Pesquisar este blog

26.7.05

Afinal, o que é a inveja?:: Bel Cesar ::
A inveja é um sentimento intrigante. Apesar de todos nós o experimentarmos, ninguém gosta de reconhecer quando o está sentindo. Afinal, é um sentimento controverso: indica que algo positivo desperta algo negativo. Vamos imaginar uma conversa entre pessoas que estão “jogando papo fora”. Do nada, alguém começar a falar das coisas boas que estão lhe acontecendo. Quantos rostos e mentes diferentes surgem naquele momento! Poucos expressam interesse real e se regozijam com sinceridade. A maioria irá sentir inveja, mesmo que não se dê conta...Alguns expressam sua inveja com brincadeiras de “mau gosto”. Outros, calados, costumam pensar: “Como ele é exibido e gosta de contar vantagem!”. Já aqueles que não conseguem conter o ardor da inveja a queimar o seu interior, passam a criticá-lo, com a intenção de depreciar abertamente a sua boa sorte. Há ainda aqueles que passam a dar conselhos para ajudar aquela pessoa de sucesso a garantir o seu triunfo. O clima pesa, pois não há mais empatia entre as pessoas. Provavelmente, muda-se de assunto. Pois a essa altura da conversa todos estão sofrendo: quem contou sente-se só e arrependido. Quem escutou, agora sente-se incomodado, inquieto e talvez nem saiba porquê. A inveja é destrutiva, tanto para quem a sente quanto para quem a recebe. Quem já não vivenciou um mal-entendido quando alguém resolveu dar boas notícias!O senso comum concorda que é melhor se precaver: “Inveja traz mau-olhado. Quando estamos vivendo uma situação muito boa é melhor calar”.Olho-gordo é um nome popular para a inveja. Pois quando o invejado toma para si as projeções negativas do invejoso, acaba por concretizá-las. O tema que evoca a inveja é sempre alguma coisa que poderia revelar o que está faltando na personalidade daquele que a sente. É como se o invejoso falasse em voz alta algo que o invejado não gostaria que jamais viesse à tona. Neste sentido, para não se deixar contaminar pelo veneno do invejoso, o invejado deve observar com honestidade sua reação frente ao ataque do invejoso. Se ele estiver livre das questões expostas pelo invejoso, sua clareza de intenção irá protegê-lo do possível ataque do “olho-gordo”. Quando somos criticados por avaliações contaminadas pela inveja, podemos nos sentir injustiçados e vulneráveis frente ao ataque externo. Neste momento, é bom lembrar que é praticamente impossível ser compreendido por todos, assim como é inviável agradar a gregos e troianos. O importante é mantermos o foco em nossas metas para não nos contaminarmos pela inveja alheia, pois ela sempre estará presente, de uma forma ou de outra. A inveja surge do sentimento de que somos incapazes de viver nossos próprios sonhos, de alcançar nossas metas e realizarmo-nos. Por isso, o exemplo daqueles que realizaram algo nos faz lembrar aquilo que não fomos capazes de fazer. No entanto, muitas vezes a sensação de incapacidade, a matriz da inveja, deve-se à escolha inadequada de metas, como desejar algo que não está ao nosso alcance. Em geral, costumamos não valorizar as coisas que já realizamos e assim cultivamos a sensação de desvalia sem nos darmos conta de nosso próprio valor. Neste sentido, a inveja consome o invejoso, porque o faz dar valor apenas ao que está além de seu alcance.A inveja é um dos sentimentos mais difíceis de serem aceitos pelo ser humano, pois na maioria das vezes é inconsciente. Isto ocorre porque ela se forma muito cedo em nossa vida. A inveja surge nos primeiros meses de vida na relação com quem nos alimenta! Quando queremos mais alimento e não temos, não toleramos a frustração, ficamos com raiva de quem tem o alimento. Com inveja dele, queremos destruí-lo. Como podemos constatar, a inveja é um sentimento primitivo, pouco elaborado. Ela está baseada no sentimento de inferioridade, adquirido pela comparação que se faz com outra pessoa em algum aspecto específico.Assim como escreve Elisa Cintra em Melanie Klein Estilo e Pensamento (Ed. Escuta): “`Quem desdenha quer comprar´, diz o ditado: a inveja é quase sempre detectável na vida cotidiana por esse trabalho de desvalorização do outro, o que também foi narrado pela fábula da raposa e das uvas. Impossibilitada de ter acesso às uvas, a raposa começou a tecer considerações sobre a falta de valor dos frutos, o fato de estarem verdes... A inveja dirigiu-se aos frutos, isto é, à criatividade da árvore, àquilo que ela pode oferecer e criar. A idéia de `frutos´permite que se lembre a inveja da obra do outro, de suas idéias, de seu trabalho e de sua capacidade de criar obras de arte ou científicas. Entretanto, a inveja vai mais longe: além de depreciar os frutos, ela tenta diminuir o prazer da própria situação de gratificação, como na expressão popular `não dar o braço a torcer´, admitir o poder do outro”.As impressões registradas no psiquismo durante os primeiros meses de vida são de grande relevância para o desenvolvimento posterior. Quando a criança não consegue sentir que é capaz de modificar seu ambiente (quem a alimenta), fica com um sentimento "eterno" de impotência: um sentimento profundo de inadequação e insuficiência. Esta é a base da inveja: supervalorizar os outros (que podem, segundo a fantasia do invejoso, fazer tudo) e esvaziar a si mesmo (que é inferior porque não pode fazer nada). Assim, nasce o desejo de esvaziar o outro para que tudo fique igual e ele não fique só. Segundo o psicanalista Mário Quilici, a inveja dá-se em quatro fases especificas:1- Primeiramente, o indivíduo olha um objeto, situação ou um traço de alguém que imediatamente admira. Compreende a importância daquele traço para ele. Ou seja, vê, admira e deseja. 2- No momento seguinte, faz uma comparação entre o que o outro tem e o que o indivíduo não tem. Ele toma consciência de uma falta sua porque já discrimina. Aqui o processo cognitivo é importante. 3- Aí se dá o terceiro momento da inveja, que é a percepção - e ao mesmo tempo a vergonha - de uma falta nele do que foi admirado (e valorizado) no outro. Surge aí, também, a constatação de que aquilo que desejou, é impossível de ser obtido por ele. 4- Logo estamos na quarta e última fase: A inveja é disparada pela percepção de uma falta no indivíduo. Essa insuficiência faz com que ataque e conseqüentemente espolie o objeto invejado para fazer desaparecer a diferença que foi percebida. Numa luta secreta e constante, aquele que se sente insuficiente tenta esconder sua vergonha de ser incapaz. Assim, procurando evitar qualquer situação que o faça sentir mais humilhado, ele ataca antes de ser atacado. Isto é, ele compete sozinho. A competição é um hábito do invejoso, pois ele tem dificuldade de receber ajuda, fazer junto e cooperar. O invejoso sente tem até mesmo dificuldade de receber presentes, pois ele teme qualquer situação que revele sua auto-imagem de carência e necessidade. Por isso, quando os recebe, procura sempre retribuí-los logo. Muitas vezes, a dificuldade de delegar tarefas também pode estar relacionada à inveja.A inveja impossibilita o sentimento de gratidão. Isso ocorre porque o invejoso é incapaz de sentir que o outro lhe dá algo de bom grado e sim, o faz por necessidade de humilhar o invejoso.O Novo Dicionário Aurélio explica: “Inveja é o desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Um desejo violento de possuir o bem alheio”. Já o Dicionário de Psicologia Dorsch esclarece: “A inveja pertence aos sentimentos intencionais. É uma insatisfação, o aborrecimento com a alegria do outro”. Portanto, aquilo que é invejável é encarado como algo de muito valor.Se prestarmos atenção às qualidades do objeto, pessoa ou situação pela qual sentimos inveja, poderemos compreender melhor o que nos sentimos incapazes de conquistar. Neste sentido, a inveja é um espelho que revela uma parte de quem somos, onde estamos e para onde queremos ir. Saber para onde queremos ir é a condição básica para sair da imobilidade. Por isso, se aprendermos a reconhecer os padrões emocionais que sustentam nossa inveja poderemos torná-la um método eficiente para diagnosticar nossas faltas. Desta forma, poderemos transformar a inveja numa força inspiradora de conscientização, no lugar de um sentimento apenas desagradável. Reconhecer para onde queremos ir é em um estímulo para tomarmos uma atitude proativa diante de nossas dificuldades. Talvez não possamos modificar nada ao nosso redor. Mas se pararmos para aprender com nossos sentimentos negativos, poderemos mudar a nossa atitude mental e atrair o novo para nossa vida. Thomas Moore faz um comentário interessante em seu livro Cuide de sua alma (Ed. Siciliano): “Por um lado, a inveja é o desejo por alguma coisa, e por outro, é uma resistência ante o que o coração realmente quer. Mas inveja, desejo e abnegação trabalham juntos para criar um senso característico de frustração e de obsessão. Apesar de a inveja ter um ar masoquista - a pessoa invejosa acha que é uma vítima de má sorte -, ela também envolve forte vontade na forma de resistência ao destino e ao caráter. Quando invejosa, a pessoa torna cega a sua própria natureza. [...] O verdadeiro problema da inveja não é a capacidade do indivíduo viver bem, é a sua capacidade de não viver bem”.

-----------------------------------------------------------------
Tolo é aquele que naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar.
Publilius Syrus (século I a.C.)
-----------------------------------------------------------------

(enviado por Lilia)
Aldir Blanc - Rua dos Artistas:
Varejeiras na sopa




O deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) expectorou, na CPI dos Correios, em tom mucho surpreso:
- Nós falamos em milhões como se falássemos de trocados...

É verdade, deputado. Vossa Excelência tem razão. Como político profissional, deveria estar acostumado ao fenômeno (não confundir com o Ronaldo). No textículo abaixo, fornecerei alguns subsídios à perplexidade de Vossa Excelência.

O amigo e leitor Isaac Goldenberg respondeu a meu pedido de ajuda lançado em crônica passada. Recebi um suculento e-mail que, certamente, será de utilidade pra alcatéia que gosta de carniça fresca e omite o que lhe convém. Vamos ver alguns milhões que viraram trocados, deputado Sérgio Guerra:

1. Sivam - O tal Sistema de Vigilância da Amazônia, que derrubou ministros e assessores presidenciais de FHC I e II. Cifra estimada do contrato, entre outras denúncias de corrupção e tráfico de influências: US$ 1,4 bilhão!

2. Com o Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer), tucanagens de FHC I e II beneficiaram com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico, para favorecer o aliado ACM, vulgo Malvadeza. Hoje já temos até o Malvadinho atuando na CPI dos Correios.

3. Precatórios - Mutreta com pagamentos de títulos no DNER (Departamento de Estradas de Rodagem). Prejuízo estimado: R$ 3 bilhões.

4. Compra de votos - Essa foi muito bacaninha, deputado Sérgio Guerra, porque mostra a diferença entre mensalão do PT e mesadão das elites. Aqueles que votaram a favor dos projetos de governo de FHC I e II teriam recebido R$ 200 mil (cada um, claro). O pedido de uma CPI foi afundado pelos dignos parlamentares governistas.

5. Socorro nas coxas aos bancos Marka e FonteCidam - Rombo no bolso da galera em torno de R$ 1,6 bilhão. Tem até banqueiro foragido. Pra variar e ficar igual, proposta de criação de uma CPI foi arquivada pela bancada governista.

6. Apoio à Previ, caixa de previdência do Banco do Brasil, pra uma mãozinha - grande - ao consórcio do Banco Opportunity. Um dos donos do banco era o tucano Pérsio Arida. A negociata envolvia a Telebrás, o BNDES, o então ministro das Comunicações, Luis Carlos Mendonça de Barros etc., etc. Valor estimado da cartada: R$ 24 bilhões. CPI evitada.

7. Denúncia em torno da grande figura tucana Eduardo Jorge, secretário geral da Presidência de FHC - esquema de liberação de verbas no valor de R$ 169 milhões para o TRT/SP; lobbies para favorecer empresas de informática; uso dos fundos de pensão nas privatizações.

8. O procurador-geral da República da época, Dr. Geraldo Brindeiro, foi batizado de ''Engavetador Geral''. Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e 217 arquivados. Envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e, em quatro deles, o próprio FHC I I e II.

Não apuraram lhufas. De nada, deputado Sérgio Guerra. Disponha sempre.


***
Neto redime, lava a alma. Vejam que maravilha a tirada do meu caçula, o Vinícius:

- Vô, é verdade que o Garotinho chamou o PT de ''Partido da Boquinha''?

- Acho que sim.

- Pô, como é que um sujeito com aquela boquinha pode falar mal da boquinha dos outros?!?

(fonte)
Um novo agosto com outros fortunatos
(Por Frédi Vasconcelos*)


A Rede Globo muda o enfoque da crise. A cobertura, até então "econômica", passa a dedicar mais de 10, 15 minutos por dia de cada telejornal à crise do PT. Diferente de outros veículos de comunicação, como a Folha de S.Paulo, o Estado, Veja e TV Bandeirantes que sempre foram claros de que lado estavam, agora a TV Globo também assume o discurso da "moralidade".
Quem conhece a história do Brasil e sabe como golpes são articulados que ponha seu cachecol e enfrente o frio e as desgraças de agosto.
Se falar em golpe parece exagero, vamos à tática. Bate-se nos partidos aliados, no partido do presidente, em ministros próximos. Todos caem, por suas próprias culpas ou não, em ritos sumários. As cabeças na guilhotina para saciar a sede de sangue.
Depois, como num passe de mágica, o foco é o próprio presidente . Dá-lhe Jornal Nacional e
Veja na mesma semana insistindo que ele sabia de tudo e que o dinheiro público foi usado
para financiar o partido.
Falta ainda o cadáver ou as manifestações de rua, as senhoras católicas em defesa da moralidade. Em breve, senhoras e senhores da Daslu pregarão limpeza ética, em nome dos seus "bons negócios".
Depois da morte do PT o país será melhor. Toda a corrupção acabará e nosso
servilismo à pátria mãe América voltará a ser com dantes, na terra de FHC Abrantes... Todos
dormirão em paz no país mais injusto no mundo.
Esse grito não terá efeito. Os donos do poder já decidiram e contaram com a ajuda de diversos idiotas e corruptos no PT e no governo. Mas mais uma vez tenta-se prender Gregório Fortunato para derrubar Getúlio, ninguém de verdade preocupado com o crime.
E bastam pequenas comparações. Peguem os 90, 100 milhões de reais dos quais
idiotas petistas teriam se servido para aumentar seu poder. Mesmo assim não dá nada por cento
de comissão dos mais de 100 bilhões movimentados nas privatizações. E nada perto dos R$ 800
bilhões (bi com B) que o governo anterior aumentou na dívida pública, deixando o país de quatro para o FMI e refém dos desígnios de Bush e Clinton e qualquer um que pela Casa Branca passar. Se quiserem comparar com outro, tudo que se diz que esses espúrios petistas fizeram é um quinto do que foi achado em só uma das contas da família Maluf.
Mas não importa. Roubou, cadeia. Agora, fazer com que o ladrão de galinha redima a roubalheira geral é patifaria pura. As elites nojentas não têm dignidade moral para exigir nada. São eles que fizeram o Brasil ser o rei da injustiça social. São eles que roubam a maioria desde sempre. Daqui um tempo, derrubado Lula, por que eles, junto com certos
intelectuais de carteirinha suja do organismo golpista-institucional e com seus aparelhos midiáticos fizeram esses serviço.
Talvez descubram que o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John
Danilovich, amigo pessoal de Bush, não esteja aqui só de passagem, como não estava Lincoln
Gordon, que ajudou a arquitetar o golpe de 1964. Danilovich, indicado para suceder uma
embaixadora reconhecidamente democrata e com boas relações no governo Lula, trouxe em
suas grandes malas muitos agentes da CIA, o que foi declarado na ajuda para realizar as
investigações da morte de Dorothy Stang. Aliás, por coincidência, antes mesmo de apresentar
suas credencias ao atual governo, o tal Danilovich foi a um encontro com FHC Abrantes, em 3 de agosto de 2004, no instituto fundado pelo ex-presidente com contribuição milionária de
empresários. Aliás, dinheiro absolutamente insuspeito.
O mesmo FHC Abrantes que declara pouco meses antes das denúncias de Jefferson que não seria mais candidato a presidente, "a não ser em caso de crise".
Podem ser só coincidências e Danilovich não ter nada a ver com Lincoln Gordon; Roberto Jefferson não possuir nenhum parentesco com o Cabo Anselmo, o agente que se
infiltrou entr e os comunistas nos meios militares próximos a 64 para depois entregá-los; e nem Arthur Virgilio ter a mesma verve de Carlos Lacerda, mas que o roteiro atual parecece o de um filme antigo, parece.
Agora, que se danem os fortunatos. Lula não foi eleito por eles. E não se pode aceitar que as dasluzetes de hoje, reedição das senhoras católicas, derrotem um projeto popular. Todos devem se preparar para um outro agosto.

* Frédi Vasconcelos é jornalista e colaborador da Fórum e não recebeu nenhum mensalão.



Essa publicação é de responsabilidade de Publisher Brasil Editora e Publicidade Ltda.
Todos os direitos reservados. Os textos contidos neste sítio podem ser reproduzidos, desde que citada a fonte. Publisher Brasil 2003