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8.2.02





Fui!

O Primeiro Clarim
(Rutinaldo - Klecius Caldas)


Hoje eu não quero sofrer
Hoje eu não quero chorar
Deixei a tristeza lá fora
Mandei a saudade esperar...
La-rá-rá-rá
Hoje eu não quero sofrer
Quem quiser que sofra em meu lugar.

Quero me afogar em serpentinas
Quando ouvir o primeiro clarim tocar
Quero ver milhões de colombinas
A cantar, trá-lá-lá-lá-lá-lá
Quero me perder de mão em mão
Quero ser ninguém na multidão...
Lá-rá-rá-rá.

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Massa real
(Caetano Veloso)


Hoje eu só quero você
Seja do jeito que for
Hoje eu só quero alegria
É meu dia, é meu dia
Hoje eu só quero amor
Hoje eu só quero prazer
Hoje vai ter que pintar
Só quero a massa real
É o meu carnaval
Hoje eu só quero amar
Hoje eu não quero sofrer
Não quero ver ninguém chorar
Hoje eu não quero saber
De ouvir dizer que não vai dar
Vai ter que dar, vai ter que dar
Esse é o meu carnaval
Vai ter que dar, vai ter que dar
Só quero a massa real.
Adivinha quem virou blogueiro!
Não esquecer de levar:


Favela Chic - Postonove
Compilation





Editeur : Vogue
Distributeur : Bmg
Support : CD Digipack
Parution : 12/06/2001
Genre : Monde Amerique Latine
Gencod : 0743218416224

1 Manda O Som Dj
2 Eu Sou Favela - Bezerra Da Silva
3 Batucada - Walter Wanderley
4 Eu Tambem Quero Mocoto - Erlon Chaves
5 Eu Nao Vou Mais - Ed Lincoln
6 Vendedor De Bananas - Os Incriveis
7 Criancas/oba La Vem Ela - Jorge Ben
8 Cuidado Com O Bulldog - Jorge Ben
9 16 Tolenadas - Funk Como Le Gusta
10 Mangueira - Seu Jorge
11 Simbarere - Antonio Carlos E Jocafi
12 Trem Batucada - Os Reis Du Batuque
13 Aquecimento De Capoeira - A Coisona
14 Megamon - Batutinha Dj
15 Mengoooo
16 Porrada Solucao - Bonde Do Gorila
17 Coca-agua-skol
18 Popozuda Rock'n Roll - De Falla
19 Chinelo De Rosinha - Trio Nordestino
20 Edmundo (in The Mood) - Elza Soares
21 Alegria De Voces - Jair Rodrigues
22 Mar Do Postonove
23 Rosa, Menina Rosa - Jorge Ben
24 Morte Da Sandalia De Couro - Bebeto
25 Acabou


O Favela Chic é a maior sensação da noite parisiense.

Kenzo e Vampeta, Lia de Itamaracá e Issey Miyake, Patife e DJ Dolores. O club parisiense Favela Chic tornou-se, em seis anos de existência, um dos mais democráticos points de encontros de plebeus e bombshells, jogadores de futebol e pin-ups da capital francesa.

Espécie de comunidade alternativa do século 21, esse projeto pessoal e profissional da dupla Rosane Mazzer, brasileira, e Jérome Pigeon, francês, surgiu em um pequeno bar de 40 metros quadrados na Rue Oberkampf, em Paris (atualmente, está no canal St. Martin).

Pigeon, que também se investe de vez em quando da persona do DJ Gringo da Parada, tenta encontrar uma fórmula que drible o estereótipo nacional, sem renegá-lo.


(resumo do que encontrei aqui)

Comunidade do balaco
Paula Alzugaray

O lema da casa é desordem e progresso. Mas é com hospitalidade e alegria que o casal Jérome Pigeon e Rosane Mazzer recebem 10 mil pessoas por mês, em sua casa, em Paris. Casados há seis anos, eles são os donos do Favela Chic, o espaço que virou referência musical da noite parisiense, investindo nas misturas exóticas. Nas pic-ups: de Jorge Ben a Sex Pistols. Na cozinha: crepe com moqueca de siri. “A primeira vez que fui a uma favela, vi a arquitetura do que eu queria reproduzir em forma de som. A estética do Favela Chic é essa: um mix harmônico e caótico”, conta o francês Jérome, de 36 anos.

A dupla está no Brasil para promover o CD Favela Chic Postonove (BMG), fruto da Fla-Flu Produções e o primeiro de quatro álbuns dedicados à música brasileira. “O CD é como uma noite no Favela. Vai subindo de tom, de acordo com o número de caipirinhas que vai-se bebendo”, ilustra a brasileira Rosane, de 35 anos. De um samba de Bezerra da Silva de 1992, chega-se a uma Elza Soares safra 1965, passando pelo forró do Trio Nordestino.

A temperatura ferve na seleção de eletro funks e na ótima “Coca-Água-Skol”, um funk sampleado com capoeira pelo DJ Gringo da Parada -- nome de guerra de Jérome. Para incluir na compilação “Popozuda Rock’n’roll”, de De Falla, ele enfrentou resistência dos amigos, mas seguiu seu instinto. “Popozuda é totalmente punk, uma das minhas preferidas. Todas as músicas pop são sexistas. Os Rolling Stones eram mais sexistas que ‘Popozuda’, há 30 anos”, defende o Gringo. O Favela Chic nasceu do romance. Rosane tinha um pequeno restaurante de comida brasileira, em Paris, em frente à casa de Jérome, que era cantor de punk rock. “Um dia, o som do restaurante pifou e o Jérome, que estava me paquerando, trouxe o dele.” Não saiu mais. A casa cresceu e a família também. Além das filhas gêmeas, Yasmin e Rubi, de 4 anos, a dupla está cercada de uma família de DJs, VJs, dançarinos, cozinheiros, garçonetes, seguranças, fotógrafos, músicos e cineastas, como a paulistana Gabriela Greeb, que nutre as festas da Favela com imagens da Ponte Cultural São Paulo -- Rio -- Paris.


(retirado daqui)

Para :

Esta capa do CD de Los Hermanos é um bate-bola (clóvis)



7.2.02

Sobre os comentários do último post:

Helô: Havia pistas no próprio texto sobre o fato de ser um sonho. Além de eu estar com a Aninha e a Jô, o gálaxi azul, o anacronismo das pessoas dentro dele, principalmente a presença do meu pai, que faleceu há mais de quatro anos e não conheceu nenhuma de minhas amigas ex-virtuais. Mas você precisaria saber destas coisas para reconhecer o absurdo.

Joyce: bingo! bingo! bingo!

: Clóvis e carrascos eram os mascarados que circulavam pelo bairro de Campo Grande e outros subúrbios nos Carnavais da minha infância. Os clóvis são mais conhecidos hoje em dia aqui no Rio como bate-bolas. Usam roupas largas e coloridas de cetim e máscaras horrendas feitas de uma espécie de tela que deixa quem está dentro ver fora, mas não o contrário. Originalmente usavam bexigas de boi infladas com ar amarradas a um cordão que eram utilizadas para bater nas pessoas (só os doidos violentos faziam isso) ou no chão fazendo muito barulho para assustar ainda mais as crianças. Os poucos remanescentes deste tipo de folia, usam agora bolas de plástico. Daí o nome. Os carrascos usavam o modelito típico com aquele capuz tradicional. Geralmente tinham guizos presos nas pontas das roupas, que poderiam ser (majoritariamente) negras, brancas ou vermelhas. Havia também um outro tipo, o pai-joão. Formado por grupos que resolviam cair na folia na última hora ou que não tinha dinheiro para a fantasia, suas roupas eram feitas com trapos, calças e camisas remendadas, lençóis e fronhas na cabeça, com dois nós amarrados.

5.2.02

Resolvemos tomar um café, daqueles cheios de coisas misturadas, como canela, rum ou toques de pimenta para apurar os sentidos e saborear melhor a conversa.

Para chegar ao local, subimos uma escadaria de madeira. O local ficava no alto de uma colina de onde podíamos ver a vizinhança através de suas paredes envidraçadas. Era dividido em diversos ambientes, decorados com temas distintos, mas sempre no estilo rústico chic. E eu pensei que a escolha havia sido acertada. Aquela sofisticação despojada agradaria AnaGon e um local confortável, onde pudéssemos passar muito tempo proseando, encantaria a Jomara.

Ainda era cedo. As mesas estavam praticamente vazias e podíamos ver uma certa agitação do lado de dentro do balcão e, por cima da porta que se abria como as de saloon em antigos filmes de bangue-bangue para a cozinha, os funcionários acabando de calçar suas luvas brancas e colocando seus chapéus. Não tínhamos pressa e nos acomodamos as três em um bom lugar, olhando vez ou outra displicentemente o cardápio que prometia, além do paladar exótico do café, delícias nos petiscos e sanduíches.

Entretanto demorou demais para que alguém aparecesse para nos servir. Levantei para ir ao banheiro e na volta resolvi ir até o outro salão que estava mais cheio e onde as garçonetes pareciam concentrar sua atenção para ver o que estava acontecendo. Chegando à porta vi que havia ali um enorme bufê onde as pessoas se serviam. Girei sobre os calcanhares para chamar minhas amigas, mas encontrei a porta do ambiente onde elas estavam fechada. Perguntei a uma mocinha uniformizada que passava apressada o que havia acontecido e ela respondeu que os poucos clientes estavam ali haviam sido realocados, porque aquele espaço não seria aberto ao público naquele dia.

O que teria acontecido com minhas companheiras? Fiquei vagando pelas outras salas e não as encontrei. Decidi subir até o ponto mais alto estabelecimento. Era uma espécie de loja separada, com um grande balcão margeado por bancos forrados de couro e algumas bancas espalhadas que expunham guloseimas e artesanato. Do lado oposto, suas portas se escancaravam para a rua paralela àquela pela qual havíamos ingressado. Uma rua de paralelepípedos com casas antigas que ficava bem no topo da colina.

Assim que cheguei e antes que eu pudesse pedir qualquer informação, a loja foi invadida por uma horda de adolescentes suados. Eles vinham acompanhando um bloco carnavalesco e entraram ali para beber alguma coisa refrescante. Pareciam não ser locais. E alguns aproveitavam para fazer pequenas compras típicas de turistas e outros admiravam-se com a vista privilegiada. Era eu a deslocada e decidi sair pelo mesmo caminho que chegara. Fui ainda olhando, tentado achar minhas amigas. Nada.

Do alto da escadaria de madeira pude ver um Galaxi azul pousado junto ao meio-fio. Uma de suas portas estava aberta e sobre ela se apoiavam os braços de Jomara e sobre eles seu queixo. Ela abandonou a pose de enfado quando seus olhos abandonaram o ponto perdido no horizonte que miravam e ela me viu. Acenou jovialmente, me chamando. Apertei o passo e vi que AnaGon estava lá dentro, os braços cruzados duramente sobre o peito, numa visível desaprovação ao meu sumiço e à minha demora. Não reconheci o motorista. Outras pessoas lotavam o monstruoso carro. Havia crianças e outros membros da minha família que não vejo há anos. Alguns com a aparência que tinham quando eu ainda era pequena. Meu pai me olhava com aquela expressão misturando censura e leniência.

- Vamos! Já é tarde!
- Não vai me caber aí...
- Então você vai no estribo. É Carnaval e esta banheira não anda nada mesmo. Segure-se bem!

Não sabia exatamente porque todos pareciam bravos comigo e não tive tempo de explicar o que acontecera. Apenas obedeci.

O carro subia e descia pelas ladeiras e íamos cruzando com diversos blocos. Um deles usava camiseta branca com seu nome e patrocínio da prefeitura. Outro era composto por moças vestidas com maiôs vermelhos, chifres e rabos em seta purpurinados e faziam evoluções com seus tridentes. Em outra rua, vimos um grupo de clóvis e, mais adiante, carrascos jogavam confetes e serpentinas em quem passava. Famílias acompanhavam os filhos fantasiados de baianinhas, piratas, palhacinhos, odaliscas, árabes, trogloditas, ciganas... As bandinhas tradicionais revezavam-se com os tambores pesados. Umas turmas mais animadas valiam-se apenas das mãos para acompanhar as músicas que cantavam.

A noite caía. Eu me equilibrava com facilidade e sentia o vento no rosto. Dividia minha atenção entre a festa e o pôr-do-sol que eu avistava quando chegava no alto das ladeiras. Pensei que deveria guardar cada rico detalhe deste Carnaval para escrever no blog.

E despertei.

4.2.02





Não me surpreendo com o nu, que nunca foi tabu aqui em casa. Nem com o movimento que o desenho sugere, já que é uma característica do traço dele. Tampouco estranho os olhos, já que ele é o mestre das expressões.

Mas de onde esse moleque tirou as luvas e o salto alto?


Dicas de economia


Recebi estas dicas por e-mail. A primeira, eu sei que é verdadeira. As outras ainda não testei. Se alguém se dispuser a fazê-lo, poderia confirmar ou corrigir?

1) Economize nos Correios.

Se você tem por hábito utilizar os Correios para envio de correspondência, observe que se você enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelope leve, ou seja que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquer lugar / Estado, e bem abaixo do
local onde você coloca o CEP escrever a palavra Carta Social, você pagará somente R$ 0,01 por ela. Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro que nao está escrito em letras graúdas. A mesma carta, caso você nao escreva Carta Social, conforme explicado acima, custará cerca de R$ 0,27.

2) Auxílio Lista

Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05, lembre-se que existe um concorrente que cobra apenas R$ 0,27 por informaçao. Telefone: 0300-789-5900

3) Economize nas ligaçoes.

Existe um serviço já disponível para SP e RJ de ligaçao gratuita de telefones comuns para telefones comuns. Como funciona: De qualquer orelhao ou telefone comum, discar 0800-900801 e, automaticamente, você ouvirá a mensagem do patrocinador da sua ligaçao. Após isso, ele pedirá para digitar o DDD e o número a ser discado. Esta ligaçao poderá ser feita para qualquer lugar do Brasil. O tempo de duraçao é de 1:30 min. Nada impede de serem feitas várias ligaçoes seguidas.
(Obs.: Nao sao aceitas ligaçoes para celulares.)




"Salgueiroooooooo
lalaiá
minha paixão, minha raiz,
Academia do Samba que me faz feliz"


Minha Mocidade Independente de Padre Miguel, jamais esqueço de você.

Amo esta terra brasileira e sua música e nesta época do ano meu sangue entra em ebulição, você sabe.

Samba é meu sobrenome, sei que você entende.

Então peço para que você compreenda que ter me arrepiado ontem quando o puxador de samba do Salgueiro começou o esquenta e toda a Rua Conde de Bonfim fez coro não é traição. É um amor grande demais por estas coisas muito nossas, que eu estava orgulhosamente mostrando para uma documentarista francesa, que quer exibir por este mundão a influência do candomblé na cultura brasileira. E o samba está entre seus assuntos. Foi por isso que eu pedi ao moço do caminhão de gelo para deixar que ela subisse e filmasse a bateria. Não é bateria nota dez do saudoso Mestre André, minha Mocidade. Mas Mestre Louro merece nosso respeito.

E como fazer, povo da Vila Vintém, para evitar que o baticum reverbere por todo o meu corpo? Como deixar de me encantar com as figuraças que transitam por ali?

Minha Mocidade, foi por você que soltei plumas na avenida e é por você que torço sempre na apuração dos votos. Então não se zangue comigo quando acompanho a paixão do meu marido e de toda a vizinhança e canto junto o samba da outra escola e não consigo domar os pés e os quadris.

Meu coração sempre será verde e branco, mesmo quando se traveste das cores de São Sebastião.

Eu posso contar a verdade
A essa gente
Que eu sou da Mocidade Independente


Início do ano letivo!

Volto a ter mais tempo para resolver minhas coisas sem ter criança por tanto tempo por perto, exigindo atenção e cuidados. A colônia aliviou um pouco o grude que pode se transformar um filho único em férias. Nenhuma mãe ama mais seu filho que eu (pode amar igual, mais nunca), mas há uma hora em que não conseguir sequer andar direito com uma criança entrelaçada em suas pernas acaba com qualquer paciência. E olha que nos divertimos muito juntos. Ele é companhia agradabilíssima. Mas até de mim preciso de certa distância às vezes.

Pois hoje as aulas recomeçaram. Há algo especial no primeiro dia de aula que eu sempre senti e creio que ele também sente. Tomou banho feliz (coisa raríssima), vestiu o uniforme com orgulho e agarrou a maçã que encomendou especialmente para oferecer à professora. Aliás estava tão preocupado em não esquecer do mimo que quando o deixei na escola o singelo arranjo que fiz já estava completamente roto.

Volta à cena a correria. Olá, horários mais rígidos! A temporada começou ainda mais atropelada porque a aula de hidroginástica atrasou, o almoço saiu mais tarde do que o combinado e voltei a me sentir numa avalanche de ponteiros.

A escola do meu filho até que é bem razoável quanto ao material solicitado. Já vi listas nas mãos de outras mães de fazerem todos os pelinhos do corpo arrepiarem. Ainda assim não me conformo com os tais "cinco tubos médios de cola" e saí de casa hoje arrastando quatro bolsas repletas de papéis, livros, cadernos, lápis, canetas e que tais.

Passa um pouco das três da tarde e, como meu dia quanse nunca termina antes da primeira badalada do dia seguinte, há ainda muito chão pela frente entre o momento presente e aquele em que minha cabeluda cabecinha encontrará enfim o travesseiro. E já estou exauta de determinar, distribuir, malhar, correr, comprar, banhar, untar, vestir, calçar, alimentar, carregar, pagar, caminhar, ler, processar, decidir, encaminhar, escrever, organizar, responder, vender, atender, entender, ligar...

... e assim vão passando os dias. E essa é a vida que nem pedia a Deus, mas ele sabiamente me deu. Porque é essa que tenho que me faz feliz. Porque ainda tenho muitos outros verbos a conjugar hoje. E entre eles estão beijar, abraçar, curtir, sorrir, conversar, acompanhar, brincar, namorar...

Pensando bem só sei conjugar um verbo.