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27.3.04

Ai, acho que estou com furor re-edicionista. Mais uma do baú:

Manifesto



Tenho muito medo de gente estúpida.

Também fico ressabiada com quem vai pintando o cabelo de uma cor cada vez mais clara e acha que ninguém vai perceber. E também de homens de peruca ou que tingem os cabelos para esconder os brancos.

Tenho verdadeiro pavor de sararás que evitam apresentar-se com a família, daqueles que investem em blondor para pêlos que não ficam à mostra, esquecendo que a cor escura de certos pontos anatômicos não pode ser disfarçada.

Olho com suspeita quem se veste sempre de cor-de-rosa. São as portadoras da síndrome de Barbie. Ou de quem está sempre de preto, seja por morbidez genuína ou por fashionite crônica.

Fujo como o diabo da cruz do povo que diz que prefere os animais aos humanos. Diante do espelho devem continuar zurrando para cultivar a auto-estima.

Evito a todo custo quem já passou dos vinte e cinco e insiste no tatibitate para demonstrar ou simular afeição.

Em noites sem lua procuro ficar longe de eco-chatos, artistas em eterna busca de verba para o projeto que só eles acham genial, o pessoal que termina frases de reclamação com a expressão “só no Brasil“, o denuncista, quem tem contatos quentíssimos que explicam só pra ele tudo o que está por trás de qualquer assunto, gente que abusa de expressões em latim e qualquer outro intelectualóide fajuto.

Nunca tenho roupa para festas onde sei que vou encontrar quatrocentões legítimos ou falsificados e wannabes porque detesto Halloween.

E ainda sou capaz de fazer xixi na calça se num beco escuro à meia-noite cruzar com um hipócrita.
Por três vezes, durante esta que foi a semana do meu aniversário, de alguma forma, pessoas diferentes, citaram ou me fizeram lembrar deste meu texto abaixo. Então, aqui está ele novamente:

Não faz muito alguém segurou na minha mão e perguntou se eu havia morrido. Temo dizer que sim e me escondo no escuro e no silêncio. Não sei se morri, mas com certeza estou mais etérea, quase diáfana. Essa transparência traz vantagens e também desvantagens. Posso ser eu à vontade em meu próprio mundo particular e oculto. Entretanto as pessoas passam através de mim sem saberem que depois tenho que repor tudo no devido lugar sozinha. E elas sequer se dão conta disso.

Tinha um sonho que quase se cumpriu uma vez antes de transformar em pesadelo. Hoje já o abandonei porque sei que ele só me traz sofrimento. Tenho outros que não sei se já passaram do tempo. Talvez sim. Não é confortante a idéia de que se passou da idade para certas coisas. Foco então no possível e tento, do meu jeito canhestro, torná-los reais, que não sou do tipo de gente que se farta com migalhas e restos. Revirar lixeiras? Estou fora! Nasci para brilhar. E gosto de ter a minha volta quem, como eu, saiba polir. A si mesmo e a mim. Gosto de quem também sonha bonito. Gosto de realizar sonhos, que sonhos não realizados são espinhos doloridos demais. Felizmente há ainda muito tempo para muita coisa. Dou as boas vindas a quem se dispuser a embarcar comigo. Para os demais, lenço branco.

Mixaria me cansa. Gosto da fartura de sorrisos, de carícias, de afeto, de troca, de amor. Comedimento é coisa para fracos. Sou franca e não gosto de jogos. Nem dos de guerra, nem dos afetivos, nem dos das regras sociais. Quero arrebatamento! Quero tesão! Quero amplos gramados onde possa soltar as feras da minha insanidade sem ferir ninguém... Fazer-me miúda para não incomodar me exaure e me adoece. Quero espaço para ser! Rir quando estiver com vontade e ter motivos para querer a toda hora.

26.3.04

POÉTICA
(Manuel Bandeira)

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


Obrigada, Marcelo, por ter me lembrado dessa.
Jubileu de M.C. com almoção.
Níver de M.S. em matinée chez elle.
Exploração da Feira de Tradições Nordestinas com J. e C.P.
Encontro ainda com dia, local e horário indefinidos com E. e G.

Oh, yeah! O findi promete...
O Xis do Problema
(Noel Rosa)

Nasci no Estácio
Fui educado na roda de bamba
Sou diplomado na escola de samba
Independente conforme se vê
Nasci no Estácio
o samba é a corda e eu sou a caçamba
Não acredito que haja muamba
Que possa fazer eu gostar de você

Eu sou diretora da escola Estácio de Sá
Felicidade maior, nesse mundo não há
Já fui convidada para ser estrela do nosso cinema
Ser estrela é bem fácil
Sair do Estácio é que é

o Xis do problema

Você tem vontade
que eu abandone o Largo do Estácio
Para ser a rainha de um grande palácio
Dar um banquete uma vez por semana
Nasci no Estácio
Não posso mudar minha massa de sangue
Você pode crer
Palmeira do Mangue
Não vive na areia de Copacabana
Último Desejo
(Noel Rosa)

Nosso amor que eu não esqueço
E que teve seu começo
Numa festa de São João,
Morre hoje sem foguete,
Sem retrato e sem bilhete,
Sem luar, sem violão.

Perto de você me calo,
Tudo penso, nada falo,
Tenho medo de chorar.
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar.

Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não,
Diga que você me adora,
Que você lamenta e chora
A nossa separação.

E as pessoas que detesto
Diga sempre que eu não presto,
Que o meu lar é um botequim,
Que eu arruinei sua vida,
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim.
As numerações dos apartamento são diferentes no Rio e em São Paulo. Na Cidade Maravilhosa, essas unidades habitacionais são designadas por centenas, enquanto na Terra da Garoa são as dezenas que explicam sobre os andares em que se localizam.

Assim, um apartamento 105 na cidade sede dos próximos Jogos Panamericanos seria no primeiro andar, já na maior metrópole da América Latina um apartamento com este número fica no décimo andar.

Lembro tudo isso a vocês porque uma questão periclitante me aflige: será que em Sampa nenhum prédio tem mais que 10 residências por andar? Imagino que sim. Então como seria chamado o décimo apê do quarto andar? Quarenta e um a?

Por favor, ajudem uma ignorante a ver a luz!
Acabo de voltar do hospital. Fui doar sangue para uma conhecida que está internada e vai ser submetida a uma cirurgia. Não pude fazer a doação porque no último trimestre do ano passado fiz uma endoscopia.

Como é que ninguém me avisou que se corre o risco de contrair AIDS ao se fazer um exame desses? Todo mundo alerta quanto aos riscos de tatuagens, piercing, acumputura. Há recomendações para que tomemos cuidado, que exijamos material descartável, que procuremos por esse ou aquele dado, mas nunca, nunquinha, ninguém me disse que eu numa situação vulnerável com um procedimento médico como a endoscopia.

Assim, só posso doar sangue a partir de setembro. Estou no que eles chamam de período cego, onde o vírus, se tivesse sido contraído, não poderia ser detectado. A mocinha da entrevista me diz para eu não me preocupar, porque o Ministério da Saúde prefere pecar pelo excesso de zelo e que o risco de uma contaminação ter ocorrido é quase nulo.

Não sou paranóica e, provavelmente amanhã já terei esquecido deste assunto, mas deveria ser obrigatório, quando um médico solicita um exame que implica qualquer gravidade para o paciente, avisar sobre isso e sobre alguns cuidados básicos que podem ajudar a diminuir as chances de algum problema.

Se tivessem me avisado da (mesmo mínima) possibilidade de perigo, teria optado por não fazer o tal exame. Até porque o médico que o solicitou estava numa linha de investigação completamente equivocada. Resolvi por conta própria fazer um prosaico exame de vista e descobri que meu enjôo era causado por uma questão oftalmológica.

Tô bege!

24.3.04

Não deveria me esquecer disso, mas ainda me choco quando sou exposta a essa situação.
"Quando todos pensam igual é porque ninguém está pensando."
(Walter Lippman)


Não apenas por estar envolvida indeiretamente nesta campanha, apoio inteiramente a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, assim como fiquei muito feliz quando conquistamos o direito de sediar o Pan em 2007.

Este tipo de evento traz empregos, divulgação positiva, turismo, investimentos em diversas áreas, como habitação, tranporte, infra-estrutura e muitos outros benefícios que continuarão a beneficiar à cidade por gerações.

Isso tudo é maravilhoso.

Mas precisava que três demolições simultâneas acontecessem sob a janela do meu quarto enquanto eu tento trabalhar?
O RIO DE JANEIRO SE ALEVANTA NOVAMENTE


O Blogger.com.br (...) não tem a mínima consideração com seus usuários e defenestrou impiedosamente os arquivos de diversos blogs ali hospedados.

(...) Também não gosta do Rio de Janeiro. Tanto que descontinuou também um local que é inteiramente voltado a louvar e a cultuar nossa cidade:o Levanta Rio. Este conteúdo também é ofensivo?

Bem, depois da Derrubada Rio eis que Li Stoducto e Márcia Cardoso mudaram o Rio de Janeiro para a Baía do Blogdrive, reconstruíram os alicerces e taí o Levanta, Rio de novo no ar.

Pra quem gosta do Rio ou não entende porque as pessoas gostam do Rio.


(Texto do Ricky, na íntegra aqui)

23.3.04

Cirurgias Gratuitas para Crianças no RJ


Recebi uma solicitação para divulgar o projeto abaixo. Já verifiquei, mas quem tiver dúvidas, pode ligar para a Coordenadora de Projetos, Michelle Lima, (21) 2223-0290.


O Centro Nacional de Estudos e Projetos - CNEP, juntamente com a ong TAMIM, estará cadastrando crianças de 0 a 12 anos de idade, comprovadamente de baixa renda, moradoras de qualquer município do estado do Rio de Janeiro, portadoras de deformidades inestéticas diversas (lábio leporino, fenda palatina, cicatrizes, seqüelas de queimaduras, seqüelas de violência, síndromes e outras), durante a Ação Global, para receberem cirurgias corretivas GRATUITAMENTE.

O cadastro servirá para encaminhar as crianças às etapas de Triagem do Projeto Uma Vida a Cada Dia - Cirurgias Reparadoras em Crianças, que deverá realizar-se no ano de 2004.

Se você conhece alguma criança nas condições descritas acima, ajude-a, indicando este serviço ao seu responsável ou a alguém próximo.

Pratique você também a sua ação de Responsabilidade Social!

Este projeto já beneficiou mais de cento e vinte crianças, através de quase duzentas cirurgias.

Para saber mais sobre o CNEP e o projeto "Uma Vida a Cada Dia - Cirurgias Reparadoras", clique aqui.

22.3.04

Fui à Babilônia Feira Hype e o Marcelo Serrado me deu 2 convites duplos pra sua peça Esse Alguém Maravilhoso que Eu Amei (texto de Aloísio de Abreu, que co-dirige com Cininha de Paula). Eu tinha lido que ele estava em cartaz com esta peça com a Cláudia Rodrigues e gostei da idéia de rir um pouco na noite de sábado.

Saímos da feira e fomos trocar os convites pelos ingressos ali pertinho no Shopping da Gávea. Num sinal, um mini-jeep branco avança e quase bate no nosso carro. Ao volante Matheus Nachtergaele e Arlindo Lopes (o moreninho de cabelo enrolado que serve de escada pra ele na novela) no banco do carona. Nada sério, nada grave, só susto, vamos em frente.

À noite fomos assistir à peça e foi bem divertido. Na saída do teatro, esbarramos na Camila Pitanga sendo simpática com uma fã grávida.

Já tínhamos ingressos grátis para outra peça neste final de semana e fomos para -como diz meu amo e senhor - aquele distante subúrbio, a Barra da Tijuca. Tinha uma celebridade por lá também e me recuso a dizer seu nome, mas ele se enquadra na horripilante categoria ex-BBB. A peça Fama, no Teatro Antônio Fagundes, tinha um elenco talentoso que cantava e dançava bem. O texto é assim assim e abusa das piadas com homossexuais que eu acho um tanto sem graça, mas vale a pena para daqui a alguns anos, quando algum deles se tornar conhecido dizer: "conheço o trabalho dele(a), desde o tempo em que trabalhava em peças semi-amardoras".

E eu já estava achando que as tais celebridades estão brotando dos bueiros e que na verdade está todo mundo pondo a cara na TV e sendo reconhecido nas ruas ou que talvez eu tenha andado demais no final de semana nos locais que os famosos freqüentam e que de volta à rotina e ao meu canto o surto ia passar...

Mas depois de deixar o moleque na escola, dei um pulo voando ali no meu shopping de esquina para as derradeiras providências para o grande dia, quando vejo um alvoroço, um bando de gente esticando o pescoço, guardas, cordões de isolamento, luzes e câmeras. Como moradora de uma grande cidade, influenciada pelo apelo trágico dos telejornais, pensei no pior, mas não era mais um flagrante de violência. Era filmagem de cena de novela. Tentei dar meia volta, mas a multidão se aglomerava atrás de mim (quanta gente vadia num shopping numa segunda-feira, hein!). Resolvi esperar, porque não tinha outro jeito mesmo. Dali a pouco surgem Maitê Proença e Leonardo Brício saídos da minha loja favorita.

Pô atéaqui, pessoal?
Parabéns para mim
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida

ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!