hitler, Stalin, Pol Pot e muitos outros facínoras "começaram por desarmar suas vítimas". Bem, espero, sinceramente, que este tipo de material não seja aquilo que os defensores das armas irão nos oferecer na campanha que está chegando. O exemplo de Hitler é bem interessante para desmascarar esta farsa.

Em 11 de novembro de 1938, um dia após o massacre da "Noite dos Cristais", Hitler editou uma legislação proibindo que judeus alemães comprassem armas e determinando o confisco das que eles tivessem em toda a Alemanha. Este é o fato verdadeiro. O que o e-mail não conta é que esta lei surgiu dentro de uma política amplamente favorável ao uso de armas pelos "cidadãos alemães de bem". Uma posição contrastante com a postura fortemente restritiva quanto às armas de fogo do governo alemão anterior, a democrática República de Weimar.

Se as leis nazistas forem comparadas com as leis de Weimar, ficará evidente que os nazistas foram extremamente liberais com as armas, enquanto o regime democrático foi muito restritivo.

Qual foi, então, a política nazista para as armas de fogo? A de que elas deveriam ser consideradas um direito dos "cidadãos alemães, ordeiros e cumpridores da lei". Já os "bandidos comunistas e os capitalistas judeus" não poderiam ter armas. Então, ironicamente, a posição de Hitler quanto às armas de fogo era, na verdade, muito mais próxima daquela sustentada hoje pelo lobby das armas.

A tese manipulatória de que "o controle de armas conduz à tirania" está integralmente exposta num livrinho chamado Gun Control: Gateway to Tirany, editado por uma ONG americana chamada Jews for Preservation of Firearms Ownership - JPFO (http://www.jpfo.org), uma organização de fanáticos de extrema direita que se apresenta como "a mais agressiva defensora da propriedade de armas da América". Um grupo que nada tem a ver com a opinião majoritária dos judeus norte-americanos (ver American Jewish Congress em:http://www.ajcongress.org/ptchoice.htm) e que se dedica a distribuir cartilhas entre as crianças para "ensinar" que a ONU é uma instituição perigosa que pretende acabar com a liberdade nos EUA, que os governantes japoneses são pessoas más que impedem o seu povo de ter armas e que armas de fogo podem ser usadas por crianças de maneira "segura e divertida" (sic).

Ah, eu ia esquecendo: há outros e-mails circulando por aí nos quais se afirma que os crimes violentos na Inglaterra, no Canadá e na Austrália - países onde as armas de mão (revólveres e pistolas) foram praticamente banidas ou receberam fortes restrições - aumentaram após a aprovação das medidas de controle.

Os dados oficiais disponíveis, entretanto, revelam exatamente o contrário. As taxas gerais de criminalidade - especialmente homicídios e crimes violentos - caem nessas três nações, consistentemente.

O mesmo ocorre na nação que mais fortemente combateu as armas de fogo em todo o mundo: o Japão.
CARTAS ÁCIDAS

FLÁVIO AGUIAR

19/10/2005

O demônio da cordialidade


A campanha do “não” pegou impulso a partir de um argumento que encontrou eco: o de que “estão querendo tirar um direito seu” de ter uma arma. O problema é que essa mágica fetichista da posse oculta a verdadeira dimensão do problema: o direito à vida e a negação do poder indiscriminado de matar


A subida do “não” nas pesquisas sobre o referendo do desarmamento tem várias causas. As mais visíveis são:

1) O desfoque da campanha do “sim”, que durante algum tempo se perdeu em apresentar “bons exemplos”, através de gente bonita e famosa, ao invés de argumentos.

2) A confusão da própria pergunta, que exige que quem queira dizer “não” ao desregrado comércio de armas deva votar “sim”, e vice-versa. Provavelmente quem formulou a pergunta se baseou na crença de que “o brasileiro” tem mais dificuldade de dizer “não” em público do que “sim”, o que é uma meia verdade, pois nós sabemos que uma das maravilhas da língua portuguesa é que as palavras podem significar o contrário de seu uso dicionarizado, dependendo do tom com que são ditas.

3) O “não” mobilizou o que o país tem de mais reacionário, num amplo arco que foi da revista Veja, satanizando (de novo) o MST à argumentação irracional de extrema esquerda de que é necessário manter a livre capacidade da população se armar contra o Estado burguês e a direita, como se fosse isso que estivesse em jogo e como se isso fizesse algum sentido. (Imagino o comando revolucionário do futuro ofuscante dirigindo um pedido a uma fábrica de berros: “precisamos de 3000 três oitão na segunda-feira, às 15 horas, pois temos uma revolução para terça de manhã”). Esse reacionarismo político tem como objetivo comum transformar o referendo numa espécie de plebiscito antecipado sobre o governo, visando a eleição de 2006.

4) O referendo também mobilizou um sentimento antipovo difuso na Casa Grande brasileira, para o qual não há sentido em ficar consultando as “massas” sobre matérias importantes; aí também grassa a percepção, que também atinge o condomínio da classe média, de que é um “desperdício” gastar dinheiro com tais consultas. Há aí o temor de que essa “moda” de “fazer referendo” pegue.

5) É claro que o lobby da indústria de armas, em escala nacional e mundial, foi mobilizado contra o “sim”. O referendo no Brasil poderia ser um marco para que outros países adotassem iniciativas semelhantes.

Mas há algo mais. A campanha do “não” pegou impulso a partir de um argumento que encontrou eco, o de que “estão querendo tirar um direito seu”. O argumento é capcioso; na verdade, o que a aprovação da proposta poria em prática seria uma regulamentação estrita para quem queira possuir arma, cuja finalidade teria de ser explicitamente declarada: uso profissional, nas razões previstas, arma de caça em situação de acordo, exercício esportivo. Isso traria um golpe de morte (do ponto de vista legal) para as milícias particulares agenciadas por fazendeiros, grileiros, bingueiros e outros “eiros” da vida. Além disso, quem quisesse adquirir uma arma para aquelas finalidades teria de se capacitar de fato para tanto.

Lembro-me da aparentemente paradoxal lição de um sargento, quando fiz instrução de tiro no CPOR. Dizia ele que a primeira condição para se usar uma arma era jamais, em circunstância alguma, aponta-la para alguém. Por quê?, era a perplexa pergunta. Daí vinham as duas outras: porque se apontar, é melhor estar a fim de usar. E se usar, é melhor saber atirar para matar. A truculência da lição apontava algo de real, pois é disso que se trata: atirar para matar, matar ou morrer. O que vejo na campanha do “não” sobre o “direito” de se ter uma arma, é um argumento que na verdade se dissolve na mágica fetichista da posse, como se ela por si só fosse a suposta legítima defesa contra a bandidagem, e um ocultamento da verdadeira dimensão do problema, que envolve na verdade o direito à vida e a negação do poder indiscriminado de matar.

Por paradoxal que seja a palavra, os argumentos do não mobilizam o velho espírito da cordialidade brasileira. Quem já se encontrou com o conceito de Sérgio Buarque de Hollanda, e não sua simplificação direitista sobre a “índole pacífica(!)” do brasileiro, sabe que essa cordialidade mobiliza tanto a simpatia e o afeto, quanto a antipatia e o ódio. Ela se traduz na ocupação do espaço público pelas lealdades da vida privada, e na incapacidade permanente de se constituir o espaço das garantias individuais sob o domínio, ainda que conflituado, da lei, porque tudo se estriba na rede de pequenos e grandes favores que organizam de fato a vida e a sobrevivência, numa rede que vai da domesticidade aos passos governamentais.

A contrapartida da falta de garantias individuais não é o coletivismo desbragado; é o individualismo feroz. Essa cultura (a do individualismo feroz) se manifesta nos espaços mais espetaculares, como no trânsito, onde freqüentemente a posse de um carro equivale à expectativa de que se ditem as próprias leis, e maior esta expectativa será quanto maior for o carro ou a ignorância de quem o use. Ou nos espaços mais comezinhos, como nas farmácias. Em qualquer país medianamente organizado (não precisa ser rico) é sabida a dificuldade de se comprar remédios além de aspirinas sem uma receita médica.

Aqui não: muitas pessoas se drogam com remédios anunciados com o mesmo espírito fetichista com que agora se defende a desregulamentada posse de armas. A comparação não deixa de ser interessante, ainda que mera comparação: de agora em diante, para se adquirir arma e munição, vai ter que exibir uma receita, e uma receita com reconhecimento público (como a do médico), coisa que apavora o individualismo feroz, mas disfarçado, de que temos o direito inapelável de fazermos e portarmos onde quisermos nossas próprias leis. Inclusive aos banheiros públicos, como é notório e sabido.

Vivemos assentados sobre esse pequeno monstro adormecido, que ao menor sinal de perigo desperta de modo avassalador, nosso demônio da cordialidade construído ao longo dos séculos de colonialismo, império e repúblicas meia-solas que tivemos. Ele agora despertou novamente com toda força, açulado por uma série de acontecimentos, que vão das denúncias no espaço parlamentar, governamental e partidário, ao escândalo do futebol. Este último é paradigmático; primeiro, pela compra de um juiz (pelo menos) para fabricar resultados; depois pela decisão unilateral, feita a portas fechadas, sem apresentação de um único indício convincente, de anular em bloco os onze jogos postos sob suspeita; e por fim, quando os resultados do desmando aparecem, no quebra-quebra no jogo entre Santos e Corinthians, o autor da decisão dá as costas, lava as mãos e vai embora do tribunal como se não tivesse de prestar contas de nada!

Já no primeiro caso, vimos e vemos a apropriação indébita da sigla do PT, por membros da direção partidária, de parlamentares e membros do governo para seus próprios fins; seguida do festival de pirotecnia verborrágica por parte das oposições “criando” a versão de que a corrupção tinha sido inventada pela esquerda. No meio do caminho criaram-se dois personagens imortais da cordialidade: o nosso Iago, o ex-deputado Roberto Jefferson, até agora o único cassado. E Severino Cavalcanti, o indispensável (para derrotar Greenhalgh), depois o descartável (para tentar o impeachment de Lula com Nonô na presidência da Câmara de Deputados).

O interessante é que os dois lados da questão se deixaram devorar pela própria arrogância, contrapartida política daquele individualismo feroz da cordialidade cotidiana. Os governistas envolvidos acharam que não seriam apanhados; enquanto os oposicionistas acharam que já tinham a faca, o queijo e a tábua na mão e, ao se livrarem do Severino que inventaram, abriram espaço para a eleição de Aldo Rebelo, e agora parecem jogadores de futebol que perderam a bola, “rebels”, ou melhor, “homens da ordem without a cause e without a case”.

É verdade que vivemos um momento de desacorçoamento e perplexidade, e nós, da esquerda, tentamos refundar o afundado, seja sob a forma de uma recuperação da memória e do futuro do PT, seja sob a forma da abertura de um novo partido, seja ainda sob a forma de buscar nos movimentos sociais o elo perdido da militância.

É neste contexto político que a campanha do “não” avança, repetindo, de outra forma, o velho argumento de que quanto menos Estado na vida do cidadão, melhor para ele: são os neo-armados do liberalismo destravado ou os neoliberais das armas destravadas, tanto faz. Mas os tempos não são apenas de desesperança, melancolia, ou perplexidade. Em meio à balbúrdia, fica claro que o Brasil se acomoda mal no espaço dominado, ainda que subrepticiamente, pelo demônio da cordialidade, apesar dos mais reacionários continuarem prevendo que ele é um país inviável, de gente inviável, e que o melhor para quem pode é emigrar para um bang-bang norte-americano de segunda mão.


Flávio Aguiar é professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo (USP) e editor da TV Carta Maior.

19.10.05

Já repararam?

O que Thalma de Freitas, Luís Melodia, Evandro Mesquista, Sidney Magal e Paulo Miklos têm em comum? São todos cantores que fazem parte do elenco da novela Bang Bang no ar pela Rede Globo?

A mesma obra tem ainda Marisa Orth (Grupo Lune e Banda Vexame), Babi Xavier (do CD Do Jeito Que Eu Quero, lançado pela Universal, que teve inclusive participação de Chico Buarque), Guilherme Berenguer (da fictícia Vagabanda, da novelinha Malhação, que lançou disco à vera) e Kadu Moliterno (baixista do grupo Polissonantes, do qual também fazia parte Guilherme Arantes).

O que será que isso significa?
Armas: de que lado você está?

Desde pequenos aprendemos em casa
a evitar as más companhias...

Fonte: Campanha Diga SIM à vida


No dia 23 de outubro, o Brasil inteiro terá a oportunidade de escolher que tipo de futuro quer construir e legar para as futuras gerações. Para deixar bem claro o que está por trás dos argumentos que querem convencer pessoas sensatas de que arma serve para a “legítima defesa”, dá uma olhadinha na "Seleção do Não" e veja os interesses de quem lidera este movimento.

Neste time estão políticos que defendem abertamente a ditadura militar e seus anos de chumbo, políticos acusados de cometer crimes e até chacinas, e políticos que adoram criar obstáculos a reformas para a modernização das polícias e medidas que DESARMAM O BANDIDO. Praticamente todos tiveram suas campanhas financiadas pelas fábricas de armas e munições que lucram com cada tiro, não importa se vindo de cidadão de bem ou “do mal”. Conheça-os melhor:

1. Alberto Fraga
Coronel da PM do Distrito Federal, acusado de ser membro de um grupo de extermínio em Brasília, abusando de sua condição profissional. No Congresso Nacional é o lobista número um não só das indústrias de armas, de quem recebeu 75% de seu financiamento de campanha (dados oficiais do TSE - www.tse.gov.br), mas também dos setores conservadores das polícias, impedindo qualquer projeto de lei que tenha por objetivo melhorar ou avançar na modernização destas importantes corporações.

2. Luis Antonio Fleury Filho
Ex-Governador de São Paulo, saiu avaliado como um dos piores governadores de todos os tempos. Como grande marca de sua gestão, além de processos por corrupção, deixou os 111 cadáveres de presos do Carandiru, que lhe rendem mais processos na justiça e uma condenação ao Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Recebeu 50 mil reais de uma subsidiária da CBC – Companhia Brasileira de Cartuchos (dados oficiais do TSE - www.tse.gov.br) e no Congresso Nacional votou contra: aumento de penas para porte ILEGAL de armas, marcação de armas para rastrear os BANDIDOS, tipificação do crime de TRÁFICO internacional de armas e outras medidas destinadas a restringir o acesso de bandidos à armas, mas que podiam prejudicar a indústria que paga sua campanha.

3. Coronel Ubiratan
Sempre esteve junto com Fleury. Conhece de perto como funciona a mente criminosa, já que foi condenado pela justiça paulista a 635 anos de cadeia!!! Por ser primário, responde em liberdade e usa as prerrogativas de ser Deputado... Dispensa comentários.

4. Conte Lopes
Ex Policial, recebeu medalhas por "bravura" por diversas ações de brutalidade policial. Foi condecorado, e se orgulha muito disso, pelo Ex ­ Prefeito e Neo Presidiário Paulo Maluf.

5. Jair Bolsonaro
Ferrenho defensor e saudosista da ditadura de 1964. No Congresso Nacional, ao invés de usar seu mandato para contribuir com a sociedade, dedica-se a criar factóides levando e louvando torturadores e outros "amantes da paz e da democracia".

6. Bolsonarinho
Filho de peixe, peixinho é. Na esteira do pai, Jair Bolsonaro, repete seus discursos e ações na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

7. NRA -­ National Riffle Association
É o lobby das armas americano, o mais poderoso do mundo. Ficou famoso no filme Tiros em Columbine, de Michael Moore, por ser uma organização que faz atos em cidades onde pessoas foram mortas em tragédias com armas, para que elas não se deixem levar pelos fatos e continuem comprando armas. É a principal fonte de dados para a campanha do Não no Brasil, que simplesmente traduz e copia suas estratégias.

8. Taurus/Rossi
Maior indústria de armas do Brasil. Atualmente têm 33% do mercado americano de pistolas. Lucram por ano mais de R$150 milhões de reais com a venda de armas. Tem atuado decisivamente para impedir qualquer avanço no combate ao tráfico de armas em nosso país ou na aprovação de medidas que permitam dar mais meios à polícia para ajudar a identificar desvios de armas. Produzem a imensa maioria das armas utilizadas por criminosos em nosso país e nunca foram responsabilizados por isso. Nos anos 90, depois dos USA, seu maior comprador internacional foi o Paraguai, como se a indústria não soubesse que estas armas não eram para os pouco mais de 6 milhões de paraguaios, mas para voltar pelas nossas fronteiras para armar criminosos.

9. Companhia Brasileira de Cartuchos – CBC
Praticamente monopolista do mercado de munições no país. Pode olhar nas balas perdidas e disparadas por criminosos que você logo encontrará o seu logo. Financia e apóia a campanha do Não e seus defensores. Faturam aproximadamente 160 milhões de reais por ano. Cada vez que um tiro é disparado em nosso país, eles ganham mais um realzinho.

10. Chico Santa Rita
Marqueteiro oficial do Não no referendo. Tem experiência em dar uma cara bonita para causas que só vem depois a prejudicar a população. Assim atuou para eleger Fernando Collor de Mello presidente da República e Orestes Quércia governador de São Paulo.

11. ??????? Você gostaria de ser o 11º jogador deste time????



Será que estas pessoas estão na Internet, rádios e TVs realmente preocupados com a SUA segurança? Será que eles realmente terão um futuro melhor se a violência CAIR em nosso país? Até hoje, o que ELES fizeram, do alto de seus mandatos ou recursos para reduzir a criminalidade à nossa volta?

Você gostaria de comemorar ao lado deles a vitória das armas em 23 de outubro?
Não se deixe enganar, quem ganha com a venda de armas não ganha com a queda da violência.

Pense nisso na hora de votar!

Obs.: Ao contrário de alguns Spams que circulam por aí, todas essas informações podem ser facilmente confirmadas.

(http://www.greenpeace.org.br/desarmamento/)
Brasília, 17 de outubro de 2005

Companheiros Secretários Municipais de Saúde

Não podemos nos omitir no referendo sobre a proibição do comércio de armas no Brasil, nós que conhecemos de perto a tragédia da violência, as conseqüências não apenas para os agredidos, mas para a saúde de seus próximos e de toda a sociedade.

A violência é a grande doença da sociedade hoje. Nòs que trabalhamos com a dor e com a morte, sabemos que não é multiplicando pronto socorros e UTIs – necessários, é claro – que iremos reduzir essas mortes evitáveis, esse grande sofrimento pessoal e coletivo. Queremos utilizar nossos recursos, nossos saberes, nossa tecnologia em favor da vida, para promover a vida.

Muitas pessoas parecem ter ficado em dúvida sobre o voto, com a propaganda dos "lobbies" que querem proteger o comércio de armas. A que custo! São 40 mil mortes por ano, 108 por dia. A maioria jovem. Temos o direito à vida. Temos o dever de cuidar da vida. Não é possível sobrepor um interesse – chamado de direito individual – acima da vida.

É importante que nós secretários e profissionais de saúde ajudemos a esclarecer a população, para que ela vote consciente, informada.

Temos disponibilizado todo o tipo de material informativo no site do CONASEMS: www.conasems.org.br. A Secretaria Executiva do Conselho e os funcionários do Escritório podem ser acionados para enviar esse material por e.mail, por fax, por sedex. O importante é que a gente contribua para divulgar informações pela vida.

Junto um pequeno texto. Fala de três aspectos que têm sido abordados de modo falacioso na campanha. Ajudem a divulgar, chamem os profissionais de saúde para informá-los e esclarecê-los, pois eles são formadores de opinião.

O Brasil precisa dar esse primeiro passo em direção à paz. Sabemos que é apenas o primeiro passo, mas é muito importante. O CONASEMS, por meio da Rede Gandhi, continuará trabalhando em outras frentes, pela cultura de paz e não violência.


Sim à Vida.

Sílvio Fernandes da Silva

Presidente




VOTE SIM
VOTE 2


"Discurso de quem defende armas é teórico, não humano. A vida é por um fio."

Sandra Aparecida Silva, que perdeu o filho, Sandro, de 15 anos, por arma de fogo (depoimento para O Estado de S. Paulo, de 15 de outubro de 2005)


OS DEFENSORES DAS ARMAS ESTÃO DISTORCENDO FATOS PELA INTERNET E PELA MÍDIA

PREVINA-SE

AJUDE A ESCLARECER AS PESSOAS PRÓXIMAS A VOCÊ



Há muitos argumentos, pesquisas e dados, mas três precisam ser insistentemente lembrados:


1. ARMA DE FOGO É FEITA PARA MATAR

E "a vida é por um fio" como sabem as mães e pais que perderam seus filhos estupidamente, porque havia uma arma de fogo a disposição de alguém.

Por mais que os fabricantes das armas e seus lobistas falem, o fato é que :

A ARMA DE FOGO É FEITA PARA MATAR, NÃO TEM NENHUMA OUTRA UTILIDADE.

2. O BRASIL É O PAÍS DO MUNDO COM O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS MORTAS POR ARMAS DE FOGO.

A comparação com outros países somente com percentuais induz ao engano. Veja só alguns países que têm sido usados como exemplo de que não faz diferença proibir a comercialização: O Japão tem 0,03 homicídios por 100 mil habitantes; o Reino Unido tem 0,13 homicídios por 100 mil habitantes; a Suíça tem 0,46 homicídios por 100 mil habitantes e a Austrália tem 0,56 homicídios por 100 mil habitantes. Em todos eles menos do que uma pessoa morre por arma de fogo em cada 100 mil. Os Estados Unidos da América, onde o direito individual é soberano mesmo a custo do direito coletivo e que vivem em conflitos armados, têm 6,24 homicídios por 100 mil habitantes.

E o Brasil? O Brasil tem 26,78 homicídios por 100 mil habitantes!

As comparações percentuais não ajudam a enxergar o nosso grande problema: morrem mais de 26 pessoas em cada 100 mil habitantes por homicídio, a maior parte por arma de fogo! 108 pessoas por dia (DataSUS, 2003)

Este é o nosso problema. O problema que temos de tratar para não perder mais tantos brasileiros, tantos jovens, porque são os jovens os que mais morrem por tiro.

3. O DESARMAMENTO NÃO É "COISA DESTE GOVERNO". NÃO VOTE A FAVOR DA MORTE PORQUE VOCÊ ESTÁ ZANGADO COM O GOVERNO.

O Estatuto do Desarmamento é uma conquista de quase vinte anos da sociedade brasileira. Embora tenha sido aprovado em 2003, pelo Congresso Brasileiro, havia em tramitação 70 projetos de lei, alguns desde 1988. Setenta! Todos engavetados. O primeiro era de 1988, do então Deputado Eduardo Jorge.

Em meados de 2003, foi criada uma Comissão Mista, Senado e Câmara, para analisar esses projetos de lei que se amontoavam. A Comissão foi composta por cinco deputados e cinco senadores, sob a Presidência do Senador Edson Lobão. O relator foi o Deputado Luiz Eduardo Greenhaugh, que fez a proposta depois de analisar os projetos existentes.

Conheça o depoimento do Deputado Greenhaugh, publicado na Revista CONASEMS, de agosto de 2004, fls. 7 a 12:

"Na bancada do meu partido tinha gente contra, a base do governo era majoritariamente contra. Acabei tendo alento com o depoimento daquela deputada Sandra Rosado, de Natal (...) que começou a dizer que ia votar pelo desarmamento por uma coisa que havia acontecido com ela. Tinha um filho de 25 anos que morreu porque tinha, num determinado momento, ao alcance de suas mãos, uma arma de fogo. Portanto, ela ficava até hoje pensando que se não tivesse aquela arma de fogo, talvez o filho estivesse vivo. Foi um depoimento muito comovente. As pessoas foram parando para ouvir. Ela chorando e discursando, chorando e discursando. Todo mundo prestou atenção no que ela falou:

"Eu tenho uma vítima. A pessoa que eu mais amava na minha vida, o meu filho, morreu porque num determinado momento de depressão tinha uma arma de fogo."

Isso foi muito marcante na Comissão. Eu me fortaleci com o testemunho dela e articulei mesmo para ganhar. Na base do governo eu perderia, então articulei fora da base do governo. Articulei com o PSDB e com a base do PFL. O relatório depois de aprovado na Comissão de Constituição de Justiça, foi rapidamente aprovado no plenário." (...)

"ONDE HÁ UMA ARMA DE FOGO NÃO TEM DIÁLOGO.
QUANDO VOCÊ RESOLVE UM ASSUNTO COM A ARMA DE FOGO,
ESTÁ NO LIMITE MÁXIMO DA INTOLERÂNCIA"
O meu voto
(Antonia Leite Barbosa)



(...) O Brasil já tem armas demais. Somos o país com o maior número de pessoas mortas por arma de fogo no mundo. Vou votar por princípio. Não gosto de armas. Armas foram feitas para matar. O outro lado deste referendo tem munição o bastante para tentar derrubar os argumentos que reuni aqui e justificar a comercialização de armas. Cabe a você ser consciente e tomar a decisão na qual acredita. Vou defender minhas opiniões de forma aberta, de quem já teve uma arma apontada para si, e contar um episódio que aconteceu dentro da minha própria casa. Cada um tem sua história, mas o objetivo de diminuir a violência é comum a todos.

Famílias que guardam armas em casa podem ser vítimas de acidentes trágicos. Meu pai foi colecionador e guardava algumas armas de fogo em casa. Há alguns anos, no meio de um feriado, sofremos um assalto. Quando os bandidos encontraram os revólveres, ficaram transtornados, com medo que meu pai tivesse outros escondidos, ou fosse um policial que já tinha marcado bem a cara deles. A simples existência delas naquele momento quase matou minha família. Nem preciso dizer que saíram de lá mais equipados.

É verdade que as campanhas estão induzindo o voto do cidadão. É verdade que podem tirar nosso direito primitivo de defesa. É verdade que o poder público não está equipado para nos dar a segurança de que precisamos. É verdade que a proibição do comércio de armas de fogo e munição, isoladamente, não é capaz de solucionar o problema da criminalidade. Tirar armas de circulação é apenas um avanço nesta direção. Mas também é verdade que as armas de fogo matam mais do que doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer, Aids e acidentes de trânsito. Além dos riscos para as crianças, armas em casa oferecem mais riscos também para as mulheres: 44% dos homicídios contra elas são realizados com armas de fogo sendo que 2/3 da violência contra a mulher têm como autor o marido ou companheiro. Quase metade dos presos por porte ilegal são jovens.

O custo desta violência para os cofres públicos é alto. Das armas usadas em crimes, nos últimos seis anos, 61% pertenciam a civis e foram desviadas para o crime. A arma legal alimenta os bandidos. Bandidos não compram armas em lojas, mas são as armas compradas em lojas que vão parar nas mãos dos criminosos. A redução da oferta no comércio legal vai levar a um aumento dos preços no mercado ilegal, tornando mais difícil a aquisição. Precisamos fechar a torneira. A chance de morrer numa reação armada a roubo é 180 vezes maior de que morrer quando não há reação. Crimes passionais são as primeiras motivações para os homicídios entre pessoas que se conhecem.

As armas que mais matam no Brasil não são as pesadas do tráfico de drogas, mas as armas curtas e nacionais, responsáveis por 80% dos homicídios no país. Instituições e movimentos importantes como a ABI, a OAB e o MST também participam das mobilizações pelo SIM. Dizer SIM no referendo é dizer SIM à vida. É construir uma cultura da paz.

18.10.05

Novidade: Faculdade CCAA

Veja a matéria d'O Globo sobre o assunto aqui.

17.10.05

DESARMAMENTO
(Nilton Bustamante - nilton.bustamante*superig.com.br)


Hoje, em nosso país, Brasil, passa-se pelo questionamento sobre desarmamento civil. Como não poderia deixar de ser há os que são favoráveis e os que são contra.

Em nome da defesa da vida e do patrimônio, mentes, olhos e corações sobressaltados armam-se de todo "arsenal" de argumentos técnicos, pesquisas, estatísticas, legislações, razões e dúvidas, na grande luta das idéias. Mas, faço um convite para esvaziarmos de tudo isso, de todas essas dúvidas, de todas essas certezas, que passam a ser secundárias na busca de um desafio muito maior. O maior desafio de todas as nossas histórias, de nossas vidas: a construção da não-violência. Até onde minha lembrança alcança, as grandes almas que por este planeta pisaram, em épocas diferentes, foram pelo mesmo coro, pela mesma voz, pelo mesmo pensamento: "só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio"; "o ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal"; ou ainda, "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? - Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete".

Desarmar-se do pensamento que há um perigo crescente, concreto, na figura do "fora-da-lei", das agressões externas de todo tipo e forma; entender através da consciência racional que há um primitivismo a ser desmontado e vencido dentro de nós, para entender ainda que é preciso alcançar o próximo interruptor um pouco mais ao alto, para ascender às idéias mais repletas de Luzes e nos libertar da escravidão milenar da defesa através das armas, que facilmente passam a ser de ataque, conforme as circunstâncias e interesses dos sentimentos guerreiros, conquistadores, reflexos de sociedades beligerantes. Queremos realmente nos armar para defender nossa família e patrimônio ou dar vazão à outros chamamentos da alma?

Sim, é verdade. Você agora provavelmente está questionando que há homens violentos, desumanos, perversos, assassinos, sem consideração a nada e a ninguém. Mas, ainda, sim, e por isso mesmo, é preciso outro tipo de tática, outro tipo de luta. Outro tipo de convencimento: vencer o desafeto com amor; quantas vidas forem necessárias em nossa eternidade para tanto.

Mahatma Gandhi conquistou a libertação de seu país que estava sob o domínio secular da Inglaterra. E como ele conseguiu tal fato sem dar um único tiro? Provavelmente havia mil motivos para o povo hindu odiar os ingleses, mas não decidiram pela arma, mas sim, a inteligência como companheira. Como um país consegue se libertar da tirania de outro, sem jogar a guerra como solução? A resposta: conscientização!

Ele, Gandhi, através da convicção da idéia fortalecida de liberdade, apoiada e unificada pelo povo hindu, teve o brilhantismo em preocupar-se em esclarecer a parcela sofrida do povo inglês, também escravizada pelo próprio Estado dominador. Gandhi fez ver a todos que a luta era uma só, que havia de um lado: povos, pessoas, vidas, oprimidos e da mesma forma escravizados e de outro: o dominador, aproveitador, pior que animal selvagem, insaciável, que se alimenta de vidas, sonhos e consciências. Fizeram, os hindus, campanhas de boicotes, assim como a marcha para o mar, quando milhares de pessoas andam mais de 320 quilômetros a pé, para protestar contra os impostos sobre o sal.

É claro, há ainda interferências econômicas e políticas que o Grande Capital usa para dominar os povos de todos os continentes. Mas, é histórico, inquestionável, que já experimentamos várias etapas de "libertação" e de "conscientização", em toda parte.

O povo consciente de idéias de liberdade, igualdade e fraternidade, não há tirania que resista. A boa luta continua.

Então, sobre o desarmamento, penso que seja necessário à sociedade organizada conscientizar-se e fortalecer as Instituições para que essas cumpram seus deveres. A corrupção, a roubalheira, os desmandos só existem porque nós, povo, permitimos. Simples assim.

Se não consumirmos drogas, provavelmente não haverá traficantes. Se não subornarmos, provavelmente não haverá subornados. Se realmente nos preocuparmos e atendermos o caído na calçada, haverá caminhos mais floridos. Casas com muros, não são bonitas. Homens armados, não são exemplos. Quantas casas fortificadas em condomínios não ficaram livres dos crimes? Foram vítimas do mal-viver familiar. Então não é uma questão de muros e armas. Mas de evolução moral e espiritual.

Continuar, ainda que sozinho, ou ainda que em menor número. Antes ser mártir que assassino. A maioria dos grandes homens foi assassinada, mas nem por isso estavam errados; suas idéias avançadas levarão algum tempo para assimilarmos, mas não estão equivocadas, nem são menores por isso. Nós que somos pequenos, medrosos e atrasados. Realmente temos dificuldades em vencermos nossos perfis mais brutos, arquétipos milenares impregnados de grosserias. Simples assim.

E não cabe a nós, armar-nos, não cabe às nossas consciências regredirem nas esferas da evolução. É necessário querer o bom exemplo, querer as chaves que as Grandes Almas nos mostraram, ainda que pesadas ferramentas, ainda que sem jeito para manuseá-las, mas, pela vibração, pelo exemplo, saberemos que essa expressão é verdadeira: "O método da não-violência pode parecer demorado, muito demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido".



Luzes e Paz!
Dia 07 de novembro, segunda-feira:

Clube Caiubi desembarca no Rio de Janeiro para se encontrar com a M-Música

Show na Funarte, com oito compositores, prossegue intercâmbio RJ/SP e revela a música que está ajudando a escrever a história da MPB em São Paulo


O compositor-intérprete Max Gonzaga, que sacudiu o último Festival da Cultura, com "Classe Média", e os também compositores e intérpretes Alexandre Cueva e Álvaro Cueva, cujo CD ( Canabi Emotiva) o Rio de Janeiro já andou sorvendo em turnê recente da dupla pela noite carioca, são três dos compositores de São Paulo ligados ao Clube Caiubi de Compositores a se apresentarem, dia 7 de novembro, às 18h e 30min, na Sala Funarte.

A caravana faz parte de uma parceria entre o 'Clube Caiubí de Compositores' (SP) e o e-group 'M-Música' (grupo de discussão sobre música com sede no RJ e forte representação por todo o Brasil) e se completa com Daniel Pessoa, autor, entre outras canções, da irrepreensível "Um outro eu", e Tito Pinheiro, que a mídia paulistana já batizou de "cavalheiro da paz", pelo sentimento que faz transbordar em músicas como "Cabra Cega". Mas quem for à Funarte também poderá ouvir Márcio Policastro, em peças como "Mundinho Cult", crítica social que combina acidez e ternura. Nesse campo, porém, o da ternura, imperdíveis são Fernando Cavallieri, com a teatral "La Sílvia", parceria com Sonekka, e que integra o segundo CD do autor (In Alpha), além de Liz Rodrigues. A "musa" do movimento musical emociona com "Cisco no Olho", parceria dela com outros dois compositores do Clube Caiubi: Ricardo Soares, o gaúcho que levou um dos Festivais da Globo, e Sonekka, parceiro de vários desses compositores, que lançou em 2003 o lindo CD 'Incríveis Amores'.

Essa parceria, 'Caiubí' / 'M-Música' se dá da maneira mais natural possível, uma vez que vários de seus integrantes são comuns e já se apresentaram em eventos menores nesse intercâmbio que prossegue agora, dia sete de novembro com shows de caiubistas e dia oito de novembro, na mesma sala Funarte, com shows dos 'musgueiros', como carinhosamente são chamados os membros da lista de discussão.

Sobre o Clube Caiubi

O Clube Caiubi de Compositores é um movimento musical que nasceu há pouco mais de dois anos, quando alunos, professores e funcionários da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) passaram a se encontrar ali, com o objetivo de compor, tocar e cantar composições próprias. Ao longo do tempo, o espaço da Rua Caiubi, 420 transformou-se em centro cultural, aberto e democrático, de convivência dos vários gêneros musicais.

O curador do Caiubi, o cantor e compositor Zé Rodrix, compara o clima do local ao dos cafés do Greenwich Village, em Nova York, na década de 60. Hoje, além dos oito fundadores, mais de 20 artistas integram o Clube Caiubi, recebe, nas já tradicionais Segundas e Quartas-Feiras Autorais, grande número de pessoas que amam a boa música. "Há quem diga que não existem mais bons compositores no Brasil, que não há mais renovação na MPB, que não existe público para a música nova de qualidade. Mas o Caiubi nega veementemente essa crença. As canções produzidas são, na minha opinião, a coisa mais nova e fascinante que eu vi nesses últimos 25 anos na música brasileira", afirma Zé Rodrix.

Os artistas do Caiubi ganharam a noite paulistana em 2004, com apresentações no Supremo Musical, Teatro da Universidade Católica (Tuca), Sesc Ipiranga, Crowne Plaza e diversos municípios do interior de São Paulo. Neste ano, a agenda registra shows no Crowne Plaza, Espaço Cultural Santo Agostinho e em São José dos Campos, entre outros espaços.


SERVIÇO

Show Caiubi na Funarte - Projeto M-Música

Local Sala Funarte Sidney Miller (225 lugares)

Endereço Rua da Imprensa 16, Palácio da Cultura Gustavo Capanema, Centro, Rio de Janeiro (Metrô Cinelândia saída Pedro Lessa)

Endereço virtual www.funarte.gov.br

Horário 18h e 30min

Preço R$ 10,00 (inteira), R$ 5,00 (meia)

Telefones 2240-5151 / 2279-8087

Ficha Técnica Alexandre Cueva. Álvaro Cueva, Daniel Pessoa, Fernando Cavallieri, Liz Rodrigues, Márcio Policastro, Max Gonzaga e Tito Pinheiro. Na percussão, Bebê do Góes. Participação especial, Tavito.


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Show do dia 08 de novembro, terça-feira:


ALGO DE NOVO NO AR



Há algo de novo acontecendo na música. Chega sem barulho, serpeando pelos entremeios da atual mesmice e da aridez constituída pelos poderosos interesses dos capitães da indústria e da mídia. Trata-se de um grupo heterogêneo ao extremo, formado por músicos, cantores, compositores, poetas, jornalistas, produtores, colecionadores de discos e agregados imprescindíveis, que são, antes de tudo, artífices do pensamento e do debate, além de apaixonados amantes dessa arte tão machucada e cambiante que é a música e seus entornos. O movimento, que, aliás, ainda não se reconhece como tal, originou-se de uma simples lista na Internet, inventada pela carioca Nana Soutinho há quase seis anos - despretensiosamente, como devem ser os movimentos humanos que geram dividendos culturais fortes e estabelecem zonas de equilíbrio significativas, que naturalmente se tornam pontos de partida para novas grandes idéias e ações conjuntas. Estabeleceu-se uma empatia natural entre os assinantes da lista; pela comunhão de interesses, pela liberdade de expressão inigualável impressa nos debates e pelo desejo imperioso de retomada da criatividade perdida nesses tempos onde tudo é fake, tudo se reporta a formatos ditados pela patética imitação do star-system hollywoodiano - da qual a cultura brasileira é refém como um todo. Na M-Música (esse é o nome da lista) discute-se e aprende-se tudo que se relaciona com a música mundial, das arábias ao Japão, do Oiapoque a Paris, de Nova Iorque ao Ceilão, de Lisboa a Ipanema. Há listeiros por todo o Brasil e muitos no exterior, amantes de todas as tendências, roqueiros, sambistas, jazzeiros aos magotes, MPBistas ferrenhos, antiquários da canção, estudiosos, eruditos... todos a defender seus pontos de vista, que convergem para um só ponto comum: a necessidade premente de se buscar novas orientações para o mercado e, principalmente, para nossos ouvidos. O listeiro Zé Rodrix, um dos mais atuantes, depois de mais de vinte anos afastado do mercado artístico, além de retomar as atividades com o genial trio Sá, Rodrix & Guarabyra, gravando um CD e um DVD pela Som Livre, voltou a exercer suas funções vitais de compor, cantar, tocar e ser feliz - segundo ele próprio nos relata:

" ...e fui retornando ao hábito de criar, compor, ainda de forma canhestra, desabituado que estava do exercício da criação livre. O surgimento da lista M-Música foi um alumbramento: aqui eu encontrava gente interessada no assunto de maneira real, disposta a debater e discutir suas preferências & gostos & idiossincrasias sem nenhum momento de terror, e a fim de provar que Música pode ser Arte, e que a Arte pode ser um exercício cooperativo e não competitivo, como vinha sendo ensinado nos ultimos vinte anos. (...) Hoje é impossível parar, depois de reiniciar corretamente o que antes havia sido apenas egoismo e auto-piedade. Hoje sei claramente o quanto valho: tenho certeza de que esse meu valor real não tem nada a ver com o que o mercado está disposto a pagar por mim, reconheço que existe um público real que persegue o novo mais do que gostaríamos de acreditar, e que é nossa obrigação correr o risco de errar e de acertar, sem medo das consequências; porque o futuro espera que sejamos, pelo menos, úteis."

Esse reflexo se alastrou por toda a lista, de variadas formas, se tornando uma verdade que revolucionou e abriu as comportas internas da alma de cada listeiro. Houve um envolvimento tal dos participantes da M-Música com seus pares que os compositores deram de compor furiosamente entre si, os jornalistas de reportar, os produtores de produzir, os agregados e colecionadores de gravar CDRs e distribuir através do Playing exclusivo dos listeiros. E, como era de se esperar, os amigos escritos não tardaram a se tornar amigos falados; e os encontros da lista se instalaram, oficiais e sólidos. Começaram pelo genial Clube Caiubi em São Paulo, com suas Segundas Autorais e suas Quartas Quartas (toda quarta quarta-feira de cada mês) e se sofisticando na "Sopa de Letrinhas". No Rio, instituiu-se a "Segunda Segunda" no Panorama, aprazível barzinho-restaurante do Leblon, e a já tradicional Domingueira do Grajaú, sob a exímia batuta culinária do João Bani. Nesses encontros, onde a democracia plena é exercida em todas as suas nuances, a moçada se solta como que em família, mostrando arte pura e autêntica, sem peias ou temores. Essas jams de liberdade se tornaram um dos mais vivos, atuantes e interessantes movimentos musicais de que se tem notícia nessa realidade seca e fosca da paisagem musical brasileira. A química é a da troca: os mais velhos passam generosas doses de experiência para os mais novos, que retribuem com sua energia borbulhante, tão imprudente quanto necessária. Gente como Etel Frota, Sérgio Santos, Alexandre Lemos, Sonekka, Cristóvão Bastos, Regina Makarem, Aparecida Silvino, Gut Guarabyra, João Bani, Tibério Gaspar, Marianna e Fernando Leporace, Celso Viáfora, Iso e Tato Fischer, Tavito, Tânia Méliga, Clarisse Grova, Cacala, Zé Edu Camargo, Cláudia Telles, Tavynho Bonfá, Cris Saraiva, Lucina, Sérvulo Augusto, Vlado Lima, Fernando Zdanovicz, Márcio Lott, Edu Camenietzki, Guilherme Rondon, Toninho Spessoto e muitos, muitos mais, tantos que não cabem nessa lauda, se misturam num saboroso pavê cultural de incontáveis tendências e formas e cores e credos – provando que a percepção e a construção de ideais sólidos estão diretamente atreladas ao talento, sim; mas também a um consistente e participativo espírito de grupo.

29.9.05

"Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Se quiser ser feliz para sempre, perdoe."
(Tertuliano)

"Algumas pessoas são tão dscretas quanto uma tarântula numa fatia de pudim."
(Raymond Chandler)

"Se falar fosse mais importante que escutar, teríamos duas bocas e um ouvido."
(provérbio chinês)

"Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha, e não juiz."

(Quevedo)

"Ria e o mundo rirá com você. Ronque e dormirá sozinho."
(Anthony Burgess)

"A maior parte de nossa vida passa enquanto estamos fazendo as coisas erradas, uma parte enquanto estamos fazendo nada, e a vida toda enquanto estamos perdendo tempo."

(Sêneca)

"Tudo o que você precisa na vida é de uma dose de ignorância e outra de desconfiança, e aí o sucesso está garantido."

(Mark Twain)

"O ócio é um relógio sem ponteiros. Tão inútil funcionando quanto parado."

(Willian Cowper)

"O que sei, qualquer um pode saber. Mas meu coração é só meu."
(Goethe)

"O medo é pai da crença."
(Olavo Bilac)
O que faz você feliz?

(Adília Belotti)

O que é que torna a vida excelente? Por que algumas pessoas parecem extrair o máximo de suas vidas e outras, ao contrário, vão se arrastando, capengas, pelo caminho?

A palavra-mágica é “fluxo”, diria o especialista Mihaly Csikszentmihalyi (experimente pronunciar mais ou menos assim: mi-há-i chic-sent-mi-há-i), autor de vários livros, incluindo meu favorito: A Descoberta do fluxo, psicologia do envolvimento com a vida cotidiana.


Certo, você ficou confusa. Fluxo? Sim, fluxo. Usos novos para velhas palavras....Para o professor Mihaly, fluxo seria aquilo que os alpinistas sentem pendurados a meio caminho do topo da motanha, por exemplo, quando viver é apenas o movimento, o vento e a vertigem do abismo... Fluxo é o que os corredores experimentam ao longo do percurso, quando só existe o caminho e você é uma parte da trajetória... E é, talvez a resposta mais moderna para os antigos ensinamentos dos mestres zen: “Quando andar, apenas ande; quando descansar, apenas descanse; quando falar, apenas fale; isso é meditação...”

Mergulhe no fluxo, mergulhe no fluxo...

Fluxo é aquela sensação de viver sem esforço e de existir em harmonia. O contrário de fluxo são aqueles momentos irritantes em que você está fazendo alguma coisa, desejando outra e pensando em uma terceira...algo como ir ao supermercado, sem vondade, porque você gostaria de estar, digamos, nadando, e ficar o tempo todo pensando no relatório que você precisa entregar... ufa! Então, fluxo é o oposto deste estado estressante e até perigoso, mistura de inconsciência com uma extraordinária agitação interna. Em estado de fluxo você consegue harmonizar sentimento, desejo e pensamento, tudo fluindo para este agora, este já grávido de sentido!


O que faz você feliz?

Felicidade é permanecer neste estado pelo maior tempo possível porque esta extraordinária sensação de bem-estar produz reflexos não só na nossa alma, mas também no nosso corpo. “Fluxo é uma condição de grande concentração, produtividade e felicidade que todos nós, intuitivamente entendemos e desejamos”, diz nosso superpsicólogo de 71 anos, nascido na Itália e cuja paixão, além dos seres humanos, é o alpinismo.

E ele continua: “A felicidade é o protótipo das emoções positivas. Como disseram muitos pensadores desde Aristóteles, tudo o que fazemos tem como meta final experimentar a felicidade. Nâo queremos realmente a riqueza, ou saúde, ou a fama por si sós – queremos estas coisas porque esperamos que elas nos tornem felizes”. A idéia de fluxo nasceu justamente para tentar responder à pergunta: se o que mais desejamos é a felicidade, o que sabemos realmente sobre ela? Sabemos que nestes momentos excepcionais estamos mais perto da felicidade do que quando sonhamos com ela. E, graças aos estudos do mestre Mihaly, que hoje dirige o Centro de Pesquisas em Qualidade de Vida na Drucker School Of Management, na Califórnia, podemos aprender a identificar estes momentos preciosos...


Não fuja dos desafios. Para mergulhar no fluxo você precisa estar envolvido em uma atividade que represente um desafio, algo que obrigue você a flutuar nas fronteiras da sua capacidade. Já deduziu, não é? Pouquíssimas pessoas relatam experiências de fluxo vendo TV, por exemplo.
Mas fuja correndo da ansiedade e da apatia. Cuidado: metas absurdas não tem nada a ver com o fluxo, ao contrário, se o desafio for maior do que sua capacidade, por exemplo, você vai só se frustrar e adeus fluxo! Enganar o fluxo com atividades fáceis demais também não vale: você fica tão relaxada, tão relaxada que ...mergulha no tédio ou na apatia. “Um dia típico é cheio de ansiedade e tédio. As experiências de fluxo oferecem lampejos de vida intensa, contra esse fundo medíocre”, avalia o professor. Tente imaginar em que momento do seu dia, você se sente assim?
Qual é a sua paixão? Não dá para mergulhar inteiramente naquilo que está fazendo sem prazer. E aqui o prazer não nasce da vitória ou da realização. Ele nasce da própria experiência. Quando estamos em fluxo o tempo é eterno...Que tipo de coisa faz você perder a noção do tempo?
Tenha um objetivo. Se você não sabe o que quer ou onde quer chegar, dificilmente vai conseguir mergulhar no fluxo. Praticamente qualquer atividade pode favorecer este estado: jogar xadrez, tocar ou ouvir música, mexer no jardim, cozinhar, escrever e, claro, pintar um quadro, fazer uma cirurgia, ....Mas ter uma meta clara e definida é fundamental para o seu mergulho. Escolheu sua atividade favorita? Observe se ela não se encaixa nesta regrinha...
Ansiedade e incerteza são grandes inimigas do fluxo. Por isso o fluxo existe quando o feedback é imediato. Você sabe se a nota da música está errada, ou se a bola de tênis caiu na rede. Para estar completamente envolvida numa ação, você não pode ficar aflita pensando em qual deveria ser o resultado. Ganhando ou perdendo, acertando ou errando, o fluxo acontece quando você está inteiro na ação que realiza. Importante é competir? Sim, diria entusiasmado o professor. Mais ainda, importante é o mergulho, surfar na vida... quer coisa mais zen?

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