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17.10.01

Grande noite!

A idéia era homenagear o patriarca César Faria e o que se viu foi um desfile de talento de três gerações mais convidados especialíssimos apresentados pela simpatia de Sérgio Cabral (o pai, evidentemente). Entre sambas e choros, foram relembrados Jacob do Bandolim e Pixinguinha e “causos” deliciosos saiam a toda hora da boca de Sérgio entre um e outro gole de cerveja.

Paulinho da Viola desfilou sua elegância de sempre e, como não poderia deixar de ser, no final o povo cantou junto Um Rio Que Passou em Minha Vida. O público lotou o Sesc Copacabana e participou ativamente do espetáculo que parecia um encontro musical na sala de visitas de alguém. Vaiaram quem esqueceu o celular ligado, fizeram perguntas ao jornalista que é um arquivo vivo da música brasileira, ovacionaram com vontade. Teve até quem cometesse a maior das heresias, pedindo que Paulinho homenageasse o Império Serrano.

O neto de “seu” César, João, segundo as certeiras palavras de Cabral, é de linhagem duplamente nobre: de um lado os Faria, de outro os Rabello (Paulinho é casado com a irmã de Rafael).

Outro objetivo do show era reviver uma famosa noite do Época de Ouro, no Teatro Lagoa, em 1974, considerada um marco do renascimento do choro. O espetáculo chamava-se Sarau, mesmo nome do primeiro grupo a se apresentar na noite de ontem. E, claro, o Época de Ouro se fez presente, com Bruno Rian (filho de Déo, que integrava o grupo naquele ano) substituindo Ronaldo do Bandolim.

Esses shows no Sesc têm sido maravilhosos. A qualidade musical é de primeiríssima, os convidados são a elite da elite e o espaço é calorosamente pequeno, permitindo à platéia sentir-se no palco. Dá para ouvir os músicos conversando entre os números e combinando surpresinhas.

E na próxima terça tem mais...

Melhor que isso só a companhia de uma amigo que veio de longe para, mais uma vez, aproveitar é deleitar-se com a cultura brasileira. Carne seca com farofa, feijão amigo e chope testemunharam uma conversa animada sobre música, cinema, trabalho, mercado e até uma triste visão interna do pesadelo.


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