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17.4.04

reZistro
cederrUm
taUba
fRamengo
laRgatixa
meio-dia e meiO
pra MIM fazer
uma perCa irreparável
menAs gente
estRupo
Maneiras
(O Rappa)


Se eu quiser fumar eu fumo
Se eu quiser beber eu bebo
Pago tudo que consumo, com suor
Do meu emprego
Confusão eu não arrumo
Mas, também não peço arrego
Eu um dia me aprumo
Tenho fé no meu apego
Eu só posso ter chamego
Com quem me faz cafuné
Como o vampiro e o morcego
É o homem e a mulher
O meu linguajar é nato,
Eu não estou falando grego
Amores a amigos de fato
Nos lugares onde eu chego
Eu estou descontraído
Não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado, pra falar
Da vida alheia
Mas digo sinceramente
Na vida a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia
RESILIÊNCIA


"O problema não é o problema.
O problema é sua atitude com relação ao problema."

(Kelly Young)

Na Física, "resiliência" refere-se a uma força de recuperação (por exemplo: a capacidade que tem uma barra submetida a forças de distensão até seu limite elástico de voltar ao seu original quando essas forças deixam de atuar sobre ela).

Tomado emprestado pela saúde mental, o termo "resiliência" define a capacidade que o indivíduo tem de ser imune, se recuperar psicologicamente e sair bem na vida, quando submetido à violência de outros seres humanos ou das catástrofes da natureza. Enquanto a maioria dos indivíduos se torna vítima, adquirindo transtornos do desenvolvimento ou psicológicos na infância, de conduta na adolescência e juventude, e psiquiátricos na vida adulta, outros são resilientes e saem bem na vida.

As ciências humanas, desde o final do século 19, enfocavam os estados patológicos do indivíduo submetido às várias formas de violência. Estudos e pesquisas se concentravam na descrição das doenças, para descobrir causas ou fatores que explicassem as condições biológicas ou mentais negativas no ser humano atingido por violência. Verificou-se que a maioria das pessoas se torna vítima, adquirindo transtornos do desenvolvimento ou psicológicos na infância, de conduta na adolescência e juventude, e psiquiátricos na vida adulta.

Entretanto, muitas questões ficaram sem resposta: como pôde o ser humano se recuperar de guerras devastadoras, genocídios, holocaustos, epidemias e grandes perdas oriundas dos desastres naturais?

Observações sistemáticas mostraram que o resultado positivo na sobrevivência foi obtido por muitos que tiveram imunidade e proteção frente aquelas situações. Assim, no final do século 20, a Psiquiatria e a Psicologia já enfatizavam essa positividade na manutenção da saúde mental e à "resiliência".

Embora a resiliência pode ser parcialmente inata, conhecer os fatores de risco, de sua intensidade e duração, e dos fatores de proteção de um indivíduo, nos possibilitará desenvolver resiliência em crianças, proporcionando-lhes a oportunidade de não responderem à violência com os transtornos previsíveis.

Resiliência reduz riscos de doenças e melhora a qualidade de vida

O estresse é uma realidade observada hoje nas mais diferentes áreas e setores. Como manter a qualidade de vida e o equilíbrio emocional?

A resposta é simples: treinando a capacidade de cada indivíduo de desenvolver a resiliência. O termo vem da física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. O resiliente é aquele que recupera-se e molda-se a cada "deformação" (obstáculo) situacional.

O equilíbrio humano é semelhante à estrutura de um prédio, se a pressão for superior à resistência, aparecerão rachaduras (doenças e lesões, por exemplo). Dentre as mais diferentes doenças psicossomáticas que se manifestam no indivíduo que não possui resiliência, estão não apenas o estresse, mas doenças graves como a gastrite até a síndrome do pânico, incluindo ainda problemas como vaginites, doenças intestinais, hipertensão arterial, entre outros males.

Durante o ciclo de vida normal, é necessário ao indivíduo desenvolver a resiliência para conseguir ultrapassar as passagens com "ganhos", nas diferentes fases: infância, adolescência, juventude, fase adulta e velhice, incluindo mudanças como de solteiro para casado.

O indivíduo que possui resiliência desenvolve a capacidade de recuperar-se e moldar-se novamente a cada obstáculo, a cada desafio. Se transportarmos o raciocínio para o dia-a-dia, poderemos observar que, quanto mais resiliente for o indivíduo, haverá menos doenças e perdas e mais desenvolvimento pessoal será alcançado.

Um indivíduo submetido a situações de estresse e que sabe vencer sem lesões severas (rachaduras) é um resiliente. Já quem não possui resiliência é o chamado "homem de vidro", que se "quebra" ao ser submetido às pressões e situações estressantes. A idéia de resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada, se comprimida, adquirindo as formas mais diversas e retornando ao estado inicial, após pressões exercidas sobre a mesma.

A resiliência consiste em equilíbrio entre a tensão e a habilidade de lutar, além do aprendizado obtido com obstáculos (sofrimentos). Traduzindo em outras palavras, é atingir outro nível de consciência. O indivíduo que não possui ou não desenvolve a resiliência, pode sofrer severas conseqüências, que vão da queda de produtividade ao desenvolvimento das mais diferentes doenças psicossomáticas.

Dicas para aumentar a capacidade de resiliência:

* Mentalizar seu projeto de vida, mesmo que não possa ser colocado em prática imediatamente. Sonhar com seu projeto é confortante e reduz a ansiedade.
* Aprender e adotar métodos práticos de relaxamento e meditação.
* Praticar esporte para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam endorfinas e testosterona que, conseqüentemente, proporcionam sensação de bem-estar.
* Procurar manter o lar em harmonia, pois este é o "ponto de apoio para recuperar-se".
* Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança.
* Transformar-se em um otimista incurável, visualizando sempre um futuro bom.
* Assumir riscos (ter coragem).
* Tornar-se um "sobrevivente" repleto de recursos.
* Apurar o senso de humor (desarmar os pessimistas).
* Separar bem quem você é e o que faz.
* Usar a criatividade para quebrar a rotina.
* Examinar e reflitir sobre a sua relação com o dinheiro.
* Permitir-se sentir dor, recuar e, às vezes, enfraquecer, para em seguida retornar ao estado original.




Resiliência - Resiliência
(Tom Coelho)

Hoje, a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitá-la adentrar os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso. Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer, apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.

Hoje, a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...

Hoje, problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.

Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro.

Limão e Limonada

As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa resistência ao choque ou a propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.

Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.

Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim, você os anula corretamente. A felicidade, pontuou Michael Jansen, não é a ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade são grandes problemas bem administrados.

Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo.

Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que "tristeza não tem fim, felicidade, sim". Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói 100 tristezas...

Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades, impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria.

Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos. Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza.

Olhe para o céu, agora! Se é dia, o Sol brilha e aquece. Se é noite, a Lua ilumina e abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a Vida.




fontes:
1 - esta apresentação do assunto, com adaptações;
2 - texto do Dr. Alberto D'Auria aqui , com adaptações; e
3 - texto de Tom Coelho aqui

15.4.04

Recadão coletivo:

- para a Arabella:Obrigada pelas visitas e recadinhos constantes. Fui visitar o blog que você indicou. É bem legal mesmo. Valeu!

- para o Batalha: 1 - Onde você leu sobre as alterações do filme Troy? Fiquei curiosa. Não gosto de filmes de guerra, mas adoro essa história e seus personagens maravilhosos, principalmente a Cassandra. Você sabe quem vai fazer esse papel? / 2 - Não coloquei o Beckham na lista dos metrossexuais porque, em primeiro lugar, não estava na original, na revista Glam e, depois, acho que incluir sempre ele, o Mion e aquele jogador estadunidense de basquete pode dar uma conotação meio trans. A minha definição desse fenômeno é mais para o lado da sofisticação, da vaidade e do consumismo. Acho muito diferente cuidar dos cabelos e hidratar a pele do rosto, gostar de restaurantes chiques e roupas da moda de depilar a sobrancelha ou usar saia à la Darlene (mas kilt é muito sexy) e maquiagem pesada.

- para a Lu: Parabéns por o Rafael ser um índigo! Sabendo lidar com isso com muito amor e paciência, você vai ter um adulto com a inteligência plenamente desenvolvida, muito criativo, amoroso e principalmente feliz. Manda beijo pra ele e pro Pedro.

- para Paula: Tem muita coisa sobre as crianças índigo na rede. Você pode ler mais sobre o assunto aqui (abordagem em primeira pessoa), aqui (visão espiritualizada), aqui (cientificamente) e aqui (observações sobre o livro). Mas com a ajuda do Google você vai encontrar material de leitura pra muito tempo... :-) Meu lindinho está dando trabalho, é? Dá muito beijinho nele que é a terapia que a Tia Carla mandou, viu? :-) No lindão grandão também, quando você estiver com ele. Lembranças para maridão. E, sim, filhos (e sobrinhos, né, Lu?) são as grandes bênçãos da nossa vida. Mas tem um livro de que gosto muito chamado Os Nós e os Laços que fala que os nós são aquelas relações que não escolhemos, como as de sangue. Essas podem ou não trazer afinidades, podem ser apenas prova e expiação, eu diria. Mas os laços, aqueles contatos que cultivamos por décadas, por escolha, os irmãos de alma, estes são grandes tesouros. Já parou para contar há quantos anos você pegou aquele saquinho de doces de Cosme e Damião, maninha? :-) Saudades também. Muitas!
Neste Domingo 18/04 tem HUSBAND na Lagoa, no quiosque Drink Café, a partir das 20:30 h.

O melhor do Rock, Blues, Soul, Pop...


Husband

Dany - Vocal
Marcelo Vidal - Guitarra base e gaita
Marcio - Guitarra solo
Edinho - Baixo
Marcelo Miranda - Bateria
O grande pessimista colhe todas as notícias ruins do jornal e manda aos amigos cada manhã; acha que o ser humano não presta mesmo, o mundo é mero palco de guerras e corrupção. O excessivamente otimista acha que a realidade é a das telenovelas e dos sonhos adolescentes, das modas, das revistas, da praia, do clube. O sensato (não o sem graça, não o chato) sabe que o ser humano não é grande coisa, mas gosta dele; que a vida é luta, mas quer vivê-la bem; que existem _ além de injustiça, traição e sofrimento _ beleza e afetos e momentos de esplendor. Que se pode confiar sem ser a toda hora traído por quem se ama.

Posso ser um pessimista essencial, por natureza ou formação ou circunstâncias. Posso porém estar apenas deprimido.

Para sair de uma fase depressiva há mil recursos à disposição de qualquer pessoa. Terapia, uma bela caminhada, um novo amor, pintar o cabelo, jantar num lugar delicioso, mudar de lugar os vasos do jardim, ver o que acontece nas artes. Ler, refletir, observar o dentro e o fora. Comprar um cachorro, ir ao futebol, planejar uma viagem (pode ser só até ali). Tentar aproximar-se da arte, qualquer que ela seja. Renovar interesses e afetos, cultivá-los.

Mas se eu curto a minha depressão ou minha visão negra de tudo, se com isso pretendo chamar a atenção dos outros ou puni-los (ou a mim mesmo), posso optar pelo eterno descontentamento. Aos poucos ficarei segregado do círculo dos que a~so os vitais amantes da esperança.


(Perdas & Ganhos, Lia Luft, Ed. Record, página 104)
Qual É?
(Marcelo D2/Davi Corcos)

eu tenho algo a dizer explicar pra você
mas não garanto porém que engraçado eu serei dessa vez
para os parceiros daqui para os parceiros de lá
se você se porta como um homem
será que você mantém a conduta?
será que segue firme e forte na luta?
aonde os caminhos da vida vão te levar?
se você agüenta ou não o que será será
mas sem esse kaô de que tá ruim não dá
esse eu já vim, vi, venci deixa pra lá
tá ruim pra você, também tá ruim pra mim
tá ruim pra todo mundo o jogo é assim
sem sorte no jogo, feliz no amor
quem nasceu pra malandragem não quer ser doutor
há 500 anos essa banca manda à vera
abaixou a cabeça já era

essa onda que tu tira qual é?
essa marra que tu tem qual é?
tira onda com ninguém qual é?
qual é neguim? qual é?

então vem devagar no miudinho
então vem chega devagar no sapatinho
malandro que sou não vou vacilar
sou o que sou e ninguém vai me mudar
porque eu tenho um escudo contra o vacilão
papel e caneta e um mic na minha mão
e é isso que é preciso coragem e humildade
a atitude certa na hora da verdade
o que você precisa para evoluir
me diz o que você precisa pra sair daí
o samba é o som e o Brasil é o lugar
o incomodado que se mude e eu tô aqui pra incomodar
ô de que lado você samba e você samba de que lado?
na hora que o côro come é melhor ta preparado
e lembrando de Chico comecei a pensar
que eu me organizando posso desorganizar

essa onda que tu tira qual é?
essa marra que tu tem qual é?
tira onda com ninguém qual é?
qual é neguim? qual é?

essa onda que tu tira qual é?
essa marra que tu tem qual é?
tira onda com ninguém qual é?
qual é neguim? qual é?

amar como ama um black, brother
falar como fala um black, brother
andar como anda um black, brother
usar sempre o cumprimento black, brother

quantas vezes já cheguei no fim da festa
quantas vezes o bagaço da laranja é o que resta
não me dou por vencido, vejo a luz no fim do túnel
a corrente tá cerrada, como meus punhos
vai dizer que você é um perdedor
daqueles que quando sua família precisa cê dá no pé
vai dizer que você prefere o ódio ou amor

então me diz neguinho...Qual é?

essa onda que tu tira qual é?
essa marra que tu tem qual é?
tira onda com ninguém qual é?
qual é neguim? qual é?

essa onda que tu tira qual é?
essa marra que tu tem qual é?
tira onda com ninguém qual é?
qual é neguim? qual é?

qual é? qual é? qual é? qual é neguinho? qual é?

14.4.04

Centro Cultural Justiça Federal

Apresenta


QUARTAS INSTRUMENTAIS DELIRA MÚSICA
Instrumental do Brasil – Abril de 2004


Produção e realização: André Oliveira


Centro Cultural Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 – Tel.: 3212 2550 – Rio de Janeiro

Ingressos: R$ 10,00

* estudantes, idosos e assinantes do JB pagam meia entrada

* associados do Clube Delira Música têm 20% de desconto no ingresso e 10% de desconto na compra de CDs Delira Música no local.


Em abril de 2004 o projeto Quartas Instrumentais no CCJF convida dois grandes nomes da cena instrumental brasileira. O craque dos sopros Carlos Malta e o grupo Cama de Gato se alternarão nas quartas-feiras do mês, com um cardápio musical fortemente calcado na brasilidade. Nada mais próprio, já que em abril comemoramos o Descobrimento, o Dia de São Jorge e o aniversário de São Pixinguinha. Carlos Malta se apresenta em duo com o pianista Philippe Baden Powell e depois com seu grupo Pife Muderno. O grupo Cama de Gato retorna de uma turnê pela América do Sul e mostra o repertório de seu sexto CD, lançado no ano passado, ao lado dos seus hits de sempre. Viva a música do Brasil.



14 de Abril – 19h

Cama de Gato


Mauro Senise, sax e flauta – Pascoal Meirelles, bateria
Jota Moraes, piano – Mingo Araújo, percussão – André Neiva, baixo


O quinteto instrumental Cama de Gato faz duas apresentações no Centro Cultural Justiça Federal (dias 14 e 28 de abril) para continuar a divulgar o disco Água de Chuva, uma produção independente do selo Perfil Musical. O álbum marca o retorno do grupo às prateleiras – e, naturalmente, uma volta mais constante aos palcos – após um intervalo fonográfico de sete anos. Jota Moraes, Mauro Senise, Pascoal Meirelles e Mingo Araújo aproveitam o clima de festa para apresentar o baixista André Neiva, que substitui Arthur Maia. Turnês pela Europa, Estados Unidos e pelo Brasil inteiro são mais do que comuns na rotina do quinteto, que tem no currículo uma apresentação memorável no famoso Town Hall, em Nova York (1989), e três concertos inesquecíveis no Free Jazz, em São Paulo e no Rio de Janeiro (1994, 1996 e 1997). Entre os feitos que enriquecem a história do grupo e merecem registro, destaque para a venda de 75 mil cópias do disco de estréia, Cama de Gato (Som da Gente, 1986), um número fantástico para o tímido mercado instrumental do país. De acordo com o baterista Pascoal Meirelles, fundador do grupo ao lado do flautista e saxofonista Mauro Senise e de Jota Moraes (que se divide entre piano, teclado, marimba e vibrafone), o diferencial deste novo CD é a sofisticação do tratamento sonoro "por conta dos arranjos, que são mais elaborados e usam cordas", avalia. Um segundo fator relevante é a pulsação dos instrumentos, que denuncia a brasilidade do álbum, fazendo uma mistura bem dosada de ritmos nacionais, como o frevo e o maracatu, ambientados numa gafieira. Outro diferencial importante é que todas as composições levam a assinatura dos músicos do grupo, com exceção da faixa de abertura “Bimini”, escrita pelo pianista Rique Pantoja. O papel autoral de Rique Pantoja foi assumido por Jota Moraes, com a preciosa colaboração de Pascoal Meirelles e André Neiva. Jota compôs os temas "Prateado", “Homem", "Seu Arthur", "Pau de sebo" e a faixa-título, "Água de Chuva". Os temas “Aruba" e "Pontanegra" são de Pascoal, e Neiva incrementa com "Porque também não fui". "É mais do que uma opção gravar apenas composições próprias", segundo o bem-humorado baterista. "Não é uma atitude exclusivista. É que gostamos de tocar nossas músicas. Não tocamos material alienígena", brinca.



21 de Abril – 19h

Carlos Malta e Pife Muderno


Carlos Malta, direção musical, arranjos, flautas e saxofones
Andréa Ernest Dias, flautas
Marcos Suzano, pandeiro
Oscar Bolão, pratos e tarol
Durval Pereira, zabumba


Uma das maiores expressões no atual cenário musical, Carlos Malta & Pife Muderno já foram aplaudidos de pé na Sala Cecília Meireles, no Percpan na Bahia, no New Orleans Jazz and Heritage Festival, Festival de Caracas, Sabath Tóquio, Essaouira Gnawa Festival no Marrocos, Rock in Rio 3, no Cité de la Musique de Paris e no 22º Festival de Jazz et Musiques d’Ailleurs d’Amien em Abril de 2003, na França. Poliglotas musicais, o grupo dá um nó na teoria musical, passando a harmonia para os tambores, onde a zabumba vira piano e o pandeiro vira contrabaixo. Os ritmos e a temática passam pela tradição e ao mesmo tempo projetam a vanguarda num novo universo sonoro, com recriações de clássicos como Ponteio (Edu Lobo), Açum Preto e Asa Branca (Luis Gonzaga), bem como os originais Tupyzinho, Lá no Suzano e Carááá...caíííí, ambas composições de Malta. A sonoridade do Pife Muderno é pra lá de original, onde pifes do Brasil se encontram com flautas da China (di-zi) , da India e do Japão (shakuhachi), além das grandes flautas baixo e contralto . A cortina harmônica percussiva completa a “voz“ desta banda que arrebata as platéias com sua energia vibrante e seu balanço contagiante.

28 de Abril – 19h

Cama de Gato


Mauro Senise, sax e flauta – Pascoal Meirelles, bateria
Jota Moraes, piano – Mingo Araújo, percussão – André Neiva, baixo

O grupo encerra o mês, com o repertório do CD Água de Chuva e sucessos dos trabalhos anteriores.


Informações:

André Oliveira – Tel 3325 4113/9122 0679 ou andreoliveira@rjnet.com.br
CHORO NO SESC 2004
COMEMORAÇÃO DO DIA NACIONAL DO CHORO
Produção Artística - Marcos Souza / Atelier Cultural

CHORO NO SESC - AUDITÓRIO DO ARTE SESC
20 de Abril - terça - 19:00hs - Entrada Franca
ARTE SESC Rua Marquês de Abrantes 99 - Auditório - Tel: 3138-1343

20/4/2004 - terça
TIRA POEIRA

Formado por Henry Lentino (bandolim), Caio Márcio (violão), Samuel DeOliveira (saxofone), Fábio Nin (violão 7cordas) e Sérgio Krakowski (pandeiro), todos entre 20 e 30 anos, o Tira Poeira investe na vertente chorística que abre espaço para o improviso e a experimentação.
E foi experimentando daqui e dali que o grupo partiu para espanar definitivamente a poeira do convencionalismo, sem abrir mão da tradição. O repertório revisita temas de Waldir Azevedo ("Delicado", "Vê se Gostas", "Carioquinha"), Jacob do Bandolim ("Receita de Samba", "Santa Morena"), Pixinguinha e Benedicto Lacerda ("Segura Ele"), Nelson Cavaquinho ("Caminhando"), dialogando com o samba, a gafieira, o jazz.

Homenageados 2004:
Choro na Feira, Daniela Spielmann, Bruno Rian
Blues do elevador
(Zeca Baleiro)


ora quem é que não sabe
o que é se sentir sozinho
mais sozinho que um elevador vazio
achando a vida tão chata
achando a vida mais chata
do que um cantor de soul
sou eu quem te refresca a memória
quando te esqueces de regar as plantas
e de dependurar as roupas brancas no varal
só faz milagres quem crê que faz milagres
como transformar lágrima em canção
vejo os pombos no asfalto
eles sabem voar alto
mais insistem em catar as migalhas do chão
sei rir mostrando os dentes
e a língua afiada
mais cortante que um velho blues
mas hoje eu só quero chorar
como um poeta do passado
e fumar o meu cigarro
na falta de absinto
eu sinto tanto eu sinto muito eu nada sinto
como dizia madalena
replicando os fariseus
quem dá aos pobres e empresta
quem dá aos pobres e empresta
adeus
Cristal, site caprichadísimo da minha querida amiga Eliane, foi indicada como site do dia pelo Terra no dia 12/04!

Quem ainda não conhece o trabalho da Li, precisa fazer uma visitinha e conhecer aquela beleza, tanto em forma quanto em conteúdo.

Anote na agenda, será na próxima segunda-feira, 19/04, Dia do Índio, às 20:00h, na Modern Sound, a Primeira Festa Jam Delira Música. A festa começará com uma canja do violonista Turíbio Santos, seguida de um pocket com Taluá e Luiz Avellar, e uma jam com o pianista Philippe Baden Powell convidando, Carlos Malta, José Staneck e outros ases da música instrumental brasileira. Convidem os amigos, divulguem, compareçam, prestigiem. Será uma grande confraternização.


Serviço:

Sem couvert artístico / sem consumação mínima

O show começa às 20:00h e depois das 21:00h as portas da loja se fecham.

É prudente reservar lugar pelo telefone 2548-5005 - as reservas são garantidas até às 19:00h

Modern Sound - Rua Barata Ribeiro, 502 - Copacabana

Estacionamento rotativo no local - R$ 5,00 primeiras 2 horas / R$ 2,00 hora excedente ou fração.

13.4.04

Agressão nas escolas


O que é o "bullying"?

"Bullying" direto: "Um aluno está a ser vítima de violência continuada quando é exposto repetidamente, durante um longo período de tempo, a uma ação negativa por parte dos outros alunos." (Olweus, 1991)

"Bullying" relacional: "Consiste em provocar danos emocionais num colega, manipulando as suas relações com os outros; provocando-lhe assim uma sensação de exclusão social." (Crick & Grotpeter, 1995)

Quais são os diferentes tipos de "bullying"?

Físico: Bater, pontapear, roubar ou danificar bens alheios.
Verbal: Chamar nomes, provocar cruelmente, ameaçar e intimidar.
Relacional/psicológico: Exclusão social, espalhar rumores maliciosos, pôr fim à amizade propositadamente.

O problema da agressão continuada

Uma criança é considerada vítima quando está exposta a ações negativas repetidas ao longo do tempo e quando há desequilíbrio de poder.(Olweus, 1991) Investigações fazem geralmente a distinção entre agressão física direta, agressão verbal e agressão indireta ou relacional. A agressão física direta constitui comportamentos tais como ser roubado ou levar uma sova. Agressão verbal inclui chamar nomes, gozar ou fazer pouco, fazer chantagem ou ameaçar. Agressão indireta ou relacional refere-se a comportamentos tais como boatos maldosos, deixar a vitima fora das brincadeiras.

A agressão continuada é um comportamento social complexo. As crianças podem ser consideradas unicamente agressores quando só agridem outras crianças e nunca são as vítimas, unicamente vítimas quando é agredida por outras crianças mas nunca as agride, agressor/vítima quando a criança por vezes agride outras crianças e por vezes é agredida, e crianças neutras que nãos e envolvem em situações de agressão nem são vitimas destas. Alguns investigadores (Salmivalli et al., 1996) examinaram aprofundadamente a agressão continuada como um processo de grupo e ainda usaram outros termos como 'assistente' para a criança que ajuda o agressor, 'defensor' para a criança que ajuda a vítima e 'outsiders' para as crianças que observam a agressão mas não se envolvem diretamente nela.

Qual é a dimensão deste problema?

Investigações recentes revelam que a agressão continuada é um problema a nível mundial, no entanto a incidência varia nos diferentes países e culturas. Investigações de Wolke et al. (2001) revelam que 1/3 de crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico são freqüentemente vítimas de agressão continuada e 17% das crianças admitem agredir outras crianças regularmente.

Outros estudos sobre o 1ª e 2ª Ciclo do Ensino Básico (com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos) mostram que a vitimização varia entre os 8% e os 46% enquanto a agressão é menor, variando entre 3% e 23%.

Wolke et al. (2001) concluíram também que chamar nomes feios é a forma mais freqüente de agressão continuada, seguida de bater e dizer mentiras sobre a vítima. Muitas crianças relataram serem agredidas na sala de aula e no recreio por colegas da sua própria turma.

Conseqüências da agressão continuada

Ser vítima de agressão continuada pode trazer sérias conseqüências para o indivíduo e para a sua família e este problema tem sido associado a comportamentos como distúrbios na conduta, hiperatividade, e rivalidades (Wolke et al., 2000), problemas de saúde (Wolke et al., 2001), insucesso escolar (Sharp & Thompson, 1992), vadiagem (Sharp & Thompson, 1992), depressão e problemas de ansiedade (Salmon et al., 1998), e até suicídio (Rigby, 1998).

O problema da agressão continuada

Problemas de agressão continuada acontecem em todas as escolas e estudos de investigação indicam que é um problema com grande incidência. As escolas têm um contexto social perfeito para a agressão continuada, porque muitos comportamentos conseguem passar despercebidos. Os lugares mais citados para ocorrerem as agressões são os recreios e as salas de aula. A agressão no recreio é difícil de detectar por parte dos professores porque estes nem sempre estão presentes. Na sala de aula é difícil de identificar porque é normalmente uma agressão mais subtil, de natureza relacional. Muitas vezes, pela cultura da escola, a criança prefere sofrer em silêncio do que acusar o agressor.

Os professores podem estar a par dos efeitos possíveis da agressão continuada nas crianças mas por vezes não conhecem os sinais de aviso:

- Uma criança muito calada pode tornar-se mais retraída
- Algumas vítimas podem tornar-se agressivas como meio de lidar com a frustração
- Pode haver deterioração na performance escolar
- Pode haver falta de concentração no trabalho escolar
- No intervalo, a vítima pode hesitar e perder a vontade de ir ao recreio
- A vítima pode sentir-se perturbada ou aflita antes da hora do intervalo
- A vítima pode fingir estar doente ou atrasar-se de propósito
- As outras crianças da turma podem mostrar relutância em sentarem-se perto da vítima
- As outras crianças podem recusar-se a trabalhar em grupo com a vítima
- A vítima pode mostrar-se relutante em responder a perguntas da aula
- Outros alunos da turma podem rir-se, escarnecer, gozar a vítima
- A vítima pode mostrar-se relutante em receber um elogio do professor
- Os bens da vítima podem começar a desaparecer ou a aparecer vandalizados.

O que deves tentar NÃO fazer se estiveres a ser vítima de agressão continuada:

· Lutar com o agressor, especialmente se ele for mais forte do que tu
· Culpar-te por seres agredido
· Não ir à escola e fingir estar doente
· Começar a chorar em frente do agressor
· Ignorar o agressor e rir na cara dele
· Chamar nomes ao agressor e gozar com ele também

Se és um agressor, pensa nas razões porque está a agredir os outros:

· Pensa em formas melhores de te divertires - Como te sentirias se fosses a vítima?
· Pensa se os teus amigos realmente gostam de ti e admiram o que fazes
· Passa-se alguma coisa na tua vida que te leve a agredir os outros?
· Tens noção de como estás a fazer a vítima sentir-se e das conseqüências do teu comportamento nas outras pessoas?


(retirado daqui, com algumas adaptações para português do Brasil)

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O assédio moral no ambiente de trabalho


O assédio moral no trabalho, também conhecido como mobbing, é muito mais grave e comum do que se pensa: na Inglaterra, por exemplo, 16,3% dos trabalhadores já foram vítimas do mesmo. Na Europa, atualmente, o mobbing responde por cerca de 15% dos casos de suicídio. No entanto, entre nós o fenômeno não vem recebendo a atenção que mereceria.

Conceitua-se como mobbing a adoção deliberada e continuada de comportamentos que visam à humilhação e ao constrangimento da vítima, com o objetivo de destruí-la psicologicamente e afastá-la do ambiente do trabalho em virtude de licença médica, forçando-a a pedir demissão ou, em casos mais graves, levando-a ao suicídio. Pode ser praticado por um superior hierárquico (mobbing vertical), pelos colegas de trabalho (mobbing horizontal) ou, em casos raros, até mesmo pelos empregados contra um chefe (mobbing ascendente). Veja-se que o assédio moral não se confunde com o assédio sexual, pois este busca a sujeição sexual da vítima, enquanto aquele se destina à destruição psicológica da mesma. Além disso, as pesquisas mostram que a vítima do assédio sexual, majoritariamente, ainda é a mulher, enquanto no assédio moral não há qualquer relação com o sexo da vítima. Muitas vezes, no entanto, a rejeição ao assédio sexual é a causa do assédio moral, pois o superior rejeitado dá início à perseguição sistemática da vítima.

Os métodos mais comuns, na prática, são os seguintes:

a) isolar a vítima do grupo, cortando-lhe as relações sociais. No mobbing horizontal, são os colegas que evitam dirigir a palavra, tratando a vítima com desprezo e não a convidando para as festas e comemorações, conversando sobre ela como se não estivesse presente; no vertical, o chefe coloca a vítima para trabalhar em sala isolada, onde não possa ter contato com os colegas, não lhe permite participar das reuniões ou dá informação errada sobre a hora da mesma, etc.;
b) destruir-lhe a auto-estima, com brincadeiras ou humilhações que a ridicularizem na frente dos colegas ou mesmo dos clientes, às vezes resultando em uma reação descontrolada, que será usada contra a própria vítima;
c) constrangimento e desqualificação, atribuindo-lhe tarefas inúteis ou degradantes, aquém da qualificação profissional do cargo, ou então fixando metas impossíveis de serem atingidas, forçando a vítima a um desdobramento no trabalho para, ao final, dizer-lhe que aquilo não vai servir para nada.

Esse terror psicológico, além das conseqüências psíquicas, também gera conseqüências orgânicas, podendo causar problemas gástricos, úlceras, dificuldades respiratórias, dores musculares, etc. Por outro lado, o empregador pode ser responsabilizado por danos materiais e morais, mesmo no caso do mobbing horizontal, pois tem a obrigação de fornecer aos seus empregados um meio ambiente de trabalho saudável, fiscalizando e intervindo toda vez em que essa obrigação não estiver sendo atendida.

(texto de Aldemiro Rezende Dantas Júnior - Juiz do Trabalho e Mestre em Direito Civil)

(retirado daqui)
"Great minds discuss ideas;
Average minds discuss events;
Small minds discuss people."


( Eleanor Roosevelt )
Deu hoje na coluna da Hilde no JB e eu apóio, desde que não seja uma solução apenas para a Zona Sul, mas que tenha continuidade pra toda a cidade:


Vou voltar a um tema, que já abordei no passado: a erradicação das favelas. Não dá pra nos enganarmos de que há outra solução além dessa. Não há. O Favela Baiiro, projeto maravilhoso, de urbanização das comunidades pobres, ficou muito bom em termos de obra de engenharia, mas não cumpriu seu objetivo quanto à qualidade de vida e de coibir a violência. As favelas, com sua esquizofrenia urbanística, ruas estreitas que não se sabe onde começam e onde terminam, são o habitat ideal para o tráfico, nicho para marginais, que aterrorizam seus moradores e toda a vizinhança, estabelecem regras para ir e vir, expõem os cidadãos ao fogo cruzado das balas perdidas...

Faltam aos nosso políticos vontade e coragem, para aruivar a demagogia "politicamente correta" e partir para soluções radicais, como o Rio de Janeiro, em outras épocas, já ousou, e com sucesso. Nossas autoridades equilibram-se em cima do muro, acendendo sua vela no mesmo altar que serve à reza dos traficantes. Longe elas estão de se concentrar na busca de uma solução real para o problema que afeta os cidadãos...

Pois bem, se os políticos não agem, a sociedade civil vai à luta. Um grupo de empresários do setor imobiliário formatou um projeto para a remoção geral das favelas de Recinha, Vidigal, Vila Parque da Cidade, Vila Pedra Bonita e Vila Canoas, para áreas ociosas da Rede Ferroviária Federal - nas cercanias de Cais do Porto, Saúde, Gamboa, Santo Cristo, Cidade Nova. São áreas descontinuadas, numa região da cidade à espera de iniciativas para revitalizá-la, que perfazem os 650 mil m2 necessários a isso, dotadas de infraestrutura básica, com o Metrô bem ali e potencial de empregos para toda a população a ser removida...

Segundo esse projeto já pronto, formatado, detalhado, que nos chegou às mãos, a área comportaria cerca de 17.500 habitações. Mais do que as 15 mil residências dos 56 mil moradores da Rocinha e dos 20 mil das outras comunidades citadas. São prédios de quatro andares, sem elevador, com apartamentos de sala e dois quartos, de 45 m2 de área útil cada um. Nessa área pretendida de 650 mil m2, o projeto também prevê escola, postos de saúde, comércio, praças, ruas, vilas olímpicas para treinamento esportivo etc...

Todos iriam morar contentes, em casas novas, mais seguras, mais decentes, que lhes seriam presenteadas pela Prefeitura e custaria zero ao governo. Os empreendedores, que arcariam com todo o custo do projeto, seriam ressarcidos recebendo 15% da área da favela da Rocinha, onde construiriam condomínios residenciais e prédios, obedecendo a legislação do bairro de São Conrado. Enquanto os restantes 75% daquela área seriam reflorestados e devolvidos à Mata Atlântica. Bom demais, não acham?...

Isso resolve o problema do tráfico? Não, não resolve, mas impede que ele, entocado nas favelas, atue livremente, utilizando cidadãos honestos como escudos humanos.

Então, vamos trabalhar por essa idéia?





Como o poder público não age, talvez esperando as próximas eleições para tentar capitalizar as tragédias da violência imputando culpa uns sobre os outros, penso que somos nós, os cidadãos, que devemos nos levantar e agir da forma que estiver ao nosso alcance.

Evidentemente a polícia deveria afastar sumaria e definitivamente aqueles maus profissionais que enxovalham o nome da instituição. Também deveria praticar ações que combatessem e prevenissem a prática de crimes. Está claro que a prefeitura deveria ser mais rigorosa na questão de ocupação do solo urbano. Lógico que o governo estadual deveria cumprir sua obrigação constitucional e garantir a segurança dos cidadãos. Perfeito é o raciocínio que aponta o poder federal como responsável pelo controle das fronteiras e da entrada de contrabando de armas e de drogas e ainda o apoio ao governo estadual para assegurar ao povo seus direitos à vida, a ir e vir e à paz.

Entretanto, não é com eles que podemos contar. Só conosco. E a nossa parte é aplicar a lei de oferta e procura. O dinheiro que arma marginais até os dentes vem da venda das drogas que se consomem em todas as classes sociais. Seu baseado e sua carreirinha são os fortificantes para este estado de coisas.

Se for comprar, lembre do preço.

12.4.04

Odeio segunda-feira de manhã


O vizinho

Temos um vizinho que funciona em outro fuso horário. Ele trabalha normalmente madrugada a dentro em eventos promocionais. Ele compartilha o mesmo espaço que nosso carro na garagem do prédio. Muitos vieram antes dele e o arranjo era simples: o vizinho ficava com as chaves do nosso carro e nós com as chaves do carro do vizinho. Assim, por mais chato que fosse ter que tirar dois carros e colocar um de volta a garagem, não havia maiores problemas na hora de sair motorizado de casa.

Mas nosso atual colega de vaga cada dia dirige um carro diferente, de acordo com a empresa em cuja promoção esteja envolvido. Não é possível nos deixar um conjunto único de chaves. Então o combinado é que ele, depois de estacionar, deixe a chave do veículo do momento à nossa disposição.

Ontem ele esqueceu deste acerto e não deixou a chave. E ao que tudo indica o mesmo fator que afetou sua memória quando chegou em casa em hora avançada, provavelmente o fez ter um sono de pedra hoje bem cedinho. E na hora de meu marido favorito sair para o trabalho, nem chaves, nem campainha, nem interfone, nem telefone, nem batidas à porta, nem berros ou chutões fizeram o querido amigo do andar debaixo largar a conversinha com Morfeu.

As notas fiscais do taxi para o escritório estão guardadas e qualquer eventual desconto por atraso já tem credor garantido.

Alvorecer perfumoso

Como se não fosse suficiente a poeira e o barulho gerados pelo furor demolidor de nosso alcaide, que resolveu reconstruir praticamente a partir do zero o famoso ginásio aqui em frente e deixá-lo pronto para o Pan de 2007 antes das eleições no final do ano, agora tenho meu próprio inferno particular.

Os operários chegaram cedo para concluir a obra que deixaram inacabada no meu banheiro desde aquele dilúvio doméstico do início do ano. Os mais assíduos por aqui devem lembrar que os canos do condomínio estouraram sobre a minha cabeça e inundaram meu apê. Os azulejos estavam fora de linha, havia outros pontos urgentes a serem consertados, patati, patatá e só hoje voltaram para arrumar as paredes que deixaram nuas, em carne viva.

Uma mudança básica fez-se necessária e lá fui eu transportando para outros lugares potes e vidros e frascos e toalhas e toda sorte de tranqueira que acumulo num dos meus cantos favoritos da casa, principalmenete para a leitura. Não quero minhas coisinhas empoeiradas. Nem os objetos que cuidam do meu amor.

Arranjei umas bolsas bonitinhas e fui ajeitando nossos pertences de forma a deixar mais à mão o que usamos com mais freqüência. Não que eu acredite nos prazos que eles nos deram para conclusão. Páscoa foi ontem e o coelhinho já foi embora. Mas tenho muita esperança, sempre.

Só que uma das bolsas estava já meio velhusca, parece que a cola venceu seu prazo de validade e ela desfez seu fundo quando a levantei pelas alças. Plém-belém-plá-pim-pim-pim! Sabe aquele vidro de perfume masculino. Pois é, o vidro não existe mais, mas o perfume está pela casa inteira.

Assim como o esporro e o pó.
Por que o governo sofre pressões internacionais para revelar a inovadora tecnologia de enriquecimento de urânio.

Para proteger seu segredo, os brasileiros esconderam as centrífugas dos inspetores e exibiram a eles um vídeo. Bastou isso para levantar a ira americana, que comparou o Brasil ao “eixo do mal”, que reúne os países que representam ameaça bélica, entre eles, Síria, Irã e Coréia do Norte. “É inaceitável nos comparar ao Irã”, diz o físico Anselmo Paschoa, que negociou com a Aiea o controle das instalações brasileiras. “Aplicamos aos adversários as mesmas regras que usamos com os amigos”, explicou James Goodby, negociador americano. Em dezembro, o assunto foi tema de reportagem do The New York Times.


Presta atenção, hein!

11.4.04

Quando convidamos C. para o almoço de Páscoa com prato principal de bacalhau preparado pelas mãos de meu amo e senhor, ela disse que só poderia vir se trouxesse a mãe que não queria deixar sozinha, já que os outros irmãos estavam viajando. Que bom!

Bem verdade que eu nunca tinha conversado muito com a matriaca, embora fosse uma fã, com quadros dela pendurados na parede de casa e principalmente por gostar tanto de seus filhos e pupilo. A gente sempre se encontrava em festas, em vernissages, muita gente em volta e pouca chance de trocar mais que parcas palavras.

Pois hoje tivemos tempo e gosto de nos conhecermos um pouco melhor, animadas pela simples alegria de estarmos todos juntos e ainda contarmos com a presença de Baco.

Tudo é agradável quando trocamos idéias com pessoas sensíveis, generosas e inteligentes. E se ainda recebemos como brinde uma história linda, cheia de cor e emoção, o dia vale, a vida fica mais saborosa.

E até aquela dúvida - recomeço a dieta amanhã ou antes dou cabo de todo o chocolate? - toma a real dimensão: uma bobagem.
Recebi por e-mail sem o nome do(a) autor(a). Depois fui informada de que era do Lula Vieira. Se não for e você souber de quem é, por favor, me informe para eu dar o devido (e merecidíssimo crédito):

Chaturas


Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato. Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho.

Joaquim Ferreira dos Santos, em "O Globo" de domingo, fala do seu profundo preconceito por quem usa a expressão "agregar valor".

Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata. São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando estas conclusões.

Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.

Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito ou sujeita que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra "carne", fica falando o tempo todo em vida saudável é seu ideal como companhia numa madrugada? Sei lá, não sei.

Eu ando detestando certos vícios de linguagem, do tipo "chegar junto", "superar limites", essas bobagens que lembram papo de concorrente a big brother. Mais uma vez repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas.

Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que transmite algum sintoma de chatice. Tom de voz de operador de telemarketing lendo o script na tela do computador e repetindo a cada cinco palavras a expressão "senhoooorrr" me irrita profundamente.

Se algum dia eu matar alguém, existe imensa possibilidade de ser um flanelinha. Não posso ver um deles que o sangue sobe à cabeça. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho raiva menor do assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se tivesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga.
Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer?

Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber "energia positiva". Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa. Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria. E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando "um beijo no coração"?
No aniversário da azul e branco de Madureira teve feijoada e, obviamente muito samba. Oitenta e um aninhos, corpinho de vinte e a Portela tem fôlego para sambar muito ainda.

Dos dois carros lotados que nos levaram margeando a linha do trem, saiu, na porta da quadra, um povo alegre e disposto a curtir os encantos que só o subúrbio carioca tem.

E tem uma turma que defende que a Portela fica em Oswaldo Cruz, que essa história de Madureira é pra não iniciados. O importante é que todo mundo se divertiu. A turminha miúda logo se enturmou com a molecada local; quem era de beber, bebeu; quem era de comer, comeu; quem era de sambar, inclusive a rapaziada boa que veio da terra da garoa, sambou; quem era de paquerar, paquerou...

Companhia classe AAA.

Marquinho de Oswaldo Cruz mostrou pra todo mundo o que quer dizer raiz. Dorina cantou e encantou. Muita gente chegou no meio da roda e mostrou que samba é na palma da mão, no gingado do corpo e na manha dos pés. A Velha Guarda... Ah, a Velha Guarda... Tanta gente bonita... Tanta gente bamba...

Pelo sorriso colado na cara, o Arnaldo Jabor gostou.

C., pai de M.M., que nos recebeu e ciceroneou, também parecia contente toda vida. Sua mulher é madrinha de L., que toda lambuzada de ovo de Páscoa, foi parar no colo da Tia Surica.

Aliás, foi uma delícia ouvir uma palhinha do seu CD. Tenho um carinho todo especial por ela. Mas foi incrível saber que ela gravou sambas que eu cantava e ninguém parecia conhecer. Sim, eu canto muito, principalmente quando estou em casa ou tenho que percorrer um longo trecho a pé sozinha. Neguinho olha e acha estranho aquela mulher cantando no meio da rua. Deixa o povo olhar.

Deixa falar!