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24.5.05

ELES QUEREM SUA ENERGIA

Nada de caninos afiados e asas de morcego. Esses vampiros não são seres sobrenaturais nem bebem sangue:

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Poucas pessoas desconhecem esses tipos vampirescos. São seres que, por um motivo ou por outro, sugam a energia das pessoas com seus comentários e atitudes. Muitas vezes, só se percebe que estiveram por perto quando o desânimo se instala por causa de sua presença.

Mas, afinal, existem mesmo pessoas capazes de alterar dessa forma o humor de quem se aproxima? "Existem, e muitas. Nos relacionamentos de qualquer espécie, as pessoas devem se alimentar de coisas boas, mas há quem apenas retire esses aspectos positivos e essenciais para o nosso bem estar", explica a psicóloga Lúcia Monteiro, que ministra palestras sobre o tema.

Claro que o termo "vampiro" é uma alusão ao lendário personagem Conde Drácula e nada tem de científico. Mas a psicologia estuda com atenção esses tipos que podem causar danos irreparáveis no humor e na disposição das pessoas. "Atendo pessoas completamente detonadas por tipos vampirescos principalmente nos relacionamentos íntimos com a família e amigos mais chegados. Acredito que a atitude destrutiva dos vampiros é uma forma semi-consciente de obter amor e poder, em um sentido mais amplo", explica Lúcia.

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A quantidade de tipos vampirescos que rondam por aí inspirou, inclusive, a publicação de um livro de autoria do psicólogo americano Albert Bernstein. Nele são descritos cinco tipos de pessoas especialistas em sugar o humor e a energia de quem lhes atravessa o caminho.

Para lidar com os vampiros emocionais, como são chamados no livro, não adiantam água benta ou estacas de madeira. "É preciso se fortalecer e impor limites a essas pessoas. Se nada der resultados é melhor se afastar de quem torna a convivência insuportável", sintetiza a psicóloga.

Conheça os tipos

Albert Bernstein descreve os vampiros mais comuns no livro Vampiros Emocionais, Editora Campus.

Os anti-sociais

(...) Os tipos anti-sociais, ao contrário do que o nome sugere, são viciados em divertimento, e a trilogias sexo, drogas e rock’n’roll parece ter sido inspirada nele. O autor Albert Bernstein escreveu que são como Ferraris em um mundo de Toyotas. A segunda é segura e prática, mas nada divertida. Já a Ferrari é perigosamente potente, caríssima, mas passa mais tempo na oficina que na estrada. Esses vampiros são sedutores e encantadores, e você só percebe o estrago que estão fazendo na sua vida quando restam poucas gotas de sangue no corpo. Eles atacam o adolescente que existe nas pessoas e as obrigam a irem mais longe do que normalmente se permitiriam. Além disso, mostram-se extremamente irritados quando não são acompanhados e são incapazes de gestos de gratidão depois de serem carregados para casa.

Antídoto:

Faça o que eles sugerem mas se preocupe somente com você. Deixe que eles assumam a responsabilidade pelos seus atos. Ignore os acessos de raiva e, principalmente, reconheça seus limites. Lembre-se que esse tipo de vampiro sob o efeito de drogas ou álcool pode ser uma ameaça e jamais conte que o sentimento de culpa o fará parar.

Os Valentões

Sabe aqueles meninos que nos ameaçavam na escola? No trabalho, é aquele chefe que a proximidade é diretamente proporcional à temperatura negativa da espinha dorsal da vítima. Sua arma é o grito, e o seu vício, a ira. Mas, por mais desprezíveis que sejam, a voz parece desaparecer quando somos alvo do seu acesso de raiva.

Antídoto:

Esses tipos de vampiros não enxergam seu poder destrutivo. Acham que estão apenas tentando cuidar da própria vida quando algum idiota faz alguma burrice e lhes estraga o dia. Algumas dicas: quando o vampirão começar a gritar, peça, delicadamente, que fale mais devagar para que você possa entendê-lo. É praticamente impossível gritar falando devagar. Se ele estiver gritando ao telefone, contenha-se em falar "ham, ham" nas pausas de sua respiração. Inevitavelmente ele terá que interromper o escândalo para perguntar se você ainda está lá. Por último, quando estiver levando chamadas injustas do chefe-vampirão diga apenas "o que você gostaria que eu fizesse?" Ganha um doce se ele souber responder a perguntinha.

Os histriônicos

À primeira vista, ninguém é mais espirituoso e amável quanto esse vampiro. Depois percebe-se que ele precisa de aprovação e atenção o tempo todo. É aquela amiga que chega na roda e, supersimpática, fala com todo mundo, distribui sorrisos, conta casos. É aquela (ou aquele) que pergunta o tempo todo se cabelo está bonito e se a roupa é adequada. São ciumentos e extremamente dramáticos. Foram os vampiros histriônicos que inventaram os crimes passionais, a bulimia, a cirurgia plástica e a fofoca.

Antídoto:

Seja chato, coerente, faça planos para o futuro. Esses vampiros preferem relatar as impressões emocionais acerca dos fatos, e não os fatos em si. Arrisque-se a pedir detalhes precisos de suas narrativas para checar a autenticidade do episódio. E lembre-se: em caso de lágrimas, ofereça um lenço e prossiga.

Os narcisistas

(...)O maior medo desse tipo é ser comum. Eles são os mais bonitos, os mais inteligentes, os mais poderosos. Por isso, são as pessoas mais indiferentes do planeta. Foram eles quem inventaram os esportes, as empresas e tudo o mais onde se possa competir. Esses vampiros ignoram necessidades alheias, por isso são egoístas e ingratos. Só existe o que é bom para eles e todo o mundo só existe para servi-lo. Trabalham com afinco para ter do que se glorificar, ou seja, fama dinheiro ou poder. Esperam um tapete vermelho até ao entrar em uma padaria, por isso, não toleram atrasos, não esperam na fila, não compram em liquidação, jamais limpam o que sujaram. Estão sempre entediados e frustram seus companheiros por não retribuir amor.

Antídoto:

É impossível desinchar o ego dos vampiros narcisistas. Por isso é preciso entender que você não vai ensiná-lo a se importar com os outros. E não se assuste se o exemplo de falta de sensibilidade for você. Os narcisistas têm a capacidade assustadora de se transformar em vítimas assim que você os ataca.

Os paranóicos

Você chega empolgadíssima com uma nova proposta de emprego. É uma boa empresa, um cargo respeitável e um salário satisfatório. Ao comunicar a novidade com o vampirão do seu marido, ele não esboça nem uma tentativa de sorriso e começa a sabatiná-la com perguntas sobre o novo emprego. Perguntas respondidas, ele chega à conclusão que você será explorada, seu novo chefe tem fama de tarado e correm boatos que essa empresa vai quebrar. Mas se você quiser arriscar, tudo bem. Ele acabou de sugar todo o seu entusiasmo. Provavelmente trata-se de um vampiro paranóico, que está sempre vendo o que a maioria não vê. O problema é que a "supervisão" limita-se ao lado negativo das coisas. Esse é um dos tipos mais nocivos a sua saúde psicológica porque vê sempre um mundo muito complexo e sem esperança. Além disso, esse tipo tem uma verdadeira adoração pela própria virtude. Por isso, raramente perdoam. Oscilam entre a ingenuidade e o ceticismo total. Sua meta é chegar a um mundo onde todos obedeçam às mesmas regras simples e rígidas que sua cabeça criou. Essas regras incluem desde não viajar para onde tem mosquitos até controlar a euforia, já que sempre pode acontecer o pior.

Antídoto:

Os acessos de raiva dos vampiros paranóicos são apenas sutis. Eles expressam os sentimentos de esgotamento e depreciação com suspiros e resmungos. Não lhes dê atenção. E não se deixe contagiar. Contra o mau humor nada como uma risada sonora!

fonte
BIENAL

Agora que acabou já posso falar. E antes não me manifestei até porque a gente sabe como é difícil publicar e lançar um livro. Não vou ser eu a jogar areia na farofa de ninguém, já que além de deselegante, isso não me faz feliz nem me rende lucro algum. Mas não gosto de Bienal.

Não suporto aqueles corredores entupidos, o culto à celebridade, a lonjura... Adoro livros, mas meu contato com eles é muito mais íntimo e silencioso. Começa com uma paquera em uma livraria silenciosa e acolhedora e termina com saudade depois de lida a última frase, repousando fechado, abraçado contra meu peito suspiroso. E a história continua depois de terminada, na minha estante para futuras releitura e consulta ou nas mãos de quem também possa amá-lo como eu.

E fico olhando, pelos meios de comunicação, aquele circo montado e penso no quão longe da experiência de leitura e literatura que eu tenho em mim. Quanto blablablá, quanto nhenhenhém... Cadê o conteúdo? Provavelmente escondido num canto que ninguém viu, longe dos holofotes e da badalação.

Sei lá. É pra mim, não.

23.5.05

MULHER MARAVILHA

Tenho um conhecido cujo gosto é uma espécie de parâmetro para mim. Se ele viu um filme e gostou, não devo nem passar na porta, porque vou detestar certamente. Nossos gostos são absolutamente opostos. Nem por isso desgosto do sujeito. Ele é divertido e, até onde sei, é bom caráter. O que não suporto é gente mal-humorada e de ética frouxa.

Amigos não se fazem apenas com afinidades. Às vezes, basta a admiração e o respeito. Isto é o alicerce de qualquer relacionamento humano. Coisa mais triste quando começamos a perder a admiração por alguém a quem queremos bem. Promessas e prazos amiudadamente descumpridos, escorregões morais, não estar ali quando você precisa ao mesmo tempo em que assume que sua paciência e disponibilidade são infinitas...

É certo que não escolhemos aqueles de quem gostamos. Gostamos simplesmente, sem muita racionalidade. Entretanto, acho difícil continuar apreciando a companhia de quem vive querendo te aplicar uma rasteira ou, no mínimo, subestimando sua inteligência.

Sou só eu ou todo mundo fica exaurido na proximidade de gente acomodada, inerte, que vive varrendo problemas para debaixo do tapete? É só a minha beleza que se cansa com quem vive repetindo que você precisa entender o que ele está passando e nunca, jamais se importa em ver como as coisas estão do seu lado, a barra que você está tendo que segurar para que ele tenha o tempo de que precisa para dar um jeito na própria vida? E nunca dá jeito nenhum, não se mexe, nem se coça. E você lá segurando o mundo nas suas costas.

Você conhece o tipo, né? Chega chorando a maior miséria e você se vira pelo avesso e tira o que tem no bolso para ajudar, afinal a situação dele é periclitante. Dali a uma semana, você está refazendo suas contas para acochambrar o rombo no orçamento, decidindo entre pagar a mensalidade da academia de ginástica que você precisa freqüentar por recomendação médica ou a diarista que faz o trabalho doméstico enquanto você tenta salvar algum. É quando o elemento vem te contar do sofisticado aparelho de som de última geração absolutamente supérfluo que ele está planejando comprar. Você sente vontade de se atirar pela janela, certo? Pois você deveria fazer isso mesmo para deixar de ser idiota.

Para gente sem simancol não há o que resolva, nem conversa, nem ranger de dentes, nem choro, nem grito, nem greve, nem ficar de mal... São tão egoístas que só conseguem ver o próprio problema, jamais a solidão e o desespero alheio. O melhor que se faz é a gente ir cuidar da própria vida e deixar que cada um segure suas próprias barras, carregue sua própria cruz. Porque tudo já é muito complicado. Levar o carma dos outros é só para super-heróis.

E por mais que eu adorasse ser, não sou a Mulher Maravilha.