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17.8.02

Tadinha, tão normalzinha.

Ela pintas as unhas ouvindo música. É final de semana. Daqui a pouco tem churrasco. Mais tarde, festa de aniversário da filha caçula da prima do marido. Ela tem que se esforçar para lembrar quem são essas pessoas que ela raramente vê.

Normose...

Mas chegue mais perto.

O que é que essa maluca mal contida sob essa pele de cordeiro está ouvindo?

Manu Chao!

CAIXA DE GUERRA
GUERRA DA PAIXON
Portunhol connection
Lixo atomico
Piranha e jacare
Xtudo e mac podrao


Tadinha, tão normalzinha.

Ela pintas as unhas ouvindo música. É final de semana. Daqui a pouco tem churrasco. Mais tarde, festa de aniversário da filha caçula da prima do marido. Ela tem que se esforçar para lembrar quem são essas pessoas que ela raramente vê.

Normose...

Mas chegue mais perto.

O que é que essa maluca mal contida sob essa pele de cordeiro está ouvindo?

Manu Chao!

CAIXA DE GUERRA
GUERRA DA PAIXON
Portunhol connection
Lixo atomico
Piranha e jacare
Xtudo e mac podrao


16.8.02

Tenho que manter minha fama de má.
Uma conhecida me conta do falecimento do pai.

A filha dela estava passando a noite na casa dos avós e presenciou o momento em que o corpo foi encontrado. A menina pergunta sem parar se avô está mesmo morto. Por dias. A irmã mais nova escuta atenta todas as explicações. Ela entende direitinho que agora o vovô está descansando, que já não precisa mais de cadeira de rodas, nem de balões de oxigênio, que ele está num lugar muito bonito e em paz. Ela sorri e parece satisfeita porque o vovô está bem. Ato contínuo pergunta quando ele volta.

A mãe tem um olhar triste. Parece cansada demais até para se desesperar. Reclama, um pouco tomada pela culpa, que não agüenta mais ter que lidar com as questões práticas, apoiar a mãe emocionalmente, ajudar as crianças na digestão da primeira morte de alguém muito querido delas.

A primogênita implica com alguma coisa na escola e firma pé que não quer mais freqüentar aquele estabelecimento. A mãe compreende o sentimento da filha. Ela também tem tido fantasias sobre meter a mão na maçaneta, ganhar o mundo e só voltar no ano que vem.

Além de suas lágrimas no ombro da blusa, fiquei com a maçaneta retumbante.


Poema de Sete Faces
(Carlos Drummond de Andrade)

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.





Para que disfarçar colocando meu nome no masculino?





15.8.02

Só consegui dormir de verdade depois das 5 da manhã. Levantei às oito e meia. Deve ser por isso que não estou conjuminando*.

Será que é ambição demais querer silêncio e sossego para dormir?



*O verbo me veio a cabeça e me apareceu clara na lembrança a imagem de D., que o adorava, pronunciando-o. Fui correndo ver se isso existia mesmo ou se era mais uma de suas invenções. Está dicionarizado como alteraçaõ popular de congeminar. D. tem pouquíssimo estudo e lança mão de exotismos para disfarçar sua ignorância. Anda sempre empertigado e se você pergunta a opinião dele sobre qualquer assunto, imposta a voz e lasca sua resposta padrão ensaiada: Não me sinto habilitado a opinar. Se seu disfarce é engraçado, tudo fica patético quando ele relaxa e numa discussão mais acalorada insulta seu adversário: Nem o cebro de mil vaca é fraco que nem o teu.

D. é pessoa confiável. Pau prá toda obra. Amigo dos momentos mais difíceis. Aquele que segura alça de caixões e fuma contigo um charuto na sala de espera da maternidade. Sim, D. é do tempo em que se podia fumar em paz.

A mulher de D. nunca pôde trabalhar fora. Mulher de D. não se dá a esse tipo de desfrute. D. gosta de honrar as calças que veste. Sou provedor, sim senhor. Ela começou a vender seus produtos quando D. saia para o trabalho. Os conhecidos foram misericordiosos o suficiente para não contar nem sobre isso nem sobre seus passeios vespertinos. No dia seguinte ao casamento da filha caçula ela foi embora.

D. filosofa: pois é, cumadre, pois é... Até hoje o cebro de D. quase funde em conjuminância.

14.8.02

MISÉRIA NO JAPÃO
(Pedro Luis)


Somos tios da pobreza social
Somos todos pára-brisas do futuro nacional
Eu sou tio, ela é tia
O pavio tá aceso, aqui é quente
País é quente
O mundo é quente

E quem te disse que miséria é só aqui
Quem foi que disse que a miséria não ri
Quem tá pensando que não se chora miséria no Japão
Quem tá falando que não existem tesouros na favela

A vida é bela
Tá tudo estranho
É tudo caro
Mundo é tamanho

Não tem medida
O amor em certos casos
O ódio atinge generais
Soldados rasos
Estou com alguns post encalacrados na cabeça há dias e não consigo parar para desembuchar.

Achei muito estranho quando recebi o recado que ela havia ligado porque estava com saudades. É chato estar tantas vezes certa. Era a continuação do mesmo assunto maçante que eu já não agüento mais.

Quero fazer uma grande faxina nas minhas relações.

Estou lendo um livro que me revela coisas que estou careca de saber, mas que alguém precisa nos lembrar de vez em quando para a gente não cair nas velhas armadilhas.

Minha opção é a pureza. Tentar adivinhar quanta sordidez existe sob palavras aparentemente inocentes cansa minha beleza. Então está combinado: quem quiser que gaste seu tempo elaborando frases para dizer sem falar que eu vou ali ser feliz um pouquinho e já volto, tá?

Hoje eu acordei com um bem-te-vi cantando para mim. Café, hidroginástica, beijo e abraço de filho, sol. E foi só meia manhã. Como é que vou acreditar em quem quer me convencer que a vida não é boa?
Programinha bom e barato


Sex. 16 e Sáb. 17
Sex. 23 e Sáb. 24

Guinga e Toninho Horta

Guinga, carioca, Toninho Horta, mineiro. Ambos embarcaram no universo da música intuitivamente quando adolescentes, um mais tocado pelo jazz, o outro pelo clássico. Se os
rios eram distintos, no fim, foi o mar da música popular brasileira que os abraçou. Ambos violonistas e compositores gravados por muita gente importante da música popular.
Toninho morou no Rio nos anos 70 e consolidou uma carreira internacional nos anos 90, quando quase não parou no Brasil. Guinga consolidou sua carreira no Brasil nos anos 90, teve elogios apaixonados da crítica musical brasileira nestes anos e começou então sua performance internacional. Guinga, como instrumentista, acompanhou Clara Nunes, Beth Carvalho e Cartola. Toninho acompanhou Gal Costa, Nana Caymmi e Milton nascimento, citando apenas alguns. Um apresenta mais sua face de compositor e o outro a de instrumentista. Um é admirador do trabalho do outro.

Em dois finais de semana eles estam juntos na Sala Funarte comemorando o lançamento do disco "Clube da Esquina I". O show é inédito e os artistas aceitaram o convite feito pela
própria Sala para este espetáculo.

Sempre às 18h30

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16
(esquina com a rua Araújo Porto Alegre)

Próximo ao Metrô Cinelândia / acesso Pedro Lessa
tel.: (21) 2279.8087 / 2279.8105 / 2279.8088
e-mail: salafunart@funarte.gov.br

Ingressos: sextas e sábados R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (estudantes, idosos e músicos)

12.8.02

Amamentei meu filho no peito até 1 ano e oito meses e sou daquelas que fazem campanha ferrenha pelo aleitamento materno.

Mas também sou daquelas que defendem uma coisa chamada liberdade de decisão, mesmo que a decisão tomada não seja a mais sábia. Se não estou enganada, há um tópico na Declaração Universal dos Direitos Humanos que determina que ninguém pode decidir a forma como alguém deve criar seus filhos.

Além disso, o que acontece se, não podendo divulgar os produtos que produzem, os fabicantes de mamadeira e leites especiais forem à falência? Quando houver um impedimento real para a a amamentação (HIV positivo, por exemplo, ou, como no caso da minha irmã, o leite secar devido a um forte trauma emocional) vamos depender de produtos importados caríssimos?

Educação é tudo. Campanhas educativas incentivando o aleitamento materno e alertas nas embalagens e peças promocionais dos produtos me parecem suficientes.

Impedir uma empresa de divulgar seu produto é uma medida gravíssima. No caso dos fabricantes de cigarro, pode ser considerado para muitos como um ganho. Mas fico pensando no meu sobrinho já sem o peito da mãe também privado de mamadeira. Apela-se para o método passarinho?
7 de agosto, 2002
Às 6:28 PM hora de Brasília (2128 GMT)

BRASÍLIA (CNN) -- O Ministério da Saúde brasileiro proibiu, por meio de portaria publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, qualquer propaganda em meios de comunicação -- jornais, revistas, Internet, TV e rádio -- de mamadeiras e chupetas.

Também não serão permitidas estratégias promocionais para induzir vendas no varejo desses produtos, assim como exposições, cupons de desconto, prêmios e brindes.

O ministério explicou que a norma atende a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é parte dos esforços "na defesa da proteção, da promoção e do apoio ao aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida".

O rótulo dos produtos também deverá conter informações como o nome do fabricante, o importador ou distribuidor e o lote de fabricação.

Além disso, serão obrigatórias as instruções para uso correto e seguro, incluindo as seguintes orientações: "Antes do uso, ferver a chupeta ou bico por, pelo menos, cinco minutos", "examinar se o produto tem algum rasgo ou perfuração", "não mergulhar a chupeta em doces para prevenir cáries".

Se as instruções não estiverem na embalagem por limitação de espaço, deverá ser informado por meio da frase: "ver instruções de uso".

Também foi proibida a utilização de expressões, ilustrações e fotos de crianças e personagens infantis que estejam usando mamadeiras, bicos ou chupetas.

A inclusão de frases ou expressões que possam colocar em dúvida a capacidade de amamentação das mães e informações que identifiquem o produto como apropriado para uso infantil, como "baby" e similares também foi vetada.

A alegação de vantagem ou segurança pelo uso do produto também não será permitida.

A norma prevê 180 dias para os fabricantes se adequarem às determinações e as empresas que estiveram em desacordo com a legislação terão o produto interditado e poderão receber notificação e multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

Leite industrializado
Outra medida do Ministério da Saúde foi dar um prazo de seis meses aos fabricantes de leite industrializado para que frases ou imagens de crianças em rótulos e propagandas que induzam mães a substituírem o leite materno por outros alimentos sejam retiradas das embalagens.

A legislação estabelece critérios para evitar abusos na promoção de alimentos, regulamentando, pela primeira vez, a propaganda e o marketing desses produtos.

O objetivo é investir no incentivo ao aleitamento materno e na promoção de práticas saudáveis relacionadas à alimentação de crianças lactentes (até um ano de idade) e na primeira infância (de 12 meses a três anos de idade).

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão ligado ao Ministério da Saúde, anunciou que proibirá fotos e desenhos que não sejam os que vão ilustrar métodos de preparação ou uso do produto.

A marca do produto ou logomarca não poderá ser acompanhada por imagens de bebês, personagens infantis, figuras de frutas, legumes, animais ou flores que possam induzir o uso por crianças da faixa etária de até três anos.

Expressões ou frases como "leite humanizado", "leite maternizado", "substituto do leite materno" ou similares, usadas com o objetivo de sugerir forte semelhança do produto com o leite materno, serão abolidas.

O mesmo ocorrerá com frases ou expressões que possam pôr em dúvida a capacidade das mães de amamentarem seus filhos.

(Com informações da Agência Brasil)


(fonte)

Você pode com isso? Eu não posso!
Bem, agora que eles proibiram as propagandas de mamadeiras para incentivar o aleitamento materno, que tal proibir as propagandas de restaurantes fast food para incentivar uma alimentação mais saudável ou, quem sabe, proibir a veivculação de anúncios de motel para incentivar relacionamentos monogâmicas ou ainda abolir propaganda das obras de Paulo Coelho para fomentar leituras mais saudáveis.

Sou só eu que vejo absurdo nessa notícia?
Se quiser substituir meu trabalho porque ele está lento, mal feito, incompleto ou redundante, tudo bem. Espero ver você executá-lo, no mínimo, com a perfeição que cobrou de mim.