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20.10.01


Da série As Mais Terríveis Perversões:

Sadomasô

- Bate!
- Não!

19.10.01

O Marcelo, me incluindo lá nas suas sinas, e a Andréa, estreando no mundo blogueiro, me deixaram com vontade não só de atualizar minha listinha dos mais mais como também de dar uma arejada por aqui. Vamos ver se vontade é coisa que dá e passa ou se no final de semana consigo fazer alguma coisinha.

Só agora sosseguei. Fiquei um tempão com minha irmã ao telefone tirando tooooooooodas as dúvidas sobre o antraz. Uma meleca isso de a gente achar que neguinho está escondendo informação. Porque ando com uma coisa rondando minha cabecinha. Ou o governo norte-americano está dando idéia para os terroristas ou estão sabendo das coisas com antecedência e não estão contando a história toda.

Sinceramente espero que a Letti esteja certa e que isso seja problema lá deles. Mas tenho a impressão de que um surto de varíola, por exemplo, chegaria facilmente por aqui. Esse é apenas um dos meus receios. E também não sei se é inadequado ocupar tantas páginas de jornal com o assunto (ainda).

18.10.01


Assinando embaixo III


Ensinando integridade
(Tania Zagury, O Globo, 02.07.2001)


Contou-me uma amiga que, outro dia, seu filho chegou em casa exultante.... Afinal, não é sempre que se tira dez em física. Ela percebeu, no entanto, que o professor havia se enganado na correção.

Qual não foi sua surpresa quando o menino lhe disse que não poderia, de forma alguma, apresentar o erro para revisão, porque "ninguém devolve nota". Foi preciso muita paciência para convencê-lo. Tinha medo das gozações dos colegas.

Às vezes é um fato corriqueiro que nos faz perceber quantos difíceis dilemas as crianças têm que resolver até que se tornem adultos
íntegros.

Não faz muito tempo, ser um bom menino significava, como dizia o palhaço Carequinha, não fazer pipi na cama nem fazer malcriação, concluir o trabalho de casa com capricho, deixar o quarto mais ou menos arrumado, não falar palavrão, dirigir-se respeitosamente aos mais velhos; tarefas, enfim, razoavelmente simples de serem aprendidas. Isso porque valores como
honestidade e integridade não estavam ainda em discussão.

Ser um "bom menino", hoje, significa não apenas saber o que é certo ou errado, mas também conseguir se opor a atitudes (bem freqüentes) que contrariam os princípios norteadores da sociedade - o que não é nada fácil nem para adultos, quanto mais para crianças e jovens.

Opor-se ao grupo e fazer escolhas adequadas demanda forte grau de segurança. Mais ainda: significa que nossos filhos têm que estar certos, em primeiro lugar, de que solidariedade, justiça e honestidade, por exemplo, não estão "fora de moda". Precisam, acima de tudo, acreditar que, mesmo quando parte dos homens não respeita esses princípios, não há a mínima condição de vivermos com segurança sem eles.

Como convencê-los, no entanto, se a TV, as novelas, as atitudes de muitos adultos, os jornais, alguns programas humorísticos e até certas músicas os bombardeiam com mensagens antiéticas? Como convencê-los, se parte dos colegas, com os quais convivem, quebra vidraças, desrespeita os mais velhos, picha muros, destrói o mobiliário das escolas, dirige sem carteira aos 16
anos ou falsifica documentos para poder entrar nas boates antes da idade permitida em lei, por vezes com a anuência dos responsáveis?

Criar adultos dignos depende basicamente de duas coisas: da maneira pela qual nós, pais, vivemos o dia-a-dia e da confiança que temos nos valores que guiam nossas ações. Ou seja, é necessário não só sermos íntegros, mas também não duvidarmos da força dos nossos princípios.

Quando crianças e jovens percebem nos seus mais fortes modelos (nós, seus pais!), segurança inabalável na retidão, na cooperação, na honra - independente do que estejam fazendo os vizinhos, parentes e amigos - eles muito provavelmente também acreditarão. Se, ao contrário, já que há tanta corrupção e impunidade, os próprios pais começam a afrouxar seus conceitos ou a repetir diariamente que "o Brasil não tem jeito", em que irão seus filhos acreditar? Por que e para que irão lutar?

O perigo maior para um jovem não são as drogas: é não crer no futuro e na sociedade em que vive. A falta de esperança, essa sim, é que pode levar à depressão, ao individualismo, ao consumismo exacerbado, ao suicídio, à marginalidade e às drogas. Em contrapartida, a convicção de um caminho produtivo a ser trilhado e o desejo de contribuir fazem com que os jovens progridam, criem, estudem e realizem. E para ter essa confiança, eles precisam conviver com pessoas que não apenas vivam de acordo com esse modelo, mas também que não se deixem abalar pelas notícias negativas que saem diariamente na mídia.

Existe, sim, gente desonesta, o que não significa que muitos outros - muitos mais - não sejam dignos, trabalhadores e corretos. Precisamos lutar vigorosamente para que nossos filhos percebam que quem leva o Brasil adiante é "a maioria silenciosa", aquela que é formada por pessoas honestas e trabalhadoras, e que, por isso mesmo, não constituem notícia, nem, portanto, aparecem nos jornais e na TV.

Os pais têm papel primordial na estruturação do caráter dos filhos. Resgatar a ética é hoje questão de sobrevivência. Que jovem poderá resistir às pressões negativas de uma sociedade em crise, se não aquele que tenha internalizado o respeito por si próprio e pelo outro?

Para isso é preciso, em primeiro lugar, que se reconheçam num modelo - isto é, que saibam quem são, que façam identificações adequadas. E para tanto precisam de modelos fortes e seguros, que não duvidem nem desanimem a cada notícia negativa nos jornais, ou a cada mau exemplo nas vizinhanças.

Muita gente acha que ensinar integridade é impossível nos tempos modernos. Talvez ignorem que isso se faz basicamente através de exemplos concretos de vida. Se os pais, "sem muito discurso", vivem de acordo com princípios, estarão encorajando os filhos a seguirem seus passos, mesmo sem perceber.

Quer dizer, não mentindo, não aceitando uma conta errada no restaurante, chegando à hora combinada aos encontros, respeitando a lei, não mudando ou querendo mudar as regras do jogo de acordo com as conveniências do momento, e, especialmente, não disseminando amargura e descrença, simplesmente porque nem todos agem de maneira honesta. Na grande maioria dos casos, essa forma de viver será suficiente para que seus filhos acreditem nos valores.

Afinal, não podem contestar - estão vendo! - que vocês vivem de acordo com o que defendem.

Por fim, é bom lembrar que, especialmente quando nossos filhos chegam à adolescência, quase com certeza irão opor alguma (ou bastante) resistência ao que defendemos. Não nos deixemos iludir pelas aparências - especialmente não desanimemos! Eles estão lutando para se independentizar, e isso pode significar ficar contra tudo (literalmente tudo, para nosso desespero) que
nós, pais, postulamos.

Ainda que seja difícil acreditar, nossas lições nunca são inúteis. Enquanto nossas atitudes forem coerentes com nosso discurso, estaremos provendo a base para a qual eles retornarão, quando a época da rebeldia terminar. E, mesmo na fase mais aguda de auto-afirmação, raramente se afastarão dos conceitos essenciais. Poderão até fazer algumas bobagens, mas nada que fira de forma irremediável a ética e os valores que aprenderam, por toda sua curta vida, a respeitar.

Mesmo quando parece que não nos ouvem nem vêem, é a nossa integridade que serve de fundamento para nossos filhos, hoje e sempre.

(Tânia Zagury é filósofa e mestre em educação)


Arsenal americano para bombardear o Afeganistão:


B1 e B2
B1 & B2
Em solidariedade à Andréa contra a ditadura da balança:


no body
I ain´t got no body

17.10.01

Assinando embaixo II


As Carícias e o Iluminado

Chega de viver entre o Medo e a Raiva. Se não aprendermos a viver de outro modo, poderemos acabar com nossa espécie. É preciso começar a trocar carícias, a proporcionar prazer, a fazer com o outro, todas as coisas boas que a gente tem vontade de fazer e não faz, porque "não fica bem" mostrar bons sentimentos! No nosso mundo negociante competitivo, mostrar amor é ... um mal negócio. O outro vai se aproveitar,explorar , cobrar... Chega de negociar com sentimentos e sensações. Negócio é de coisas e de dinheiro - e pronto! Bendito Skinner - apesar de tudo! Ele mostrou por A mais B que só são estáveis os condicionamentos
recompensados; aqueles baseados na dor precisam ser reforçados sempre, senão desaparecem. Vamos nos reforçar positivamente. É o jeito - o único jeito - de começar um novo tipo de convívio social, uma nova estrutura, um mundo melhor.

Freud ajudou a atrapalhar mostrando o quanto nós escondemos de ruim; mas é fácil ver que nós escondemos também tudo o que é bom em nós, a ternura, o encantamento, o agrado em ver, em acariciar, em cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo o brincar - com o outro. Tudo tem que ser sério, respeitável, comedido - fúnebre, chato, restritivo, contido ...

Há mais pontos sensíveis em nosso corpo do que estrelas num céu invernal.

"Desejo", do latim de-sid-erio , provém da raiz "sid" , da língua Zenda, significando ESTRELA, como se vê em sideral - relativo às estrelas.

Seguir o desejo é seguir a estrela - estar orientado, saber para onde se vai, conhecer a direção...

"Gente é para brilhar", diz mestre Caetano.

Gente é demonstravelmente, a maior maravilha, o maior playground e a mais completa máquina neuromecânica do Universo conhecido. Diz o Psicanalista que todos nós sofremos de mania de grandeza, de onipotência.

A mim parece que sofremos de mania de pequenez.

Qual o homem que assume em toda a sua grandeza natural? "Quem sou eu, primo..." Em vez de admirar, nós invejamos - por não termos coragem de fazer o que nossa estrela determina.

O Medo - eis o inimigo.

O medo, principalmente do outro, que observa atentamente tudo o que fazemos - sempre pronto a criticar, a condenar, a pôr restrições - porque fazemos diferente deles.

Só por isso. Nossa diferença diz para ele que sua mesmice não é necessária. Que ele também pode tentar ser livre - seguindo sua estrela. Que sua prisão não tem paredes de pedra, nem correntes de ferro. Como a de Branca de Neve, sua prisão é de cristal - invisível. Só existe na sua cabeça. Mas sua cabeça contém - é preciso que se diga - todos os outros que, de dentro dele, o observam, criticam, comentam - às vezes até elogiam!

Por que vivemos fazendo isso uns com os outros vigiando-nos e obrigando-nos - todos contra todos - a ficar bonzinhos dentro das regrinhas do bem-comportado - pequenos, pequenos. Sofremos de megalomania porque no palco social obrigamo-nos a ser, todos, anões. Ai de quem se sobressai, fazendo de repente o que lhe deu na cabeça. Fogueira para ele! Ou você pensa que a fogueira só existiu na Idade Média?

Nós nos obrigamos a ser - todos - pequenos, insignificantes inaparentes, "normais" - normopatas diz melhor; oligopatas - apesar do grego - melhor ainda. Oligotímicos - sentimentos pequenos - é o ideal...

Quem é o iluminado?

No seu tempo, é sempre um louco delirante que faz tudo diferente de todos. Ele sofre, principalmente, de um alto senso de dignidade humana - o que o torna insuportável para todos os próximos, que são indignos.

Ele sofre, depois, de uma completa cegueira em relação à "realidade" (convencional), que ele não respeita nem um pouco. Ama desbragadamente - o sem vergonha. Comporta-se como se as pessoas merecessem confiança, como se todos fossem bons, como se toda criatura fosse amável, linda, admirável.

Assim ele vai deixando um rastro de luz por onde quer que passe.

Porque se encanta, porque se apaixona, porque abraça com calor e com amor, porque sorri e é feliz.

Como pode, esse louco?

Como pode estar - e viver! - sempre tão fora da realidade - que é sombria, ameaçadora; como ignorar que os outros - sempre os outros - são desconfiados, desonestos, mesquinhos, exploradores, prepotentes, fingidos, traiçoeiros, hipócritas...

Ah! Os outros...

( Fossem todos como eu, tão bem comportados, tão educados, tão finos de sentimentos...) O que não se compreende é que há tanta maldade num mundo feito somente de gente que se considera tão boa. Deveras, não se compreende.

Menos ainda se compreende que tantas famílias perfeitas - a família de cada um é sempre ótima - acabe acontecendo um mundo tão infernalmente péssimo.

Ah! Os outros... Se eles não fossem tão maus - como seria bom... Proponho um tema para meditação profunda; é a lição mais fundamental de toda a Psicologia Dinâmica:

Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem os demais se fomos bem tratados.
Só sabemos nos tratar bem se fomos bem tratados.
Se só fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Se fomos odiados, só sabemos odiar.
Se fomos maltratados, só sabemos maltratar.
Não há como fugir desta engrenagem de aço: ninguém é feliz sozinho.
Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba.

Amar o próximo não é mais idealismo "místico" de alguns.
Ou aprendemos a nos acariciar ou liquidaremos com nossa espécie.
Ou aprendemos a nos tratar bem - a nos acariciar - ou nos destruiremos.
Carícias - a própria palavra é bonita.
Carícias - Mãos deslizando lentas e leves sobre a superfície macia e sensível da pele.
Carícias... Olhar de encantamento descobrindo a divindade do outro - meu espelho!
Carícias ... Envolvência ( quem não se envolve não se desenvolve), ondulações, admiração, felicidade, alegria em nós - eu-e-ele, eu-e-outros.
Energia poderosa na ação comum, na co-operação. Na co-munhão. Na co-moção.
Só a União faz a força - sinto muito, mas as verdades banais de todos os tempos são verdadeiras - e seria bom se a gente tentasse FAZER o que elas sugerem, em vez de, críticos e céticos e pessimistas, encolhermos os ombros e deixarmos que a espécie continue, cega, caminhando em velocidade uniformemente acelerada para o Buraco Negro da aniquilação.

Nunca se pôde dizer, como hoje: ou nos salvamos - todos juntos - ou nos danamos - todos juntos.

(J. A. Gaiarsa)

Assinando embaixo I

Mentes simples e complexas
por Affonso Romano de Sant`anna
(O Globo)



Essa guerra no Afeganistão está servindo para aclarar que vivemos o embate entre mentes simples e mentes complexas.A mente
simples é retilínea, plana.

A mente complexa é curva, elíptica.

A mente simples acredita que somando dois com dois vai chegar ao quatro.

A mente complexa sabe que somando dois com três pode chegar a vários resultados, até mesmo, eventualmente, ao quatro.

A mente simples afirma que a linha reta é a menor distância entre dois pontos.

A mente complexa sabe que o universo é curvo e que, portanto, a curva pode também ser a menor distância entre dois pontos.

A mente simples acredita que o que não é branco é preto.

A mente complexa sabe que existe um espectro de cores e é com essa palheta que se chega ao arco-íris.

A mente simples diz furiosa: olho por olho, dente por dente.

A mente complexa pondera com Gandhi, que dizendo olho por olho acabaremos todos cegos e desdentados.

Esta guerra, portanto, tem seu lado pedagógico para quem quiser aprender alguma coisa.

Lembram-se de quando dividíamos o mundo em esquerda e direita?

Era um topológico equívoco. Só porque durante a Revolução Francesa, na Assembléia Nacional, os que queriam mudanças
sentavam-se à esquerda e os que queriam conservar as coisas estavam à direita, passamos todos a pensar topicamente.

Mas logo, logo o sangue que escorria dos cadafalsos nos mostraram que ele fluía da direita, fluía da esquerda, fluía do
centro.

Hitler não era de direita nem Stalin de esquerda.

Hitler e Stalin eram mentes perversamente simples.

Isto que estamos assistindo em torno do Afeganistão não é um conflito entre o mundo islâmico e o mundo cristão.

É um conflito entre a mente simples e a mente complexa.

A mente simples não vê matizes.

É o bem contra o mal, o certo contra o errado, o Ocidente versus Oriente.

Por isto é possível detectar entre os ocidentais os que têm mentes simples e entre os orientais os que têm mentes complexas.

Por isto é possível, até mesmo entre aqueles que dizem que estão à esquerda e à direita, perceber os que têm mentes simples e os
que têm mentes complexas.

Vejo uma série de coisas expressas por escritores nesses dias. Espera-se que o artista e o intelectual estejam habilitados a lidar
com o simples e o complexo. Nem sempre. Se há intelectuais que estão tentando ver as nuances do conflito, há aqueles como
Oriana Fallaci e Salman Rushdie que ostentam uma retilínea reação verbal.

O terrorista tem uma mente terrivelmente simples.

O militarista, não necessariamente o militar, tem uma mente armadamente simples.

O pacifista, até o pacifista, pode ter uma mente desarmadamente simples.

A arte não é uma coisa simples, embora alguns a simplifiquem em receitas, objetos de consumo e marketing.
Bruneleschi e Alberti, que descobriram a perspectiva no Renascimento, não tinham uma mente simples. Goya não tinha
uma mente simples. Clarice não tinha uma mente simples. Nem Guimarães Rosa. Bach era simplesmente complexo.

A mente complexa é a que está sempre aberta para novas dimensões. Newton percebeu dimensões novas no universo.
Einstein agregou a quarta dimensão. E agora Stephen Hawking nos anuncia que há pelo menos 21 dimensões ou realidades
diferentes.

Olhemos a biologia: o ovo não é quadrado. O coração não é retangular. O DNA são espirais que se procuram a si mesmas num
interminável balé de curvas.

Olhemos as galáxias. E os ventos. E os vulcões. E as tempestades. Não são simples, não marcham em linha reta.

O amor, ah! o amor, não é, nunca foi uma coisa simples.

Grande noite!

A idéia era homenagear o patriarca César Faria e o que se viu foi um desfile de talento de três gerações mais convidados especialíssimos apresentados pela simpatia de Sérgio Cabral (o pai, evidentemente). Entre sambas e choros, foram relembrados Jacob do Bandolim e Pixinguinha e “causos” deliciosos saiam a toda hora da boca de Sérgio entre um e outro gole de cerveja.

Paulinho da Viola desfilou sua elegância de sempre e, como não poderia deixar de ser, no final o povo cantou junto Um Rio Que Passou em Minha Vida. O público lotou o Sesc Copacabana e participou ativamente do espetáculo que parecia um encontro musical na sala de visitas de alguém. Vaiaram quem esqueceu o celular ligado, fizeram perguntas ao jornalista que é um arquivo vivo da música brasileira, ovacionaram com vontade. Teve até quem cometesse a maior das heresias, pedindo que Paulinho homenageasse o Império Serrano.

O neto de “seu” César, João, segundo as certeiras palavras de Cabral, é de linhagem duplamente nobre: de um lado os Faria, de outro os Rabello (Paulinho é casado com a irmã de Rafael).

Outro objetivo do show era reviver uma famosa noite do Época de Ouro, no Teatro Lagoa, em 1974, considerada um marco do renascimento do choro. O espetáculo chamava-se Sarau, mesmo nome do primeiro grupo a se apresentar na noite de ontem. E, claro, o Época de Ouro se fez presente, com Bruno Rian (filho de Déo, que integrava o grupo naquele ano) substituindo Ronaldo do Bandolim.

Esses shows no Sesc têm sido maravilhosos. A qualidade musical é de primeiríssima, os convidados são a elite da elite e o espaço é calorosamente pequeno, permitindo à platéia sentir-se no palco. Dá para ouvir os músicos conversando entre os números e combinando surpresinhas.

E na próxima terça tem mais...

Melhor que isso só a companhia de uma amigo que veio de longe para, mais uma vez, aproveitar é deleitar-se com a cultura brasileira. Carne seca com farofa, feijão amigo e chope testemunharam uma conversa animada sobre música, cinema, trabalho, mercado e até uma triste visão interna do pesadelo.



Herbert


Porque também é preciso louvar os presentes da vida.

Mas, mas, mas...

... se não é contagioso, como é que um pai infectado por uma carta recebida no escritório passou antraz para o filho bebê em casa?

Não precisa explicar. Eu só queria entender.

16.10.01


Lettíssima comenta sobre seu espanto ao ver um jovem levantar-se para ceder lugar a uma senhora no metrô. Já acho que é uma atitude relativamente comum. Principalmente nos ônibus, onde impera a boa e velha educação suburbana. (Alguém ainda pede a bênção aos mais velhos da família?) Mas vou contar de dois episódios relacionados.

Minha irmã viu um velhinho em pé e resolveu ceder lugar. O homem ficou furioso e não se conformou porquye ela estava chamando ele de velho. Quase bateu nela, que teve que pedir desculpas. hahaha

Outro dia no metrô, entraram duas senhoras, nem tão velhas assim e estavam se aproximando de onde eu estava sentada. Instintivamente, já ia segurando o pimpolho que estava sentado do meu lado para liberar pelo menos um dos assentos, quando uma delas começou a gritar que ele tinha que se levantar porque não tinha o direito de estar ali. Aí não, bicho! Há lugar reservado para idosos no transporte e não estávamos neles. Meu filho pagou passagem como duvido que ela tenha feito. Ele ia levantar, mas não tem que... Infelizmente, bons modos e respeito ao próximo não tem a ver com idade. E eu gosto muito de obrigada, com licença e por favor para abrir espaço para este tipo de coisa estúpida.

O texto sobre o Lins saiu com um erro tenebroso: aparece um "a" onde era "há". Por favor, sejam generosos e leiam como se estivesse correto.

Gaby avisa sobre o Dia de Fazer a Diferença e me lembrei que dia 21 começa a campanha Natal sem Fome.