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3.5.02

Muito assunto para por em dia, mas estou exausta.

Mas não vou dormir ainda.

Hoje tem Os Normais!

30.4.02

Ontem chegou até nós uma caixa enorme enviada por um amigo dos EUA para nosso filho. Era uma montanha russa em miniatura do Mickey. Bem, miniatura se comparada com a original (se é que ela existe), porque ocupa agora uma boa parte da sala.

A montagem me consumiu das 18 às 23:30 de ontem. Era zilhões de trilhos, suportes, apoios, estrelinhas, conectores e nem sei mais o quê. Meu polegar direito, já carcomido por uma alergia desencadeada por qualquer coisa, desde tensão até detergente, tem agora um calo colossal.

Geralmente montagem de brinquedos e afins ficam a cargo da outra parte do casal. Sim, há um regimento não escrito por aqui. Nada muito rígido, mas geralmente sou eu que cozinho e ele que lava a louça. Eu leio histórias e ajudo em trabalhos manuais e deveres de casa e ele leva ao parquinho, joga bola, monta brinquedos.

Entretanto, depois da cirurgia no olho, meu amo e senhor ainda se recupera e tem tido dificuldades para enxergar de perto, o que inclui leitura de manuais e peças pentelhosamente pequenas.

Montado o brinquedo é realmente lindo. Sabe aqueles capacetes de mineiros com uma lanterna na altura da testa? Eu queria um daqueles com uma filmadora ou máquina fotográfica para instantes como o de hoje quando meu filho acordou e viu a parafernália montada na sala. Aí eu poderia mandar uma cópia para o Bruce agradecendo o presente. Ah, sim, junto iria uma foto do meu doloridíssimo calo.

É uma tremenda veleidade valorizar tanto um calo quando falo do nosso amigo que recentemente sofreu um grave acidente.

Oh, Senhor, me ajude a parar de adiar os telefonemas que preciso fazer!
Tudo começou com a compra da mesa-estante de computador. Ela ficou linda. E fez sobressair a inadequação de uma estante de livros que estava do outro lado do quarto.

Devo dizer que a tal estante já me incomodava há tempos. Ela estava pendurada acima da cabeceira da cama e os livros e aquelas coisas que a gente nunca sabe direito onde colocar iam se acumulando sobre ela. Além disso, o apartamento é antigo e em alguns pontos o emboço é frágil. Uma vez acordamos de madrugada com um barulho que custamos a identificar na escuridão. O giro-visão tinha despencado junto com TV e vídeo. Então era comum eu sonhar que morria sob uma pilha de jacarandá, reboco e livros.

Resolvi aproveitar um espaço morto do corredor para instalar algumas prateleiras e abolir o motivo dos meus pesadelos. E o conselho familiar arbitrou que a estante de jacarandá iria para o lugar de outras duas bem velhas que também não me agradavam e que ficavam atrapalhando a circulação. Só que o que estava nas estantes que seriam descartadas não cabiam na que entraria em seu lugar. E começou a ciranda de mexe e arruma que já dura umas duas semanas.

Resumindo a história, praticamente todos os armários, gavetas e estantes da casa foram visitados e reorganizados. A novela ainda não acabou, mas tudo está ficando mais bonito que antes. E muito mais racional também.

A verdade é que havia coisas guardadas em caixas desde que me mudei para cá. Muito foi para o lixo ou reencaminhado. A disposição de alguns móveis ainda refletia aquele momento de correria e improviso de condensar duas casas em uma, daquele instante de susto que acontece quando você decide morar com alguém, mas sente muita necessidade de agarrar-se a seus objetos pessoais para, de alguma forma, manter ainda o pé fincado na sua individualidade. Insegurança, acho.

Outro dia meu amo e senhor leu um texto que escrevi e disse que tinha muitas das idéias dele ali. Ele estava certo. Fiquei calada, mas lembrei de uma cena de novela. Uma mulher falava que seu sonho era viver uma história como a de um casal que ela conhecia, juntos há décadas. A esposa contava um sonho para um casal amigo. Ao terminar o esposo observou que era ele quem tinha sonhado aquilo. A mulher que contava a história observava que este era o verdadeiro amor, a perfeita comunhão, quando até os sonhos se misturavam.

Nossas coisas estão sendo arrumadas. Nossa casa tem mais a nossa cara.

OK, OK... Seus discos são intocáveis e meu candidato continua sendo o Lula.

29.4.02

Um porta-retrato com a foto do artesão que o fez; um cesto de papelzinho para rascunho e post-it com uma menina super-poderosa; um calendário 2002 com fotos dos EUA sacadas por meu amo e senhor na viagem do ano passado; uma caixinha redonda ilustrada com um anjinho sentado nas costas de um leão; um porta-incenso com motivos africanos; um conjunto de caixas de som que devo instalar ainda hoje; brindes do kinder ovo: um guerreiro zulu, um tubarão roxo articulado, uma árvore onde está pousada uma cacatua, um fantasminha fosforescente, uma jumenta que se desmonta e tem um jumentinho na barriga; um monstrinho verde transparente da Coca-Cola; uma caixinha minúscula de madeira que ao ser aberta mostra uma joaninha e a frase "I Love You"; muitos livros CDs e cadernos; um cinzeiro; outro calendário; uma máquina fotográfica digital abandonada; um vidro com um boneco de fofíssimo de tecido cheio de frases esquisitas como "Eu não faço nada sozinho. Dependo do meu Criador"; outro porta-incenso; pastas com documentos já organizados; documentos não organizados; folhas, cartões, etiquetas para impressão...

E, no meio de tudo isso, computador e impressora...
Não consigo tirar os olhos de

28.4.02

DERIVA


[Do fr. dérive.]
S. f.
1. Desvio que um instrumento sofre com o tempo, a partir do ponto de repouso, quando a variável medida e as condições ambientes permanecem constantes.
2. Cronol. Variação progressiva de marcha de um relógio.
3. E. Ling. Na evolução de uma língua, a direção para a qual parecem apontar diversas mudanças não relacionadas; conspiração. [A partir do séc. XVI, p. ex., diferentes modificações no português, como a ditongação (mã-o > mão) e a contração de vogais (que-ente > quente), tiveram como resultado a eliminação dos muitos hiatos do galego-português.]

* Deriva dos continentes. Geofís.
1. Fenômeno pelo qual os continentes se deslocam sobre a superfície terrestre, como que flutuando sobre o magma.

* À deriva.
1. Sem rumo; solto, perdido; arrastado, levado

(Retirado do meu pai, o dos burros, o Aurélio)
Ódio é aquilo que você sente quando se percebe numa situação desfavorável e sabe que não há ninguém para culpar além de si mesma.

Meu pai tinha uma frase ótima para a posição em que me encontro, mas ela é impublicável. Bem, acho que dá para entender se eu disser que terminava assim: "... e ainda pedir desculpas por estar de costas".