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19.8.05

Fomos assistir a uma peça (para a qual também ganhamos ingressos) em Ipanema, que eu achei bárbara e recomendo fortemente como diversão garantida e despretensiosa:

As Absorventes
de Marcelo Lino e Melise Maia
com Anja Bittencourt e Melise Maia
direção de Hélio Ribeiro.

Mais detalhes aqui, mas atenção porque, ao contrário do que é citado na crítica, agora elas estão no Teatro Cândido Mendes.

18.8.05

"Ter coragem diante de qualquer coisa na vida, essa é a base de tudo."
(Santa Teresa D'Ávila)

"Contruo, entre vácuos
Pequenos paraísos
Onde habito."

(Thereza Cristina Motta)

"Existe tanta coisa em cada coisa."
(Jorge Salomão)

"Você pode fingir ser sério; você não pode fingir ser espirituoso."
(Sacha Guitry)

"A única coisa certa do planejamento é que as coisas nunca ocorrem como foram planejadas."
(Lúcio Costa)
Crônica pouco original do medo
(Antônio Torres)




Nada de pânico. Embora o horizonte continue sombrio e o estado da atmosfera indique que ainda não atravessamos as zonas de turbulência, este país não pode ser considerado uma nau sem rumo. Ao longo dos seus 505 anos de navegações, já deve ter aprendido a se proteger das tempestades e a se defender dos ataques dos flibusteiros.
No entanto, isto não nos torna refratários ao mais humano dos sentimentos: o do medo. E não estou me referindo aos sobressaltos do cotidiano. Mas aos papos nas filas dos bancos, dos motoristas de táxis e na boca do caixa da mercearia ali na esquina:

- Estamos precisando de um novo marechal Castelo Branco, para fechar logo este Congresso!

- Vira essa boca pra lá, homem!

- Mas para que serve essa democracia? Para fazer a gente eleger ladrão? Pra mim, chega. Nunca mais voto em ninguém.

- Nunca mais é o PT! Nunca mais é o Lula!

- Impeachment! Impeachment!

Neste exato momento, há no ar sinais tão preocupantes quanto o perigo das balas a esmo, dos assaltos à mão armada, de um ou outro laivo de saudosismo da ditadura militar. Incorpora-se a esta lista a confiança perdida neste governo, a um ano e meio do seu fim, o que faz com que as raposas oposicionistas saiam de suas selvas de dentes arreganhados. Por conveniências eleitorais, porém, estão dando um tempo. Mas atenção. Nesse mato não tem só flores cheirosas, não é o que estamos vendo, diante das câmeras?

Alguns Zés ali da esquina estão com medo do que os raposões possam vir a aprontar. E ponderam: que o chefe da nação assuma o leme para o barco não ficar à deriva. Depois de cumprida a sua missão (ainda falta um ano e meio, ufa!), que tal procurar outra ocupação, como qualquer um de nós, ao perder o emprego? Seja qual for o destino que tiver, com certeza será melhor do que o dos milhões de brasileiros que acreditaram nas suas promessas de esperança. Certo. Ao deixar o comando, perderá o seu atual cartão de crédito. Em compensação, sairá dessa sem precisar entrar nas filas dos programas assistenciais, como o Fome Zero.

Para baixar o tom editorializante até aqui, mas sem fugir do assunto, recorro a uns versos de O poema pouco original do medo, do português Alexandre O'Neill. Embora escrito em outra circunstância histórica - a ferrenha era do salazarismo -, a sua essência confere-lhe atualidade, como veremos:

''O medo vai ter tudo/ pernas/ ambulâncias/ e o luxo blindado de alguns automóveis./ Vai ter enredos quase inocentes/ ouvidos não só nas paredes/ mas também no chão/ no teto/ no murmúrio dos esgotos/ e talvez até (cautela!)/ ouvidos nos teus ouvidos./ O medo vai ter tudo./ Milagres/ cortejos/ frases corajosas/ congressos muitos/ ótimos empregos/ projetos altamente porcos/ heróis (o medo vai ter heróis!)/ a tua voz talvez/ talvez a minha/ com certeza a deles./ Vai ter suspeitas como toda a gente... (Penso no que o medo vai ter/ e tenho medo/ que é justamente/ o que o medo quer.)''

Assino embaixo. Digo, lá em cima.

(fonte)
Texto que chegou anônimo por e-mail e mesmo anônimo segue, porque merece ser divulgado:


O Brasil está envolvido numa das piores crises da sua história, sim.

O mar de lama está grande, sim.

O PT está infestado de corruptos, sim, que devem ser punidos, sim, mas...

...sentir saudades de FHC, dos tucanos, do PFL e de toda essa corja que governou o Brasil até 31/12/2002? Aí já é demais.

É engraçado como antigamente todos os processos contra o FHC eram arquivados pelo PGR, se não me engano Geraldo Brindeiro era o Homem Engavetador. Era ali que as CPI's viravam pizza.

É engraçado como a Polícia Federal não fazia quase nenhuma operação, pois era impedida pela cúpula do governo FHC.

É engraçado como o Jader Barbalho, mesmo após alguns escândalos ligados ao Banco da Amazônia e o escândalo das pererecas da sua mulher (ahn... digamos "rãs" da sua mulher), foi indicado para a presidência do Senado por duas vezes pelo FHC.

É engraçado como a Roseana Sarney deu 1/2 dúzia de desculpas diferentes para a origem dos milhões de reais que estavam no cofre da empresa Lumus (era assim mesmo o nome? Enfim, empresa de seu marido Jorge Murad) e ninguém falou nada, nem CPI aconteceu.

É engraçado como o FHC comprou dezenas de votos para garantir sua reeleição por R$ 200.000,00 cada... e a CPI foi mais uma vez engavetada.

É engraçado como, por ordem do FMI, o FHC enxugou e quase aniquilou o funcionalismo público durante os oito anos em que esteve no poder, sem um realzinho sequer de aumento, e ninguém fala nada.

É engraçado como o governo dizia não ter dinheiro para o aumento do funcionalismo, mas emprestava milhões para salvar os banqueiros - lembram do PROER? Do Cacciola, que está na Itália?

É engraçado como o FHC liquidou todas as nossas empresas estatais com a desculpa de pagar a dívida pública e, além de não pagar, deixou que a dita quintuplicasse... E só não conseguiu liquidar o Brasil de vez com a ALCA porque não ganhou a eleição.

É engraçado como todos reclamam dos reajustes das contas de luz e telefone de hoje em dia e se esquecem de que quem deixou que os reajustes fossem feitos pelo maior índice existente (o da FGV) foi o FHC.

E isso tudo é engraçado?

Não. Não é, não. É... TRÁGICO. É trágico ter como oposição partidos e pessoas como PFL, PSDB, PPB, ACM Neto, Michel Temer, Rodrigo Maia, Roberto Jefferson. Esses que posam agora de fiéis escudeiros da população, marco da honestidade e da moral!

E o pior de tudo é ver que realmente a população tem memória fraca. Aliás, nem memória tem, porque esses fatos aconteceram há poucos anos.

Só para refrescar a memória dos manés de plantão:

- fraude no painel do senado;
- compra de votos para reeleição;
- PROER (ajuda a bancos que deviam para o governo);
- SIVAN;
- liquidação das empresas estatais (privatizações);
- Banestado;
- Banco Marka (Cacciola);
- Fonte Sindam;
- engavetamento de diversos processos etc etc etc...
'Tá bom ou querem mais?

AVISO: Roberto Jefferson não é herói. Ele fez um bem ao Brasil ao denunciar toda a sujeira, mas isso não o isenta de sua história de corrupção, roubos e esquemas.

Parece que o PFL, o PSDB e a turma de FHC fizeram "reconstrução de hímen": são todos virgens de ladroagem agora!

Não se enganem. Não votem nesses canalhas por causa da desilusão com o governo petista.

Lutem pela mudança, pela expurgação desses cânceres que há séculos estão entranhados na nossa política. Não façam voltar ao poder as mesmas raposas velhas que têm uma contribuição muito maior que o PT para o lamaçal que há muito tempo tomou conta do país.

E lutemos todos pelo fim da impunidade, não importa se o corrupto joga pela direita ou pela esquerda. Ele tem de ser expulso desse jogo.

Não se esqueçam disso!!!!!!!

15.8.05

"A maior parte das pessoas é tão feliz quanto resolve ser."
(Abraham Lincoln)

"Quando um homem se vende quase sempre vale menos do que recebeu."
(Barão de Itararé)

"Aquele no qual todos, em toda parte, sempre acreditam, tem todas as possibilidades de ser falso."
(Paul Valléry)

"Pratique uma alimentação saudável: coma sempre homens de fibra."
(Anônimo)

"A inteligência é uma espécie de paladar que son dá a capacidade de saborear idéias."
(Susan Sontag)