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28.2.03

Recebido por e-mail:
(eitcha, que em véspera de Carnaval ninguém trabalha, fica só repassando e-mail engraçadinho)

Sobre a questão da "eguinha pocotó", creio que podemos estar enganados.

Na Semana de Arte Moderna de 1922, os artistas modernistas eram vistos pela burguesia conservadora como verdadeiras idiotas. Hoje em dia são figurinhas certas em qualquer prova de literatura que se preza.

Imaginem, por um exercício de ficção, a prova de literatura do vestibular de 2.046, que nossos netos provavelmente encontrarão:

"VESTIBULAR UNICAMP 2.046 - PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA

1. Leia o trecho do poema abaixo e responda as questões:

"O JUMENTO E O CAVALINHO
ELES NUNCA ANDAM SÓ
QUANDO SAI PRA PASSEAR
LEVAM A ÉGUA POCOTÓ
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ
VAI LACRAIA
POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ, POCOTÓ"

(Eguinha Pocotó, Mc Serginho, 2003)

a) A forma adotada pelo autor do texto leva o leitor a uma reflexão crítica a cerca de alguns elementos do estilo literário da época, ao mesmo tempo em que insere temáticas dotadas de valor universal. Assinale a passagem em que o autor expressa com maior intensidade este dualismo. Identifique a figura de linguagem adotada.

b) Ao idealizar em um mesmo patamar, personagens que até o momento só haviam sido tratados com a devida separação de classes, coloca o autor o "jumento e o cavalinho" como uma paródia da realidade social do país na época. O brilhantismo desta visão crítica é destacado por expressões que para um leitor menos atento podem parecer erros gramaticais, mas que na verdade geraram uma nova aplicabilidade da língua portuguesa. Identifique estes trechos e as inovações gramaticais por eles introduzidos.

c) Eleita como acompanhante nos passeios dos dois protagonistas, a Égua Pocotó rompe a solidão até então predominante no panorama urbano estabelecido. Mais do que um triângulo amoroso convencional, o autor atribui aos personagens um status que transcende a natureza metafísica convencional. Emerge então o caráter feminino, no auge de sua auto-afirmação como contraponto ao pansexualismo. Descreva o papel da Égua Pocotó como elemento de instabilidade no equilíbrio social do início do século XXI.

d) O texto de Mc Serginho, precursor do movimento literário-cultural denominado pocotoismo, propõe uma nova métrica e abordagem ao texto poético. Alguns críticos da época chegaram a compará-lo à "pedra no caminho" de Drummond, um poeta de menor importância no século XX, injustiça revertida mais tarde com a identificação da sua efetiva quebra de paradigma literário. Compare o estilo da obra de Mc Serginho com os autores clássicos do século XX e justifique a relevância de sua obra."
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Iraque versus Monty Python
O humorista Terry Jones encarna George Bush e quer destruir a rua em que mora
tradução: Helena Nacinovic


[24/02/2003] Estou realmente animado com a mais recente razão de George Bush para bombardear o Iraque: a paciência dele está acabando.
E a minha também! Há algum tempo tenho ficado realmente irritado com o Sr. Johnson, que mora na minha rua. Bem, ele e o Sr. Patel, dono da loja de comida natural. Os dois
me olham esquisito e tenho certeza de que o Sr. Johnson está planejando algo ruim
para mim, mas até agora não pude descobrir o que é. Já passei pela casa dele algumas
vezes para ver o que ele estava fazendo, mas ele sabe esconder bem as coisas.

Ele é enganoso assim. Quanto ao Sr. Patel, não me pergunte como eu sei, eu simplesmente sei [de fontes excelentes] que ele é um assassino em massa. Já panfletei para a rua inteira dizendo que, se não agirmos antes, ele vai nos atacar um a um.
Alguns dos meus vizinhos dizem que se eu tenho alguma prova, por que não vou à polícia? Mas isso é simplesmente ridículo. A polícia vai dizer que eles precisam de provas de um crime para acusar meus vizinhos. Eles vão inventar todo tipo de desculpas e começar a enrolar com os erros e acertos de prisões preventivas enquanto o Sr. Johnson vai finalizar seus planos para fazer coisas terríveis comigo e o Sr. Patel vai assassinar secretamente as pessoas.

Já que sou o único na rua com uma quantidade razoável de armas de fogo automáticas,
concluo que é minha função manter a paz. Mas até pouco tempo isso tem sido um pouco difícil.
Agora, no entanto, George W. Bush deixou claro que a única coisa que
preciso fazer é perder a paciência e depois posso fazer o que quiser!
E, encaremos, a cuidadosa política do Sr. Bush em relação ao Iraque é a única forma
de concretizar a paz e segurança internacional.
A única forma certa de impedir que os terroristas suicidas muçulmanos fundamentalistas
ataquem os EUA e o Reino Unido é bombardear alguns países muçulmanos que nunca nos ameaçaram. É por isso que quero explodir a garagem do Sr. Johnson e matar a mulher e os filhos dele.

Atacar primeiro!
Isso vai ensiná-lo uma lição. Depois ele vai nos deixar em paz e parar de me olhar de
forma esquisita totalmente inaceitável. O Sr. Bush deixou claro que tudo que ele
precisa saber antes de bombardear o Iraque é que Saddam é um cara muito, muito mau e que ele tem armas de destruição em massa, apesar de ninguém conseguir encontrá-las. Tenho certeza de que tenho tanta justificativa quanto ele para matar a mulher e os filhos do Sr. Johnson quando o Sr. Bush tem para bombardear o Iraque. O objetivo em longo prazo do Sr. Bush é tornar o mundo um lugar mais seguro, eliminando 'países ilegítimos' e 'terrorismo'. É um objetivo tão esperto! Pois como podemos saber quando o atingimos?

Como o Sr. Bush vai saber que exterminou todos os terroristas? Quando todos os
terroristas estiverem mortos? Mas um terrorista só é um terrorista depois de cometer
um ato de terrorismo. E os futuros terroristas?
São esses que é preciso eliminar realmente, já que a maioria dos terroristas conhecidos,
sendo suicidas, já se auto-eliminaram. Talvez o Sr. Bush precise eliminar todas as
pessoas que teriam alguma possibilidade de vir a ser um futuro terrorista? Talvez
ele não possa ter certeza de que atingiu seu objetivo até todos os muçulmanos
fundamentalistas estarem mortos?

Mas aí alguns muçulmanos moderados podem se converter para o fundamentalismo.
Talvez a única coisa segura a fazer seja eliminar todos os muçulmanos?
É a mesma coisa na minha rua. Sr. Johnson e Sr. Patel são apenas a ponta do iceberg. Existem dezenas de pessoas na rua de quem eu não gosto e que, sinceramente, me olham estranho. Ninguém vai estar realmente a salvo até eu ter eliminado todos. Minha esposa diz que eu estou indo longe demais, mas eu respondo a ela que simplesmente uso a mesma lógica que o presidente dos EUA.
Isso cala a boca dela.

Como o Sr. Bush, minha paciência acabou e, se isso é uma razão boa o suficiente para
o presidente, é boa para mim também. Eu vou dar à rua inteira duas semanas - não,
dez dias - para revelar e entregar todos os aliens e seqüestradores interplanetários,
criminosos galácticos e gênios terroristas interestrelares. Se eles não os entregarem de boa vontade e agradecerem, vou mandar a rua inteira para os ares.
É uma medida tão sã quanto a que George W. Bush está propondo e, em contraste com o que ele pretende, minha política vai destruir apenas uma rua.


Texto de Terry Jones, ex-membro do Monty Phyton, publicado no jornal London Observer em 26/01/2003.
Nesta época de Carnaval é mais importante que nunca doar sangue. Independente dos acidentes que possam acontecer duirante as folias de Momo, acabo de receber duas solicitações de doação: uma para o Rio e outra para Porto Alegre. Se alguém puder ajudar vai ser ótimo.

No Rio de Janeiro:

O pai da Juçara, que tem 79 anos, está internado no Hospital Copa D'Or há mais de 1 mês. A família já doou, amigos e conhecidos, eles não têm mais para quem pedir. Estão contando com a boa vontade de desconhecidos generosos.

* Armando Bentes Lopes
* Hematologistas Associados
R. Conde de Irajá, 201
Botafogo (Atrás da COBAL)
2537-7440
* 4 doadores - sangue O+
* solicitado em 28/02/2003

Em Porto Alegre:

A esposa do Valdeci vai fazer uma cirurgia e os familiares não podem, por questão de problemas de saúde (diabetes, hepatite, idade...), doar sangue.

A cirurgia vai ser realizada no hospital de clínicas de Porto Alegre.

O nome da paciente é Heloísa Castro Neves.

Até o dia 09/03/03.

Se alguém precisar de mais alguma informação é só ligar para o Valdeci (me escreve que passo o número por e-mail).
"Deslize, e o mundo deslizará com você. Faça força, e puxará sozinho."

"Nunca fique de pé se puder sentar-se; não caminhe quando puder ir de carro; nada de Esforço quando houver bom Pistolão."

"Incompetência mais incompetência igual a incompetência."


(Todo Mundo é Incompetente Inclusive Você - Laurence J. Peter & Raymond Hull - Livraria José Olympio Editora)

27.2.03

Recebi um guia completo da Net, como era antes com sinopse dos filmes e destaques do mês.

Será que eles finalmente perceberam que ninguém ia comprar uma coisa que já tinha de graça ou será que vão passar a cobrar por isso?
Recebi um guia completo da Net, como era antes com sinopse dos filmes e destaques do mês.

Será que eles finalmente perceberam que ninguém ia comprar uma coisa que já tinha de graça ou será que vão passar a cobrar por isso?
Pérolas aos Povos
(Isla Jay)

leite, leite, leite, leite, leite, leite, leite.
leite, leite, leite, leite, leite, leite, leite.
nem só de linho vive o homem
nem só de linha vive o trem
depende muito de quem come
depende muito de quem tem
leite, leite, leite, leite, leite, leite, leite
nem só de vinho vive o pão
nem só de carne o espírito
depende muito do ladrão
depende muito do veredito
leite, leite, leite, leite, leite, leite, leite
pérolas aos povos virão
pérolas aos povos
como lei, como lei,
como lei, como lei
como lei
como
leite, leite, leite, leite, leite, leite, leite

*****



A ingestão precoce de pérolas de sabedoria e sensibilidade, por organismos ainda não amadurecidos, levarão a exoneração diarréica e perda de tempo útil. Além disso as pérolas serão pisoteadas pelos pés (vide parábola dos porcos) dos organismos que as receberem.

26.2.03

Li este texto durante as férias e pensei no quanto gostaria de tê-lo por aqui. Cheguei a guardar o jornal onde ele estava, mas ficou em algum ponto do tira e põe coisas na mala. A impressão que as informações que ele traz ficaram em mim, mas depois que voltei, acabei encontrando outras coisas e deixei prá lá. Só que certas coisas precisam ser de conhecimento do maior número de pessoas possível, então ele acabou caindo na minha caixa postal e agora divido com você.


A MUNIÇÃO SUJA DE MR. BUSH
Texto de Fritz Utzeri - Jornal do Brasil 19/01/03
Caderno B - Fls. B1 e B10


Saddam Hussein é um mau defunto pra se queimar vela, mas o seu inimigo George W. Bush não fica muito longe dele. É impossível comparar a biografia de um e de outro. Saddam é um assassino, mas é possível dizer que, na História e no contexto político e social dos EUA, Bush Filho é a coisa mais próxima de Saddam. Foi eleito num pleito discutível e desde os atentados de 11 de setembro tem procurado rasgar liberdades civis que são a marca e a razão da existência da nação norte-americana.
De que é acusado Saddam? De fabricar e esconder armas de destruição em massa. Saddam usou esse tipo de armas não contra os americanos na Guerra do Golfo, mas contra os curdos ao norte do país, que foram impiedosamente massacrados com gás letal. Agora, os inspetores da ONU acharam velhas ogivas capazes de conter gases venenosos. Segundo os iraquianos, as ogivas foram compradas há muitos anos e estão obsoletas, esquecidas.
Verdade ou mentira, o fato é que Saddam foi armado (inclusive com gases letais e antrax) por americanos e soviéticos e seu programa nuclear teve ajuda francesa até ser detonado por Israel. Até o Brasil esteve implicado no desenvolvimento de seus mísseis Scud. Mais recentemente, fomos acusados de contrabandear material radioativo para o Iraque, mas a venda foi feita quando Saddam ainda era o queridinho do Ocidente, o inimigo mortal dos Aiatolás. Para achar esse tipo de armamento no Iraque, armas selvagens que deveriam ser proibidas pela Convenção de Genebra, basta dar uma olhada no arsenal americano. Poder-se-ia alegar que os americanos são responsáveis, mas isso não é verdade. A começar pelas bombas atômicas, os EUA têm, consistentemente, usado todas as armas de que dispõem. Em Hamburgo, na Segunda Guerra Mundial, onde era fácil distinguir os mocinhos dos bandidos, os americanos bombardearam a cidade com bombas de fósforo. Os civis atingidos pegavam fogo e corriam para o rio e o mar. Dentro d água o efeito cessava, mas, assim que emergiam para respirar, as vítimas tornavam a pegar fogo, até morrer.
No Iraque a ação desse tipo de arma é mais insidiosa e ainda mais duradoura e devastadora. A mais sinistra e covarde arma dos americanos é o urânio empobrecido, ou urânio 238, resíduo da fabricação de bombas atômicas. Durante a Guerra do Golfo, George Bush (pai) autorizou o uso de urânio empobrecido contra a população civil iraquiana. Essa substância leva ao câncer terminal 99,5% dos atingidos por sua ação, num período entre cinco e 40 anos. Ela foi usada também na ex-Iugoslávia, no Kossovo e na Bósnia. Depositado nos pulmões ou nos rins, o urânio 238 e os produtos de sua degradação (tório 234, protactínio e outros isótopos de urânio) emitem radiações alfa e beta que causam, ao longo dos anos, câncer nos indivíduos expostos e anomalias genéticas em seus filhos e netos. Nos 110 mil ataques aéreos contra o Iraque, desde a Guerra do Golfo, os aviões A-10, dos EUA, dispararam 940 mil projéteis sujos, revestidos com urânio. Na ofensiva terrestre da Guerra do Golfo, os tanques americanos dispararam 4 mil projéteis revestidos de urânio. Estima-se que na área dos bombardeios haja 300 toneladas métricas de detritos radioativos, que já podem ter contaminado cerca de 250 mil iraquianos.
Além de continuar bombardeando o país durante os governos Clinton e George W. Bush, os americanos proibiram os países da comunidade internacional de ceder ou vender ao Iraque os equipamentos necessários para limpar a água, o solo e o ar desses contaminantes radioativos.
Os norte-americanos vêm usando urânio para revestir sua munição convencional na artilharia, em tanques, mísseis e aviões desde 1977. O urânio é altamente radioativo e deveria ser guardado em depósitos seguros para evitar a contaminação. A vida média desse urânio é de 4.500 anos. Ou seja, ele permanecerá ativo, matando e aleijando até o ano 6.500, em pleno século 25! O uso desses materiais em armamentos foi recomendado para cortar custos. Os depósitos americanos estão cheios de urânio empobrecido e os departamentos de Defesa e de Energia cedem esse material a fabricantes de armas dos EUA, Reino Unido, França, Canadá, Israel, Taiwan, Coréia do Sul, Paquistão e Japão, que produzem munição com esse material.
Quando uma bala ou bomba suja atinge o seu alvo, 70% de seu revestimento de urânio queima e se volatiliza em partículas altamente radioativas. Essas partículas podem ficar depositadas no solo, ser carregadas pelo vento e contaminar gente, mananciais e se integrar na cadeia alimentar, causando estragos imensos durante milênios.
Só para dar uma idéia, a Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef) calcula que na década de 90, como conseqüência da Guerra do Golfo, a incidência de câncer em crianças quintuplicou no Iraque. Sinistramente, ao mesmo tempo em que denuncia o problema, a ONU impede o Iraque de importar medicamentos, no caso radioisótopos, material nuclear usado para as radioterapias no tratamento de certos tumores, sob o pretexto de que Saddam poderá fabricar armas a partir dos remédios! Assim, em conseqüência dessa política cruel, a guerra e o embargo já mataram pelo menos 500 mil crianças. Ainda hoje morrem entre 4 e 5 mil crianças todos os meses devido a males causados pelo conflito, incluindo o urânio 238.
Segundo a Anistia Internacional, morrem 12 crianças por hora no Iraque. Até hoje os hospitais estão cheios de pacientes e não têm condição sequer de estocar vacinas, pois a geração e a distribuição de eletricidade é precária e o embargo não permite a importação de equipamento para normalizar o fornecimento de energia elétrica e água, com o argumento de que o Iraque poderá usar essa energia para fabricar armas. Mas não são apenas os iraquianos que sofrem. Os americanos veteranos da guerra vêm sendo vítimas de doenças de diagnóstico difícil, tais como imunodeficiências semelhantes à Aids. Tanto entre os iraquianos como entre os veteranos americanos e ingleses, registram-se sintomas de um mal conhecido como Síndrome da Guerra do Golfo. O câncer e o nascimento de crianças com deformações físicas são cada vez mais numerosos. Os mesmos sintomas afetam mais de mil crianças na antiga Iugoslávia, onde os aviões da OTAN jogaram bombas sujas com urânio. Convém lembrar que a Iugoslávia fica na Europa. Imaginem os armamentos que Bush Filho vai usar na guerra que vem aí. Ele precisa:
1) modernizar seus arsenais;
2) renovar as encomendas à indústria bélica dos EUA, da qual depende grande parte de sua economia e;
3) testar novos armamentos.

A guerra será ganha rapidamente, o petróleo será controlado e os americanos dizem que vão democratizar o país em 18 meses. Seria bom, nesses momentos, pensar como um árabe e islâmico antes de agir. Eles estão se vendo invadidos pelos infiéis em outra cruzada (Bush Filho já escorregou ao usar o termo). O ódio dos árabes ao Ocidente tornará o mundo cada vez mais inseguro, até que o terrorismo não oficial comece a usar as mesmas bombas e balas sujas que os terroristas americanos usam contra os civis iraquianos em nome do combate ao terrorismo. Só quando as crianças afetadas forem americanas ou inglesas, ou seja, brancas, o mundo acordará em comoção e lágrimas e falará em selvageria, pois, como já está provado, nem todos os seres humanos são iguais.
Você vai passar o Carnaval em Salvador?

Acabei de receber um tambor da terra do Senhor do Bonfim.

Meu amigo Eric, o americano mais brasileiro do mundo convida para uma visita ao seu novo empreendimento. Trata-se de um bar/café/restaurante soteropolitano com sabor caribenho.

Como a Bahia não está no meu roteiro momesco deste ano, peço uma gentileza para quem for para aqueles lados: leve um alô para o adorável "baixinho" em meu nome.




Porto de Encontro Café e Arte
Rua César Zama, 41, Porto da Barra
(Entre a Praça dos Tamarineros & Av. Sete de Setembro)
Salvador - BA
Informações: (71) 267-2355
O Tiago deixou um comentário muito simpático pedindo dicas de rodas de samba aqui no Rio.

Tenho freqüentado esses ambientes bem menos do que gostaria, mas não posso deixar na mão alguém que vem visitar minha cidade. Vou falar do que conheço, principalmente na minha vizinhança. Quem souber de outras dicas, por favor, colabore aí nos comentários.

Gosto muito de um bar chamado Estephânio´s. Fica ali na Rua dos Artistas, num lugar que já foi chamado de Aldeia Campista, mas que foi incorporado à Grande Tijuca. Além de chope de primeira e ótimos petiscos, toca por ali o grupo Roda de Saia, que era constituído apenas por mulheres, mas já vi meninos tocando com elas (não sei se elas resolveram tirar a barreira do gênero ou se eles só estavam dando canja). É pagode tradicional e samba de raiz. Por ali aparecem figurinhas interessantes famosas ou anônimas do mundo do samba. Ano passado a Beth Carvalho estava batendo ponto por lá quase toda semana, já que era enredo do bloco deles. Este ano o homenageado é o Martinho da Vila.

Por falar em Martinho, outro lugar aonde eu gosto muito de ir é o Butiquim do Martinho. Tem música ao vivo todos os dias, com exceção de sábado, incluindo choro, pagode, samba de raiz. Fica no Shopping Iguatemi, em Vila Isabel. Programa para quem gosta de dormir cedo. Ótimo chope. Petiscos honestos.

Também tem muita coisa acontecendo na Lapa. Há boas casas de samba por lá. É só ir chegando e assuntar com o pessoal que tem lotado as ruas do bairro, sob os Arcos, o que de melhor acontece na noite que você estiver por lá.

Sou analfabeta de samba na Zona Sul.

A cabecinha criativa da Rossana não pára de funcionar e ela está inventando uma nova forma de ajudar o Lucas.

Eu dou um alô daqui, você dá um alô daí e a gente ajuda um pouquinho também...

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Um blog completo, prontinho, espera pelo seu dono

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http://www.naodiscuto.blogger.com.br/

No capítulo de ontem de Mulheres Apaixonadas as personagens de Susana Vieira e da filha do Manoel Carlos (nunca sei o nome desta atriz) comentaram os absurdos incidentes de anteontem e mesmo do início da manhã de ontem aqui no Rio.

Será que a novela vai ser toda assim com comentários em cima do lance sobre os acontecimento mais importantes gravados no mesmo dia em que a novela vai ao ar? Achei a idéia muito interessante principalmente numa novela que se propõe a ser contemporânea e tem o Rio (especialmente o Leblon) como um de seus personagens.

Gosto dessa nova novela, como costumo gostar de todas desse autor, embora eu seja cada vez menos fiel na tarefa de acompanhar capítulos e mais capítulos. Mas acho muito gostosa a forma como ele reproduz conversas que já mantive ou já ouvi. São aqueles comentários que a gente solta numa fila ou para preencher um papo com amigos.

Talvez o encanto seja mais para bichinhos urbanos e cariocas como eu. A maioria das situações (com exceção sempre da grande história da trama, como a mãe-Helena trocando seu próprio filho pelo neto morto, a mãe-Helena entregando o namorado pra filha ou a mãe-Helena que na verdade é tia) já aconteceram com a gente, com alguém que a gente conhece, ou simplesmente poderiam perfeitamente ter acontecido. Este é o encanto.

25.2.03

Vou-me embora pra Passárgada
(Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Passárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Passárgada

Vou-me embora pra Passárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar históricas
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Passárgada

Em Passárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Passárgada


Shangrilá
(Rita Lee - Roberto de Carvalho)

De repente eu me vejo
Amarelada, bodeada, sem ninguém
Nessas horas aparece a preguiça
A vontade de sumir... de vez

Se me der na telha sou capaz
De enlouquecer
E mandar tudo pr´aquele lugar
E fugir com você pra Shangrilá
E me deixar levar
Por um beijo eterno
Por seu corpo envolvente
Mais quente que o inferno


Xanadu
(Olivia Newton-John)

A place where nobody dared to go,
the love that we came to know
They call it Xanadu

And now, open your eyes and see,
what we have made is real
We are in Xanadu

A million lights are dancing and there you are, a shooting star
An everlasting world and you're here with me, eternally

Xanadu, Xanadu, (now we are here) in Xanadu
Xanadu, Xanadu, (now we are here) in Xanadu

Xanadu, your neon lights will shine for you, Xanadu

The love, the echoes of long ago,
you needed the world to know
They are in Xanadu

The dream that came through a million years
That lived on through all the tears, it came to Xanadu

A million lights are dancing and there you are, a shooting star
An everlasting world and you're here with me, eternally

Now that I'm here, now that you're near in Xanadu
Now that I'm here, now that you're near in Xanadu, Xanadu



Maracangalha
(Dorival Caymmi)

Eu vou pra Maracangalha eu vou
Eu vou de uniforme branco eu vou
Eu vou de chapéu de palha eu vou
Eu vou convidar Anália eu vou

Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só eu vou só
Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só eu vou só
Sem Anália mas eu vou

Papapara papaia papá
Papaparapapaia papá


O Raphael comenta o "editorial" da Veja.

Assino embaixo.
Pena que não há muito o que possamos fazer daqui...


24.2.03

Sabe quando você perde a capacidade de decepcionar-se com uma pessoa porque ela está cometendo o mesmo "errinho" pela trigésima vez, então aquilo passa a ser exatamente o que você espera dela? E quando você já conversou diversas vezes com ela sobre este exato ponto e ela jura de pés junto que aquilo não se repete só para dali a uma semana fazer igualzinho?

Quero ouvir sua opinião, por favor.

23.2.03

A idéia era ficar o dia inteiro de papo pro ar, devorando revistas, jornais e um ou outro filminho.

Mas não. Fazer o que se moro na Cidade Maravilhosa, se o dia amanheceu ensolarado e se uma brisa gostosa espanta de leve o calor?

Já era tarde para pensar em praia com criança. Sim, finalmente consegui acordar num horário bacana. Por vício dos últimos dias abri os olhos às 6:30, mas foi enorme a satisfação de simplesmente virar as costas para o relógio ao procurar uma posição mais confortável no travesseiro e curtir a cama por algumas horinhas mais.

Foi ele quem viu que ainda de manhã ia haver um bailinho de Carnaval. Eu topo na hora pro diversos motivos.

Faz tempo que não trabalho no Centro e raramente tenho assuntos para resolver por lá. Sou freqüentadora do Teatro Rival, mas uma quadra numa metrópole pode ser absurdamente diferente de dia e de noite. Então me sinto meio turista na Cinelândia diurna.

Ainda não tinha visto o enorme (e vazio, pelo menos no domingo) estacionamento criado sob a Praça Mahatma Gandhi. Nem a praça depois da retirada dos tapumes. O espanto estava ali, atrás das grades que protegem o novo espaço. Eu, que trabalhei ali no Edifício Serrador na época em que estagiava na Petrobrás, nunca reparei a vastidão da vista a partir daquela calçada, emoldurada por prédios antigos: Monumento aos Pracinhas, Pão de Açúcar... Não lembro se antes havia alguma coisa que obstruísse a visão ou se eram só as calçadas lotadas dos dias de semana, os camelôs, os meninos de rua, a correria que não me deixavam ver direito...

E ali estavámos eu e eles mais uma vez desbundando diante da cidade.

Nunca tinha entrado no Odeon depois que o velho cinema agregou a sigla BR em seu nome e se transformou em espaço cultural. O lugar é lindo, lindo. E nem vou contar que uma certa criatura sentada ao meu lado quase não segurou a onda ao ouvir tocar o sinal e ver as cortinas vermelhas se abrindo, como os cinemas de sua infância.

Adoro tudo sobre Menino Maluquinho, o filme. E gosto mais a cada vez que vejo. Pedro recita a fala dos personagens ao meu lado.

Depois da sessão, palhaços e uma banda nos aguardavam à porta. As melhores marchinhas carnavalescas de todos os tempo animavam o início de tarde cercadas pela Biblioteca Nacional, pelo Theatro Municipal, pelo Obelisco e pelo Amarelinho. Eu bem que vi o Museu de Belas Artes esticando o pescoço para conferir o que se passava.

Aos poucos foram chegando o casal de pernas-de-pau, as palhacinhas que desciam da sacada por tecidos encarnados, o malabarista...

Um menino de rua me esticou a mão imunda num cumprimento. Eu estiquei a minha também. Ela foi amparada por um sorriso triste porque Carnaval também tem pierrô.

A caçarola que meu filho levava à cabeça como fantasia em homenagem ao mais famoso personagem infantil do Ziraldo logo virou receptáculao para toda sorte de bugiganga que ele ia recolhendo: máscaras baratas de saci, animais recortados em E.V.A. que foram jogados como confetes, spray de espuma carnavalesca...

Tudo isso pela módica quantia de R$2,00 (sim, dois reais!) por cabeça. O estacionamento tem desconto com a validação da bilheteria.

Depois almoço no Nova Capela e outra surpresa. Foi inaugurado um anexo ao célebre restaurante. Longe dos padrões do espaço anterior, que ainda está lá firme e forte (e lotadíssimo a qualquer hora do dia ou da noite), ele foge do estilo brega português-suburbano com suas paredes azulejadas para o estilo brega Barra-norte-americano. O cabrito com arroz e brócolis com porção extra de alho continua dos deuses. E é sempre divertida a caça às celebridades, já que o lugar de repente virou modinha (sou freqüentadora com histórico por lá, levada pelas mãos de um praticamente sócio fundador). Hoje avistei o Ivo Meireles, com seus cabelos esticados crescidos e tingidos de uma cor entre abóbora e carmim e suas unhas manicuradas em negro.

Descanso dominical? Pois sim...