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11.1.02

Com a chegada do calor vieram as francesinhas. Ligo para a empresa de dedetização (eles agora dizem que combatem vetores!!!). Quanto é? Nada, senhora, ainda está no prazo de garantia.

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A persiana emperrou. Ligo para o rapaz da manutenção. Tudo certo bem rapidinho. Quanto é? Nada, senhora, ainda está no prazo de garantia da última manutenção.

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O lindo sapato de couro do meu marido arrebentou em uma das passadeiras. Coisa pouca, que foi resolvida com um gatilho que ficou praticamente invisível. Passeando pelo shopping ele viu outro sapato interessante na mesma loja. Quando foi retirar o sapato para experimentar o novo, lembrou do ocorrido e comentou casualmente com o vendedor. O par antigo foi trocado imediatamente.

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Loja de revelação de fotografias cujos serviços meu amo e senhor utiliza com freqüência. Esta semana, depois de passados os atropelos de final de ano ele foi lá mais uma vez. Tinham para ele um belíssimo brinde guardado desde a semana do Natal.

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Há ou não alguma coisa mudando na área de serviços no país? Quem não agregar encantamento aos seus serviços e produtos está fadado ao fracasso.

"Não me sinto dividida
Dei-me inteira, sempre
Não me sinto cúmplice
Lutei contra as injustiças
Não me sinto vítima
Vivenciei cada minuto sofrido
Não me sinto só Tenho o amor dos amigos de batalha"


(Messody Benoliel)
Estou com a música de abertura do Globinho que a Paula Saldanha apresentava na Vênus Platinada na década de 1970 rondando minha cabeça. O que será que eles tinham contra o Batman? Ou será que era uma música anti-yankee camuflada para a ditadura? O homem-morgego aparecia numa animação como mulambento e barrigudo. Minha memória pode me trair, mas acho que era algo como:

"Não existe nada mais antigo
Do que caubói que dá cem tiros
De uma vez
A avó da gente deve ter saudade
Do zig-pow
Do cinto de inutilidade

No nosso mundo tudo é novo e colorido
Não tem lugar para essa gente que já era
Morcego velho
Bang-bang de mentira
Você já era
O nosso papo é alegria"

10.1.02

Ela vai saber que é por ela:

"Meu Deus, vossos desígnos são impenetráveis, e em vossa sabedoria acreditastes dever afligí-la pela doença. Lançai, eu vos suplico, um olhar de compaixão sobre seus sofrimentos, e dignai-vos pôr-lhes um fim.

Bons Espíritos, ministros do Todo-Poderoso, secundai, eu vos peço, meu desejo de aliviá-la; dirigi meu pensamento, a fim de que ele vá derramar um bálsamo salutar sobre o seu corpo e consolação em sua alma."




GATO


... mamífero carnívoro de unhas retráteis;
... ligação elétrica clandestina;
... homem jovem e bonito;
... alteração na documentação do jogador de futebol que lhe diminui a idade para permitir que jogue nas categorias de base.

Tem gato escondido com o rabo de fora...


VERIFICANDO AS PREVISÕES


Consegui fazer uma coisa que sempre disse que faria e acabo esquecendo. No início do ano passado, recortei uma folha de jornal com previsões sobre 2001. O objetivo era checar os acertos e erros quando o ano acabasse. Frustração... As previsões são tão genéricas que não dá nem para saber se eles foram corretas.

Confira alguns pontos e tente também entender se batem ou não com o que aconteceu:

GERAL

1 – 2001 será o ano da comunicação (porque a soma dos algarismos resulta em 3) e gerará frutos para quem trabalha e lida com palavras, melhorará a qualidade de vida e concretizará projetos usando palavras como instrumento de meditação positiva.

Observação: Silvio Santos foi eleito o Homem do Ano. Será que é isso?

2 - Esta facilidade para a comunicação, entretanto também poderá ajudar maus políticos a acenarem de forma mais convincente e facilitará aqueles que têm boa lábia.

Observações: Bin Laden? As imagens exaustivamente repetidas do ataque às torres gêmeas? As cartas com antraz? A aparição de Roseana Sarney nas pesquisas de intenção de votos após os programas políticos do seu partido?

3 – Expansão e fertilidade. Energia favorável para concretizar projetos e para mulheres engravidarem com maior facilidade.

Observação: O clone humano?

4 – Será um período de renascimento, uma energia boa que só aparece a cada nove anos e que favorece o crescimento.

Observação:???

5 – O número três (2+0+0+1) traz à tona nosso lado criança. O que exige um certo cuidado para não se perder a noção de regras e valores.

Observação: “Quem sabe ainda sou uma garotinha” Música mais executada nas rádios do país no ano passado.

6 – Período de beleza, elegância e charme. Resultado: fogueiras de vaidades estarão a todo vapor. A convivência poderá ser custosa. O problema são os que só conseguem enxergar o próprio umbigo. Se não se modificarem, periga ficarem mais egoístas e fúteis.

Observação: Casa dos Artistas? A Guerra do Afeganistão?

PARA O RIO

7 – Uma “cara” diferente para a cidade em 2001. Uma nova imagem que pode atrair investimento e projeção.

Observação: Piscinão de Ramos? Os hotéis lotados? Rock in Rio?

8 – Preocupações que deverão estar sempre na mente dos cariocas dizem respeito a enchentes, poluição, deslizamentos e epidemias.

Observação: Sem comentários. Essa até eu!

9 – Anseio geral de renovação, uma idealização de cidade realmente maravilhosa. Netuno, planeta da maravilha e do sonho. Mas também é o planeta das ilusões e das drogas.

Observação: Ui!

10 – Tendência ao desejo de salvar a cidade, seja com apoio voluntário ou por meio de marketing para comover o público.

Observação: Isso eu tenho visto sim. Parece que foi a previsão mais clara e objetiva.

Quem fez as previsões:

- O numerólogo Gilson Chveidoen
- O tarólogo e numerólogo Namur Gopalla
- A astróloga Anna Maria Costa Ribeiro

(Sobre matéria de 07/01/2001 no JB)

7.1.02


TRIBUTO A RITA LEE




Lu (obrigada pela idéia e pelo convite, querida!), Ricardo e eu fomos ao show da Rita Lee ontem no Canecão,.

Nossa mesa lateral não era em local nobre, mas creio que era uma das melhores daquele setor. O Canecão está mudando. As arquibancadas foram retiradas e tudo indica que surgirão mais mesas onde elas estavam. Ontem este “nada” foi ocupado pelos sem-assento.

Rita, já avançada nos cinqüenta, está ainda vitaminada. Apesar da tristeza pela morte de Cássia Eller, que homenageou diversas vezes, e pelas guerras que insistem em aflorar em pleno século vinte e um, o show foi alegre. Ela é muito divertida sempre. Adoro suas músicas, mas gosto ainda mais quando ela fala, faz caretas, adota a quintessência da postura pop-rock, inclusive canibalizando alguns trejeitos de Jagger.

O repertório passeou pelas músicas do novo disco com canções dos Beatles e por aqueles sucessos que todo mundo sabe (ou deveria saber) de cor. Começou com A Hard Day´s Night, no original, emendada com Nem Luxo Nem Lixo. Pausa para agradecimentos pelo comparecimento do público, descrição do humor, piadinhas, saudades de Cássia Eller e de alguma forma este simpático discurso ficou redondinho com With a Little Help from My Friend. Ao cantar Alô Alô Marciano, citou Elis de leve, imitando as evoluções de braço que valeram à Pimentinha um outro apelido: Hélice. A seguir, a versão dos Beatles estouradaça nas rádios: Prá Você Eu Digo Sim. Depois de cantar Agora Só Falta Você, Rita se retirou do palco, deixando apenas os músicos. É hora de falar deles.

A banda é nova e não poderia ter um nome mais provocativo: Talebanda. Coisa de fera. Barone, Dadi, Ary Dias, William Magalhães e Roberto Carvalho. Mais tarde Rita apresentaria os músicos como seus filhos. Dadi seria resultado de seu casamento com Caetano; Ary da ligação com Gil; Wiliam de um caso com Tim Mais; de Barone ela não sabia bem quem era o pai, porque na época andava com Herbert e Bi...

Rita voltou travestida de Gal Costa para cantar Baby. É um dos momentos mais engraçados do espetáculo, quando a eterna mutante enverga uma peruca negra cacheada e uma echarpe de plumas e desce até a audiência para conversar, distribuir beijinhos e abraços e sentar em alguns colos afortunados.

Nada como um narizinho de palhaço para, no que ela descreveu como momento Tropicalismo, cantar Panis et Circensis. No meio da apresentação de Todas As Mulheres do Mundo surge no palco uma mulher vestindo a burqa. Ao final do número, a odiosa vestimenta é arrancada e surge uma bela mulher grávida de bikini. Acho que todas aplaudiram Leila Diniz.

Sim, estou pulando algumas músicas. O show foi deliciosamente longo, desses que você sente o prazer do artista por estar lá... Emoção que não conseguiria reproduzir aqui contando tudo nos mínimos detalhes. Você se cansaria...

Bom, como ameaçado, Rita apresentou uma das versões para músicas do quarteto de Liverpool que foram barradas pelas editoras por serem consideradas exóticas demais. Realmente A Cabra e o Bode (sobre I Wanna Hold Your Hand) não pode ser considerada ortodoxa. Exatamente por isso é hilariante.

Ótimo arranjo bossa nova para Lucy in the Sky with Diamonds, com refrão pesadão sublinhado pela iluminação.

Para encerrar, um pout-pourri com Chega Mais, Pega Rapaz e Jardins da Babilônia.

Pensa que acabou?

Ainda tinha o momento Miss Simpatia, ou seja, o bis atendendo a pedidos. Saúde para todos. Foi quando Zélia Duncan subiu ao palco para cantar com Rita e, acompanhadas apenas por Roberto, levaram uma série de antigos sucessos da titia do rock, como Doce Vampiro e Lança Perfume. Já no finalzinho e sem Zélia a banda toda retorna incrementada pelo filhão Beto e a Ovelha Negra se despede de vez.

Fiquei com a sensação de que faltou algo. O público estava meio frio, mesmo com aqueles chatos que ficam o tempo todo gritando gracinhas ou pedindo músicas fora de hora. E redescobri que eu amo Rita Lee. E não é apenas porque sua música alegre e sacana foi trilha sonora da minha adolescência. Foi através dela que cheguei a compreender o Tropicalismo. E olha que desde que me entendo por gente havia Gil e Caetano em casa. Mas eles eram (e são). Rita me fez querer saber de onde vinha, o que era, por quê...

No meio do show comecei a viajar. Durante muito tempo, achei estranho quando se perguntava a alguém o que ele ouvia na infância e juventude. Depois compreendi. E ontem me caiu a ficha de que muitas das coisas que navegam no mais profundo de mim talvez não fossem iguais (mesmo que muita gente olhe e só veja Clark Kent) se eu não houvesse me formado ouvindo:

“No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Agora só falta você”

“Roquem é ele?
Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto,
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!”

“Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra e água fresca
Meus Deus, quanto tempo
Eu passei sem saber?
Foi quando meu pai me disse:
Filha,
Você é a ovelha negra da família
Agora é hora de você assumir
Uh, e sumir “

“Ai, ai, meu Deus, o que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
Todos falam sério, todos eles levam a sério
Mas esse sério me parece brincadeira “

“Agora é moda, sair nua em capa de revista
Agora é moda, pichar a vida de artista
Agora é moda, bionicar o corpo inteiro
Agora é moda, culpar o mercado estrangeiro
Dance, dance, dance - Dancei!”

“Suspenderam os Jardins da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora
Porque
Quem não chora dali, não mama daqui
Diz o ditado
Quem pode, pode, deixa os acomodados
Que se incomodem

Minha saúde não é de ferro, não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesma faço,
Ou não!”

“Eu e meu gato
Ele na cama
Eu no telhado
Ele sem as botas
E eu sem grana”

“Depois me leva pra casa
Me prenda, nos braços
Me torture de carinho
Beijinhos, abraços
Depois me coce, me adoce
Até eu confessar"

“Me acostumei com você,
Sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando a ferida
Mas nada disso importa,
Vou abrir a porta pra você entrar
Beijar minha boca,
Até me matar de amor!”

“A gente faz amor por telepatia
No chão, no mar, na lua, na melodia
Mania de você
De tanto a gente se beijar,
De tanto imaginar loucuras!”

“Me aqueça
Me vira de ponta-cabeça
Me faz de gato e sapato
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor”

“Você tem ciúme
Mas gosta de me ver rebolar
Eu topo tudo
Sou flor que se cheire em qualquer lugar”

“Se Deus quiser,
Um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim
Ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar na terra”

“Se me der na telha sou capaz
De enlouquecer, e mandar tudo
Práquele lugar
E fugir com você pra Shangrilá
E me deixar levar por um
Beijo eterno
Por seu corpo envolvente
Mais quente que o inferno”

“Não quero luxo nem lixo
Meu sonho é ser imortal, meu amor
Não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final”

“João Ninguém é dono da aldeia
Quem bobeou, dançou
Desconfia até da mãe,
Quanto mais do tataravô
João Ninguém não perde um vintém
Nouveau riche quatrocentão
Sem talento pra ser feliz,
Milionário por vocação”

“Como vai,tudo bem
Apesar,contudo,todavia,mas,porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!”

“Fiquei mocinha
Sabe como é...
O tal bicho papão
Virou meu namorado
Eu sou má companhia
Pra quem não tiver
Um coração que vive apaixonado
Sempre fui levada-da-breca
Brincar de médico
É melhor que boneca... "

“Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica...”

“Se pintar um negócio na esquina
Corre e vê se eu estou lá na China
E se estiver, vê se me deixa em paz
Eu quero mais ficar bem longe desse tititi...”

“Que tal nós dois
Numa banheira de espuma
El cuerpo caliente,
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma”

“Porque a gente nem sabe por quê
Mas acontece que eu nasci pra ser só de você
É claro que a sorte também ajudou
Ultimamente, um romance dura pouco”

“Mulher é bicho esquisito
Todo mês sangra
Um sexto sentido maior que a razão
Gata borralheira, você é princesa
Dondoca é uma espécie em extinção”

“Meus amigos dizem que essa coisa vicia
Andaram até jurando que era anorexia
É uma neurose,
Uma overdose,
Sou dependente do amor!”

“Desculpe o auê,
Eu não queria magoar você,
Foi ciúme sim,
Fiz greve de fome, guerrilhas, motim,
Perdi a cabeça, esqueça!”

“As noviças do vício
Não medem sacrifícios
Fazem altas baixarias
Por um resto de sucesso
Ratazanas da publicidade
Pérolas da vulgaridade
Elas pecam pelo excesso
E morrem pela falta”

“Alô doçura
Me puxa pela cintura
Tem tudo a ver o teu xaxim
Com a minha trepadeira
Nós dois pra lá
Bem pra lá de Nirvana
Numa cama voadora, fazedora de amor
De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
De frente, de trás
Pega rapaz, me pega rapaz”

“Eu nem vejo a hora de lhe dizer
Aquilo tudo que eu decorei
E depois o beijo que eu já sonhei
Você vai sentir, mas...
Por favor, não leve a mal
Eu só quero que você me queira
Não leve a mal”

“Eu vou sabotar
Vou casar com ele
Vou trepar na escada
Pra pintar seu nome no céu
Sabotagem! Sabotagem! Sabotagem!
Eu quero que você se...
Top top top uh!”

“Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se eu sou muito louco
Por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
Que não é feliz, não é feliz
(...)
Sim, sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz”

6.1.02


ENTRANDO NO CLIMÃO


Nomes da música brasileira homenageando os Beatles no Multishow. Preciso dizer que vou ao show da Rita Lee hoje à noite?

DOMINGO DE SOL NO PARQUE LAJE


sovaco do Cristo


recorte no tempo


verde 1


verde 2


homenagem a Chiquinha Gonzaga


"vejo flores em você"


cicatrizes


acompanhando Pedro Luís


alma



("cicatrizes" e "acompanhando Pedro Luís" são fotos de meu amo e senhor, Mr. Ricardo Pessanha)

NOVELÃO


Estou acompanhando a novela e está emocionante como toda história de verão carioca.

O Natal foi marcado pela tragédia das chuvas e a meteorologia anunciava possibilidade de novas pancadas com chances de granizo para 48 horas seguintes. Choveu um pouco, o sol quis sair, houve mormaço, choveu mais um pouquinho, mas não houve outra tempestade na cidade. A previsão continuava a mesma. As 48 horas passaram... Os boletins começaram a falar em 72 horas...+++ Nada de toró...

O dia 31 de dezembro foi nublado. Por volta das 22 horas, quase todo mundo estava olhando para o céu, não apenas buscando auspícios para o novo ano, mas também com medo da tão prometida chuvarada. E eis que a invés da tormenta, surge a lua linda e cheia, estrelas magníficas, as nuvens sentiram vergonha diante da alegria dos cariocas e dos turistas que ocuparam 100% das vagas dos hotéis e tomaram chá de sumiço.

Os fogos, nas balsas a 350 metros da arrebentação, não causaram a mesma emoção e o mesmo impacto de quando a queima acontecia nas areias. Entretanto, a segurança foi garantida. Ninguém estava disposto a arcar com os riscos de acidentes como o do ano anterior. Assim, um evento que reúne um público de 2 milhões de pessoas, sem qualquer ocorrência grave, não pode ser considerado um fracasso, como diz a revista Veja, com um ressentimento (ciúme, inveja?) indisfarçável em relação a tudo o que acontece aqui na Cidade Maravilhosa.

Aí a novela engrena. César Maia, o prefeito-factóide que andava até quietinho anuncia que vai processar o Instituto de Meteorologia por tentar sabotar os festejos cariocas de final de ano. Se vai mesmo processar ou não, isso é outra história, o importante é ter conseguido que se falasse disso por toda a semana.

Mas a história continua de forma ainda mais insólita quando a Fundação Cacique Cobra Coral envia ao prefeito uma carta em que pede para que ele não abra o processo, alegando que as mudanças atmosféricas são de responsabilidade deles e de seus ritos, que desafiam as leis da física e do bom senso, mas funcionam. Eles foram contratados por um empresário para garantir que a chuva não atrapalharia a festa. Para quem não lembra, a Fundação já havia sido contratada para garantir bom tempo durante o Rock in Rio do ano passado e na inauguração da árvore de Natal da Lagoa (quando as nuvens carregadas também se dissiparam inesperadamente em cima da hora do evento). O serviço é cobrado a posteriori e eles só recebem se o objetivo (nada de chuva) for atingido.

E o Carnaval?



CORUJICES


- É verdade que São Paulo é a maior cidade da América Latina?
- É. Antes era a Cidade do México, mas agora é São Paulo, sim.
- E o que que é América Latina?

Já repararam quantas coisas se precisa explicar antes de conseguir definir o que é América Latina?

As perguntas estão ficando cada vez mais complicadas e eu estou me dando conta de que algumas coisas que a gente assume como simples não são assim tão imediatas. Nada como uma criança esperta por perto para nos ensinar sobre a vida.


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Estávamos atrás de argila. Finalmente lembrei onde havia comprado da última vez, mas estávamos indo em direção oposta e a loja fechava em poucos minutos. Liguei para a assessora para assuntos pedrísticos - a avó - que estava mais próxima do dito estabelecimento e solicitei que providenciasse o material, já que o pequeno estava em crise criativa fortíssima e talvez morresse se em pouco tempo não tivesse em suas mãos argila para modelar.

Impossível parar em casa com o verão do Rio de Janeiro chamando lá fora. Assim, só depois de passadas 24 horas o moleque consegue um momento de tranqüilidade para dedicar-se ao tão desejado amasso.

- Mãe, dá para o Papai.

Olho a figura esculpida em minhas mãos.

- Sabe o que é, né?
- Sei. Obrigada.
- É daquela história que você me contou outro dia...

Fui fazer o combinado. Meu marido tinha uma figura idêntica para me entregar. Fizemos então a troca de muiraquitãs.


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- Quando eu era bebê, não sabia que você era minha mãe, nem que você era meu pai. Não sabia nem quem eu era. Só sabia que eu vivia.
- Oh!
- Hoje eu estou meio poético, né?