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13.4.04

Deu hoje na coluna da Hilde no JB e eu apóio, desde que não seja uma solução apenas para a Zona Sul, mas que tenha continuidade pra toda a cidade:


Vou voltar a um tema, que já abordei no passado: a erradicação das favelas. Não dá pra nos enganarmos de que há outra solução além dessa. Não há. O Favela Baiiro, projeto maravilhoso, de urbanização das comunidades pobres, ficou muito bom em termos de obra de engenharia, mas não cumpriu seu objetivo quanto à qualidade de vida e de coibir a violência. As favelas, com sua esquizofrenia urbanística, ruas estreitas que não se sabe onde começam e onde terminam, são o habitat ideal para o tráfico, nicho para marginais, que aterrorizam seus moradores e toda a vizinhança, estabelecem regras para ir e vir, expõem os cidadãos ao fogo cruzado das balas perdidas...

Faltam aos nosso políticos vontade e coragem, para aruivar a demagogia "politicamente correta" e partir para soluções radicais, como o Rio de Janeiro, em outras épocas, já ousou, e com sucesso. Nossas autoridades equilibram-se em cima do muro, acendendo sua vela no mesmo altar que serve à reza dos traficantes. Longe elas estão de se concentrar na busca de uma solução real para o problema que afeta os cidadãos...

Pois bem, se os políticos não agem, a sociedade civil vai à luta. Um grupo de empresários do setor imobiliário formatou um projeto para a remoção geral das favelas de Recinha, Vidigal, Vila Parque da Cidade, Vila Pedra Bonita e Vila Canoas, para áreas ociosas da Rede Ferroviária Federal - nas cercanias de Cais do Porto, Saúde, Gamboa, Santo Cristo, Cidade Nova. São áreas descontinuadas, numa região da cidade à espera de iniciativas para revitalizá-la, que perfazem os 650 mil m2 necessários a isso, dotadas de infraestrutura básica, com o Metrô bem ali e potencial de empregos para toda a população a ser removida...

Segundo esse projeto já pronto, formatado, detalhado, que nos chegou às mãos, a área comportaria cerca de 17.500 habitações. Mais do que as 15 mil residências dos 56 mil moradores da Rocinha e dos 20 mil das outras comunidades citadas. São prédios de quatro andares, sem elevador, com apartamentos de sala e dois quartos, de 45 m2 de área útil cada um. Nessa área pretendida de 650 mil m2, o projeto também prevê escola, postos de saúde, comércio, praças, ruas, vilas olímpicas para treinamento esportivo etc...

Todos iriam morar contentes, em casas novas, mais seguras, mais decentes, que lhes seriam presenteadas pela Prefeitura e custaria zero ao governo. Os empreendedores, que arcariam com todo o custo do projeto, seriam ressarcidos recebendo 15% da área da favela da Rocinha, onde construiriam condomínios residenciais e prédios, obedecendo a legislação do bairro de São Conrado. Enquanto os restantes 75% daquela área seriam reflorestados e devolvidos à Mata Atlântica. Bom demais, não acham?...

Isso resolve o problema do tráfico? Não, não resolve, mas impede que ele, entocado nas favelas, atue livremente, utilizando cidadãos honestos como escudos humanos.

Então, vamos trabalhar por essa idéia?





Como o poder público não age, talvez esperando as próximas eleições para tentar capitalizar as tragédias da violência imputando culpa uns sobre os outros, penso que somos nós, os cidadãos, que devemos nos levantar e agir da forma que estiver ao nosso alcance.

Evidentemente a polícia deveria afastar sumaria e definitivamente aqueles maus profissionais que enxovalham o nome da instituição. Também deveria praticar ações que combatessem e prevenissem a prática de crimes. Está claro que a prefeitura deveria ser mais rigorosa na questão de ocupação do solo urbano. Lógico que o governo estadual deveria cumprir sua obrigação constitucional e garantir a segurança dos cidadãos. Perfeito é o raciocínio que aponta o poder federal como responsável pelo controle das fronteiras e da entrada de contrabando de armas e de drogas e ainda o apoio ao governo estadual para assegurar ao povo seus direitos à vida, a ir e vir e à paz.

Entretanto, não é com eles que podemos contar. Só conosco. E a nossa parte é aplicar a lei de oferta e procura. O dinheiro que arma marginais até os dentes vem da venda das drogas que se consomem em todas as classes sociais. Seu baseado e sua carreirinha são os fortificantes para este estado de coisas.

Se for comprar, lembre do preço.

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