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26.12.06

"A coroa real não impede a dor de cabeça."
(George Herbert)

"Não corra atrás das borboletas. Plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela."
(D. Elhers)

"A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender."
(Albino Teixeira)

"O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo."
(Balzac)

"Brincar é condição fundamental para ser sério."
(Arquimedes)

"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho."
(Mário Quintana)

"A loucura é diagnosticada pelos sãos,que não se submetem a diagnóstico."
(Carlos Drummond de Andrade)

"Temos uma boca e dois ouvidos mas jamais nos comportamos proporcionalmente."
(provérbio chinês)

"As pessoas que falam muito mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades."
(Millôr Fernandes)

"As mulheres são capazes de tudo. Os homens, do resto."
(Henry de Régnier)

20.12.06

Merda no ventilador

Demitido, repórter da Globo critica direçãoDemitido, repórter da Globo critica direção


Demitido, Rodrigo Vianna, repórter da TV Globo, critica a direção da emissora.

A TV Globo informa que Rodrigo Vianna encaminhou a mensagem após ter sido informado pela emissora de que seu contrato não seria renovado.

Leia íntegra da carta de Rodrigo Vianna:

LEALDADE

Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.

Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: "você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições, fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção.

Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás".

Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política - da qual participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no Jornalismo da Globo.

Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.

Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!

Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto".

Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.

Na reta final do primeiro turno, os "aloprados do PT" aprontaram; e aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui.

Ao lado de um grupo de colegas, entrei na sala de nosso chefe em São Paulo, no dia 18 de setembro, para reclamar da cobertura e pedir equilíbrio nas matérias: "por que não vamos repercutir a matéria da "Istoé", mostrando que a gênese dos sanguessugas ocorreu sob os tucanos? Por que não vamos a Piracicaba, contar quem é Abel Pereira?"

Por que isso, por que aquilo... Nenhuma resposta convincente. E uma cobertura desastrosa. Será que acharam que ninguém ia perceber?

Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?

Faltando seis dias para o primeiro turno, o "petista" Humberto Costa foi indiciado pela PF. No caso dos vampiros. O fato foi parar em manchete no JN, e isso era normal. O anormal é que, no mesmo dia, esconderam o nome de Platão, ex-assessor do ministério na época de Serra/Barjas Negri. Os chefes sabiam da existência de Platão, pediram a produtores pra checar tudo sobre ele, mas preferiram não dar. Que jornalismo é esse, que poupa e defende Platão, mas detesta Freud! Deve haver uma explicação psicanalítica para jornalismo tão seletivo!

Ah, sim, Freud. Elio Gaspari chegou a pedir desculpas em nome dos jornalistas ao tal Freud Godoy. O cara pode ter muitos pecados. Mas, o que fizemos na véspera da eleição foi incrível: matéria mostrando as "suspeitas", e apontando o dedo para a sala onde ele trabalhava, bem próximo à sala do presidente... A mensagem era clara. Mas, quando a PF concluiu que não havia nada contra ele, o principal telejornal da Globo silenciou antes da eleição.

Não vi matérias mostrando as conexões de Platão com Serra, com os tucanos.

Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada...).

O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas.!

Um colega nosso chegou a produzir, de forma precária, por telefone (vejam, bem, por telefone! Uma TV como a Globo fazer reportagem por telefone), reportagem com perfil do Abel. Foi editada, gerada para o Rio. Nunca foi ao ar!

Os telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na tal fita do "dossiê". Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou. A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com sanguessugas?

E o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3 pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor (aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas "desagradáveis". A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra, teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.

E isso era um segredo de polichinelo. Muita gente ouviu essa história pelos corredores...

E as fotos da grana dos aloprados? Tínhamos que publicar? Claro. Mas, porque não demos a história completa? Os colegas que estavam na PF naquele dia (15 de setembro), tinham a gravação, mostrando as circunstâncias em que o delegado vazara as fotos. Justiça seja feita: sei que eles (repórter e produtor) queriam dar a matéria completa - as fotos, e as circunstâncias do vazamento. Podiam até proteger a fonte, mas escancarando o que são os bastidores de uma campanha no Brasil. Isso seria fazer jornalismo, expor as entranhas do poder.

Mais uma vez, fomos seletivos: as fotos mostradas com estardalhaço. A fita do delegado, essa sumiu!

Aquele diretor, aquele que controla cada palavra dos textos de política, disse que só tomou conhecimento do conteúdo da fita no dia seguinte. Quer que a gente acredite?

Por que nunca mostraram o conteúdo da fita do delegado no JN?

O JN levou um furo, foi isso?

Um colega nosso, aqui da Globo ouviu a fita e botou no site pessoal dele... Mas, a Globo não pôs no ar... O portal "G-1" botou na íntegra a fita do delegado, dias depois de a "CartaCapital" ter dado o caso. Era noticia? Para o portal das Organizações Globo, era.

Por que o JN não deu no dia 29 de setembro? Levou um furo?

Não. Furada foi a cobertura da eleição. Infelizmente.

E, pra terminar, aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das matérias da "CartaCapital". Respeito os colegas que assinaram. Alguns assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!

Pensem bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista "Quatro Rodas" dá matéria falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em Berlim!

Aqui, na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas ficaram falando sozinhos nessa eleição...

De resto, está difícil continuar fazendo jornalismo numa emissora que obriga repórteres a chamarem negros de "pretos e pardos". Vocês já viram isso no ar? Sinto vergonha...

A justificativa: IBGE (e, portanto, o Estado brasileiro) usa essa nomenclatura. Problema do IBGE. Eu me recuso a entrar nessa. Delegados de policia (representantes do Estado) costumavam (até bem pouco tempo) tratar companheiras (mesmo em relações estáveis) como "concubinas" ou "amásias". Nunca usamos esses termos!

Árabes que chegaram ao Brasil no início do século passado eram chamados de "turcos" pelas autoridades (o passaporte era do Império Turco Otomano, por isso a nomenclatura). Por causa disso, jornalistas deviam chamar libaneses de turcos?

Daqui a pouco, a Globo vai pedir para que chamemos a Parada Gay de "Parada dos Pederastas". Francamente, não tenho mais estômago.

Mas, também, o que esperar de uma Redação que é dirigida por alguém que defende a cobertura feita pela Globo na época das Diretas?

Respeito a imensa maioria dos colegas que ficam aqui. Tenho certeza que vão continuar se esforçando pra fazer bom Jornalismo. Não será fácil a tarefa de vocês.

Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom dia Brasil ao JG, temos um desfile de gente que está do mesmo lado.

Mas sabem o que me deixou preocupado mesmo? O texto do João Roberto Marinho depois das eleições.

Ele comemorou a reação (dando a entender que foi absolutamente espontânea; será que disseram isso pra ele? Será que não contaram a ele do mal-estar na Redação de São Paulo?) de jornalistas em defesa da cobertura da Globo:

"(...)diante de calúnias e infâmias, reagem, não com dúvidas ou incertezas, mas com repúdio e indignação. Chamo isso de lealdade e confiança".

Entendi. Ele comemora que não haja dúvidas e incertezas... Faz sentido. Incerteza atrapalha fechamento de jornal. Incerteza e dúvida são palavras terríveis. Devem ser banidas. Como qualquer um que diga que há racismo - sim - no Brasil.

E vejam o vocabulário: "lealdade e confiança". Organizações ainda hoje bem populares na Itália costumam usar esse jargão da "lealdade".

Caro João, você talvez nem saiba direito quem eu sou.

Mas, gostaria de dizer a você que lealdade devemos ter com princípios, e com a sociedade. A Globo, infelizmente, não foi "leal" com o público. Nem com os jornalistas.Vai pagar o preço por isso. É saudável que pague. Em nome da democracia!

João, da família Marinho, disse mais no brilhante comunicado interno:

"Pude ter certeza absoluta de que os colaboradores da Rede Globo sabem que podem e devem discordar das decisões editoriais no trabalho cotidiano que levam à feitura de nossos telejornais, porque o bom jornalismo é sempre resultado de muitas cabeças pensando".

Caro João, em que planeta você vive? Várias cabeças? Nunca, nem na ditadura (dizem-me os companheiros mais antigos) tivemos na Globo um jornalismo tão centralizado, a tal ponto que os repórteres trabalham mais como bonecos de ventríloquos, especialmente na cobertura política!

Cumpro agora um dever de lealdade: informo-lhe que, passadas as eleições, quem discordou da linha editorial da casa foi posto na "geladeira". Foi lamentável, caro João. Você devia saber como anda o ânimo da Redação - especialmente em São Paulo.

Boa parte dos seus "colaboradores" (você, João, aprendeu direitinho o vocabulário ideológico dos consultores e tecnocratas - "colaboradores", essa é boa... Eu não sou colaborador, coisa nenhuma! Sou jornalista!) está triste e ressabiada com o que se passou.

Mas, isso tudo tem pouca importância.

Grave mesmo é a tela da Globo - no Jornalismo, especialmente - não refletir a diversidade social e política brasileira. Nos anos 90, houve um ensaio, um movimento em direção à pluralidade. Já abortado. Será que a opção é consciente?

Isso me lembra a Igreja Católica, que sob Ratzinger preferiu expurgar o braço progressista. Fez uma opção deliberada: preferiram ficar menores, porém mais coesos ideologicamente. Foi essa a opção de Ratzinger. Será essa a opção dos Marinho?

Depois, não sabem porque os protestantes crescem...

Eu, que não sou católico nem protestante, fico apenas preocupado por ver uma concessão pública ser usada dessa maneira!

Mas, essa é também uma carta de despedida, sentimental.

Por isso, peço licença pra falar de lembranças pessoais.

Foram quase doze anos de Globo.

Quando entrei na TV, em 95, lá na antiga sede da praça Marechal, havia a Toninha - nossa mendiga de estimação, debaixo do viaduto. Os berros que ela dava em frente à entrada da TV traziam uma dimensão humana ao ambiente, lembravam-nos da fragilidade de todos nós, de como nossa razão pode ser frágil.

Havia o João Paulada - o faz-tudo da Redação.

Havia a moça do cafezinho (feito no coador, e entregue em garrafas térmicas), a tia dos doces...

Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.

Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós - nas ruas, no Metrô, na padaria.

Todos, do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação. Estacionamentos eram externos (não havia "vallet park", nem catraca eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.

Hoje, quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado. Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.

Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.

Pra quem conseguiu chegar até o fim dessa longa carta, preciso dizer duas coisas...

1) Sinto-me aliviado por ficar longe de determinados personagens, pretensiosos e arrogantes, que exigem "lealdade"; parecem "poderosos chefões" falando com seus seguidores... Se depender de mim, como aconteceu na eleição, vão ficar falando sozinhos.

2) Mas, de meus colegas, da imensa maioria, vou sentir saudades.

Saudades das equipes na rua - UPJs que foram professores; cinegrafistas que foram companheiros; esses sim (todos) leais ao Jornalismo.

Saudades dos editores - que tiveram paciência com esse repórter aflito e procuraram ser leais às minúcias factuais.

Saudades dos produtores e dos chefes de reportagem - acho que fui leal com as pautas de vocês e (bem menos) com os horários!

Saudades de cada companheiro do apoio e da técnica - sempre leais.

Saudades especialmente, das grandes matérias no Globo Repórter - com aquela equipe de mestres (no Rio e em São Paulo) que aos poucos vai se desmontando, sem lealdade nem respeito com quem fez história (mas há bravos resistentes ainda).

Bem, pelo tom um tanto ácido dessa carta pode não parecer. Mas levo muita coisa boa daqui.

Perdi cabelos e ilusões. Mas, não a esperança.

Um beijo a todos.

Rodrigo Vianna.

19.12.06

Parece que Papai Noel está mesmo em baixa. Cada vez fica mais difícil convencer às espertíssimas crianças de hoje em dia da ubiqüidade e das generosidade e riqueza infinitas do Bom Velhinho.

Na Alemanha e na Áustria este ano, a afirmação de que a imagem do senhor barbudo em pijama vermelho de pom-pons brancos é uma criação da Coca-Cola que acabou desvirtuando o espírito natalino da louvação do Menino-Deus para o consumo desenfreado, desaguou num boicote sem precedentes à figura. As vitrines da Germânia aboliram a imagem de Papai Noel. Por lá não se ouve mais o ho-ho-ho.

Imagine você que Papai Noel foi expulso da Disney World. Duvida?

E agora este artigo.

18.12.06

Coloquei no ar um blog novinho em folha. Este aqui continua a bagunça de sempre. o papo é mais sobre música e assuntos afins. Dá um pulinho também.
"Tento entender a vida, o mundo e o mistério e, para isso, escrevo."(Lya Luft)

"Contradizer-se... Que luxo!"
(Jean Cocteau)

"A arte é um compêndio da natureza formado pela imaginação."
(Eça de Queiroz)

"Qualquer idiota é apaz de pintar um quadro. Mas só um gênio é capaz de vendê-lo."

(Samuel Buttler)

"Os poetas têm autorização para mentir."
(Plínio, o jovem)

"A vaidade é dos mesquinhos, o orgulho é dos grandes."
(Lorde Byron)

"A intriga humana me fascina."
(Nélida Piñon)

"A injustiça feita a um é ameaça feita a todos."
(Mostequieu)

"A sabedoria é filha da experiência."
(Leonardo Da Vinci)

"Há pessoas silenciosas que são muito mais interessantes que os melhores oradores."
(Benjamin Disraeli)
As Melhores de 2006

No sábado trabalhei o dia inteiro. Este final de ano tem sido de lascar. Mas não estou reclamando. Quando parei, já às sete, por tanto tempo lutando mentalmente contra o alvoroço da turba que se reunia sob a minha janela para o show da Sangalinha, estava absolutamente moída. Mas mantive o combinado, tomei um banho e fui para a festa de aniversário de um amigo. O convite dizia: chegue cedo, porque à meia-noite o som pára. Bom, ia ter música. Oba!

Conhecemos o sujeito e ele logo nos deixou de boca aberta. Era nosso dentista. Mas as afinidades eram grandes e logo descobrimos que além do consultório, o papo tinha que continuar em torno de uma mesa de bar. Claro que meu dentista também tem uma banda e foi ele quem primeiro me falou do Estephanio's, o melhor bar com música no Rio de Janeiro.

A festa rolou num estúdio e quem chegava tocava, cantava ou simplesmente, como eu, aplaudia. Tenho muitas turmas. E essa é uma que me dá muita alegria. Ouvi música velha e música nova. Música brasileira e do Velho Continente. Rock, reggae, blues, jazz... Gente que sente um prazer evidente em se reunir para cultuar Orfeu.

E entre as canções que foram entoadas, aquela que se tornou uma obsessão para mim em 2006: Crazy, do Gnarls Barkley. Até o clipe se encaixava com uma pesquisa que eu estava fazendo sobre o teste de Rorschach, porque estava muito interessada na projeção pessoais que fazemos nas situações independente do que de fato é apresentado.

Desconheço muitas das canções apresentadas abaixo, mas além de Crazy, também Smile me fisgou. Senti falta de uma outra que cantarolo sempre. Dizem que uma boa música é aquela que traduz sentimentos que estão no ar. Muitos dos grandes dizem que não compuseram suas obras primas, colheram do cosmo. Keith, por exemplo, sonhou com o riff de Satisfaction. Guardadas as devidas proporções, eu tinha uma mensagem importante para passar para uma pessoa muito amada e não estava conseguindo encontrar um jeito de fazer minha mensagem chegar sem soar como um sermão de tia chata. E aí veio Put your records on para eu tentar entrar em sintonia com quem eu precisava. Rolou.


Bom, eis a lista das Melhores de 2006, segundo a revista Rolling Stones:


1 - Crazy, Gnarls Barkley
2 - Steady As She Goes, Raconteurs
3 - Ridin', Chamillionaire
4 - What You Know, TI
5 - Vans, The Pack
6 - Thunder on the Mountain, Bob Dylan
7 - Smile, Lily Allen
8 - Wamp Wamp (What it Do), Clipse e Slim Thug
9 - Dimension, Wolfmother
10 - Ooh La La, Goldfrapp

(fonte)

15.12.06

"Sonhar é acordar-se para dentro."
(Mário Quintana)

"Imaginação é mais importante do que conhecimento."
(Albert Einstein)

"Não fique na cama. A não seu que você possa ganhar dinheiro nela."
(George Burns)

"O que foi, já se foi/Quero o que será."

(Gonzaguinha)

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação(...), ninguém precisará enseinar-lhe a amar seu semelhante."

(Albert Shweitzer)

"A paz não pode ser mantida à força; só pode ser conseguida pela compreensão."
(Einstein)

"Somos estrangeiros/Onde quer que estejamos."
(Fernando Pessoa)

"Viver sozinha é como estar numa festa onde ninguém olha para você."
(Marilyn Monroe)

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."
(Friedrich Nietzsche)

"Engraçado, costumam dizer que tenho sorte. Só eu sei que, quanto mais eu me preparo, mais sorte eu tenho."
(Anthony Robbins)

9.12.06

O site dele voltou, com força total.

1.12.06

A ONG A Força do Bem realiza a I Caminhada pela Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiência.

O evento que pretende mobilizar, conscientizar e sensibilizar a população da cidade para os problemas enfrentados em todos os níveis pelos portadores de deficiência.

Participarão do evento, além de vários artistas e autoridades, o Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CEPDE, composto pelos 92 Municípios do Estado; o Fórum da Arquidiocese e outras Instituições que se solidarizam com a causa.

A caminhada será animada pela bateria da Escola de samba Império Serrano cujo enredo para o carnaval de 2007 será “Ser Diferente é Normal: O Império Serrano Faz a Diferença no Carnaval”; e, também pelo Bloco Bangalafumenga que serão acompanhados por dois carros de som.

O locutor oficial da caminhada será o ator e cantor Sérgio Loroza.

A data escolhida é o dia 3 de Dezembro, instituído pela ONU como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

O percurso abrangerá toda a Avenida Atlântica, partindo do Posto 6, com dispersão no Leme - começando a concentração às 8h30.


Isabel Fillardis
Presidente da ONG A Força do Bem

14.11.06

26.10.06

MARTA E AS JUSTIFICATIVAS

Silvio de Abreu fez com que sua personagem Bia Falcão tivesse um final feliz. Rica, em Paris, ela era paparicada pelo jovem e belo amante a despeito de todas as artimanhas e crueldades que cometeu ao longo do folhetim. O público assim desejou, segundo demonstraram as pesquisas, e foi atendido. Talvez a simpatia suscitada pela personagem viesse colada ao carisma de sua intérprete, uma das poucas - talvez única – unanimidades nacionais: Fernanda Montenegro.

Entretanto o fenômeno se repete. A personagem de Lilia Cabral em Páginas da Vida, escrita por Manoel Carlos para ser uma grande vilã, encontra inúmeros defensores. É aquela mulher que (para quem não viu ou esqueceu) nos primeiros momentos da novela afirmava que deveriam passar com o carro por cima da cabeça de um pivete recém-atropelado. E outra personagem rebate: “é um menino, poderia ser seu filho”, ao que ela retruca “se fosse meu filho, eu matava”. Depois de maltratar a filha grávida, torturar o neto e planejar vendê-lo ao pai rico, ainda encontra quem diga que na pele dela faria o mesmo, coitadinha, tão sofrida. Numa aparentemente doce dona-de-casa, num profissional liberal com acesso à melhor educação e informação, num vizinho polido habitam latentes um membro de quadrilha de extermínio, um pai / uma mãe insensível, um torturador, um traficante de seres humanos. Estou com medo.

Medo das pessoas que defendem que se suba o morro atirando, independente da maioria honesta que mora lá. Medo de quem ignora as conquistas da nossa civilização, como os direitos humanos e civis e defende massacre em presídio e invasão de privacidade em nome de justiça e segurança. Que justiça? Que segurança? Não basta o mundo ter encaretado desde a última década, estamos retrocedendo também no que íamos indo bem, com os avanços das conquistas humanitárias. E aí vem o Bush e seus pretextos ocos e as vilãs da Globo angariando sentimentos amistosos.

A defesa para os atos da Marta da Lilia Cabral talvez explique o porquê de os pecados do PT terem influenciado pouco nos resultados, apontados até agora pelas pesquisas (sempre elas), da eleição para presidente. Aliás, os candidatos que chegaram ao segundo turno estão empatados no quesito (falta de) ética partidária, porque não dá para esquecer o inferno que foram os anos sob o PSDB. Mas o carisma do Lula, como o de Fernanda Montenegro, absolve-o de qualquer possível crime. Espera-se que a gente faça vistas grossas para os erros daqueles de quem gostamos, não vale a pena estragar uma relação longa por causa de uma falha de caráter, dizem. Bia Falcão vai para a Cidade Luz com seu bofe, Lula lá e me vejo cercada de Martas.

Estou assustada com esta lógica mafiosa. Para os amigos, tudo, para os inimigos, os rigores da lei. Ou a vala. Gente! O que é isso? Será que ninguém está lembrando que o que nos diferencia dos bandidos é que não cometemos as mesmas atrocidades que eles. Não somos ladrões porque não roubamos. Não somos assassinos porque não matamos. Não somos monstros porque não trucidamos outros seres humanos. Se roubarmos, matarmos e trucidarmos, seremos iguais a eles. Mesmo que façamos isso silenciando nos massacres, votando em quem defende a pena de morte, levando um por fora aqui e ali. Cada um por si é coisa da barbárie. É a favor disso que nossa voz se levanta?

Fico muito triste com o que sinaliza a identificação do público com as grandes vilãs e as urnas. Desculpem a falta de modéstia, mas eu não sou a Marta, não.

24.10.06

O Festival Delira Música marca três anos de existência do selo com a série Delira no Armazém, que acontecerá do dia 28 de outubro próximo, véspera do 2º turno das eleições, até o dia 25 de novembro. Serão 8 shows em 8 dias, com alguns impetuosos, talentosos e corajosos representantes da música instrumental. O local do evento será o Armazém Digital, no Rio Design Center, Leblon, Rio de Janeiro. A responsável pela programação da casa é a cantora e compositora Dulce Quental. E o elenco da festa é naturalmente representativo: gerações diversas, estilos distintos; em comum a boa música de artistas brasileiros.

Confira a programação:

28/10 – Sábado – Marcos Ariel Quarteto
• O boom da música instrumental no final dos anos 80 teve em Marcos Ariel um de seus protagonistas. O pianista, flautista e compositor terá seu mais novo trabalho, “4 Friends”, lançado em CD ainda este ano pela Delira Música. Marcos promete uma festa com os seus maiores sucessos e pitadas de seu novo disco.

04/11 – Sábado – Hamleto Stamato Trio
• O pianista Stamato criou um dos mais bem sucedidos projetos instrumentais dos últimos anos. A série de três CDs “Speed Samba Jazz” trouxe novo fôlego para o repertório de standards do jazz e clássicos da bossa nova.

10/11 – Sexta-Feira – Marcelo Caldi
• Cantor, acordeonista, pianista, Marcelo tem arrancado elogios por onde passa com seu som contemporâneo e instigante. Nas palavras de Maria Luiza Kfouri, “um compositor inspiradíssimo e um arranjador sensível...”.

11/11 – Sábado – LiberTango
• O grupo LiberTango é dedicado à obra de Astor Piazzolla e traz em sua formação Estela Caldi (piano), Alexandre Caldi (sax e flautas), Marcelo Caldi (acordeon), Bruno Migliari (baixo), Nicolas Krassik (violino) e Marcelo Rodolfo (voz). Sim, um cantor, e que cantor! Os arranjos criativos e envolventes falam por si só e dão o tom para a impecável interpretação de Marcelo Rodolfo.

17/11 – Sexta-Feira – Mauricio Einhorn
• Mauricio dispensa maiores apresentações. Um dos grandes improvisadores de que se têm notícia mostra o som incomparável de sua harmônica ao lado do parceiro e pianista Alberto Chimelli. No repertório standards de jazz e clássicos da música brasileira.

18/11 – Sábado – Fernando Martins
• Conhecido também por ter integrado o grupo do genial Victor Assis Brasil, o pianista Fernando Martins lançou o CD “Zungu” em 2005, em formação de quarteto com Idriss Boudrioua (sax alto), Luiz Alves (baixo) e Kléberson Caetano (bateria), e se mostra inventivo e surpreendente a cada instante. Música para pegar pelo pescoço quem acha que já ouviu tudo.

24/11 – Sexta-Feira – Haroldo Mauro Jr.
• Respeitado mestre da Universidade do Rio de Janeiro, Haroldo Mauro Jr. foi ouvido em Nova York durante os 20 anos em que lá viveu. Um autêntico pianista de jazz, admirado e exímio improvisador, e que não esqueceu a sua origem. Lançou recentemente o CD “Bossa na Pressão”, em formação de trio com Sérgio Barrozo (baixo) e o premiado Duduka da Fonseca (bateria).

25/11 – Sábado – Ricardo Leão
• Pianista e tecladista, produtor e arranjador, compositor e diretor musical, o goiano Ricardo Leão, que há 22 anos vive no Rio de Janeiro, é um dos músicos mais atuantes da cena musical brasileira. Acumula prêmios, colaborações com diversos artistas da MPB e traz a sua assinatura em aproximadamente 150 discos. Compõe trilhas para TV, teatro (só este ano foram 5) e cinema. E fecha com chave de ouro nossa festiva programação.

O Armazém Digital fica no Rio Design Center, Av. Ataulfo de Paiva, 270 – Loja 104 – Leblon. E os shows acontecem sempre às 21:00hs.
Novembro ˆ Mês da Cultura ˆ Mês do Rio

Novembro é o Mês da Cultura. E como já virou tradição, o Clube da Cultura organiza o evento que faz a cidade mergulhar na diversidade artística que é a sua marca. Além de espaços e espetáculos desenvolvidos especialmente para esse festival sem fronteira, como atividades ao ar livre, ateliês de portas abertas e visitas guiadas a pé ou de bicicleta, este ano o MetrôRio oferece uma novidade.

É o ticket Integração Cultural, bilhete ida e volta com direito a descontos em atividades de entretenimento, bares e restaurantes do Centro, válido nos fins de semana e feriados do mês.

Aproveitando a Data Nacional da Cultura, dia 5 de novembro, a partir de 2001 a Prefeitura resolveu dar às atividades culturais um mês inteiro. Daí surgiu a campanha Novembro ˆ Mês da Cultura ˆ Mês do Rio, potencializando as atividades turísticas, ações pedagógicas e criando estímulo para festas, decoração do comércio e iniciativas artísticas que venham difundir o conceito de que a cultura é elemento indispensável para a cidadania e o desenvolvimento do ser humano. A ação é uma campanha de mobilização e adesão, e pretende reforçar o Centro como o grande irradiador da cultura local. Bom para os turistas, ótimo para os cariocas.

Mesmo orgulhosos do vigor cultural da cidade, muitas vezes os "nativos" deixam passar uma ou outra oportunidade de conhecer pontos turísticos e culturais importantes. Que o Mês da Cultura sirva de incentivo para serem testemunhas do que é oferecido de melhor aos visitantes. Que o carioca seja contagiado, fazendo-se protagonista e turista dos próprios caminhos artísticos.

O Metrô convida a uma viagem diferente. Em todas as estações, a partir do início do mês, serão vendidos os bilhetes especiais que garantirão descontos, brindes e promoções na hora de alimentar o espírito e o corpo também. A idéia de integração ganhou a adesão do setor gastronômico e incentivou os pólos culturais a estenderem seus horários de funcionamento nos fins de semana (é bom lembrar que está chegando o Horário de Verão).

Como as ações se concentram no Rio Antigo e Praça XV, os bilhetes duplos, terão como retorno as estações Carioca, Cinelândia e Uruguaiana. Preço: R$ 7 (R$ 4,60 do bilhete duplo + R$ 2,40).

Nas estações, os usuários poderão conferir a programação disponível.

Clube da Cultura nasceu em 1994 para, através da articulação de instituições culturais ou pessoas físicas afinadas com esta causa, promover a valorização do setor. O Clube congrega pessoas de várias instituições: Centro Cultural Banco do Brasil, Sebrae, Telemar, entre outras.

As comemorações do Mês da Cultura, o projeto Fim de Semana no Centro e a construção de uma Agenda Integrada provam que é possível potencializar a atividade cultural como um todo, atingindo todas as camadas da população. A Agenda Integrada do Rio será lançada pela Fiocruz, nos próximos dias, através de um site específico, e será um serviço permanente. Toda a programação e os conveniados estarão disponíveis também no site do Clube da Cultura: www.clubedacultura.com

Alguns já conveniados que estarão oferecendo descontos:

Centro Cultural da Marinha - desconto de 50% nos seguintes passeios : Visitas à Ilha Fiscal e passeios marítimos aos sábados e domingos; e visitas ao Museu Naval aos sábados, aos domingos o acesso ao Museu é gratuito.Av. Alfredo Agache, s/n, Centro, próximo à Praça XVTel: 2104-6025/ 2104-6879www.sdm.mar.mil.br

Cine Odeon BR - Meia entrada nos dias 4, 5, 12, 18 e 19/11, na programação regular do cinema que estará disponível no site: www.estacaovirtual.com Praça Floriano nº 7 - Cinelândia, Tel 2240-1093

Restaurante Al Khayam - 10% de desconto - sábados Rua do Ouvidor, 16 - Praça XV - ao lado da Bolsa de ValoresTel.: 2252 6261 / 2507 6042.

Café dos Mercadores - 10% de desconto - sábados Rua do Ouvidor, 21 - CentroTel: 2509 2237

Grill 22 - 10% de desconto - sábados Rua 1º de março, 22 - CentroTel: 2224 8207

Atrevido Bar - 10% de desconto - sábados Rua do Ouvidor, 29/31 - CentroTel: 22426220

Arquitetura e Decoração Luciano Cavalcanti - 10% de desconto - sábados e domingos Na compra de qualquer peça da movelaria.Rua do Lavradio, 34 - CentroTel. 2507 6873 - Metrô Carioca http://www.lucianocavalcanti.arq.br/

Arte Temperada - 10% de desconto - sábados e domingos - de 10h às 19h Rua Visc de Itaboraí,78 - dentro da Casa França -Brasil Tel.: 2253-2589

Conveniados que oferecem gratuidade:

Centro Cultural dos Correios - gratuidade nas exposições - sábados e domingosRua Visconde de Itaboraí, 20 - CentroTel.: 2253-1580www.correios.com.br

Museu Histórico Nacional - gratuidade nas visitas aos domingos, das 14 às 18 horas.Praça Marechal Âncora - Próximo à Praça XVTel.: 25509220 / 25509224http://www.museuhistoriconacional.com.br

Casa França Brasil - gratuidade nas exposições - sábados e domingosRua Visconde de Itaboraí, 78 - CentroTel.: 2253-5366http://www.fcfb.rj.gov.br

Casa de Artes Paquetá - gratuidade nas exposições - sábados e domingos Praça de São Roque, 31 - Ilha de Paquetá TeleFax: 21 3397 0517 / 3397 2124www.casadeartes.org

Paço Imperial - gratuidade nas exposições - sábados e domingosPraça XV de Novembro, 48 - CentroTel. 2533 4491 /2533 7762http://www.pacoimperial.com.br
Cida Fernandes Assessoria de Imprensa - 21. 2527-3432 9763-868486243980cidaclf@globo.comcidaclf@gmail.com

19.10.06

A obsessão autoritária de Alckmin

(Altamiro Borges)

Na sua propaganda eleitoral de rádio e televisão, o presidenciável Geraldo Alckmin tem se esforçado para negar a imagem do político de direita, autoritário e centralizador. Na biografia fabricada pelos alquimistas do marketing, garante que ingressou na política na luta contra a ditadura. No maior cinismo, afirma: "Eu sou de centro-esquerda, um social-democrata". Mas um rápido levantamento confirma que sua formação é realmente conservadora, com sinistras ligações com a seita fascista Opus Dei, e que a sua atuação como governador de São Paulo foi marcada pela criminalização dos movimentos populares, pela montagem de uma equipe excludente de tecnocratas, a "turma de Pinda", e pelo total desrespeito ao Poder Legislativo.

Natural de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, desde a infância ele conviveu em sua própria casa com políticos reacionários, alguns deles envolvidos na conspiração que resultou no golpe militar de 1964, e com simpatizantes do Opus Dei, seita religiosa que cresceu sob as bênçãos do ditador espanhol Augusto Franco. Seu pai militou na União Democrática Nacional (UDN), principal partido golpista deste período; um tio foi prefeito de Guaratinguetá pelo mesmo grupo; outro foi professor do Mackenzie, um dos centros da direita fascista. Alckmin ingressou na política em 1972, convidado pelo antigo MDB para disputar uma vaga de vereador.

Na ocasião, diante do convite formulado por seu colega do curso de medicina, José Bettoni, respondeu: "Mas meu pai é da UDN", talvez temeroso dos seus laços familiares com a ditadura.

Bajulador da ditadura militar Até hoje, Alckmin se gaba de ter sido um dos vereadores mais jovens do país, com 19 anos, e de ter tido uma votação histórica neste pleito - 1.147 votos (cerca de 10% do total). Mas, segundo o depoimento de Paulo de Andrade, presidente do MDB nesta época, outros fatores interferiram nesta sua eleição. O tio de Alckmin, José Geraldo Rodrigues, acabara de ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal pela ditadura. "Ele transferiu prestígio para o sobrinho". A outra razão era histórica. Geraldo é sobrinho-neto do folclórico político mineiro José Maria Alckmin, que foi o vice-presidente civil do general golpista Castelo Branco. "Ter um Alckmin no MDB era um trunfo [para o regime militar]', diz Andrade". Tanto que o jovem vereador se tornou um bajulador da ditadura. Caio Junqueira, em um artigo no jornal Valor (03/04/06), desenterra uma carta em que ele faz elogios ao general Garrastazu Médici, "que tem se mostrado sensível aos problemas sociais, trabalhistas e previdenciários do que trabalham para a grandeza do Brasil". Como constata o jornalista, Alckmin sempre se manteve "afastado de qualquer movimento de resistência ao regime militar... Ao contrário das personalidades que viriam a ter fundamental papel em sua trajetória política, relacionava-se bem com o regime. O tom afável do documento encaminhado a Médici, sob cujo governo o Brasil viveu o período de maior repressão, revela a postura de não enfrentamento da ditadura militar, fato corroborado pelos relatos de colegas de faculdade e políticos que com ele atuaram".

Homenagem ao Opus Dei

Em 1976, Alckmin foi eleito prefeito da sua cidade natal por uma diferença de apenas 67 votos e logo de cara nomeou seu pai como chefe de gabinete, sendo acusado de nepotismo. Ainda como prefeito, tomou outra iniciativa definidora do seu perfil, que na época não despertou muitas suspeitas: no cinqüentenário do Opus Dei, em 1978, ele batizou uma rua de Pinda com o nome de Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador desta seita fascista. Na seqüência, ele foi eleito deputado estadual (1982) e federal (1986). Na Constituinte, em 1998, teve uma ação apagada e recebeu nota sete do Diap; em 1991, tornou-se presidente da seção paulista do PSDB ao derrotar o grupo histórico do partido, encabeçado por Sérgio Motta. Em 1994, Mario Covas o escolheu como vice na eleição para o governo estadual. Já famoso por sua ação pragmática e de "rolo compressor", coube-lhe a função de presidente do Conselho de Desestabilização do Estado.

As privatizações das lucrativas estatais foram feitas sem qualquer transparência ou diálogo com a sociedade - gerando várias suspeitas de negócios ilícitos. Nas eleições para prefeitura da capital paulista, em 2000, obteve 17,2% dos votos, ficando em terceiro lugar. Com a morte de Mário Covas, em março de 2001, assumiu o governo e passou a mudar toda a sua equipe, gerando descontentamento até mesmo em setores do PSDB. Em 2002, Alckmin foi reeleito governador no segundo turno, com 58,6% dos votos. A turma de Pinda Numa prova de sua vocação autoritária, um de seus primeiros atos no governo estadual foi a nomeação do delegado Aparecido Laerte Calandra - também conhecido pela alcunha de "capitão Ubirajara", que ficou famoso como um dos mais bárbaros torturadores dos tempos da ditadura - para o estratégico comando do Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Com a mesma determinação, o governador não vacilou em excluir os históricos do PSDB do Palácio dos Bandeirantes, cercando-se apenas de pessoas de sua estrita confiança e lealdade - a chamada "turma de Pinda". Atuando de maneira impetuosa e inescrupulosa, ele passou a preparar o terreno para impor sua candidatura à presidência da República no interior do partido. Num artigo intitulado "Como a turma de Pinda derrotou os cardeais tucanos", o dirigente petista Joaquim Soriano descreve a postura excludente do ex-governador. "Alckmin nasceu em Pindamonhangaba, lá foi vereador e prefeito. Foi deputado estadual e federal. Foi vice de Covas, do qual se diz herdeiro. Herdou o governo e logo tratou de colocar a turma de Covas para fora. Ocupou os lugares com seus fiéis.

Na turma do Alckmin não tem intelectuais nem economistas famosos, como é do gosto dos tucanos". Sua equipe é formada por pessoas sem tradição na história política nacional; é composta por tecnocratas subservientes. Esta conduta centralizadora é que explicaria, inclusive, a resistência de áreas do PSDB a sua candidatura. Governador truculento Como governador de São Paulo, Alckmin nunca escondeu sua postura autoritária. Sempre fez questão de posar como inflexível, como um governante avesso ao diálogo. Ele se gabava das suas ações "enérgicas" de criminalização dos movimentos sociais e de satanização dos grevistas. Não é para menos que declarou entusiástico apoio à prisão de José Rainha, Diolinda e outros líderes do MST no Pontal do Paranapanema; aplaudiu a violenta desocupação dos assentados no pátio vazio da Volks no ABC paulista e em outras ocupações de terras urbanas ociosas; elogiou a prisão do dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Gegê; e nunca fez nada para investigar e punir as milícias privadas dos latifundiários no estado. Durante seu reinado, o sindicalismo não teve vez e nem voz. Ele se recusou a negociar acordos coletivos, perseguiu grevistas e fez pouco caso dos sindicalistas. Que o digam os docentes das universidades, que realizaram um das mais longas greves da história e sequer foram recebidos; ou os professores das escolas técnicas, que pararam por mais de dois meses, não foram ouvidos e ainda foram retalhados com 12 mil demissões. "O governo estadual mantém a mesma política de arrocho salarial de FHC, com o agravante de reprimir, não só com a força policial, mas com diversos mecanismos arbitrários, o legítimo direito de greve dos servidores", protestou o ex-presidente da CUT, Luis Marinho, atual ministro do Trabalho. A linguagem da violência Os avanços democráticos no país não tiveram ressonância no estado. Ele sabotou a implantação de fóruns de participação da sociedade, como o Conselho das Cidades, criados pelo governo Lula. O movimento de moradia promoveu vários atos criticando o desrespeito à Lei nº. 9.142, que prevê a aplicação de 10% do ICMS em casas populares, e exigindo a criação do Conselho Estadual de Desenvolvimento Habitacional. "Há mais de dois anos que o governador dá as costas para o movimento social e o movimento sem teto de São Paulo", criticou Benedito Barbosa, líder da CMP, durante um protesto em agosto de 2004. Veruska Franklin, presidente da Facesp, também condenou "o autoritarismo e a truculência de Geraldo Alckmin". Avesso ao diálogo e à democracia, a única linguagem entendida pelo ex-governador é o da repressão dura e crua. Isto explica sua política de segurança pública, marcada pelo total desrespeito aos direitos humanos e que tornou o estado num grande presídio. Semanalmente, 743 pessoas são depositadas em penitenciárias superlotadas de São Paulo - já são 124 mil detentos para 95 mil vagas. Segundo relatório da Febem, o ex-governante demitiu 1.751 funcionários e, hoje, 6.500 menores vivem em condições subumanas, sofrendo maus-tratos. Nos últimos quatro anos, 23 adolescentes foram assassinados nestas escolas do crime, o que rendeu a Alckmin uma condenação formal da Corte Internacional da OEA. Dados da Unicef revelam que o Estado concentra as piores taxas de homicídios de jovens do país: 16,3 mil por ano ou 107 por dia. A submissão dos poderes Contando com forte blindagem da mídia, que reforçou a caricatura do governador como um "picolé de chuchu", insosso e anódino, Alckmin conseguiu submeter quase que totalmente o Poder Judiciário, que hoje está infestado de tucanos enrustidos, e garantir uma maioria servil no Poder Legislativo. Através de um artifício legal do período da ditadura militar, o atual "paladino da ética" abortou 69 pedidos de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Assembléia Legislativa de São Paulo - destas, 37 tinham sido solicitadas para investigar irregularidades, fraudes e casos de corrupção da sua administração.

Este abuso autoritário só recentemente foi superado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou que o tal dispositivo fere o artigo 58, parágrafo 3º da Constituição e liberou a instalação das CPIs. Como sintetiza o sociólogo Rodrigo Carvalho, no livrete "O retrocesso de São Paulo no governo tucano", Geraldo Alckmin marcou sua gestão pela forma autoritária como lidou com a sociedade organizada e pelo rígido controle que exerceu sobre os poderes instituídos e a mídia. "Alckmin trata os movimentos sociais como organizações criminosas, não tem capacidade de dialogar e identificar as demandas da sociedade... Além disso, ele utilizou sua força política para impedir qualquer ação de controle e questionamento das ações do governo". Esta conduta abertamente antidemocrática, que não nega sua formação política, é que "conquistou o respeito dos maiores industriais, banqueiros e latifundiários de São Paulo" e que o projetou para a disputa da presidência da República, derrotando inclusive alguns tucanos históricos.

Altamiro Borges é jornalista, editor da revista Debate Sindical
O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º?

(Paulo Henrique Amorim)

Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.

É o que demonstra de forma irrefutável a reportagem de capa da revista Carta Capital que está nas bancas ("A trama que levou ao segundo turno"), de Raimundo Rodrigues Pereira. E merecia um sub-titulo: "A radiografia da imprensa brasileira".

Fica ali demonstrado:

1) As equipes de campanha de Alckmin e de Serra chegaram ao prédio da Polícia Federal, em São Paulo, antes dos presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos;

2) O delegado Edmilson Bruno tirou fotos do dinheiro de forma ilegal e a distribuiu a jornalistas da Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, do jornal O Globo e da rádio Jovem Pan;

3) O delegado Bruno contou com a cumplicidade dos jornalistas para fazer de conta que as fotos tinham sido roubadas dele;

4) O delegado Bruno procurou um repórter do Jornal Nacional para entregar as fotos: "Tem de sair à noite na tevê., Tem de sair no Jornal Nacional";

5) Toda a conversa do delegado com os jornalistas foi gravada;

6) No dia 29, dois dias antes da eleição, dia em que caiu o avião da Gol e morreram 154 pessoas, o Jornal Nacional omitiu a informação e se dedicou à cobertura da foto do dinheiro;

7) Ali Kamel, "uma espécie de guardião da doutrina da fé" da Globo, segundo a reportagem, recebeu a fita de audio e disse: "Não nos interessa ter essa fita. Para todos os efeitos não a temos", diz Kamel, segundo a reportagem

8) A Globo omitiu a informação sobre a origem da questão: 70% das 891 ambulancias comercializadas pelos Vedoin foram compradas por José Serra e seu homem de confiança, e sucessor no Ministério da Saúde, Barjas Negri.

9) A Globo jamais exibiu a foto ou o vídeo em que aparece Jose Serra, em Cuiabá, numa cerimônia de entrega das ambulâncias com a fina flor dos sanguessugas;

10) A imprensa omitiu a informação de que o procurador da República Mario Lucio Avelar é o mesmo do "caso Lunus", que detonou a candidatura Roseana Sarney em 2002, para beneficiar José Serra. ( A Justiça, depois, absolveu Roseana de qualquer crime eleitoral. Mas a
campanha já tinha morrido.)

11) Que o procurador é o mesmo que mandou prender um diretor do Ibama que depois foi solto e ele, o procurador, admitiu que não deveria ter mandado prender;

12) Que o procurador Avelar mandou prender os suspeitos do caso do dossiê em plena vigência da lei eleitoral, que só deixa prender em flagrante de delito.

13) Que o Procurador Avelar declarou: "Veja bem, estamos falando de um partido político (o PT) que tem o comando do país. Não tem mais nada. Só o País. Pode sair de onde o dinheiro ?"

14) A reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira conclui: "Os petistas já foram presos, agora trata-se de achar os crimes que possam ter cometido."

Na mesma edição da revista Carta Capital, ao analisar uma pesquisa da Vox Populi, que Lula tem 55%, contra 45% de Alckmin, Mauricio Dias diz: " ... dois fatos tiraram Lula do curso da vitória (no primeiro turno). O escândalo provocado por petistas envolvidos na compra do
dossiê da familia Vedoin ... e secundariamente o debate promovido pela TV Globo ao qual o presidente não compareceu."

Quer dizer: o golpe funcionou.

Mino Carta, o diretor de redação da Carta Capital, diz em seu blog, aqui no IG (http://blogdomino.blig.ig.com.br/ ), que houve uma reedição do golpe de 89, dado com a mão de gato da Globo, para beneficiar Collor contra Lula. "A trama atual tem sabor igual, é mais sutíl, porém. Mais velhaca," diz Mino.

Permito-me acrescentar outro exemplo.

Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira
Franco. O golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?

O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca.

Que só não aconteceu, porque Brizola "ganhou a eleição duas vezes: na lei e na marra", como, modestamente, escrevi no livro "Plim-Plim ? a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", editora Conrad, em companhia da jornalista Maria Helena Passos.

Está tudo pronto para o segundo golpe.

O Procurador Avelar está lá.

Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo !)?

A urna eletrônica no Brasil é um convite à fraude. Depende da vontade do programador. Não tem a contra-prova física do voto do eleitor. Brizola aprendeu a amarga lição de 82 e passou resto da vida a se perguntar: "Cadê o papelzinho ?", que permite a recontagem do voto ?
E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin.

E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.

13.10.06

Sugestões de perguntas ao Alckmin para o próximo debate:

1) O senhor, que promete um banho de ética, não percebeu que sua filha trabalhava com a maior quadrilha de contrabandistas de roupas, a Daslú?

2) O Senhor não percebeu que sua esposa recebeu 400 vestidos de luxo, em troca sabe-se lá de quê, e depois, sem jeito, ela declarou que havia doado para uma instituição de caridade, o que foi negado pela instituição?

3) O senhor, ao assumir o segundo mandato, afirmava que a segurança pública era o maior problema do Estado. Porque menosprezou o PCC, e permitiu que a população vivesse dias de pânico com os ataques?

4) O que o senhor acha a respeito dos secretários do seu Governo negociarem com bandidos durante os ataques?

5) Enquanto Governador, por que a bancada de seu partido não permitiu a criação de nenhuma CPI, o senhor não acha que as CPIS são importantes?

6) Por que o senhor e seu partido privatizaram todas as empresas estatais de São Paulo, como as estradas, que cobram pedágios astronômicos, com as empresas elétricas, o Banespa... Se assumir a presidência o senhor vai privatizar a Petrobrás como FHC fez com a Vale do Rio Doce, e até hoje ninguém sabe onde foi parar o dinheiro?

7) Se o senhor for Presidente, vai invadir a Bolívia com o exército e se alinhar aos EUA, liderando a política de opressão aos povos da AL?

8) Por que o senhor gastava tanto dinheiro com publicidade numa revista insignificante que, por coincidência, era de seu acupunturista?

9) Por que o senhor superfatura o pagamento para os empresários que exploram os restaurantes de comida a R$ 1,00, paga mais R$ 3,50 por prato para o dono do restaurante, que tem uma clientela garantida de mais de 1.000 refeições por dia, além de algumas benesses do Estado... isso não é um assalto ao bolso do contribuinte?

10) O senhor, que fala tanto em choque de gestão, por que está deixando um rombo de 1 bilhão e duzentos mil no estado de São Paulo, que pode levar seu vice, Cláudio Lembo, para a cadeia? Ainda neste tema, o que o senhor achou da declaração do recém eleito José Serra, dizendo que vai cancelar a privatização da Nossa Caixa, iniciada na surdina pelo senhor durante seu governo?

4.10.06

Repassando:

Porque o FHC não teve escandalo de corrupção!!!

Não só não deixarei de compartilhar como ainda estou recomendando que as pessoas interessadas em entender tudo o que está acontecendo agora recorram, além dos livros de história recente, à revista Carta Capital, que é a única atualmente a tentar resgatar as raízes de toda a bandalheira a que estamos assistindo. Vamos dar umas feriazinhas à Veja, IstoÉ e Época, (...) vamos olhar por uma outra ótica, só para sair um pouquinho da rotina?

"Um estudioso" de São Paulo, Altamiro Borges, recuperou brevemente a nossa memória política da década recente e a colocou na rede. O sociólogo Rogério Chaves enxugou o texto, que envio a vocês na esperança de que possa contribuir com o debate - e para que não esqueçamos dos anos tucanos (ainda tão recentes e precocemente esquecidos) (...).

- SIVAM: Logo no início da gestão de FHC, denúncias de corrupção e tráfico de influências no contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) derrubaram um ministro e dois assessores presidenciais. Mas a CPI instalada no Congresso, após intensa pressão, foi esvaziada pelos aliados do governo e resultou apenas num relatório com informações requentadas ao Ministério Público.

- PASTA ROSA: Pouco depois, em agosto de 1995, eclodiu a crise dos bancos Econômico (BA), Mercantil (PE) e Comercial (SP). Através do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (PROER), FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico numa jogada política para favorecer o seu aliado ACM. A CPI instalada não durou cinco meses, justificou o "socorro" aos bancos quebrados e nem sequer averiguou o conteúdo de uma pasta rosa, que trazia o nome de 25 deputados subornados pelo Econômico.

- PRECATÓRIOS: Em novembro de 1996 veio à tona a falcatrua no pagamento de títulos no Departamento de Estradas de Rodagem (DNER). Os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor destes precatórios para a quadrilha que comandava o esquema, resultando num prejuízo à União de quase R$ 3 bilhões. A sujeira resultou na extinção do órgão, mas os aliados de FHC impediram a criação da CPI para investigar o caso.

- COMPRA DE VOTOS: Em 1997, gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiria a reeleição de FHC. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre, teriam recebido R$ 200 mil para votar a favor do projeto do governo. Eles renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido, mas o pedido de uma CPI foi bombardeado pelos governistas.

- DESVALORIZAÇÂO DO REAL: Num nítido estelionato eleitoral, o governo promoveu a desvalorização do real no início de 1999. Para piorar, socorreu com R$ 1,6 bilhão os bancos Marka e FonteCidam - ambos com vínculos com tucanos de alta plumagem. A proposta de criação de uma CPI tramitou durante dois anos na Câmara Federal e foi arquivada por pressão da bancada governista.

- PRIVATARIA: Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas entre Luis Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações, e André Lara Resende, dirigente do banco. Eles articulavam o apoio a PREVI, Caixa de Previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o tucano Pérsio Arida. A negociata teve valor estimado de R$ 24 bilhões. Apesar do escândalo, FHC conseguiu evitar a instalação da CPI.

- CPI DA CORRUPÇÃO: Em 2001, chafurdando na lama, o governo ainda bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a sua triste gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera federal, que depois se concentraram nas falcatruas da SUDAM privatização do sistema Telebrás e no envolvimento do ex-ministro Eduardo Jorge. A imundície no ninho tucano novamente ficou impune.

- EDUARDO JORGE: Secretário-geral do presidente, Eduardo Jorge foi alvo de várias denúncias no reinado tucano: esquema de liberação de verbas no valor de R$ 169 milhões para o TRT-SP; montagem do caixa-dois para a reeleição de FHC; lobby para favorecer empresas de informática com contratos no valor de R$ 21,1 milhões só para a Montreal; e uso de recursos dos fundos de pensão no processo das privatizações. Nada foi apurado e hoje aparece na mídia para criticar a "falta de ética" do governo Lula.

E apesar disto, FHC impediu qualquer apuração e sabotou todas as CPIs. Ele contou ainda com a ajuda do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que por isso foi batizado de "engavetador-geral". Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC .(...)

Diferente do reinado tucano, o que é uma importante marca distintiva do atual governo, hoje existe maior seriedade na apuração das denúncias de corrupção. Tanto que o Ministério da Justiça e sua Polícia Federal surgem nas pesquisas de opinião com alta credibilidade. Nesse curto período foram presas 1.234 pessoas, sendo 819 políticos, empresários,juízes, policiais e servidores acusados de vários esquemas de fraude -desde o superfaturamento na compra de derivados de sangue até a adulteração de leite em pó para escolas e creches. Ações de desvio do dinheiro público foram atacadas em 45 operações especiais da PF.

Já a Controladoria Geral da União, encabeçada pelo ministro Waldir Pires, fiscalizou até agora 681 áreas municipais e promoveu 6 mil auditorias em órgãos federais, que resultaram em 2.461 pedidos de apuração ao Tribunal de Contas da União. Apesar das bravatas de FHC, a Controladoria só passou a funcionar de fato no atual governo, que inclusive já efetivou 450 concursados para o trabalho de investigação. (...)

Diante de fatos irretocáveis, fica patente que a atual investida do PSDB-PFL não tem nada de ética. FHC, que orquestrou a eleição de Severino Cavalcanti para presidente da Câmara, tem interesses menos nobres nesse embate. (...)


Conclusão: OK, o atual governo usou da corrupção pra fazer política, mas o anterior, que hoje evoca a "ética" para desgastar a imagem dos petistas, passou por vários escândalos de corrupção - e, importante: nenhum deles devidamente investigado. Quem está mais ganhando nesta crise não é Roberto Jefferson ou a corja do PFL, que já é reconhecidamente corrupta. Mas os tucanos, que estão se saindo com a imagem de éticos, graças ao esquecimento geral da Nação. (...)

Nunca devemos nos esquecer que a Cia. Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3 bilhões de Reais, financiados pelo BNDES, e hoje vale "somente" 48 bilhões de dólares

3.10.06

Só para reavivar a memória de quem está comprando a idéia de uma oposição composta de vestais. Sinceramente, acho que os candidatos que ficaram para o segundo turno concorrendo à presidência da República são os piores. Mas estou tendendo a escolher ficar na mesma a retroceder anos-luz. Pelo menos estou tentando, porque há um golpe de estado sendo armado nos bastidores para entregar o país à mesma corja que sempre mamou em suas tetas. Depois falo mais sobre isso. Leiam e reflitam.

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NÃO VOU FAZER PARTE DE CAMPANHA ANTI-PT E ANTI-LULA
Milton Zaminato ( Prof. de Física da UNB)

Passei a vida toda lutando contra a Ditadura Militar e políticos da Arena;
PDS; PFL; PSDB. Vivi a era FHC e vi o país ser posto à venda.

Vi mais de 100 empresas públicas serem "privatizadas" sem que o produto da venda tenha sido utilizado em favor do País. Fiquei 8 anos sem um centavo de reajuste salarial.

Vi colegas de trabalho, concursados, serem demitidos, através do malsinado RH 008.
Vi todo o processo de desmonte da Caixa para a privatização.
Vi dezenas e dezenas de CPIs serem abortadas a custa de muita grana.
Vi o Procurador Geral da União ser chamado de Engavetador Geral da União.
Vi a Polícia Federal de mãos amarradas.
Vi o FMI mandando e desmandando e os Governos dizendo amém.
Vi um país que gerou apenas 8 mil empregos mensais durante 08 longos anos.
Vi trabalhadores escravos.
Vi e vivi. Participei de dezenas de passeatas.
Vi o "pensamento único" do PSDB calando jornais, rádios e TVs.
Vi o Banco Central "doando" milhões de dólares para os banqueiros falidos salvarem suas peles.
Vi milhares de micros e pequenas empresas fechando suas portas para dar lugar aos importados pela paridade do dólar.
Vi o escândalo do SIVAM.

Agora que o Brasil gera mais de 100 mil empregos mensais;
Que as indústrias batem recordes de produção;
Que o comércio bate recordes de venda;
Que o país bate recordes de exportações;
Que dispensamos a tutela do FMI;
Que o BB contrata milhares de novos empregados concursados;
Que estamos entrando em período de deflação;
Que 9 milhões de famílias são atendidas pelos programas sociais do Governo;
Que a agricultura familiar está tendo acesso ao crédito e de fato sendo valorizada;
Que as pequenas e micros empresas voltam a abrir portas;
Que a Polícia federal atua sem amarras e desbarata uma quadrilha atrás da outra, como nunca em toda a sua história;
Que a fiscalização da Receita Federal está fazendo as grandes empresas e bancos recolherem impostos (tanto que a Receita federal também bate recordes de arrecadação);
Que o Ministério do trabalho fiscaliza as empresas (o FGTS também bate recordes históricos de arrecadação) e está erradicando o trabalho escravo no campo.

Agora vem alguém me pedir para ir às ruas contra LULA???!!!

Meu amigo: TÔ FORA!!!!!

Estou pronto para ir às ruas pedir investigação de quaisquer atos de corrupção praticados por quem quer que seja. Que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e outras instituições sérias investiguem com total isenção, e que a Justiça puna todo aquele que tenha praticado irregularidade.

Fazer o jogo e servir de instrumento de pessoas como ACM, Bornhausen, FHC, Serra, Alckmin, Arthur Virgílio, Álvaro Dias, Jeffersons da vida e outros, que todos sabemos bem quem são,

JAMAIS!

22.9.06


Para desopilar o fígado, desobstruir os canais lacrimais, higienizar a mente e aliviar o coração:






Até 29 de outubro de 2006
Sábados e domingos às 19h
Teatro SESI
Rua Graça Aranha, 01 - Centro
Rio de Janeiro

20.9.06

Repassando...

Mesmo que você saiba de todas essas formas corretas, passe adiante, pode ser útil para outras pessoas. A Língua Portuguesa agradece.

Não diga:


-menas O correto é sempre menos
-iorgute O correto é iogurte
-mortandela O correto é mortadela
-mendingo O correto é mendigo
-trabisseiro O correto é travesseiro
-trezentas gramas O correto é O grama
-di menor, di maior O correto é simplesmente maior ou menor de idade
-cardaço O correto é cadarço
-asterístico O correto é asterisco
-beneficiente O correto é beneficente
-meia cansada O correto é meio cansada

E lembre-se também:

-Mal é antônimo de Bem
-Mau é antônimo de Bom
-A casa é GEMINADA (do latim geminare = duplicar)e não GERMINADA, que vem de
germinar, nascer, brotar
-O certo é CUSPIR e não GOSPIR.
-O certo, quando você fala daquela janela do banheiro ou da cozinha ou mesmo daquele tipo de caminhão é BASCULANTE e não VASCULHANTE.
-Se você estiver com muito calor, poderá dizer que está "suando" (com U), e
não "soando", pois quem "soa" (do verbo soar) é sino !
-O peixe tem ESPINHA (espinha dorsal) e não ESPINHO. Plantas têm espinhos.
-Homens dizem OBRIGADO e mulheres OBRIGADA.
-O certo é HAJA VISTA (que se oferece à vista) e não HAJA VISTO.
-"FAZ dois anos que não o vejo" e não "FAZEM dois anos".
- POR ISSO e não PORISSO.
-"HAVIA muitas pessoas no local", pois haver no sentido de "existir" é sempre SINGULAR.
-Daí, "PODE HAVER problemas" e não "PODEM HAVER...."
-PROBLEMA e não POBLEMA ou POBREMA
-A PARTIR e não À PARTIR
-Para EU fazer, para EU comprar, para EU comer e não para MIM fazer , para mim comprar ou para mim comer.
(mim não conjuga verbo; apenas "eu, tu, ele, nós, vós, eles")
-Você pode ficar com dó (ou com um dó) de alguém, mas nunca com "uma dó"; a palavra dó no feminino é só a nota musical (do, ré, mi, etc etc.)
-As pronúncias: CD-ROM é igual a ROMA sem o A. Não é CD-RUM (nem CD-pinga, CD-vodka, etc). ROM é abreviatura de Read Only Memory - Memória apenas para leitura.
- HALL é RÓL não RAU, nem AU

E agora, o horror divulgado pelo pessoal do TELEMARKETING:

-Não é eu vou ESTAR mandando, vou ESTAR passando, vou ESTAR verificando e sim eu vou MANDAR , vou PASSAR e vou VERIFICAR (muito mais simples, mais elegante e CORRETO).
-Da mesma forma é incorreto perguntar: COM QUEM VOCÊ QUER ESTAR FALANDO?
-Veja como é o correto e mais simples: COM QUEM VOCÊ QUER FALAR?
- Ao telefone não use: Quem gostaria? É de matar...
- Não use: peraí, aguenta aí, só um pouquinho... Prefira: Aguarde um momento, por favor.
-Por último, e talvez a pior de todas: Por favor, arranquem os malditos SEJE e ESTEJE do seu vocabulário.
-Não é elegante você tratar por telefone, pessoas que não conhece, utilizando termos como: querido (a), meu filho (a), meu bem, amigo(a)... Utilize o nome da pessoa ou Senhor, Senhora.
-O termo correto é privilégio, e não previlégio.

Mande aos seus amigos e façamos assim uma corrente em benefício de nossa língua portuguesa.
OS BENEFÍCIOS DA ÁGUA OXIGENADA

A água oxigenada foi desenvolvida na década de 1920 por cientistas para conter problemas de infecções e gangrena em soldados em frente de batalha. A pesquisa buscava um produto barato, fácil de transportar e usar, que pudesse ser conservado de forma fácil e à temperatura ambiente, sem problemas colaterais. Durante a segunda guerra mundial, a redução no número de baixas e amputações foi tremenda, graças ao uso da água oxigenada.

Numa solução a 3%, é um dos mais potentes desinfetantes que existem. Isso é pouco divulgado e pode-se entender porquê. Um produto barato e simples de usar, concorre com outros desenvolvidos por laboratórios farmacêuticos e indústrias de desinfetantes domésticos e hospitalares.

Portanto, não há interesse comercial no seu uso em larga escala.

O que se pode fazer com água oxigenada:

1 - Uma colher de sobremesa do produto usada para bochechos e mantido na boca por alguns minutos, mata todos os germes bucais, branqueando os dentes! Cuspir após o bochecho.

2 - Manter escovas de dentes numa solução de água oxigenada conserva as escovas livres de germes que causam gengivite e outros problemas bucais.

3 - Um pouco de água oxigenada num pano desinfeta superfícies melhor do que qualquer outro produto. Excelente para usar em cozinhas e banheiros.

4 - Tábuas de carne e outros utensílios são totalmente desinfetados após uso, com um pouco de água oxigenada. O produto mata qualquer bactéria ou germe, inclusive salmonela.

5 - Passada nos pés, à noite, evita problemas de frieiras e outros fungos que causam os principais problemasnos pés, inclusive mau cheiro (chulé).

6 - Passada em ferimentos (várias vezes ao dia) evita infecções e ajuda na cicatrização. Até casos de gangrena regrediram com o seu uso.

7 - Numa mistura meio-a-meio com água pura, pode ser pingada no nariz em resfriados e sinusites. Esperaralguns instantes e assoar o nariz. Isso mata germes e outros microorganismos nocivos.

8 - Um pouco de água oxigenada na água do banho ajuda a manter a pele saudável, podendo ser usada em casos de micoses e fungos.

9 - Roupas que precisem desinfecção (lençóis, fraldas, etc), ou aquelas em contato com secreções corporais e sangue, podem ser totalmente desinfetadas se ficarem de molho numa
solução contendo água oxigenada antes da lavagem normal.

10 - Certamente você encontrará outras formas de usar a água oxigenada em sua casa.

15.9.06

SEMINÁRIO "POR QUE NÃO?: RUPTURAS E CONTINUIDADES DA CONTRACULTURA"Data: 18 e 19 de setembro de 2006.
Horário: duas mesas diárias, a primeira iniciando às 10hs e a segunda
às 14:30hs.
ENTRADA FRANCA.
Endereço: Universidade Candido Mendes - Salão Marquês de Paraná. Rua da
Assembléia, 10 - 42o. andar.
Não é necessária inscrição prévia. O salão será aberto com 30 minutos
de antecedência e sem distribuição de senhas.
INFORMAÇÕES: 25312000 ramais 254/246 - cesap.ucam@gmail.com

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
18 de setembro
10hs - Estética da Ruptura: entre arte e conceito I
Paulo Sérgio Duarte
Eduardo Viveiros de Castro
Luiz Carlos Maciel
Claudia Castro
Debatedor: Ítalo Moriconi

14:30hs - Estética da Ruptura: entre arte e conceito II
Paulo Henriques Britto
Luiz Camillo Osório
Flora Süssekind
Antonio Cicero
Debatedor: Julio Diniz

19 de setembro
10hs - Subjetividades e Estilos de Vida
Sandra Carneiro
Maria Claudia Coelho
Benilton Bezerra
Maria Isabel Mendes
Debatedor: Liv Sovik

14:30 hs - Novas Agendas Políticas
Fernando Gabeira
Silvia Ramos
Gilberto Velho
João Freire Filho
Beatriz Resende
Debatedor: Santuza Naves

18hs - Roda de Leituras de Poesia
Coordenador: Sérgio Cohn
Chacal
Claudia Roquette-Pinto
Ericson Pires
Leonardo Froés

19hs - Lançamento do Livro O Sonhador Insone de Sergio Cohn
"Não seja supersticioso. Dá azar."
(Finian McLonergan)

"Sou fútil, mas não sou estúpida."
(Sarah Vaughan)

"Para todos os males há dois remédios: tempo e silêncio."
(Alexandre Dumas)

"As palavras, como as abelhas, têm mel e ferrão."

(provérbio suíço)

"O conformismo é o carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento."
(John Kennedy)

"Prefiro o Paraíso pelo clima e o Inferno pela companhia."
(Mark Twain)

"Pois é amando / Que o humano dá o que tem de melhor."
(Hölderlin)

"O mundo avança (...), mas dando voltas ao redor do sol."
(Gabriel Garcia Márquez)

"Para bom bebedor, meia garrafa basta."
(Anônimo)

"Faça o que tem que fazer e deixe os outros dicutirem se é certo ou não."
(Calvin)

12.9.06

Funarte
Só um minuto


Uma onda de paz vai cobrir o planeta domingo, dia 17 de setembro. Uma rede de 13 cidades participa ao mesmo tempo, na mesma hora, do lançamento do projeto “Só um minuto”, “Just a minute”. Uma delas é o Rio de Janeiro. A cerimônia oficial é em Londres.

“Só um minuto” é um movimento criado pela Brahma Kumaris, uma entidade que nasceu no Rajastão, na índia, há 70 anos, e se dedica a aumentar nossa consciência para criarmos um mundo melhor.

A festa no Rio será no Teatro João Caetano; é grátis e conta com a força de gente como Regina Casé, Cássia Kiss, Leilane Neubarth, Muniz Sodré, do grupo Nós do Morro, do grupo de choro Vendendo Peixe, e do Projeto Ballet Dalal Achcar. Venha você também.

O Rio estará conectado com Barcelona, Berlim, Moscou, São Petersburgo, Melbourne, Delhi, Nairobi, Johannesburgo, Cidade do Cabo e Plzen a partir do meio dia, horário de Brasília.




“Só um minuto” é o tempo necessário para transformar o mundo

Campanha mundial será lançada no dia 17 de setembro em evento gratuito no Teatro João Caetano

Com o objetivo propor uma forma de transformar o mundo através de ações simples e práticas, a Brahma Kumaris está lançando o projeto internacional Just-a-minute. “Só um minuto”, como está sendo chamada a iniciativa nos países de língua portuguesa, é um convite a se criar o hábito de parar por alguns instantes ao longo do dia, ficar em silêncio e refletir sobre valores humanos universais.

O projeto será lançado no dia 17 de setembro (domingo) em treze cidades ao redor do planeta simultaneamente. O Rio de Janeiro foi uma das localidades escolhidas para sediar o acontecimento. O evento – que será realizado no Teatro João Caetano e terá entrada franca – vai contar com a participação de Regina Casé, Cássia Kiss, Leilane Neubarth, Muniz Sodré, do grupo Nós do Morro, do grupo de choro Vendendo Peixe, e do Projeto Ballet Dalal Achcar.

Mais do que estar consciente, é preciso constantemente relembrar de nossos valores e propósitos

Just-a-minute (só um minuto) é uma iniciativa mundial que visa despertar a consciência de que todos nós temos a capacidade, o poder e a responsabilidade de criar um mundo melhor. Mais que despertar, a intenção é permanecer como um lembrete de que é necessário, diariamente, cada um fazer algo em prol da sua paz interior, da paz em seu círculo de relacionamentos, em sua comunidade e no mundo.

Os altos níveis de stress, tensão e pressão que a vida moderna nos impõe colaboram muito para deteriorar as condições de nossa qualidade de vida. Profissionais de empresas competitivas, especialmente aqueles com grande responsabilidade na estrutura organizacional, estão certamente entre as maiores vítimas das doenças desses tempos. Cada vez mais fica clara a importância de ambientes de trabalho saudáveis e, principalmente, de uma interação positiva com a sociedade.

Essas respostas parecem estar num cotidiano preenchido de valores como amor, confiança, respeito, aceitação, cooperação. A prática de sistematicamente parar por um minuto e o realinhamento com seus valores internos são o suficiente para manter o foco na ação. Just-a-minute sugere a introdução de só um minuto de silêncio e reflexão a cada hora, de modo que cada um consiga se manter mais calmo, estável e focado em suas ações, reduzindo assim o stress e proporcionando maior bem estar, principalmente no ambiente de trabalho.

Parar, relaxar e se concentrar é também uma forma de evitar que ações sejam desempenhadas automaticamente, para além de uma intenção consciente. Trata-se de desligar o “piloto automático” da vida cotidiana e viver cada momento presente guiado por propósitos.


Eventos simultâneos ao redor do mundo


O lançamento oficial do Just-a-minute acontecerá na Arena de Wembley (Reino Unido) no dia 17 de setembro e contará com a participação de... (Bee gees etc). Outras doze cidades ao redor do mundo foram selecionadas para participar, em tempo real, do acontecimento. Flashes dos eventos em cada uma dessas cidades serão exibidos simultaneamente através de telões espalhados em diferentes lugares do mundo e amplamente transmitidos para o planeta via internet. Estima-se que, só em Londres, 12.000 pessoas participarão ao vivo do evento, e que milhares de pessoas ao redor do globo estejam acompanhando o acontecimento.

O objetivo de todos esses eventos simultâneos é criar um efeito “onda” que se espalhe rapidamente pelo planeta, incentivando o maior número possível de pessoas a serem agentes na construção de um futuro melhor.


O horário dessa conexão global de atividades será 15h00min GMT (horário de Greenwich, 12h00 no horário de Brasília). Nas Américas, o Rio de Janeiro foi escolhido, juntamente com Buenos Aires, para participar em tempo real, do lançamento de just-a-minute. Sendo assim, o Rio estará em link direto com as cidades de Barcelona, Berlim, Moscou, São Petersburgo, Melbourne, Delhi, Nairobi, Johannesburgo, Cidade do Cabo e Plzen.


Campanha mundial é uma iniciativa da Brahma Kumaris


Just-a-minute é uma iniciativa mundial da Brahma Kumaris World Spiritual University. Conforme os tempos de mudança sopram através de nossas estruturas sociais, econômicas e políticas, a instituição vem incentivando o diálogo, encorajando o desenvolvimento de valores universais e trazendo ao mundo uma nova visão do futuro. A instituição foi fundada em 1936 e sua sede se localiza na cidade de Mount Abu, no estado do Rajasthan, Índia. Possui hoje, aproximadamente, 8000 escolas em 90 países. Por sua comprovada experiência de 70 anos nos mais diversos trabalhos e projetos em prol de uma cultura de paz e não-violência ao redor do mundo, a BK filiou-se às Nações Unidas em 1980 como uma Organização Não Governamental com status consultivo geral no ECOSOC[1] e status consultivo no UNICEF[2]. Em 1986 recebeu da ONU o título de “Mensageiros da Paz”. Desde 1999 é reconhecida como uma entidade de utilidade pública federal.

“Só um minuto” – Evento de lançamento de campanha mundial pela construção de mundo melhor através da prática de parar por um minuto ao longo do dia, ficar em silêncio e refletir sobre valores universais. Participação de Cássia Kiss, Regina Casé, projeto Ballet Dalal Achcar, Nós do Morro, entre outros convidados. Realização: Brahma Kumaris.

Dia 17 de setembro. Das 12h às 14h30. Teatro João Caetano. Praça Tiradentes, s/n. Centro. Entrada Franca.


Assessoria de Imprensa:

Claudia Wolff Swatowiski

E.mail: swatwowiski@hotmail.com

Tel: 3393-7624 / 2275-7693 / 9307-6919



[1] Conselho Econômico Social das Nações Unidas

[2] Fundo das Nações Unidas para a Infância

29.8.06

As limitações do Mercosul

J. Carlos de Assis.
Economista e Professor.

Circula na Internet um apanhado de proposições políticas de Geraldo Alckmin, o governador de São Paulo que pretende ser candidato tucano a presidente da República. Não contém maiores novidades, na medida em que não pode ser surpresa para ninguém que o PSDB, por coerência doutrinária, queira manter a política econômica que deixou de herança ao governo Lula, e que o governo Lula adotou com gosto e proficiência. Entretanto, não deixa de conter algo de inquietante, comparado ao desempenho lulista.

Vou me ater a dois pontos: privatização e ALCA. Aparentemente Alckmin quer retomar as privatizações no ponto em que ela parou, isto é, nas grandes geradoras elétricas e nos bancos federais. Não seria de estranhar, pois o governo Covas, de que Alckmin era vice, privatizou todo o sistema estadual de energia elétrica, inclusive a geração. Pretendeu inclusive ser um modelo para a privatização da energia no domínio federal. E de certa forma ajudou a empurrar as decisões de Fernando Henrique nessa direção.

No campo energético, o que salvou o sistema público foi o apagão de 2001. Furnas estava pronta para ser privatizada, a despeito da resistência de sua diretoria. Uma vez privatizada, todas as demais se seguiriam facilmente. Especialistas do setor provaram de várias formas que seria um despropósito a privatização das geradoras, tendo em vista as características de nosso sistema elétrico predominantemente hidráulico, mas quem ditava as decisões no governo FHC era a equipe econômica alienante, e esta queria a privatização.

O apagão mostrou mais uma vez que Deus é brasileiro. Furnas estava na linha de pênalti, mas não foi chutada. Fernando Henrique recuou assustado diante da crise energética. Posteriormente, com a entrada em cena de Lula, o assunto sequer chegou a ser cogitado. Agora, porém, o governador Alckmin estaria sinalizando claramente sua intenção de retomar as privatizações no setor energético, caso venha a ser presidente da República. E é perfeitamente coerente com o que ele ajudou a fazer em São Paulo.

Também os bancos federais, assim como os poucos restantes bancos públicos estaduais, estariam na linha de tiro do governador paulista. Note-se que, neste caso, há uma jogada esperta de sua parte, uma certa malandragem herdada de Mário Covas. Todos os que acompanharam as discussões sobre organização do sistema bancário brasileiro estão familiarizados com o fato de que o FMI sempre pressionou pela liquidação dos bancos públicos, com o que sempre concordou nossa tecnocracia da Fazenda e do Banco Central.

Havia, porém, resistências políticas legítimas por parte dos governadores, no caso dos bancos comerciais estaduais. Entretanto, o Estado econômica e politicamente mais forte, São Paulo, tinha dois grandes bancos comerciais, o Banespa e a Nossa Caixa. Quebrando-se a resistência de São Paulo, seria mais fácil quebrar a resistência de Minas (que também tinha dois bancos) e dos demais Estados. Ao concordar com a privatização do Banespa, o governador Mário Covas, amigo de FHC, deu a deixa para a privatização geral.

Claro, como não era de ferro, São Paulo reteve o Nossa Caixa, que continua sendo ainda hoje um instrumento (legítimo, diga-se de passagem) de política econômica estadual. Os outros Estados, inclusive Minas, é que ficaram a ver navios, pois entregaram seus bancos à sanha privatista do Governo Federal, ficando sem qualquer instrumento financeiro de desenvolvimento local.

O governo FHC deu os primeiros passos para privatizar também os bancos federais. O BNDES queimou nada menos que 15 milhões de dólares no pagamento de um \u201cestudo\u201d de uma consultoria estrangeira cujo relatório final foi um verdadeiro escárnio, pelo baixo nível das fundamentações. Neste caso, porém, o empresariado tremeu nas bases, pois percebeu que entregar todo o sistema financeiro brasileiro a bancos privados nacionais e estrangeiros, sem a presença equilibradora dos bancos públicos, era simplesmente aumentar os riscos do sistema produtivo. Isso fez parar a agenda privatista.

Aparentemente, Alckmin está motivado pela idéia de levar a privatização aonde FHC não conseguiu chegar, e aonde Lula não quis ir. É bom que essas questões sejam abertamente discutidas, para que não haja futuras surpresas. No caso da ALCA é a mesma coisa. FHC ficou paralisado com a crise de 98/99. Agora Alckmin diz que retomará a agenda. Mostra que é um refém da ideologia neoliberal. Ignora que livre comércio entre países com economias assimétricas, como Estados Unidos e Canadá e o resto das Américas, é como pôr lobo e cordeiro numa mesma jaula para repartir da mesma comida.

15.8.06

Históricos de candidatos à Câmara dos Deputados

Projeto "Excelências" reúne históricos de candidatos à Câmara dos Deputados

Entrou no ar no portal do iG o projeto Excelências, da Transparência Brasil, um cadastro com os históricos de todos os candidatos que buscam reeleição à Câmara dos Deputados, e mais ex-ministros, ex-senadores, ex-governadores e ex-prefeitos de capital que tentam eleger-se deputados federais.

Os históricos de cada candidato incluem apenas dados de domínio público. O projeto Excelências colige e apresenta essas informações num lugar só. Os dados incluem:

- Dados pessoais básicos e funções públicas que os candidatos exerceram.
- Informações sobre o desempenho legislativo dos candidados, como faltas, votações, uso de verbas de gabinete, emendas ao Orçamento apresentadas nos últimos anos.
- Declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral.
- Doadores de campanhas eleitorais passadas (2002 e, no caso daqueles que se candidataram a prefeito em 2004, também estes).
- Principais menções publicadas na imprensa em que o candidato aparece ligado a algum caso de corrupção.
- Referência dos processos (a partir da segunda instância) em que o candidato é indiciado como réu na Justiça Federal, nos tribunais superiores, na Justiça Eleitoral, nos Tribunais de Contas.

No lançamento, o Excelências inclui 150 candidatos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que são os três principais colégios eleitorais do país. A partir daí, serão introduzidos candidatos de um estado por dia, em média, completando o cadastro até o final do mês de agosto.

Use e divulgue.

http://perfil.transparencia.org.br/

10.8.06

Orquestra de judeus e palestinos inicia giro contra guerra

O maestro Daniel Barenboim, judeu nascido na Argentina, comanda a orquestra sinfônica integrada por jovens israelenses e palestinos
ANSA

SEVILHA e TEL AVIV - Enquanto continuam os ataques entre Israel e o Hezbollah a orquestra sinfônica integrada por jovens israelenses e palestinos iniciou uma "turnê" por vários países europeus que se encerrará em 1º de setembro.

De acordo com maestro responsável, Daniel Barenboim, judeu nascido na Argentina, "este giro não é como os outros assim como esse ano, que também não é como os outros". "Espero que não se repita", concluiu Barenboim.

"Gostemos ou não, estamos destinados a viver juntos de uma forma ou de outra. Do contrario nos matamos todos e isto seria um suicídio coletivo", disse o maestro.

A orquestra West Eastern Divan possui pouco mais de 90 membros entre espanhóis, israelenses e palestinos e já se apresentou no auditório Estação da Luz, São Paulo, em 2005.

A "turnê" continuará por Istambul, Bruxelas, Paris, Colonia, Berlim, Weimar y encerrará na Scala de Milão.



(fonte)
Ainda teve Adryana BB

Gente com bicho carpinteiro, como eu, não pára. E depois do show da Luhli fomos conferir também o show da Adryana BB no Estrela da Lapa.

A voz poderosa da Adryana cantando tomou conta da casa que pulsava ao som dos tambores do maracatu, cocos e afins. Sua presença no palco é forte, sua irreverência convida o público a participar, seja cantando, dançando ou marcando o ritmo com as mãos, sua capacidade de juntar o tradicional e o moderno sempre vale conferir. Tenho uma queda natural por Pernambuco, suas músicas, festas, comidas, sua gente, seu sotaque. E o talento da Adryana é mais um ponto a favor do estado nordestino.

Também gostei de ter um bom motivo para conhecer o Estrela da Lapa. Lugar bonito, decorado agradável, comida gostosinha, chope bem tirado e ali, no meio de tudo...

Monarco estava cantando no Carioca da Gema na hora em que eu passei debaixo da janela que dá pra rua e me deu uma enorme vontade de entrar. Mas esta vida de peão tem suas limitações para os dias de semana e eu já tinha me esbaldado musicalmente. Então me dei por satisfeita e voltei pra casa.

Pergunta pro povo do baticum: já está rolando a feijoada da Portela? Quando será a próxima?