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24.5.02

Uma voltinha rápida na vizinhança:

- Absurdo moderno: estão vendendo balinhas tic-tac embaladas individualmente (R$0,05 a unidade).
- Absurdo do passado: o açougue fecha das 12:00 às 15:00.
* Não importa se somos ricos ou pobres, instruídos ou não, dessa ou daquela raça, sexo ou religião, o que realmente todos nós desejamos é ser feliz e não sofrer.

* Mas, ao contrário dos sofrimentos da doença, da velhice e da morte, esses problemas [assassinatos, estrupos, exploração e abuso nos relacionamentos familiares e, em esferas mais amplas, o número crescente de jovens viciados em drogas e a forma como muitos maus casamentos afetam as crianças] não são por natureza inevitáveis.

* Uma revolução se faz necessária, e é uma revolução espiritual. Não importa se uma pessoa tem ou não uma crença religiosa. Mais importante é que seja boa.

* (...) amor, compaixão, paciência, tolerância, contentamento, noção de responsabilidade e de harmonia (...)

* [citando o erudito e médico Shantideva] Não há esperança de encontrarmos uma quantidade suficiente de couro que cubra toda a terra para que nunca espetemos nossos pés em espinhos. Mas basta um pedaço para cobrirmos as solas de nossos pés. Em outras palavras: nem sempre podemos mudar a nosso gosto a situação externa, mas podemos mudar nossa atitude.

* A base é a nossa capacidade para a empatia. À medida que transformamos essa capacidade em amor e compaixão, nossa prática da ética se desenvolve. E todos ganham em qualidade de vida e em felicidade - os outros e nós.

* [novamente citando Shantideva] É essencial quando se enfrentam dificuldades de qualquer espécie, não se deixar paralisar - ou corremos o risco de ser esmagados por elas. Em vez disso, utilizando nossas faculdades críticas, devemos examinar a natureza do problema. Se descobrimos que existe possibilidade de resolvê-lo por algum meio, a ansiedade é desnecessária. A atitude racional, então, é dedicar toda a energia para buscar esse meio e em seguida agir. Se, ao contrário, a natureza do problema não admite
solução, não há por que se preocupar. Se nada pode mudar a situação, preocupar-se só
piora as coisas.

* Os acontecimentos infelizes, apesar de serem potencialmente uma fonte de raiva e desespero, podem da mesma forma transformar-se em fonte de crescimento espiritual. O resultado vai depender de nossa forma de agir.

* Exercer nossa faculdade de julgamento no domínio da ética, por fim, implica assumir responsabilidades tanto por nossos atos quanto por aquilo que nos motiva a agir desta ou daquela maneira. Cada um de nossos atos afeta não só as pessoas mais próximas, como também reflete em nossos colegas de trabalho, nos amigos, na comunidade e, em última análise, no mundo em que todos vivemos.

* Mas não acredito que todos possam ou devam ser como Mahatma Gandhi e passem a viver como camponeses pobres. Uma dedicação assim é maravilhosa e deve ser admirada. Mas o lema é: "Tanto quanto pudermos" - sem chegar a extremos.

* Quando os meios de comunicação se concentram demais nos aspectos negativos da natureza humana, há o perigo de nos persuadirem de que a violência e a agressividade são as principais características do homem. Essa conclusão é um equívoco. Num determinado momento há milhões de atos de bondade acontecendo no mundo. Há muitos atos de violência sendo cometidos ao mesmo tempo, mas em número menor. Se a mídia quiser ser eticamente responsável, deve refletir sobre esse simples fato.

* O desafio do novo milênio é encontrar meios de obter uma cooperação internacional - ou melhor, intercomunitária - na qual a diversidade humana seja reconhecida e os direitos de todos sejam respeitados.


(trechos do livro Uma Ética para o Novo Milênio - Dalai Lama)

22.5.02

Li hoje no jornal e me lembrei, por motivos diferentes, da Meg e da Cláudia:

"(...)Afinal, um outro verso é conferido, ora a Caetano Veloso, ora a Fernando Pessoa, mas não pertence por direito a nenhum dos dois.

Trata-se de um verso de Os Argonautas, 'navegar é preciso, viver não é preciso', frase com que o general romano Pompeu tentou convencer seus soldados a embarcarem em mar proceloso levando trigo para Roma, então ameaçada por fome iminente. O romano recolheu o dito do grego, traduzindo-o para o latim desjeitoso que em tudo diferia do estilo elegante de César: 'navigare necesse est, vivere non necesse'."
A pele está ótima!
Os meus posts não estão aparecendo...

Será que este vai?
Dilúvio...
No mesmo dia em que peguei os discos na casa da minha mãe, acho que descobri porque nunca vesti a carapuça de que "toda mulher, no fundo, quer casar na igreja, vestida de noiva".

No meu do álbum de família, entre fotos com valor histórico, estava eu, lindona e banguela, aos 7 anos vestida caprichadamente de noiva para uma festa junina. Isso foi no tempo em que eu morava em 'Berlândia, do ladinho de 'Beraba, um pouco prá lá de Belzonte.

Foi aí que matei toda e qualquer vontade que pudesse aflorar no futuro.

Mas o que eu quero dizer de verdade é: Eu quero um scanner!!!
Fabrício é o nome do filho da minha irmã caçula. Seria o nome dela, caso não tivesse nascido rachada. Quando minha mãe engravidou dela, eu tinha uns três anos e ainda me lembro da sua barriga e de muita coisa que envolveu a gravidez e o nascimento. Eu fiquei fascinada porque a minha mãe tinha um bebê na barriga e queria um também. Então vivia o tempo todo com um travesseiro embolado por dentro da roupa. Assim travesseiro, na minha cabeça infantil, virou sinônimo de Fabrício.

Meu marido tem um afilhada, filha de um amigo dos tempos de colégio. Nossas duas famílias são amigas, embora nos vejamos com menos freqüência do que pede a vontade. Toda vez que íamos lá, tínhamos que explicar ao meu filho que era à casa da afilhada. E começava uma série de perguntas sobre grau de parentesco, sobre ser ou não primo... Até que uma vez resolvemos deixar barato e dizer que eles eram uma espécie de família escolhida, do coração. Foi natural, então, ver o garoto começar a referir-se àquela turma como "a familiada" (família de consideração + afilhada).

Só que, de repente, ele começou a comportar-se de forma estranha em relação ao compadre e à comadre e à prole. Ele não queria fazer mais as visitas nas quais sempre se divertiu muito com as crianças. Quando eles chegavam ou nos encontrávamos ao sabor do acaso, ele se escondia ou corria para longe. Ia além daquelas coisas desagradáveis que as crianças fazem e que deixam os pais querendo que o chão se abra (oh, yeah, mico não é exclusividade de pais). Parecia medo. E não havia Cristo que explicasse o porquê da mudança.

Até que um dia eu estava na cozinha e o moleque me chamou da sala porque ia começar o desenho do meu tempo (ahã, tem disso também) que eu adorava. Eu perguntei qual, um pouco para ganhar tempo, um pouco para puxar assunto e ver a quantas andava o conhecimento dele por minhas preferências. Ele respondeu que era aquele dos monstrinhos, da "familiada".

Quando cheguei na sala para ver do que ele estava falando foi que a ficha caiu. Da mesma forma que eu confundia travesseiro com Fabrício, ele associava "familiada" com Família Adams.

21.5.02

Está ficando complicado visitar o pessoal do blogspot...
Alguém sabe dizer (ou poderia me indicar um site onde eu possa encontrar) a correspondência entre cores e sentimentos? Algo como verde de raiva, amarelo de vergonha...
Trouxe da casa da minha mãe todos os LP's que ainda havia por lá. Ela queria se livrar deles e acho que somos os únicos da família que ainda temos toca-discos.

Durante um tempinho eles ficaram largados em um canto qualquer, porque eu estava sem condições de mexer em qualquer coisa que remotamente lembrasse cheiro de guardado e poeira. Pois avançamos na investida no último fim de semana.

Algumas preciosidades, muita bobagem, recordações de infância e adolescência, os sons que lembravam meu pai... Muito mais que uma seleção do que manteríamos e do que descartaríamos, uma atividade lúdica...

E misturado com aquele disco que sempre amei do Martinho ou da Gal ou do Chico e Caetano juntos ou da Clara Nunes, uns discos engraçados, com capas muito pitorescas. Acho que era uma fórmula comum nos anos 70: músicas que estavam fazendo sucesso no rádio regravadas por anônimos e agrupadas em 3 ou 4 numa mesma faixa. Na capa uma mulher bonita.

Daí, me deparei com o passado de O Clone.

A primeira beldade é de reconhecimento imediato.



A segunda só reconheci porque sabia de sua trajetória.



E você? Sabe quem é ela?

20.5.02

Todo mundo repete sobre o caminho do meio, mas nem sempre é fácil encontrá-lo.

Glória na recepção da academia. Sempre eficiente e simpática. Um tantinho mais atenciosa do que a exigência profissional, naquele ponto que tranforma um bom dia burocrático num desejo sincero de um dia agradável, uma providência a ser tomada num real desejo de ajudar.

Um dia, Glória de lenço na cabeça e sem sobrancelhas. O sorriso gentil de sempre. Meu bom dia caprichado. Eu sei. Ela sabe que eu sei.

Puxo assunto? Ofereço apoio? Intromissão? Omissão?

Não tem mais importância agora...
Só dou ouvidos a ditos populares quando me convêm. E hoje a situação foi extremamente conveniente.

O ditado: "Criança não mente."

A situação: "Mamãe, você com esta roupa está tão... tão... tão... Como é mesmo a palavra? Ah! Sexy!"

Nada mais adequado para se ouvir quando a roupa fica arrochada graças a uma retenção de líquidos típica da época do mês. Sim, estou falando daqueles dias em a percepção é alterada contra você e faz com que você se sinta a maior das barangas e tudo o que você quer é que seus esforços para melhorar a situação resultem em algum elogio espontâneo (e que pelo menos soe sincero). Para você, principalmente neste período do mês, e somente para você (jamais para a filha adolescente da sua amiga) deverão ser guardados adjetivos como avião.

Mulheres, eduquem seus filhos homens para reconhecer e dar a devida atenção a uma mulher com TPM. Ensinem a eles a esquecerem completamente as piadinhas de mau gosto, os risinhos mal-disfarçados, os ah-eu-sabia. Digam assim para eles: respeito é bom e a gente fêmea, especialmente às vésperas do sangue, gosta muito.

Por mais incompreensível que possa parecer ao raciocínio linear masculino, esclareçam por favor, companheiras, perdemos a concentração intelectual, reduzimos a produtividade, sentimos compulsão alimentar por doces e chocolate, alteramos o comportamtno sexual, sentimos náuseas, vomitamos, sentimos dores musculares e articulares, cefaléia, irritabilidade, raiva, ansiedade, depressão, cansaço, vemos aumentar as mamas e sentimos dores aí, sofremos distensão abdominal e somos infladas por gases não por gosto ou deliberado faniquito.

E também não somos uma raça mutante. É que antigamente, menstruava-se pela primeira vez aos 17 anos. Paria-se quase anualmente , amamentava-se muito. A bisa deve ter menstruado por três anos seguidos, no máximo. Nós, no século XXI, 25 anos a mais que isso.

Mães do meu Brasil, invistam na sensibilização dos machos das novas gerações. Expliquem que a cara de poucos amigos não quer dizer que algo grave aconteceu e que não é hora de puxar aquele papo sério que vem sendo adiado por tanto tempo. Colegas de sexo, deixem claro para seus filhos varões qual as conseqüências de não respeitar o silêncio amuado de uma mulher nos dias que antecedem sua menstruação.

Mas enquanto não chega a fase deles lidarem com suas próprias companheiras, Deus abençoe os filhos em fase edipiana!

19.5.02

A semana que passou não foi fácil.

A gripe que me deixou fora do ar teve que cantar para subir rapidinho porque uma montoeira de trabalho urgente apareceu. Entre mortos e feridos salvaram-se todos. Infelizmente tive que deixar este espaço para depois. Estou com várias coisas para responder e comentar. Tenho esperanças de conseguir fazer isso em breve.

Ontem, depois de entregar o tal trabalho, fui enxotar de vez a cara abatida com uma passada básica para revisão num salão. Uma tarde inteira de paparicos e embelezamento levantam até defunta. Nada como uma pele lisinha, unhas feitas e cabelos arrumados... Fiquei até me sentindo gente de novo. Não agüentava mais olhar no espelho e ver aquela figura desgrenhada, cheia de olheiras e meio verde.

Mas de nada adianta ficar toda linda dentro de casa. O mundo precisa ver! Fomos comemorar o aniversário de um amigo.

Ando com uma sensação estranha. Algumas vezes sinto falta do tipo de programa que eu fazia antes de ter filho. Aí, como ontem, vou a um lugar com o mesmo tipo de astral que me fazia falta e me sinto um peixe fora d'água. As pessoas sentadas conosco eram muito agradáveis, a música era boa, a cerveja estava gelada, o chope razoavelmente bem tirado e os petiscos OK. Mas era um point de azaração para adultos. Então o melhor foi abstrair o ambiente e curtir a nossa mesa apenas, porque aquilo de que eu sentia falta já não é mais para mim.