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13.11.02

Minha saúde é boa, em geral.

Tenho três pequenos problemas apenas.

Todos irritantes e incômodos ao extremo.

Os três incuráveis.

Sim, meu amor, por mais inacreditável que pareça, por mais que você confie nas maravilhas prometidas pela medicina moderna, ela é incapaz de promover a cura de uma simples gripe, quanto mais a de três problemas que acometem, simultaneamente, uma habitante do terceiro mundo. Por favor, pára de brigar comigo cada vez que eu tenho uma crise, dizendo que eu tenho que procurar um médico.

Eles não podem me ajudar. Passam um tempão estudando, penduram um estetoscópio no pescoço, vestem branco e fazem aquela cara grave desprovida de compaixão quando me dizem: "Não, não podemos ajudar".

Há cura para ruga, para a impotência dos septuagenários, mas para mim não. Vivo cercada de medicamentos que apenas abrandam os desagradáveis sintomas e me mantêm refém. Até o dia da minha morte, amém. Até lá, os laboratórios farmacêuticos terão enriquecido um tantinho mais às custas do meu trabalho e do meu desespero.

E pedras para todo aquele que ousar falar mal do sacro-santo ofício.

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