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29.12.02

Enquanto isso, pesco na coluna Língua Viva do Sérgio Rodrigues:

"Em inglês, o sujeito plays at a recital and recites at a play. Em português, a gente 'calça uma bota e bota uma calça'."
Um dos assuntos que me jogam em discussões animadas e apaixonadas é quando a música brasileira e seus rumos aparece na roda. Fico especialmente motivada quando alguém surge com a ladainha de que não há novos nomes, que o mercado está ruim e outros lamentos congêneres.

Costumo bater na tecla de que os maiores reclamões precisam mesmo é de maiores informações, ler mais os cadernos culturais, ir a mais shows, conversar com as pessoas certas, freqüentar boas lojas de discos...

O artigo do Tárik de Souza hoje no JB está um primor. Trata-se, como é de se esperar nesta época do ano, de um apanhado de tudo ou pelo menos sobre o que de mais importante aconteceu na música brasileira nos últimos 360 e poucos dias. É uma ótima oportunidade para os chorosos ficarem por dentro do que perderam, do que acontecia enquanto eles se afogavam em lamúrias. Talvez até se animem e ergam suas parabólicas. Ou talvez sigam sintonizando o programa do Gugu e afirmando que não há nada de culturalmente interessante acontecendo no país.

27.12.02

Você tem mais de trinta?







Se eu pudesse...
Se o meu dinheiro desse...
Mas, de certa forma, também estarei .
Seita anuncia nascimento de 1º clone humano

O pior é que como eles não forneceram nenhum detalhe não como comprovar se a notícia é ou não verdadeira. Quero a minha mãe. Urgh!

26.12.02

O homem bateu
Em minha porta
E eu abri
Senhoras e senhores
Ponha a mão no chão
Senhoras e senhores
Pule de um pé só
Senhoras e senhores
Dê uma rodadinha
E vá pro olho da rua
Anna Luísa tem dois anos e meio e foi batizada por um padre em regime de emergência. Ela está internada no Hospital Copa D'Or desde a véspera de Natal. O diagnóstico é leucemia. Ela precisa de doadores de sangue O+.

Ainda estão sendo feitos exames para saber o tipo de leucemia que ela tem e consequentemente qual o tratamento a ser feito. Estamos torcendo para que seja uma com alto índice de cura. Mesmo assim o tratamento é longo e penoso. A família está arrasada.

Ela vai precisar de doações ao longo do tratamento quimioterápico (mais ou menos um ano). As doações são de plaquetas, pois a doença baixa muito o nível de plaquetas no sangue e as plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue. Não se pode deixar as plaquetas baixarem de um certo limite sob o risco da pessoa morrer de
hemorragia. É necessário que se faça um exame de compatibilidade, pois nem todo mundo que for O+ vai ser compatível com ela, por isso é preciso um número grande de doadores. Se um não for compatível ou não estiver disponível quando for necessário, outro pode ir doar. Com um certo número de doadores, há como revezar as doações, sem incomodar nem atrapalhar muito a vida de ninguém, e ajudar a salvar a vida de uma
criança.

As doações devem ser feitas no:

CENTRO DE HEMATOLOGIA RIO DE JANEIRO
RUA CONDE DE IRAJÁ, 183 - BOTAFOGO
RIO DE JANEIRO - RJ
DAS 7:30 ÀS 16:00
EM NOME DE ANNA LUÍSA CHAVES MENEZES FELIPPE DE SOUZA
INTERNADA NO COPA D´OR COM LEUCEMIA (QUARTO 508)

23.12.02


Feliz aniversário pra você!

Amor, paz, harmonia, luz, saúde física e mental para todos nós.

Amém.
Eu posso não ser responsável pelo que fizeram de mim, mas sou responsável pelo que eu faço com aquilo que fizeram de mim

Sartre

Doadores de Vida
Não é porque certas coisa são difíceis que nós não ousamos. É justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis !

Sêneca (filósofo romano, 4AC-65DC)
Sim, 2002, principalmente nestes últimos meses e em especial nestes últimos dias, tem sido de grandes provações.

Para mim, veio na forma de exercícios para a paciência, para o domínio da ira e para a tolerância, coisas que são dificílimas para mim. E, sinceramente não sei se vou passar direto em todas as matérias. Sou forte e marrenta, mas sou uma só para carregar tudo de uma vez ao mesmo tempo agora.

De qualquer forma, o fato de a pior bomba ter explodido justo nos últimos dias do ano, abre a possibilidade da ilusão da mudança no calendário, que sempre traz esperança, se não de soluções, pelo menos de acomodações menos dolorosas.

Quando as coisas ficam muito carregadas e difíceis, é a hora de manter as vibrações lá no alto, associar-se a quem tem o bom e o bonito como meio e fim e, principalmente, manter intacta a fé (em tudo e no Todo). Tenho me encantado com o poder da Vida e de suas marés.

O ano novo promete ainda mais dificuldades e eu estou com muito medo. Por outro lado, a cada vez que passo por reveses e reafirmo que consigo sempre me reerguer, lambendo minhas próprias feridas e me sarando apenas com o tesouro que tenho aqui dentro, mais me fortaleço. Estou com medo porque sempre dói. Entretanto sou e posso. Sou ariana, baby. Gente de uma raça aguerrida que, se é forte na paz, cresce ainda mais na adversidade.

20.12.02

Você sabe que reproduzo aqui estes pedidos porque participo de um grupo que tem justamente a finalidade de divulgar estas solicitações. Se aparece por aqui é porque já foi verificado.

O Sr. Armando Dile precisou operar o coração de emergência no Barra D'or no último domingo dia 15/12 . Ele precisou fazer transfusão de sangue durante a operação e agora no CTI ainda está recebendo sangue. De domingo até hoje foram 42 bolsas de sangue. Cada pessoa só pode doar uma bolsa de sangue a cada três meses.

A ajuda de todos que puderem doar é bem-vinda, não só com o mesmo tipo sanguíneo como qualquer outro. O Barra D'or está com o estoque quase vazio. O tipo de sangue do Sr. Armando é A positivo.

Local de Coleta: Hospital Barra D'or, Av. Ayrton Senna, 2541 - Barra da Tijuca, Rio, RJ
TEL: 2430-3780 de segunda a sexta
das 08:00 às 16:00 horas no Serviço de Hemoterapia.


Quem Pode Doar:
18 - 60 anos
Mais de 50Kg

Nunca ter tido:
Hepatite
Qualquer icterícia
Malária
Sífilis
Epilepsia ( convulsões )
Hipertireodismo
Diabetes
Aids
Doença de Chagas
Câncer

No dia da Doação
Gozar de Boa Saúde

Não estar:
resfriado
com qualquer infecção
com herpes em atividade
com manifestações alérgica
grávida
amamentando
cirurgia há menos de 06 meses
parto há menos de 06 meses.
Quando a gente fica triste, confusa, doente, preocupada (ou já ocupada), um afago é sempre muito bom.



Obrigada, Eliane.

18.12.02

A coisa vai indo mais ou menos; o que não está bem parece que vai se ajeitar; você não pode se queixar da vida, embora acabe sempre achando um ou outro motivo pra isso; a saúde como Deus manda, nada que algum repouso e uma semana de antibiótico não resolva...

Então, naquela época do ano em que tudo deve se paz, amor e harmonia, estoura a bomba em cima da sua cabecinha.

BUM!

De repente a frase pede um ponto de interrogação e fica assim:

Feliz Natal e próspero ano novo?

17.12.02

Parabéns, Gil!
Parabéns, Brasil!
Desabafo de uma cidadã

Não ia comentar porque não gosto de ficar escarafunchando em sujeira, mas duas coisas me fizeram perceber que eu tinha a obrigação moral de colocar em palavras os meus sentimentos. Talvez por ter a esperança de não ser a única a sentir tanto asco, o programa de televisão no domingo e a manchete do jornal hoje me impeliram a escrever.

Há alguns dias o Brasil ficou boquiaberto com a sentença de inocente que receberam os policiais que assassinaram o seqüestrador do ônibus 174. Conhecendo a precariedade de um código penal que necessita urgentemente ser revisto e ainda contado com a possibilidade de muitas mutretas que poderiam aliviar a pena dos policiais exatamente por serem policiais, ainda assim me senti ultrajada ao saber do veredicto de inocência. Inocência, caramba! Não é trabalho comunitário, nada de sursis, não é apelação a um tribunal superior. Os caras mataram um homem e foram considerados inocentes. Eu vi, você viu, o mundo inteiro viu, Sandro, o seqüestrador entrou vivinho no camburão e apareceu morto do outro lado. Não há qualquer dúvida sobre quem, onde, como ou porquê. Todo mundo sabe, todo mundo viu! Inocentes? O cacete!

Mas foi pior. Foi júri e não um membro do sistema judiciário que decretou que os policiais podem matar pessoas rendidas e desarmadas. Foram cidadãos como eu e você que consideraram que policiais podem julgar e executar. Foi uma gente que não sei como consegue dormir ou encarar os próprios filhos que disse apoiar o retorno à barbárie, a abolição da lei, que aceita que qualquer um se equipare a um assassino, tornando-se assassino também, só que inocentado perante a lei.

Pois quem concorda com o discurso do advogado Clóvis Sahione, notório defensor dos indefensáveis, que afirma que ele mesmo seria capaz de matar uma sujeito que matasse uma filha dele, talvez não tenha reparado no paradoxo criado. Se os policiais são inocentes porque mataram Sandro, já que ele era um marginal, um assassino, um seqüestrador, Sandro também teve razão em atirar contra a sociedade que negou a ele a cidadania, atentou contra sua vida em uma chacina quando ele ainda era criança, esfaqueou e matou sua mãe diante dele quando ele tinha seis anos.

Não, Sandro não é santo, não é mártir, não é herói. Os policiais que mataram Sandro também não são inocentes.

Minha tristeza é profunda. É sabido que o ser humano pode dar errado e ter o caráter corrompido e pode tornar-se um bandido, um seqüestrador e um assassino. E a gente também sabe que pode acontecer de brotar, dentro da corporação policial, profissionais despreparados que podem se transformar, eventualmente, em uma ameaça à sociedade. O que pessoas de bem esperam é que tanto uns quanto outros sejam julgados e condenados por seus crimes. É assustador pensar que, dentro de nossa malha social, pessoas acreditem que há outras formas de se fazer justiça.

Acredito que as pessoas que concordam com este veredicto absurdo e nojento sejam as mesmas que vivem afirmando que este país é uma merda e/ou que sentem vergonha de serem brasileiros. Se tomam todos os brasileiros por sua própria hierarquia de valores, têm mesmo muito do que se envergonhar. Ao final do julgamento, ao ver-se obrigada a liberar os policiais assassinos, a juíza, melancólica e acertadamente lembrou que cada sociedade tem a justiça que merece. Pois eu gostaria de acreditar que os revoltados como eu neste momento formam a maioria. Quero, de todo o meu coração, crer que aqueles jurados não representam a forma de pensar do meu país.

Hoje a machete do jornal fala do envolvimento de deputados, juizes e ministro com o tráfico de drogas. Que seja. Agora quero ver estas pessoas sendo exemplarmente punidas. Não aceito que, diante de todas as evidências, mais uma vez tenhamos que aceitar criminosos como inocentes.
Às vezes acho que sou louca. Mas na maior parte do tempo estou certa disso, o que, paradoxalmente, atesta que ainda me resta alguma lucidez.

16.12.02

Às vezes acho que sou louca. Mas na maior parte do tempo estou certa disso, o que, paradoxalmente, atesta que ainda me resta alguma lucidez.
Às vezes acho que sou louca. Mas na maior parte do tempo estou certa disso, o que, paradoxalmente, atesta que ainda me resta alguma lucidez.

14.12.02

A foto da grávida com seu companheiro rendeu comentários bastante significativos, que transcrevo aqui para destacar e para comentar:

Achei essa foto muito feia. As roupas estendidas, os pneus no chao...Nao gostei de nada. A unica coisa bonitinha e o beijinho na barriga.

Zulma

Foto linda... mas o cara tem cara de safado!
Desculpe aí se é parente.. só comentei a foto!! a FOTO!!!


Disa.
*********

Bem, Zulma, e o senhor que aparece na foto ainda tem a audácia de dizer que vai mandar desinfetar a casa para onde vai se mudar quando a atual moradora se retirar. Será que é isto que ele chama de lar salubre?

Pois é, Disa, pra você ver. Para pessoas sensíveis o caráter transparece até em fotos antigas e mal tiradas.

Para quem não reconheceu, devo informar que o casal na foto abaixo é formado por Rosinha e Anthony Garotinho, ainda nos tempos de Campos.

10.12.02

Tesouros recebidos por e-mail:

"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores."
(Cora Coralina)

"O mais corajoso dos atos ainda é pensar com a própria cabeça".
(Coco Chanel)

"Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo: há menos competição lá".
(Indira Gandhi)

"Você não pode escolher como vai morrer ou quando. Você só pode decidir como vai viver agora."
(Joan Baez)

"A idade não protege contra o amor. Mas o amor, em certa medida, protege contra a idade".

(Jeanne Moreau)
É essa aí que anda processando jornalistas que falam da chapinha japonesa dela?



Tsc, tsc, tsc...
Você sabe se existe um equivalente em português para a palavra doppelganger ou se é essa mesma que se usa em nossa língua?

Hoje Cássia Eller faria 40 anos.

Tem um especial sobre isso hoje na Rádio Cidade a partir das 21h.

Trechos do CD 10 de dezembro (comemorando a data), produzido por seu amigo, o ex-titã Nando Reis e sendo lançado agora com um trabalho caprichado sobre gravações inéditas, ao vivo e sobras de estúdio aqui.

9.12.02

Para mim é dramático ter que conviver com pessoas melindrosas. Sou de natureza agressiva e, mesmo quando tento domar minhas feras, aflora aquela minha outra terrível faceta: sou desastrada.

Assim, quando tenho por perto aquele tipo de pessoa que a cada palavra torta, mesmo que involuntária, amarra a cara por três dias sem nem ter a delicadeza de informar onde, como e quando você tropeçou, está armada a discórdia. Aliás, discórdia, não, que brigar é feio, basta uma cara de nojo, um certo jeito magnânimo de quem é superior a essas fraquezas dos bárbaros que demonstram sentimentos e emoções em estado bruto.

E os dias bons tendem a zero, já que quando vencer o prazo de três dias para a remoção do bico, existe uma chance enorme de que eu já tenha aprontado mais uma. Três dias inteirinhos sem uma aspereza, sem uma rata, sem um senão em meu comportamento? É melhor procurar outra carla cintia. Ou terei eu que me acostumar com amuamento e ares de desprezo eternos.

Ou não.
É bom voltar do final de semana e encontrar um belo presente.



Valeu, Tchela! Adorei!
Aldir Blanc, Poeta da MPB, não escreve mais às quintas no jornal O Dia porque ousou falar mal de Garotinho e de sua esposa.

(Leia o artigo que desencadeou a fúria demissionária)
É sempre assim. Vivo mergulhada em ignorância tão profunda que nem desconfio da existência do que ignoro. Até que um dia uma janelinha se abre. Mas ela não se escancara, que o gostoso da vida é a descoberta, o encontro.

Aconteceu mais uma vez. Reunida com amigas da antiga, pessoas muito amadas, uma delas me conta que dia de montar árvore de Natal é dia 6 de dezembro. Eu já sabia que o dia certo para desmontar a árvore era 6 de janeiro, Dia de Reis, mas sempre fiquei na dúvida sobre quando montar e seguia o coração ou, mais recentemente, a ansiedade pré-natalina do rebento.

Mas por que 6 de dezembro? Minha amiga não soube responder e eu fiquei achando que aquela tradição ela tinha tirado de de uma história parecida com a do peixe. E, mais uma vez, lancei a pergunta ao universo. E mais uma vez a resposta chegou.

Está - não poderia ser diferente, ora - dia 6 de dezembro é dia de São Nicolau, aquele que rendeu a lenda do Papai Noel.
Eu ia contar que fui a Babilônia Feira Hype, que vi muita coisa esquisita, muita coisa legal, muita coisa bonita. Ia dizer que comi acarajé e que fiquei vendo os cavalinhos do Jockey correndo com a árvore da Lagoa Rodrigo de Freitas ao fundo. Ia falar que voltei cheia de idéias para incrementar uma ou outra coisinha no meu guarda-roupa e em casa.

Mas antes li esta notícia e fiquei assim, assim, porque passei por eles umas duas vezes enquanto estava lá e depois não os vi mais. Perdi o rebolado.



Na última quinta-feira aconteceu na Sala Funarte Sidney Miller aqui no Rio um show muito bom promovido pela M-MÚSICA. Além da qualidade dos artistas que se apresentaram e a alegria do encontro de pessoas que deixavam de ser "desconhecidos íntimos" (coisa normal em uma lista de discussão da Internet), era visível a emoção que os unia por esta bela causa: NATAL SEM FOME.

Agora, chega a hora do pessoal de Fortaleza e de São Paulo conferir e colaborar.


"M-MÚSICA DESAFINA A FOME"

A M-MÚSICA, um dos grupos de discussão sobre música mais ativos na Internet, sai do virtual e entra na campanha NATAL SEM FOME, organizada pela Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida.

Os espetáculos contam com as apresentações de artistas, produção e divulgação de integrantes do grupo e convidados.


Em Fortaleza

Apresentando Danilo Jatobá, Grupo Syntagma, Heriberto Porto, Marimbanda, Mirella Cavalcanti, Quinteto de Sopros da ORCEC, Rebecca Lima, etc.
Ingresso: 1 quilo de alimento não perecível E R$ 2,00.
Teatro José de Alencar - Dia 09/12/2002, segunda-feira, às 20h.
Produção Local: Heriberto Porto


Em São Paulo

Apresentando Adolar Marin, Amídalas Cantantes, Ana Lee, Celso Viáfora, Flor Amorosa, Gutenberg Guarabyra, Keko Brandão, Lucila Novaes, Luís Nassif, Madan, Reynaldo Bessa, Salada Mística, Tato Fischer, Terramérica, Taza, Trovadores Urbanos, Vicente Barreto, Zé Rodrix, etc.
Ingresso: 1 quilo de alimento não perecível OU R$ 3,00.
Teatro Itália - Dia 16/12/2002, segunda-feira, às 19h30h.
Produção Local: Marília de Lima

Coordenação Geral:
Nana Valente Soutinho


7.12.02

Agrada aos meus ouvidos, desagrada aos meus olhos:

jelly belly

Agrada ao meu paladar, desagrada ao meu olfato:

queijo

Você quer continuar?
Alô!
Amã?
Paris?
São Paulo?
Alô!?

5.12.02

De qualquer modo, há que se distinguir o bom do mau emprego gerundial. "O problema consiste em saber se de fato o uso do gerúndio traz vantagem estilística sobre os outros processos" (Rodrigues Lapa, em Estilística da Língua Portuguesa (1959:178)). Vale dizer que ele é muito apropriado nos casos em que se necessita transmitir a idéia de movimento, de progressão, duração, continuidade.


É correto, então, nestes exemplos (reais):

1) Em virtude do atraso, estaremos recebendo o pagamento em conta corrente nos dias 27 e 28.

2) _ Podemos nos encontrar no fim-de-semana?

_ Infelizmente não, pois vou estar viajando. [ou: estarei viajando]

3) Em outros artigos ela estará dando maior atenção a cada um desses temas.

4) Ela deve estar fazendo as tarefas de casa agora.



É abusivo _ gerundismo _ nos seguintes casos:



5) Vou aproveitar o 13º para estar pagando tudo. [devemos trocar por: para pagar]

6) Concomitantemente, temos que estar discutindo e reconstruindo um currículo escolar que venha a ser um instrumento de formação integral. [temos que discutir e reconstruir]

7) Estes temas devem servir para estarmos aprofundando as discussões. [para aprofundarmos]

8) Nossos atendentes vão estar efetuando a cobrança somente em maio. [vão efetuar = efetuarão]



(...) Evita-se o gerundismo ao fazer a troca da locução verbal ESTAR + GERÚNDIO por um simples INFINITIVO (flexionado ou não), desde que não se trate efetivamente de uma ação durativa, como nos exemplos 1 a 4.





*Maria Tereza de Queiroz Piacentini, autora dos livros "Só Vírgula" e "Só Palavras Compostas", é diretora do Instituto Euclides da Cunha.

(Reprodução parcial da coluna "Não Tropece na Língua" nº 145, intitulada "GERUNDISMO E ENDORRÉIA" sob autorização expressa)



4.12.02

Especial para tias e tios corujas de plantão:

A mamãe coruja de plantão informa que o moleque que habita o quarto aqui ao lado, além de conseguir medalha de ouro na disputa de natação da última segunda-feira, hoje foi promovido no exame de faixa do judô.

Dá licença que vou ali me abanar e já volto.
Em 2003 pretendo ter:

- air bags
- cintura
- noites perfeitas de sono
- banheiro de rainha
- cozinha de gourmet

Portanto, neste Natal, quem era de presente que se contente com lembrancinha; quem era de lembrancinha terá meu caloroso abraço e desejos de boas festas e próspero ano novo (inclusive para mim). Bom, quem já tinha o abraço pode continuar contando com ele.

E, filho, Papai Noel mandou dizer que Max Steel Super Força com controle remoto a R$300,00 só quando você receber seu primeiro salário, tá? Ele ainda está pesquisando para ver se no restante da lista tem pelo menos um item que reflita a atual situação do país. Mas, como ele acredita que é de pequenino que se torce o pepino, está começando a achar que o presente mais indicado prá você é uma bela cartela de Simancol.

3.12.02

Antes da enchente de ontem, fui a uma competição de natação de que participaram meu amor e meu amor.

Os dois conseguiram subir ao ponto mais alto do pódio em suas respectivas categorias.






(roupas da Coopa Roca, fotos retiradas do Terra)

Muita gente descobre que pagar caro por uma roupa onipresente de uma grife famosa é o oposto do cool.

(tudo mais)

E por falar em moda, um viva pelo falecimento da moda da cabeça raspada e do cabelo cortado à máquina para os homens. Viva!
Estou em ótima companhia:

(...)sei que sou antipática e não posso fazer nada. Eu só falo de mim porque nem sei o modo de abordar você.
(Clarice Lispector em uma carta de 1944, citada por marina w)
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.

2.12.02

Nunca ouvi a FM O Dia, mas o pessoal dessa rádio resolveu fazer uma promoção aqui em frente de casa, no outro dia, bem na hora em que eu voltava da hidroginástica. O povo que escuta a rádio vinha chegando correndo e eu lá, disputando uma entrada grátis para o cinema, numa débil tentativa de fila. Quando chegou minha vez, é claro que as entradas haviam acabado. Mas não fiquei triste em levar para cima um bonezinho para o moleque que faz coleção.

Quando cheguei em casa: surpresa! Minha sogra, que tinha trazido meu tesouro de umas voltinhas pouco antes, conseguiu pegar os convites. E meu herdeiro e eu fomos ontem, como convidados, assistir à pré-estréia de Stuart Little 2. Nas palavras de meu acompanhante, "um filme excepcional". Na minha opinião, poucas novidades para quem viu o primeiro, este sim surpreendeu com a qualidade dos efeitos especiais. Mas o importante é que ele agradou em cheio a quem tinha que agradar.

Também como mãe e acompanhante, fui passear pela floresta no sábado. A culminância do projeto do quarto e último bimestre na escola do pimpolho nos levou a nos embrenhar pela selva. Exageros à parte, foi uma manhã bem agradável na Floresta da Tijuca, com direito a um café da manhã caprichado em mesas muito bem postas que nos aguardavam num local chamado Meu Recanto. O único senão ficou por conta da bióloga que serviu de guia. Parece que foi parar lá por indicação de algum cacique e talvez ninguém tenha se preocupado em verificar como a tal pessoa se expressava. Entre milhares de pequenos erros de concordância ela cometeu o erro que uma bióloga não pode cometer. Ela ia começar a falar da flora dos animais quando foi eficiente e prontamente interrompida por uma atenta coordenadora.

E como uma cidade como o Rio não se cansa de expor possibilidades e belezas, à noite fomos assistir a Fale com Ela (finalmente!) num shopping quase deserto que desde a semana passada foi alçado ao posto de um dos meus favoritos. Além de estacionamento fácil, nada de adolescentes atochando corredores, bons filmes em cartaz (nenhum blockbuster sanguinolento), num lugar quase secreto, abrem-se restaurantes para um pedaço d'água que não conseguimos saber se era um canal, uma lagoa ou um braço de mar, a Pedra da Gávea, montanhas verdes. Com boa comida, boa bebida e boa companhia, o local fica muito próximo ao que pode chamar-se perfeição. (Da próxima vez levo o repelente para mosquitos)

Ainda devo uma visita à árvore de Natal na Lagoa Rodrigo de Freitas e preciso de uma praia para uniformizar meu bronzeado que está um tanto bagunçado depois de trocar com tanta freqüência o modelito de mergulho.

E para arrematar o formato querido diário, conto que fui a uma festa que foi ao mesmo tempo chá de bebê e bota-fora de uma amiga. Corajosa, ela muda-se logo depois do parto de volta para sua terra natal para compartilhar os banquetes de final de ano com seus familiares. Na saída, despedi-me dela como se fôssemos nos encontrar novamente na próxima semana. Talvez eu vá visitar o bebê quando ele nascer. Talvez eu guarde por muitos anos a imagem de seu rosto ainda mais arredondado pela gravidez, sorriso arrematado por profundas covinhas, as pernas pra cima para amenizar o inchaço próprio de seu estado e agravado pelo calor insuportável dos últimos dias, mas principalmente vou lembrar daquela aura de felicidade que envolve aqueles que acreditam que o futuro vai ser bem melhor e que ele já está aí.
Anota aí:

Na cadência do samba e do choro

Programação de dezembro da Sala Funarte Sidney Miller

Seg. 02 e Ter. 03 - Um Natal Especial - Projeto Arte Sem Barreiras
Qui. 05 - "M-Música desafina a fome"
Sex. 06 e Sáb. 07 - José Menezes e Liesbeth Nunes
Seg. 09 e Ter. 10 - Pedro Holanda
Sex. 13 e Sáb. 14 - Maria Teresa Madeira e Nicolas Krassik
Seg. 16 e Sáb. 17 - Feitio de Oração
Sex. 20 e Sáb. 21 - Rita Ribeiro


Como saideira do ano, temos uma programação que evoca a nobre alma popular de nossa cidade, valendo-se do samba e do choro. Será fácil notar também essa alma carioca pela presença rotineira dos músicos do mês nas rodas de samba e choro da Lapa. No palco da Sala estarão músicos como José Menezes (60 anos dedicados ao choro e ao samba); a pianista Maria Teresa Madeira (que inaugura agora uma parceria com o violinista francês Nicolas Krassik, e já teve áureos momentos na companhia de chorões como Altamiro Carrilho, Pedro Amorim e Paulo Sérgio Santos); o grupo Feitio de Oração (versado no samba e no choro, que tem entre seus integrantes o conhecido chorão Marco de Pina); e, representando a nova safra de músicos que se dedicam e
brilham na defesa destes rítmos, o compositor Pedro Holanda (apresentando seu próprio trabalho), assim como o cavaquinista Alessandro Valente (que integra tanto o grupo Rabo de Lagartixa quanto o Feitio de Oração). Essa programação é uma boa mostra do vigor e vitalidade que encontramos, mesmo após a virada do século, nesses dois ritmos essenciais da música popular brasileira.

Ainda neste mês, em seu primeiro evento, temos a tríplice apresentação dos Corais Desconcertando e Mãos em Canto com a dupla Miriam Esteves (piano) e Magda Bellotti (cantora) e a "saideira da saideira" será com a cantora maranhense Rita Ribeiro lançando seu CD "Comigo", no último programa do ano, dias 20 e 21 de dezembro.

Como programação extra, temos um grande evento no dia 05, uma quinta-feira: o projeto "M-Música desafina a fome", uma parceria do grupo M-Música com a Sala Funarte, promovendo um especial de Natal, com a presença de diversos artistas (entre eles, Arthur Verocai, Cláudia Telees, Cláudio Jorge, Fernando Leporace, Simone Guimarães e Sueli Costa), para o recolhimento de alimentos não perecíveis e contribuições diversas a serem encaminhados à Ação da Cidadania contra a fome, a miséria e pela Vida.

Em 2003, estaremos comemorando os 25 anos da Sala Funarte Sidney Miller, o teatro carioca da música, que durante esse percurso teve como meta o compromisso histórico com a música brasileira de qualidade. O público que freqüenta a Sala é também dono dessa história, porque ajudou a construí-la. Público especialíssimo que dá sentido a todo esforço que fazemos. Bom espetáculo, volte sempre, a Sala é sua!


Em dezembro sintonize a Rádio MEC (AM 800 - FM 98,9).
A Sala Funarte Sidney Miller estará lá!

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16 (esquina com a rua Araújo Porto Alegre)
Próximo ao Metrô Cinelândia / acesso Pedro Lessa
tel.: (21) 2279.8087 / 2279.8107 / 2262.0481
e-mail: salafunart@funarte.gov.br
Ingressos: Segunda R$ 5,00 (preço único)
Terça, sexta e sábado R$10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (estudantes, idosos e músicos)
Quinta, projeto "M-Música deesafina a fome"
-> 1 quilo de alimento não perecível OU R$ 3,00





29.11.02

só testando
Minha irmã caçula faz aniversário hoje e não vou vê-la.
Isso é uma prova de que definitivamente minha vida virou de cabeça para baixo nos últimos anos.
Não sou mais a mesma pessoa. Ou talvez seja, talvez apenas uma pequena mutação, talvez o tempo, talvez a conjuntura, talvez o clima, talvez a vida, talvez a roda viva, talvez a vista e os ouvidos tenham melhorado, talvez eu tenha ficado míope e mouca...
As grandes mudanças acontecem sem que a gente se dê conta.

28.11.02

Os bem-te-vis da vizinhança entraram em surto e me denunciam alucinadamente. Eles também devem estar assando, derretendo, murchando...
Para mim, as imagens e os sons vão sumindo na distância.
Nem ouso investigar se a pressão está muito baixa ou muito alta.
Os refluxos de uma peça teatral de quatro horas assombram ainda minha mesa de trabalho.
Não há chibata, apenas um zunido forte no ouvido que vem de dentro de mim mesma.
Nada me apetece. Já não suporto alface e frango grelhado.
Suo.
Penso seriamente em me inscrever no Guiness Book of Records na categoria maior número de banhos tomados num único dia.
Desisto. Vai dar muito trabalho.
Os dias nos dois últimos meses do ano deveriam dobrar de tamanho para que a gente não se sentisse tão incapaz de realizar tudo o que aparece para ser feito. E o que aparece não é apenas o imprevisto, mas tudo aquilo que você jurou, no final do ano passado, entre listas e sacolas sem fim, que deixaria concluído antes do final de outubro.
Acho que vou me mudar para dentro da geladeira.
Olho para todo o trabalho doméstico, familiar, profissional, social, maternal e o escambau a ser ainda feito e penso que o pior é que sonhada e impossível praia é um dos poucos remédios que conheço para curar novembrite.

26.11.02

Oráculo (porque as questões poderiam ser outras, mas resposta seria a mesma)



"Prezado Professor: temos de ser escravos do Português correto? Muitas vezes me sinto um pouco pedante ao pronunciar corretamente algumas palavras que são geralmente maltratadas: /rubríca/, /recórde/, /condôr/, /catetér/, /crôsta/ (os acentos aqui servem apenas para indicar o som) ... Devo continuar assim, ou é melhor falar como todos falam?".

Andréia Prado
______________________




Minha cara Andréia: entendo perfeitamente tua hesitação: muitos já sentiram essa tentação de afrouxar o controle sobre a linguagem e mergulhar no morno e aprazível mar da ignorância. Todos sabemos que é menos penoso e dá menos trabalho; no entanto, devemos seguir lutando, porque escolher o próprio destino, em vez de deixar que os outros o façam por nós, deixa nossa vida muito mais qualificada.

Volto mais uma vez à minha eterna comparação entre língua e vestimenta: entre duas formas igualmente aceitáveis, escolhe aquela em que te sentes mais à vontade. Nota bem: entre duas formas aceitáveis. Um dia desses escrevi sobre "onde" e "aonde" com verbos de movimento; as duas têm justificativas e bons defensores - escolhe a que te parece mais confortável. Agora, entre /rubríca/ e /*rúbrica/, a escolha se dá entre o culto (paroxítona) e o inculto (proparoxítona; neste caso, a pronúncia defeituosa também induz a erro de acentuação na grafia). Aqui não deves hesitar em escolher a correta.

Azar que soe pedante - é sinal de que, à tua volta, as pessoas andam precisando de mais estudo. Se lês a minha página e te preocupas em perguntar, é porque dás valor à linguagem que empregas; se a maioria não o faz, pior para eles. E um aviso: quanto mais estudares, quanto mais leres, mais vai parecer que os outros estão ficando para trás (na verdade, estão mesmo). Agora, se queres ser como a maioria (o que eu duvido), relaxa, fica feliz e nunca mais te preocupes com problemas de linguagem; até já me disseram que é mais fácil viver assim... Eu, hein? Abraço. Prof. Moreno


(retirado daqui)

25.11.02

É bobagem sim, mas é divertido.
Qual é a boa?

- Seu Jorge no Rival hoje e amanhã.

- Ed Motta de 27 a 30 de novembro, de 4 a 7, de 11 a 14 e de 18 a 21 de dezembro no Rival.

- Búzios Cine Festival

- Novo centro cultural na Barra com café, auditório e teatro para até 300 pessoas. Cursos de teatro para a terceira idade, percussão e violão. Centro Cultural Suassuna (2439-8002).

- Madame Satã

- 4º Salão do Livro para Crianças e Jovens. Galpão das Artes do MAM. Até 1º de dezembro.
Hoje é o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue.

Você sabe se pode doar sangue? Já doou vida alguma vez?

Meu mundo é hoje (eu sou assim)
(Wilson Batista / José Batista)

Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim:
Eu sou assim

Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim:
Eu sou assim

Meu mundo é hoje
Não existe amanhã prá mim
Eu sou assim
Assim morrerei um dia
Não levarei arrependimento
Nem o peso da hipocrisia

Tenho pena daqueles
Que se agacham pelo chão
Enganando a si mesmos
Por dinheiro ou posição
Nunca tomei parte
Nesse enorme batalhão
Pois sei que além de flores
Nada mais vai no caixão
.
A palavra de hoje é: Ylem.

23.11.02

Vi coisas estranhas hoje:

- Num salão de beleza, uma banca com diversos itens de maquiagem a R$5,00. Batom, blush, corretivo, base, gloss, tudo, qualquer coisa R$5,00. Achei tão estranho que resolvi olhar de perto. Todos, absolutamente todos com o prazo de validade vencido. Uma praga de cupim ia bem na cara daquele povo.

- Uma família estava sentada à nossa frente no restaurante. Depois da conta paga, todos se leventaram com exceção daquela que parecia ser a mãe das crianças. Ela ficou ali ajeitando, mexendo e quando achou que ninguém estava olhando jugou o resto da água que estava servido nos copos de volta para a garrafa de água mineral que levou com ela. Podem me chamar de perdulária, mas taí uma coisa que ninguém vai me ver fazendo.

- O público do show do Rush.

- Harry Potter e a Câmara Secreta.
É hora do Rush. A vizinhança está pegando fogo. Helicópteros ameaçam invadir minha janela.

22.11.02

Isso está aqui porque quando li lembrei da Paula:

"Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar."
(João Cabral de Melo Neto)
Ricardo, depois de se dar conta que era a única pessoa no país que jamais tinha ouvido a dita demoníaca canção, resolveu correr atrás do prejuízo e descobriu um site que conta tudo o que você sempre quis saber sobre a Ragatanga e nunca teve coragem de perguntar.

Por exemplo:

Aserejé é uma canção que fala sobre uma outra canção. Ela conta a história de Diego, um rastafariano negro-cigano que passa as noites dançando rap e hip-hop. Ele gosta de uma certa música de 1979 chamada "Rapper's Delight", do conjunto de rap Sugar Hill Gang, formado em 1977. Acontece que o Diego não conhece direito a letra da canção por não saber inglês, então pronuncia as palavras mais ou menos do jeito que as escuta. Assim, "Aserejé" é a pronúncia espanhola deturpada de "I said a hip", trecho tomado da canção original.

Esta história em detalhes (inclusive com letras comparadas), os passos da dança que ameaça ser a febre do verão que se avizinha e tudo o mais que se possa imaginar sobre o assunto, aqui.

Você está me julgando uma desocupada por ter um post destes, certo? Pois devo dizer em minha defesa que ele está engatilhado há dias. E depois de ver um cara criar um site dedicado a Ragatanga, conheci o verdadeiro sentido da palavra ócio e percebi que ele é algo inatingível para mim.
"M-MÚSICA DESAFINA A FOME"


A M-MÚSICA, um dos mais ativos grupos na Internet de discussão sobre música, sai do virtual e entra na campanha NATAL SEM FOME, organizada pela Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida:

Os shows serão realizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Brasília, e contarão com as apresentações de artistas, produção e divulgação de integrantes do grupo e convidados.

Venha e traga um kilo de alimento não perecível.

Rio de Janeiro
Apresentando Arthur Verocai, Carlos Montes, Clarisse Grova, Cláudia Telles, Cláudio Jorge, Cristina Saraiva, Denise Pinaud, Eduardo Braga, Eliane Tassis, Irinéia Maria, Etel Frota, Felipe Radiccetti, Fernando Leporace,, Marcílio Figueiró, Moína Braga, Paula Santoro, Reynaldo Bessa, Sanny Alves, Suely Mesquita, Tânia Méliga, Tato Fischer.

Produção: Tânia Méliga
Sala Funarte Sidney Miller - Rua da Imprensa, 16, esquina com Araújo Porto Alegre.
Dia 05/12/2002, quinta-feira, às 18h30.

Direção Geral:
Nana Valente Soutinho
nana@m-musica.org

21.11.02

Hoje recebi uma notícia de morte.

Hoje recebi este presente lindo da Adriana. Estava em um metablog (que idéia genial!).



Muitos beijos a Adriana, a menina super-poderosa, porque graças a ela o dia foi salvo.

E para quem está em meu pensamento sempre com carinho e amizade, hoje mais que nunca, com preocupação e pesar, um beijo e minha prece silenciosa, que nessas horas as palavras só atrapalham.

20.11.02


Martinho da Vila
cantor e compositor

Minha bisavó era purinha, bem limpinha
De Angola
O meu bisavô também ourinho, bem limpinho
De Moçambique
Eu não sou branquinho, nem pretinho
A minha dona é moreninha
Eu tenho muitos mulatinhos
Salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!
Salve a mulatada brasileira, salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!

José do Patrocínio
Alejadinho
Machado de Assis que também era mulatinho
Salve a mulatada brasileira!
Salve a mulatada brasileira, salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!


(trecho da música Salve a Mulatada Brasileira de Martinho da Vila)




Elisa Lucinda
poeta, professora, jornalista e atriz

Mulata exportação
Elisa Lucinda

Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dento ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha historia contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem negra, me ama, me colore
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: "Seu delegado..."
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: "Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura"!
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
Que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
E tu te lembras da Casa-Grande
E vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
Porque não é dançando samba
Que e te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor,
Não é comer uma mulata!


Da série Brasil, meu espartilho. Published in O semelhante.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. 2nd Edition, pp. 184-85.

Joel Rufino dos Santos
historiador, romancista, professor da UFRJ e membro do Comitê Científico Internacional do Programa Rota do Escravo, da Unesco


"Não lhe batiam por maldade, embora isso também ocorresse. A finalidade era esvaziá-lo da parte propriamente humana que todos os homens possuem - e são homens propriamente porque a possuem. Assim coisificado, o negro africano estava pronto para ser escravo."

"Numa noite qualquer do ano de 1597, quarenta escravos fugiram de um engenho no sul de Pernambuco. Fato corriqueiro. Escravos fugiam o tempo todo de todos os engenhos. O número é que parecia excessivo: quarenta de uma vez. Fora também insólito o que fizeram antes de optar pela fuga coletiva: armados de foices, chuços e cacetes haviam massacrado a população livre da fazenda. Já não poderiam se esconder nos matos e brenhas da vizinhança - seriam caçados furiosamente até que, um por um, tivessem o destino dos amos e feitores que haviam justiçado.

De manhã, certamente, a notícia correria a Zona da Mata - essa formidável galeria verde que, salpicada de canaviais, a uns dez quilômetros do mar, o acompanha sem nunca perdê-lo de vista. Tinham a liberdade e uma noite para agir.

Havia umas poucas mulheres, um que outro velho e diversas crianças, mas o grosso eram pretos fortes, canelas finas e magníficos dentes. Escolheram caminhar na direção do sol poente, um pouco para baixo. Com duas horas compreenderam que jamais qualquer deles havia ido tão longe naquela terra. Mesmo os crioulos, nascidos aqui, desconheciam o pio daquelas aves, nunca tinham visto aqueles cipós. Andaram toda a noite e a manhã seguinte; descansaram quando o sol chegava a pino; contornaram brejos e grotões, subiram penhascos e caminharam, um a um, na beirada de feios precipícios.

Se passou ainda uma noite. Eram observados, mas não tinham qualquer medo de índios. Então, na vigésima manhã se sentiram seguros. De onde estavam podiam ver perfeitamente quem viesse dos quatro cantos; com boa vista se podia mesmo vislumbrar o mar, além das lagoas. A terra, vermelho-escura, esboroava ao aperto da mão. Ouviam águas correndo sobre pedras. E havia palmeiras, muitas palmeiras.

Por que escravos fugiam?

A fuga era a única maneira de recuperarem a sua humanidade - esta é a melhor resposta que conheço."

Assim descreve Joel Rufino dos Santos, em seu livro Zumbi (ed. Moderna, 1985), o episódio que teria dado origem ao quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga (que tem esse nome "talvez por parecer grávida a quem vem de Maceió, pelo Vale do Mundaú"), em Alagoas, onde é hoje o município de União dos Palmares.

(retirado daqui)

***


Memórias do cárcere


Vivianne Cohen

O quarto do escritor e historiador Joel Rufino dos Santos ficava a três andares do chão. Não era decorado com quadros, embora a tinta preta se destacasse da parede de tijolos largos. As fotografias e os livros ficavam acondicionados num canto. Em 12 de agosto de 1973, Rufino escreveria a primeira das 32 cartas enviadas ao filho Nélson, na época com 8 anos. "Moramos em quartos. O meu é o número 31", dizia um dos trechos. O menino sorria com o que pensava ser o diário de viagem do pai, quando na realidade as palavras enviadas por Rufino eram escritas de uma cela do Presídio do Hipódromo, em São Paulo, onde o escritor estava, junto com outros sete presos políticos.

Quando descobriu a verdade, o garoto, com lágrimas nos olhos, escondeu-se embaixo da cama abraçado à gaiola de seu passarinho de estimação. "Ele sempre resistiu à idéia de conversar sobre o assunto", recorda Rufino. Em maio, com 35 anos, Nélson rendeu-se ao passado ao revirar as cartas no fundo do baú. Os velhos envelopes corroídos pelo tempo foram reunidos em Quando voltei, tive uma surpresa, que Rufino, autor de mais de 20 livros infantis, está lançando pela Editora Rocco. "Só agora tenho a noção exata do que aconteceu naquela época", afirma Nélson, funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro, e pai de Eduardo, 6, Rafael, 4, e Isabel 2.

A tragédia familiar começou no reveillón de 1973. Militante da Aliança Libertadora Nacional, grupo armado que fazia oposição ao regime militar, Rufino viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro para ver o filho e a mulher Teresa Garbayo dos Santos. Só não contava que fosse preso durante o trajeto e levado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social), onde seria torturado antes de ser encarcerado no Presídio do Hipódromo. Nos primeiros seis meses, Rufino sustentou a versão de que estava viajando a trabalho. "Eu tinha medo de que ele me confundisse com um ladrão."

O menino passou a visitá-lo na cadeia acompanhado da avó Felícia e da tia Bena. A sala de espera era o pátio, onde outros filhos de presos políticos amontoavam-se em dias de visita. As duas horas passavam voando e Nélson pouco falava de si para o pai. Antes de despedir-se, porém, esticava o braço e levava para casa um presente feito pelo pai no cárcere, que geralmente era um cinto ou um brinquedo de cerâmica. Nesse cenário, o garoto chegou a comemorar seu aniversário de 9 anos. Ao voltar para casa, aumentava a espera por mais uma carta de Rufino. "Eu pedia para minha mulher ler antes dele dormir, como se estivesse narrando uma história", recorda o escritor.

A correspondência era uma maneira do pai aliviar o sofrimento do menino. As histórias desviavam a imaginação do garoto da dura realidade dos porões da ditadura militar. Eram coloridas e cheias de desenhos. Em uma delas, Rufino agradecia pelas canetas hidrocores que ganhara do filho no último encontro entre os dois. E ainda destacava que era o único preso da cadeia a contar com tamanho privilégio. O futebol também era um canal de contato. Em 21 de julho, ele queria saber se o menino havia visto o gol do ponta Jairzinho na partida da Seleção Brasileira contra a União Soviética. E chegava a comparar o juiz que o condenara aos árbitros de futebol. "Na hora de respondê-las, o Nélson ditava suas cartas para mim", lembra a mãe Teresa.

Na vida real, o menino conhecia pouco da militância do pai. Em 1964, Rufino soube do nascimento de Nélson por um telegrama. Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ele vivia exilado na Bolívia e só veio a conhecer o garoto um mês depois no Chile, já em seu segundo exílio. "O Nélson já foi uma barriga sem pai", brinca Teresa. De volta ao Brasil, Rufino foi preso e ficou três meses longe de casa. Em 1970, trocou o PCB pela ALN e adotou o codinome Pedro Ivo. "Joel Rufino era um professor, que nos dava aulas de história", diz o deputado federal José Genoíno. Durante dois meses, ele foi companheiro de cela do escritor no Presídio do Hipódromo e chegou a ler correspondências que o garoto enviou ao pai e que ficaram retidas na prisão. "Foram as únicas coisas que eu quis levar quando saí", afirma Rufino.

Na volta para casa, em 1974, o escritor encontrou uma realidade diferente da idealizada durante os anos de cárcere. Havia perdido de uma só vez a mulher e o filho. "Não conseguimos nos reaproximar", diz. Separado, casou-se com uma adolescente, mas, em 1977, voltou para Teresa, com quem teve mais uma filha, Juliana, de 21 anos. No primeiro governo de Leonel Brizola no Rio, foi nomeado diretor do Museu Histórico Nacional. Hoje, Rufino é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ocupa um cargo na Unesco. "Meu pai é um grande herói", diz Nélson.

(retirado daqui)


Ricardo Pessanha
escritor, jornalista, fotógrafo, tradutor e profissional de marketing

"Quilombos, colonies formed by runaway slaves in the interior of Brazil, also helped perpetuate African culture. The largest and the most famous of these was Palmares, established in the rugged interior of northeastern Alagoas state in the seventeenth century. The inhabitants of Palmares made an effort to organize a society based in African traditions. It lasted for several decades and had a population in the thousands (some say as high as twenty thousand). To the Portuguese, Palmares was a threat to the established order, not to mention the institution of slavery. Numerous armed expeditions were mounted against it by the Portuguese crown, beginning in 1654. All were unsuccessful until the last major campaign, waged in 1694, which overwhelmed and destroyed Palmares. Zumbi, the quilombo's famed war commander, was captured and killed the following year. The legendary warrior is still celebrated in Brazilian music today, and his birthday (November 20) has been a holiday since 1995."

"Racial issues have often been addressed in popular music. Since the 1980s, Afro-Brazilian pride has been more frequently asserted _ and racial injustices protested _ in lyrics by artists like Gilberto Gil, Bezerra da Silva, and Batacotô, and in Carnaval songs written for Rio's escolas de samba and Bahia's blocos afro. This is a significant change from previous decades, when racial commentary in music usually consited of jokes at the expense of black and mulattos."


(trecho de The Brazilian Sound de Ricardo Pessanha e Chris McGowan -Temple University Press - 1998)

19.11.02

Fato ocorrido recentemente me deixou boquiaberta, pensativa e muitíssimo preocupada. Determinado assunto tendo tomado conta dos noticiários foi comentado numa roda de conhecidos. Três pessoas presentes no local onde a ação desenrolava-se, em pontos diferentes, testemunharam que havia outros fatos além do que a grande imprensa estava noticiando. Seus depoimentos foram rechaçados com veemência e um toque de ultraje. O que não aparecia no jornal não poderia ser real. Pouco importa se seus amigos são testemunhas oculares e defendem versão ligeiramente diferente da que está na primeira página para vender jornal. Se a Fátima Bernardes e o William Bonner não anunciam, não existe.

Fiquei incomodada não apenas por ter, de certa forma, sido chamada de mentirosa, mas por perceber o que acontece com a mente de algumas pessoas que já não conseguem aceitar qualquer verdade a não ser aquela regurgitada pelas agências de notícias.

Então, escolhendo textos de Joel Rufino dos Santos para amanhã, encontrei este aqui e essa história que estava adormecida, mas não esquecida dentro de mim, acordou.


RELAÇÕES PERIGOSAS
Joel Rufino


"Lançamentos redimensionam a relação entre os jornais brasileiros e a censura", copyright Jornal do Brasil, 21/10/00

"Por que os jornais quase nunca dizem a verdade?

A pergunta só tem cabimento se nos pusermos de acordo sobre o que são jornais e o que é verdade. Periódicos escritos para comunicar existem pelo menos desde Roma. Já verdade, em nosso tempo, é o que você convenceu alguém de que é verdade.

Acabam de sair dois livros sobre regime militar e imprensa que repõem em discussão esse velho tema. Têm méritos diferentes. O de João Batista de Abreu (Manobras da informação) é exibir, por dentro, como se fazia jornal nos anos de chumbo; o de Anne-Marie Smith (Um acordo forçado) é retirar o foco da censura prévia, visível, instalada nas redações, e pô-lo sobre a autocensura, invisível, instalada nas mentes. Falo dos méritos principais. Ambos são duros com os grandes jornais, produzindo análises complementares do mesmo fenômeno.

Os presos políticos da ditadura não conseguíamos nos explicar aos colegas ?comuns?, com quem repartíamos alojamento. Os diretores de presídio tinham ordem para nos chamar de terroristas: ?carta para o terrorista?, ?tira o terrorista para ir à Auditoria?... Expliquei ao Pelezinho (um ?colega?) que nosso nome correto era revolucionários. ?Tomar de rico pra dar a pobre? Então o que vocês são é bunda-mole?, ele concluiu. Havia uma guerra dos nomes e, analisando o vocabulário da imprensa sob a ditadura, João Batista nos mostra que a imprensa nos ajudou a perdê-la. Aceitando nomear o opositor armado (e logo também os outros) de terrorista, os jornais designavam um sujeito sem história, sem significado, irracional e, portanto, disponível para qualquer violência.

Vinte anos depois, alguns ex-diretores de jornal (escrito e televisivo) se vangloriam de terem resistido à ditadura. Inocência ou cinismo? O regime militar não fechou diretamente nenhum jornal, embora, por exemplo, O Correio da Manhã e, mais tarde, o Opinião e o Movimento tenham sido levados a nocaute econômico. ?As pessoas que bancam hoje o papel do censurado, que agem como se tivessem sofrido muito, são ridículas?, escreveu Mino Carta (diretor de Veja, entre 1968 e 76). A censura, de fato, foi seletiva. O Globo, por exemplo, jamais foi censurado, nem a Folha de S. Paulo ? e, sintomaticamente, os dois são, hoje, sólidas empresas. Censurados foram O Estado de S. Paulo, Veja, O São Paulo (da Arquidiocese de São Paulo, leia-se D. Evaristo Arns), a Tribuna da Imprensa, Opinião e toda a imprensa alternativa.

Ficam em melhor situação moral - pela sinceridade - os diretores que aderiram à ditadura, aceitando sua violência sem, necessariamente, apoiar a censura. Como Boris Casoy, o âncora do impeachment de Collor: ?O que eu quero dizer é que havia pontos de contato [entre as maneiras de ver da imprensa e do regime]. Os jornais são empresas vinculadas ao capitalismo, ao anticomunismo, e nunca estiveram do lado dos guerrilheiros, até aprovavam a repressão contra eles. O resto nós não aprovávamos mas aceitávamos. Do fundo do meu coração, eu os apoiava, apoiava!? Ou como Walter Fontoura que, quando do retorno dos exilados, insistiu em que as acusações da ditadura contra eles eram um fato jornalístico em si: ?Para mim, tanto fazia se a acusação fora obtida à custa de tortura. A acusação ainda existia. Agora, se fosse verdade que ela fora obtida sob tortura ? bem cabia ao acusado prová-la, vir defender-se.?

Para que servem os jornais? Em nosso país, eles funcionam como aparelhos ideológicos do Estado. Isso não diminui o prazer matinal, ao café, que proporcionam, quase uma Bíblia; nem significa que jornalistas não se esforcem todo o tempo para lhes dar outra função. O jornal de denúncia, de defesa classista, étnica, baluarte dos direitos humanos sempre existiu no Brasil, mesmo sob as ditaduras. A grande e média imprensa, porém, é um diálogo exclusivo entre as elites instruídas, visando a manter a ordem social que as beneficia. Em 1972, o Brasil tinha 37 jornais por mil habitantes, a Argentina 154. Apesar disso, seu alcance político é grande. Por exemplo: essa pequena imprensa de um país que não lê jornais pauta os veículos de massa, decidindo, em última instância, o que se vai e não se vai ficar sabendo. É ela que cria essa outra natureza social, essa prótese do real, expressa na fórmula: ?deu no jornal?. Se deu, existe. (Um acordo forçado: o consentimento da imprensa à censura no Brasil, Anne-Marie Smith, 264, páginas, R$ 29 e Manobras da informação, João Batista de Freitas, Mauad/Eduff, 270 páginas, R$ 29)"


(Texto retirado daqui)

Mesmo sendo fã de Luis Bruñel e Salvador Dalí, achei um pouco forte a imagem de mulher em frente ao meu portão pescando. Ela tinha um vidrinho de maionese em uma das mãos e com a outra, incentivada pelos dois filhos pequenos, coletava peixes que depositava no tal recipiente.

Pouco mais de meio-dia. A manhã já foi embora, e as donas de casa, porteiros e faxineiros dedicados já terminaram sua tarefa de limpeza, mas algumas marcas da tempestade apavorante da madrugada e da conseqüente enchente ainda estão por todo lado. Em alguns cantos de rua a lama acumulada é exposta ao mormaço, transformando-se em poeirão. Defronte aos estabelecimentos comerciais fadados ao fracasso, sacos plásticos e galhos sinalizam, agarrados a postes e orelhões, a altura que a água alcançou. Uma mocinha que parece ter recebido o carro de presente do pai por ter passado no vestibular faz cara de nojo para o lixo aglomerado às rodas de seu carro e resolve que a própria rolagem vai tratar de limpá-las, poupando assim suas mãos manicuradas de tão repugnante trabalho e garantindo emprego para os garis que terão que ir limpando o rastro de seu veículo. O barulho do carro quando arranca é horripilante - parece que há um gato se afogando - e a água ainda acumulada nas entranhas do carro transforma-se em vapor e sai por todos os cantos.

Cheiros, muitos cheiros.

Meu filho de sete anos me explica que tudo isto aqui era um charco antigamente e que Tijuca quer dizer pântano em tupi-guarani. Acho que eu mesma contei isso a ele em outra ocasião ou talvez tenha lido em algum trabalho que ele trouxe da escola.

E enquanto não há um plano para resolver este problema centenário, uma mulher recolhe o fruto de sua pescaria de asfalto em um pote de Hellmann's.

18.11.02

Jards Macalé apresenta-se amanhã (terça) num dos meus espaços favoritos na cidade, o Sesc Copacabana. O show faz parte do Projeto Novo Canto e junto com ele estarão Roberto Lara e Patrícia Ahmaral.
Entre as duas músicas mais tocadas, semana passada, na principal FM de jazz de Nova Iorque, a WBGO, estava um samba de Dorival Caymmi, Lá vem a Baiana, do novo CD de João Gilberto.

Fonte: Coluna de Márcia Peltier, que achou isso é a prova de que "o jazz se universalizou em excesso ou o mundo pirou". Boba, né?
Depois que vi o filme desse garoto, Karim Aïnouz , fiquei na dúvida. Qual é o Madame Satã mais fictício? O dele ou o que inventei ao longo desses anos todos? Depois da famosa entrevista no Pasquim, Satã e eu ficamos amigos e foi aí que, garante o Millôr, minha mente doentia criou um personagem que não tinha nada a ver com aquele porteiro de randevu da Lapa, malandro pé-de-chinelo, analfabeto e boiola. Nessa época eu morava na Rua Taylor, num balança-mas-não-cai que tinha uns duzentos conjugados.

Este é apenas o primeiro parágrafo. Mais motivos para amar o Jaguar e atiçar a vontade de ver Madame Satã (que ganhou no sábado o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva, na Espanha), aqui.
No blood for oil
Boicote aos discos com proteção anti-cópia


Na lista negra:

* Longo Caminho do Paralamas do Sucesso;
* Exaltasamba ao Vivo;
* Qu4tro do Natiruts;
* e Tribalistas de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown

Saiba todos os detalhes de porque você não deve comprar estes CDs lendo o este artigo.




Mais uma solicitação que chega através da lista Doadores de Vida. Só esta aqui porque sei que é verdadeira, viu?

Cristiana Graça Couto é praticante de vôo livre. Mãe de dois filhos, com uma família linda , se deparou com uma leucemia que tem consumido as suas forças, e necessita de doação de sangue, que pode salvar-lhe a vida.

Ela está internada na Clinica Bambina assistida pelo Dr. Daniel Taback e precisa urgentemente de:

Hemácias: Sangue tipo A - ou O-
Plaquetas: Sangue tipo A+ ou A- ou O+ ou O-

Ao procurar qualquer um destes bancos de sangue, não se esqueçam de avisar que se trata de uma doação personalizada.

Ela tem 33 anos, precisando de pessoas como você, boas de saúde e de coração

Local para Doação de Plaquetas : Rua Riachuelo 43 - 3.º andar
Telefone 21 2509-2727 - Falar com Wilma

Local para Doação Hemácias: CERUM , Rua Conde de Irajá 429
Telefone 21 2266-5098
Beatriz Gorentsin escreveu para o Daniel Estill, que é o administrador da lista Doadores de Vida da qual participo, contando sobre o surgimento de uma nova ONG.

Bia é filha de uma portadora de Hepatite C que está na fila do transplante de fígado. A previsão é de 1 ano a 1 ano e meio de espera. Ao entrar em contato com a equipe do Hospital do Fundão que coordena o programa, percebeu o quanto a equipe é engajada e compentente, no entanto as condições do sistema de saúde não são ideais. Cabe ressaltar que o Hospital do Fundão é o único do Brasil que realiza todos os tipos de transplante, não se restringindo a um ou outro órgão.

Em um ato de solidariedade aos pacientes e reconhecimento ao esforço da equipe, a esposa de um paciente transplantado (ambos dentistas que também trabalham no Fundão, além de atividades particulares) acaba de fundar uma ONG, a Amigos do Transplante. Os papéis já estão assinados, mas os trâmites ainda vão demorar um pouco. É uma luta que se inicia, mas com um porvir promissor. A Amigos do Transplante conta com apoio da Viva Rio, que já treinou 50 voluntários para a Amigos do Transplante e tem estado disponível, no sentido de passar sua experiência de sucesso para que a Amigos do Transplante possa crescer.

A Amigos do Transplante tem muitas idéias e objetivos, mas por enquanto as
prioridades são:
- conscientizar e educar a população quanto à doação de órgãos e tecidos;
- treinar os médicos dos hospitais quanto à forma de preservação adequada de órgãos e tecidos, para que as escassas doações não se percam;
- prover os pacientes de medicação para os primeiros 4 meses após o transplante (períodos em que o custo para muitos é por demais elevado e acaba conduzindo a muito sofrimento e eventual rejeição do órgão e fracasso do tratamento).

Assim que a ONG estiver com a tramitação concluída, começará a fase de busca
de ajuda junto a empresas e entidades que desejem apoiar esta iniciativa. Por enquanto, o que a Amigos do Transplante está fazendo é vender camisetas, cujo logo foi criado pelo Ziraldo, por inciativa da própria ONG, para começar a arrecadar fundos para viabilizar os projetos. As camisetas vêm em 3 cores (branca, preta e cinza), em vários tamanhos para adultos (P/M/G/GG) e crianças(2 a 16 anos), a um custo de R$ 15,00 e R$ 10,00, respectivamente. Nesta época de fim de ano, costumam acontecer vários bazares, feiras e eventos esportivos, apresentações etc. e talvez você conheça alguém que organiza um deles, ou até mesmo participe de algum que você ache que há alguma chance de colocarmos as camisetas à venda pela equipe de voluntários.

Por favor entre em contato. A ONG tem também material impresso explicativo e elucidativo sobre a doença e seus objetivos, banner etc. que serão levados também. É claro que oportunidades de divulgação e venda para as camisetas depois do final do ano continuarão sendo bem vindas!!!!!!!!
Aliás, a Amigos do Transplante estará na Feira da Providência e quem for
terá oportunidade de ver as camisetas e saber mais sobre ela. Se você quiser se tornar um voluntário, ou conhecer alguém que tenha interesse em participar, entre em contato. Temos um futuro a conquistar!
Recebido por e-mail:

ÁGUIAS E GALINHAS
(Leonardo Boff )


Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas.

Tratava-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dava a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazia-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse.

Certo dia, passou por sua casa um naturalista que, vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: "Isto não é uma galinha, é uma águia!"

O camponês retrucou:

"Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!"

O naturalista disse:

"Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa..."

Pegou a águia, e suspendeu-a acima da cabeça e falou:

"Vamos, águia, voe!"

Mas a águia caiu pesadamente no chão.

O camponês disse:

"Viu só? Ela é galinha!"

No dia seguinte, o naturalista voltou à casa do camponês.

Inconformado, levou a águia para cima da casa e elevou-a nos braços dizendo:

"Voa, você é uma águia, assuma sua natureza!"

A águia contemplou a imensidão do espaço desconhecido, e viu lá embaixo as galinhas ciscando e comendo. Ao invés de voar para o alto como esperava o naturalista, foi disputar os grãos jogados no chão, junto com as galinhas.

Então o camponês disse:

"Não adianta. Eu não lhe falei que ela agora era uma galinha?!"

O naturalista disse:

"Amanhã, veremos..."

No dia seguinte, logo cedinho, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse:

"Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que é..."

Quando a luz do sol penetrou nas retinas da águia, ela começou a ver tudo aquilo e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto. De início, ficou um pouco confusa, sem entender o porquê de ter ficado tanto tempo alienada. Mas a luz do sol e o espaço infinito fizeram com que ela sentisse seu sangue de águia correr nas veias. Então, perfilou devagar suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.


Muitas vezes, criam as pessoas como se fossem galinhas; porém, elas são águias.

Por isso, todos podemos voar, se quisermos. Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja. Pois, com uma mentalidade de galinha, fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo.

Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com MEDO, nunca!

17.11.02

Sou uma menina mimada. Se me contrariar, eu fico doente. Aí, é só me dar uma caixa de bombons que eu volto a sorrir e fazer tudinho que você quer.

Não, esta não sou eu. Mesmo depois de muito tempo sob a batuta de um encantador de cavalos, você pode puxar as rédeas o quanto quiser que vou continuar dando coices.

É melhor ser um dragão cuspidor de fogo do que uma pobre heroína romântica vítima e agonizante.

Sou uma mulher que gosta de Almodóvar, de David Lynch, de Woddy Allen. A garotinha que gosta de idiotices púberes e adocicadas só existe dentro da sua cabeça, na sua fantasia. Se você ainda não reparou, só tenho a lamentar.

Além disso, é bom prestar atenção no tic-tac da bomba relógio. Sei que é difícil ouvir com a música tocando tão alto. Principalemnet quando é só isso que interessa ouvir. Entretanto, aconselho que fique atento às pausas. Nelas, a verdade se encontra.

14.11.02

Quem conta um conto, aumenta um ponto.

Descobri que não tenho salvação. Preciso escrever muito e sempre. E agora quero brincar de ficção. O conto de hoje está em sua sexta página e não demonstra vontade de encerrar-se. Não, não vou publicar aqui. Vou poupar minhas visitas dos meus surtos.

13.11.02

O tempo passa, o tempo voa...

Nina Luna chega já me passando atestado de tia velha. E coruja, evidentemente...
Mi casa es su casa, cariño.


Já que está difícil publicar isso por , coloco por aqui pra você não ficar tão tristinho e você usa a ferramenta de comentários para dizer o que queria sobre as figuras:









NILSON ATHAYDE
interpreta
SAMBA e CARNAVAL de ARY BARROSO


Samba sem telecoteco não é samba

Produção, Roteiro e Direção
NILSON aTHAYDE
Direção musical
PAULINHO ATHAYDE E ISRAEL MEIRELLES
Cenário e Figurino
SABRINA DI REI
inspirados na obra de Heitor dos Prazeres


violão e cavaquinho
PAULINHO ATHAYDE
gaita
ISRAEL MEIRELLES
percussão
CABELINHO, HÉRCULES, NETINHO
violão
GUSTAVO MERTINS
sax e flauta
PETER O'NEIL
coro
MÁRCIA, ROSE
dançarina
LUANA

Centro Cultural Carioca
Rua do Teatro, 37 - Centro
Rio de Janeiro
13 de novembro de 2002
quarta-feira às 20:30
Ingresso: R$12,00

Ontem fomos ao coquetel de lançamento do primeiro CD solo de Marcos Souza, que ouço agora, enquanto escrevo para vocês.

Todas as músicas são de autoria dele, exceto "Guerra de Canudos", composta por seu pai Francisco Mário. Sim, Marcos é sobrinho de Henfil e de Betinho. Além de outras tantas coisas. A realização do ciclo de shows de música intrumental no Sesc Copacabana é coisa dele, por exemplo.

Voltando ao disco, há participações preciosas: Adriano Giffoni, Carlos Malta, David Crew, Dom Chacal, Durval Pereira, Gilson Peranzzetta, Mauro Senise, Mauro Ruffino Martins, Nayran Pessanha, Pascoal Meirelles e Ubiratã Rodrigues.

É, basicamente, a trilha sonora original do filme Evandro Teixeira - Instantâneo da Realidade. Motivo pelo qual o encarte é decorado com lindos trabalhos do maravilhoso fotógrafo.


Evandro Teixeira
No Meio do Acude do Cocorobo, as Ruinas da Igreja de Canudos
1997
(Do livro Canudos 100 anos)




Minha saúde é boa, em geral.

Tenho três pequenos problemas apenas.

Todos irritantes e incômodos ao extremo.

Os três incuráveis.

Sim, meu amor, por mais inacreditável que pareça, por mais que você confie nas maravilhas prometidas pela medicina moderna, ela é incapaz de promover a cura de uma simples gripe, quanto mais a de três problemas que acometem, simultaneamente, uma habitante do terceiro mundo. Por favor, pára de brigar comigo cada vez que eu tenho uma crise, dizendo que eu tenho que procurar um médico.

Eles não podem me ajudar. Passam um tempão estudando, penduram um estetoscópio no pescoço, vestem branco e fazem aquela cara grave desprovida de compaixão quando me dizem: "Não, não podemos ajudar".

Há cura para ruga, para a impotência dos septuagenários, mas para mim não. Vivo cercada de medicamentos que apenas abrandam os desagradáveis sintomas e me mantêm refém. Até o dia da minha morte, amém. Até lá, os laboratórios farmacêuticos terão enriquecido um tantinho mais às custas do meu trabalho e do meu desespero.

E pedras para todo aquele que ousar falar mal do sacro-santo ofício.
Que coisa!

Estava ouvindo um CD que tem o título de Samba Bossa Nova e que na verdade é um grande saco de gatos, pois foi feito por e para gringos. Tem muita coisa interessante e aponta para alguns dos novos talentos da música brasileira, além de mostrar gente há muito prestigiada. Bom, por lá encontrei um samba do Jorge Aragão ("Preto, Cor Preta") que não conhecia e fiquei pensando que este artista faz um trabalho que inclui muita coisa de que gosto muito, mas jamais comprei um disco dele. É hora de conhecer melhor, conclui.

E vim para o micro para me deparar com a notícia de que ele está internado numa UTI aqui perto de casa após se submeter a uma delicada cirurgia cardíaca.

12.11.02

60 ANOS HOJE

PAULINHO DA VIOLA



(ilustração Baptistão)


Porque é bonito ter uma carreira de tão bela obra.
Porque é bonito ser lembrado como sinônimo de elegância.
Porque é bonito ter muito do que se orgulhar.
Porque é bonito saber que nossa terra dá à luz talentos assim.
Cantemos:

Timoneiro
(Paulinho da Viola / Hermínio Bello de Carvalho)

[ refrão ]
Não sou eu quem me navega
Quem me navega e o mar (bis)
E ele quem me carrega
Como se fosse levar (bis)

E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar
Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar

refrão

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega e o mar

refrão

A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz


Sinal Fechado
(Paulinho da Viola)

Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ?
Quanto tempo ?
Pois é, quanto tempo ?
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Qual, não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona
Precisamos nos ver por aí
Pra semana prometo, talvez
Nos vejamos, quem sabe ?
Quanto tempo ?
Pois é, quanto tempo ?
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa rapidamente
Pra semana
O sinal
Eu procuro você
Vai abrir, vai abrir
Por favor, não esqueça
Não esqueço, não esqueço
Prometo, não esqueço
Não esqueça, não esqueça
Adeus...
Adeus...


Dança da Solidão
(Paulinho da Viola)

Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão

Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão

Camélia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado

Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão

Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água, não tera mais amargura


Música mineira invade Rio de Janeiro



Teatro Rival BR - Horário: 20h30 - Informações: 2240-4469 / 2532- 4192
Ingressos a preços populares: R$ 10,00 (promocionais até 400 lugares) / R$ 20,00 (inteira)

15.nov - Regina Spósito convida Vander Lee

21.nov - Maurício Tizumba convida Wagner Tiso



Regina Spósito convida Vander Lee


Com dez anos de carreira, Regina Spósito lançou seu primeiro trabalho solo como cantora em agosto de 2001, que foi considerado pela crítica mineira um dos melhores do ano. Ela convidou para estar ao seu lado no Conexão um dos principais compositores desse CD, o também cantor Vander Lee. Segundo Regina, ele traduz com muita sensibilidade, criatividade e beleza os sentimentos do ser humano. "O show será o momento de estar ao lado de um dos artistas mais importantes da atual MPB", completa a cantora.


Maurício Tizumba convida Wagner Tiso


Cantor, ator, compositor e multi-instrumentista, Maurício Tizumba é um dos artistas mais populares e irreverentes de Minas Gerais, mesclando em seus trabalhos raízes afro-mineiras, elementos urbanos contemporâneos e um humor irônico. Tizumba é fã da música e do jeito de tocar de seu convidado no palco do Conexão Telemig Celular de Música 2002: o compositor e instrumentista Wagner Tiso. "Quero juntar os meus tambores com o piano de Wagner Tiso", explica Tizumba.


REGINA SPÓSITO CONVIDA VANDER LEE
Teatro Rival - 15/11 - 20h30


Regina Spósito é uma das artistas mais completas de Minas Gerais. Com dez anos de carreira, trabalha com segurança e desenvoltura todos seus lados criativos, no canto, no teatro e na dança. Seu convidado no Conexão Telemig Celular de Música 2002 é o cantor e compositor mineiro Vander Lee. A parceria não é novidade para os dois, "tive a oportunidade de gravar no meu primeiro CD algumas canções inéditas de Vander Lee", conta Regina. Segundo ela, o artista traduz com muita sensibilidade, criatividade e beleza os sentimentos do ser humano. O show será o momento de reunir no palco o talento de Regina Spósito com um dos artistas mais importantes da atual MPB.

Seu primeiro CD, Regina Spósito, foi gravado em Belo Horizonte, de janeiro a maio de 2001, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Com direção artística da própria cantora, produção musical de Flávio Henrique e direção musical e arranjos de Flávio Henrique, Regina Spósito e Rogério Delayon, o CD tem 11 faixas, oito delas compostas especialmente para o disco. Este trabalho tem a participação dos músicos Rogério Delayon (violão de nylon, aço, bandolim, cavaquinho, viola e guitarra), Enéias Xavier (baixo), Sérgio Silva (percussão), Daniela Ramos (percussão), Paulo Márcio (flueguel-horn), William Barros (violino), Ricardo Fiuza (teclado), Flávio Henrique (violão de nylon e teclado) e ainda como convidados especiais o próprio Vander Lee (violão de nylon), Carlos Malta (flauta), Lui Coimbra (violoncello), Queca Vieira (violino) e Affonsinho (violão de nylon).

Atuando na Cia. Burlantins, companhia de música e teatro de rua da qual é uma das fundadoras, Regina Spósito tem entre seus principais trabalhos os espetáculos O homem da gravata florida, com direção de Chico Pelúcio e no elenco Regina Spósito e Marina Machado, Show Hebraico, produção da fotógrafa Márcia Charnizon também com as duas cantoras e a Opereta O homem que sabia português, música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio com Regina Spósito, Maurício Tizumba e Marina Machado. Os espetáculos foram apresentados em Belo Horizonte, no interior de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e em outras capitais, sempre muito bem recebidos pelo público e crítica.

Atualmente está em cartaz em Belo Horizonte com a nova montagem da Cia. Burlantins, a opereta À Sombra do Sucesso, com música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio e Marcelo Bones.

Vander Lee vem se destacando no cenário nacional por ser considerado pela crítica e público como um dos mais abrangentes artistas da atualidade. Além de compositor visceral, sem fronteiras e de olhar despretensioso sobre o cotidiano, ele interpreta suas baladas, sambas, reggaes e xotes com emoção e performance únicas. É música brasileira com ousadia e frescor, mas feita com respeito à tradição. Seu show, acústico, vem envolvendo platéias por todo o país, depois de ter conquistado a admiração de Elza Soares (juntos fizeram shows pelas maiores capitais Brasileiras), Luiz Melodia (seu parceiro no Projeto Novo Canto -RJ) e de cantoras da nova geração - que inseriram composições de Vander em seus últimos álbuns, como a atração do Conexão Telemig Celular de Música Regina Spósito ("Chazinho com Biscoito", "O Olho", "Pra ela Passar", "Eu Não Vejo Nada") e Rita Ribeiro ("Contra o Tempo", "Românticos") entre outros.


MAURÍCIO TIZUMBA CONVIDA WAGNER TISO
Teatro Rival - 21/11 - 20h30


Aos 44 anos e mais de trinta de carreira, o cantor, ator, compositor e multi-instrumentista Maurício Tizumba é um dos artistas mais populares e irreverentes de Minas Gerais. Mescla em seus trabalhos raízes afro-mineiras, elementos urbanos contemporâneos e um humor irônico. O público do Conexão Telemig Celular de Música irá conferir um encontro diferente. "Quero juntar os meus tambores com o piano de Wagner Tiso", revela o músico.
Seu convidado, o compositor e instrumentista Wagner Tiso, é um de seus grandes admiradores. Tizumba fez o convite por acreditar em uma "identidade da mineiridade", e é claro, por ser fã do músico respeitado no mundo inteiro.

Tizumba iniciou sua carreira aos 8 anos de idade, cantando na extinta TV Itacolomi. Aos 12, já tocava e cantava em bailes. Com 14, percorria o circuito de bares de Belo Horizonte e interior de Minas. A partir daí, fez inúmeros shows em teatros e casas noturnas no Brasil, Europa, Canadá e Estados Unidos. Há quatro anos fundou a Cia. Burlantis, juntamente com Regina Spósito e Marina Machado. Atualmente estão em cartaz com a terceira montagem, a opereta À Sombra do Sucesso, com música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio e Marcelo Bonés.

Em 1999 lançou o CD independente África Gerais, possui 13 faixas compostas, em sua maioria, pelo próprio Tizumba. Como capitão de Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, o artista deixa de forma preponderante a marca de sua herança negra, com uma união de música de raiz ao pop, em busca de uma constante evolução do trabalho.

O show, repleto de bom humor e alegria, tem na sua base os tambores, que ditam os ritmos mais variados, todos remetendo às origens africanas da música mineira e brasileira.
Maurício Tizumba se apresenta tocando violão, gungas e patangome, acompanhado pelas cantoras e percussionistas Raquel Coutinho, Beth Leivas e Danusa Menezes como convidada especial, que fazem os vocais e tocam caixa de folia e pandeiro.

O compositor, intérprete e arranjador mineiro Wagner Tiso se apresenta como convidado de Maurício Tizumba no Conexão Telemig Celular de Música junto de um dos seus mais constantes e queridos colaboradores, o cellista Marcio Mallard. Este ano eles completam 35 anos de trabalhos juntos, e Marcio está sempre presente nos cds, trilhas e espetáculos.
Mineiro como Wagner, Mallard é considerado um dos maiores cellistas brasileiros, com inúmeros trabalhos em música de câmara, e como spalla da OSB. Neste show, a convite do "Mestre Tizumba", a dupla interpretará temas de Tom Jobim e Villa Lobos.
Vi lá no Despropósitos (vindo do Noa), achei a minha cara e, digamos, tomei emprestado:

Universe begins with U-N-I

11.11.02

Dando o recado:

E aí, blz ?

Estou atualizando meu diretório de blogs, o Blogalize. Hoje ele tem mais de 1200 blogs, esse final de semana tirei mais de 200 blogs que mudaram de endereço ou estavam parados a mais de 2 meses, mas ainda tem muita coisa pra consertar.

Estou fazendo essa revisão porque melhorei a forma de exibir esse blogs no meu site, além do pop-up que aparecia quando os usuários clicavam no link Blogalize, coloquei os blogs numa página em separado: http://www.interney.net/outrosblogs.php e também mostro em todas as páginas do meu site, do lado direito, um box com 5 blogs aleatórios, dependendo do dia seu blog pode aparecer de 10 a 100 vezes nesse box (+Blogs).

Gostaria que você conferisse o seu blog lá, caso estiver errado ou você não encontrar me envie seu blog clicando na opção "Coloque o seu blog aqui" essa opção está no box + Blogs que eu coloquei do lado direito com os 5 blogs aleatórios.

Se você puder divulgar esse novo diretório no seu blog avisando para as pessoas se cadastrarem eu agradeço também! :) Peça para elas entrarem em http://www.interney.net/ e clicarem no link "coloque o seu blog aqui" no box + Blogs.

[]'s

Edney Souza
http://www.interney.net/