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6.1.02


NOVELÃO


Estou acompanhando a novela e está emocionante como toda história de verão carioca.

O Natal foi marcado pela tragédia das chuvas e a meteorologia anunciava possibilidade de novas pancadas com chances de granizo para 48 horas seguintes. Choveu um pouco, o sol quis sair, houve mormaço, choveu mais um pouquinho, mas não houve outra tempestade na cidade. A previsão continuava a mesma. As 48 horas passaram... Os boletins começaram a falar em 72 horas...+++ Nada de toró...

O dia 31 de dezembro foi nublado. Por volta das 22 horas, quase todo mundo estava olhando para o céu, não apenas buscando auspícios para o novo ano, mas também com medo da tão prometida chuvarada. E eis que a invés da tormenta, surge a lua linda e cheia, estrelas magníficas, as nuvens sentiram vergonha diante da alegria dos cariocas e dos turistas que ocuparam 100% das vagas dos hotéis e tomaram chá de sumiço.

Os fogos, nas balsas a 350 metros da arrebentação, não causaram a mesma emoção e o mesmo impacto de quando a queima acontecia nas areias. Entretanto, a segurança foi garantida. Ninguém estava disposto a arcar com os riscos de acidentes como o do ano anterior. Assim, um evento que reúne um público de 2 milhões de pessoas, sem qualquer ocorrência grave, não pode ser considerado um fracasso, como diz a revista Veja, com um ressentimento (ciúme, inveja?) indisfarçável em relação a tudo o que acontece aqui na Cidade Maravilhosa.

Aí a novela engrena. César Maia, o prefeito-factóide que andava até quietinho anuncia que vai processar o Instituto de Meteorologia por tentar sabotar os festejos cariocas de final de ano. Se vai mesmo processar ou não, isso é outra história, o importante é ter conseguido que se falasse disso por toda a semana.

Mas a história continua de forma ainda mais insólita quando a Fundação Cacique Cobra Coral envia ao prefeito uma carta em que pede para que ele não abra o processo, alegando que as mudanças atmosféricas são de responsabilidade deles e de seus ritos, que desafiam as leis da física e do bom senso, mas funcionam. Eles foram contratados por um empresário para garantir que a chuva não atrapalharia a festa. Para quem não lembra, a Fundação já havia sido contratada para garantir bom tempo durante o Rock in Rio do ano passado e na inauguração da árvore de Natal da Lagoa (quando as nuvens carregadas também se dissiparam inesperadamente em cima da hora do evento). O serviço é cobrado a posteriori e eles só recebem se o objetivo (nada de chuva) for atingido.

E o Carnaval?


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