Pesquisar este blog

30.5.03

Bons agouros para o final de semana:

- filho acordando com inacreditável bom humor;
- a água na temperatura perfeita da hidroginástica sob o céu de brigadeiro e com trilha sonora caprichada;
- almoço de duas horas com o "namorado" no shopping em pleno dia útil;
- spa do pé;
- flores do campo frecas;
- a última cortina sendo posta no lugar (o que oficializa o fim da mudança);
- presente para terminar de arrumar e embrulhar;
- manicure, máscara facial, hidratação capilar;
- ainda não são quatro da tarde e é sexta-feira.

O trabalho? Depois do - como dizem os franceses - weekend.

28.5.03

Outro dia retomei conversas com uma pessoa de quem gosto muito, mas que a vida tinha levado numa onda para mais distante. Pois outra onda trouxe a amiga para perto novamente, agora que nas reuniões já não precisamos ficar todo o tempo atrás de nossos respectivos filhos. Também ela tem a vida toda cronometrada, cada pequeno evento encaixado artesanalmente de forma que nenhum dos aspectos cotidianos de uma mulher moderna seja negligenciado. Com um pouco de disposição e organização é possível lidar com peões sonsos, porteiros abusados, treinadores sarados, educadores amalucados, clientes estressados, familiares carentes, filhos instantes, maridos famintos e cabeleireiros afetados com diferença de poucos minutos ou, em alguns casos, até simultaneamente. Minha vida, assim como a desta parenta afetiva e de várias outras mulheres, é um Diagrama Pert.

Entretanto, não há organização e planejamento que sobreviva ao inesperado, ao insólito, ao - talvez - sobrenatural.

Era aquele dia da semana em que normalmente deixamos para cumprir algumas questões práticas que exigem decisões de casal. Em dias assim, deixamos o moleque no curso e aproveitamos aqueles instantes para resolver algumas pendências. O curso começa exatos 70 minutos depois que ele é liberado da escola. Neste tempo, é preciso que ele se desloque da escola para casa, tome banho, vista-se (com a roupa que eu separei), jante, escove os dentes e desloque-se de casa para o curso. Normalmente é tempo suficiente. Enquanto ele toma banho (graças a Deus as crianças crescem!), eu sirvo seu jantar e enquanto ele janta, termino de combinar alguns detalhes com meu parceiro de empreitada. Para que funcione, é preciso que eu já esteja pronta, do tamanco plataforma ao batom, quando os dois homens da minha vida aportam em nosso lar doce lar.

E foi num desses dias, bem na hora em que eu fechava a tenda, ou melhor, desligava o computador, e me preparava para entrar no banho que eu ouvi um barulho assustador. A auxiliar para serviços domésticos tinha acabado de sair, portanto o outro único ser que poderia ser causador e vítima era minha sogra, já que o hamster e o canário, e evidentemente as samambaias, haviam sido eliminados da suspeita dada a grandiosidade do estardalhaço. Enquanto eu ia em direção ao quarto dela, encontrei-a vindo em minha direção e nos fizemos a mesma pergunta:

- O que que aconteceu?

Já que não havia culpados ou feridos, fui passando, com calma, todos os cômodos em revista até que pressionei o interruptor da cozinha e não obtive a resposta esperada: luz. Com ajuda da pouca claridade que ainda vinha da janela naquele início de noite, examinei o lugar onde deveria estar a luminária e encontrei o nada. Minha educação européia não vai deixar que eu reproduza aqui o puta-que-o-pariu que eu soltei ao ver as quatro lâmpadas mais a estrutura que as sustentava completamente espatifadas no chão da cozinha.

Sabe aquele tempinho que eu tinha para me arrumar? Pulou para debaixo da vassoura e dela para cima da pá e de lá para dentro do jornal e do saco de lixo. Ainda deu mais uns passos agonizantes com o meu olhar biônico de mãe em busca de algum caquinho derradeiro e estertorou nas tiras do esfregão, suspirou naquele pensamento mórbido cheio de "e se" (a empregada grávida, o filho pequeno, a sogra idosa, o marido grande e forte, mas mortal) e esticou as canelas definitivamente na virada da chave que anunciou a chegada dos meus amores.

E o mais incrível é que estrondos assim quase mortais, em acidentes vindos do além, não acontecem pela primeira vez em torno de nós, embora seja a primeira vez na casa nova. Mas isso é outra história.

Esta aqui termina com o garoto chegando à aula na hora certa, pela mão de uma mãe que acabara de colocar os brincos e de passar o batom dentro do carro, onde naquele exato momento um marido esperava por ela para executar uma daquelas tarefas conjuntas. A daquele dia envolvia acertos para uma celebração de vida.
Detesto desmarcar compromissos. Pior das descortesias pra mim é marcar comigo e furar. É certo que imprevistos acontecem, mas depois que inventaram o telefone e agora, mais que nunca o celular, nenhuma desculpa alivia os que apreciam um forfait, principalmente os que fazem isto para valorizar o próprio passe (ou porque usam o método argentino de autoavaliação).

Claro que já fiz, todo mundo já fez. Uma amiga marcou casamento, avisou; trouxe convite em casa pessoalmente; a resposável pelo cerimonial ligou para confirmar presença na véspera e eu confirmei mesmo com gripe forte. No dia seguinte, o do casamento, não consegui sair da cama com pneumonia (e sinusite!). Passaram-se anos e ainda me sinto mal por não ter estado lá.

Então não foi sem uma ponta de contrariedade que liguei para o dentista e transferi a consulta. Afinal, era um motivo escolar e, tratando-se do pimpolho, tudo que tenha a ver com a escola é prioridade. Mas eis que a escola, usando das suas prerrogativas, abusando da pouca elaticidade dos horários das famílias modernas, rearranja seus próprios horários e me deixa com cara de tacho diante do odontólogo. Não que eu me importe sobre o que a atendente vai pensar a respeito da minha sanidade mental - até me divirto quando as pessoas me olham com estranheza; normose mata! - mas tenho mais o que fazer da vida além de ficar remarcando consulta.
Consegui!

Cheguei ao mesmo peso que estava antes de parar de fumar e começar o abominável processo inflável.
Entre a última tragada e hoje passou-se pouco mais de um ano.
Comemoração com chope e muitos belisqueites dentro daquele vestinho que fazia tempo que eu não tinha coragem de vestir.
Se você for ao médico e ele disser que você está com uma virose, fuja dele.
Os mais antenados hoje em dia sempre diagnosticam sinusite, quaisquer que sejam os sintomas.
Virose? Humpft! Coisa mais anos 90...

26.5.03

Treetap vem de "sangrar a árvore" para extrair o látex. Já a bola de borracha que, derretida se mistura no tecido de algodão e vira couro vegetal, é chamada de "pele" na Amazônia. Daí o nome de "pelada", vide as "peladas" que muitos Romários já jogaram com bolas de borracha na sua infância.

Os primeiros registros do que hoje está ganhando o mundo datam de 1736, feitos por um geógrafo francês. Coincidência ou não, o tecido Treetap já é utilizado na fabricação de mochilas da empresa francesa Hermés.

O couro vegetal, com sua linha de acessórios de moda, quando cair no gosto do eco-cidadão, será uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

(JB Ecológico - 28 de abril de 2002 - parcial)

Cordas Dedilhadas


Junho
CORDAS DEDILHADAS - AUDITÓRIO DO ARTE SESC

Toda Segunda-feira de Junho - 19:00hs - Entrada Franca
Senha 1 hora antes

ARTE SESC
Rua Marquês de Abrantes 99 – Auditório - Tel: 3138-1343


02/6/2003: Duo Fel (SP)
"DUOFEL 20", comemora os vinte anos do DUOFEL através de um passeio por suas histórias e influencias, mostrando músicas de todos os Cds lançados.
Formado pelos violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno, O Duofel vem há anos trilhando o caminho da música instrumental. Em 1993, o Duofel ganhou o Prêmio Sharp de Música na categoria Instrumental. Após bem-sucedidas apresentações em festivais de prestígio, como o Summerstage, em Nova York (EUA), e no Jazz à Vienne, em Lyon ( França), em 1998, a dupla grava finalmente o CD "Atenciosamente, Duofel". Lançado pela Trama, em 1999. Em 2000 foi lançado pela Trama o disco comemorativo "Duofel 20", celebrando os 20 anos de carreira do duo.


09/6/2003: Armandinho
“RETOCANDO O CHORO”
Quando Armandinho toca, a gente se toca da diferença que há entre o talento e o gênio. Brasileirinho assanhado, música por todos os lados, desafia o tempo tocando a alma no ritmo do coração, na batida. Traz a vida debaixo do dedo.
Um dos seus segredos é a bela educação musical dada por seu pai, Osmar Macedo, excelente músico e compositor além de inventor do Trio Elétrico.
Desde garoto conheceu Garoto, importante figura do instrumental brasileiro, além de outros grandes, dentre eles Waldir Azevedo, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, este com certeza a sua mais forte referência. Além dos populares também teve acesso aos clássicos.
Tudo isto, porém, poderia ter ficado parado no tempo, não fosse Armandinho um virtuose, capaz de visitar e revitalizar toda essa arquitetura musical, jogando pro futuro tudo o que seu pai lhe dera de presente no passado.
A falta de sensibilidade da Mídia tem relegado a música instrumental brasileira a um plano inaceitável. Apesar e acima de tudo, o bandolim e a guitarra baiana de Armandinho brilham intensamente neste pedacinho de céu, nos palcos, nos trios elétricos e agora neste show, acompanhado de Zé Paulo Becker, onde além do solista genial está também o compositor, registrando em algumas músicas as parcerias com Pepeu Gomes, Moraes Moreira e Fred Góes.
Texto de Moraes Moreira.

Baiano e filho de Osmar - inventor do trio elétrico juntamente com Dodô -, desde criança Armandinho teve ligação com a música de carnaval e os trios elétricos. Destacou-se tocando guitarra e bandolim eletrificado, a "guitarra baiana". Nos anos 70 formou o grupo A Cor do Som, que inicialmente acompanhava Moraes Moreira e em seguida gravou cinco LPs sem o cantor. Excursionou pela Europa e Estados Unidos com o grupo O Trio Elétrico, alternando discos solo e com o Trio. É um dos maiores representantes e divulgadores da música de trio elétrico. Ao mesmo tempo, é um dos nomes da renovação do choro, e gravou discos ao lado de Raphael Rabello e do Época de Ouro.


16/6/2003: Homenagem ao Luizão Maia
Arthur Maia e Zé Luis Maia

Tributo a Luizão Maia

Nesse tributo, Zé Luiz e Arthur Maia, filho e sobrinho de Luizão Maia, divulgam as composições desse mestre do contrabaixo brasileiro. Atuando durante 12 anos ao lado de Elis Regina em discos e shows, e tendo participado de 9 entre 10 encartes dos principais ícones da MPB na década de 70 - Djavan, Maria Bethânia, Chico Buarque, Tom Jobim, Gal Costa, entre outros – Luizão sem dúvida se tornou um dos pilares da nossa música. Ele hoje reside no Japão, onde encontra melhores condições para se recuperar de um derrame e de uma deficiência renal. Embora tenha gravado mais de dois mil discos em sua carreira, Luizão não possui o seu próprio CD. Entre seus pertences deixados no Brasil, havia uma fita antiga de duas polegadas deteriorada onde ele começara a registrar suas músicas. Esse material foi recuperado e em breve seu primeiro CD será lançado. A renda desse show será toda destinada para a produção desse projeto.
Zé Luiz será acompanhado por Fernando Moraes, piano; Eduardo Neves, sax e flauta; Kleberson Caetano, bateria. Arthur Maia se apresentará em seguida, com Marcelo Martins, sax e flauta; Claudio Andrade, teclado; Kinder, bateria; Fernando Caneca, guitarra; Orlando, percussão. E para aqueles que dizem que essa família é uma “baixaria”, apresentaremos Lupa Maia, 19 anos, filho do segundo casamento de Luizão.


23/6/2003: Paulo Freire (SP)

Neste show solo, o violeiro apresenta a viola como é tocada no sertão e a sua evolução para os dias de hoje. Paulo Freire aprendeu a tocar viola no sertão do Urucuia, norte de Minas Gerais - região que inspirou João Guimarães Rosa a escrever o romance “Grande Sertão: Veredas”.
Além dos temas caipiras tradicionais, e suas próprias músicas - que foram temas de seriados da TV Globo, Paulo Freire vai tocar e contar os causos: “a receita para se fazer o pacto com o tinhoso”, “como São Gonçalo virou lenda no sertão e sua peleja com a mulher-dama”, “a revelação de Angelino de Oliveira e sua ‘Tristezas do Jeca’”. O violeiro também apresenta canções com arranjos inéditos para viola de cocho, como, por exemplo, “All Blues”, de Miles Davis.
Para mostrar toda a inteligência e senso de humor do caipira brasileiro, interpretará incríveis canções das duplas: Alvarenga e Ranchinho e Zé Mulato e Cassiano.


30/6/2003: Marcel Powell(filho do Baden) e João de Aquino

Num encontro sublime que une duas gerações do melhor do violão brasileiro, Marcel Powell (filho de Baden Powell) e João de Aquino (primo de Baden Powell) fazem um show no qual passeiam pelo repertório dos grandes criadores da escola brasileira de violão. Neste show de rara beleza estética, ficamos cada vez mais convencidos da genialidade do legado de Baden Powell e de seu “violão vadio”, que levou o mundo inteiro render-se às belezas criadas pelos compositores brasileiros com suas melodias raras e harmonias sofisticadas e, muito especialmente, as composições dele próprio e seus parceiros. Este show fará a delícia dos fãs carentes e saudosos de sua levada e dinâmica únicas aliadas a emoção que transbordava das cordas de seu violão.
No matter what the object is, whether business, pleasures, or the fine arts; whoever pursues them to any purpose must do so con amore.

(William Melmoth, sob o pseudônimo Sir Thomas Fitzosborne)

25.5.03

Observações:

- Na loja Edson Freitas do Shopping Iguatemi você pode pagar R$43,20 por uma coisa chamada Penetraite Extra Longo.

- Não entendi quase nada da fala do Arquiteto na sala dele. E você? É propositalmente rápido, confuso e incompreensível pra gente ter que ir ver de novo? Ou meu Q.I. está encolhendo? Ou estou ficando velha demais para compreender as coisas em velocidade/estética MTV? E quem falou que é legal pagar uma entrada integral no cinema para ver o filme pela metade? E como vou queimar todas as calorias do Super Hiper Mega Combo com 1 Kg de pipoca e 700 ml de coca-cola que comprei para ganhar um pôster? Grandes questões filosóficas...

- É ótimo ter amizades sinceras de quase 20 anos com pessoas do sexo masculino e de muito bom gosto. Só eles têm aval (e generosidade e carinho por você) para fazer certas observações gentilmente mentirosas.