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2.6.03

A cenografia da violência na capital que é internacionalmente símbolo do País tem mais visibilidade, ressalta ele [coronel José Vicente da Silva Filho]. "Mesmo um crime que não tem a ver com o tráfico é tratado de um jeito que acaba dando a impressão de que a cidade está contaminada, dominada. O conjunto se torna até meio teatral devido às ações executadas pelos traficantes, que acabam reforçando esta situação", analisa Vicente.

Para o ex-secretário, a quantidade de assaltos e mortes não difere de centros urbanos como São Paulo e Vitória. "A cobertura é injusta para
o Rio na proporção do que acontece em outras capitais. Está havendo uma espécie de demonização. A situação no Rio é grave, como é grave em São Paulo e em outras cidades."


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A juíza aposentada e deputada federal Denise Frossard (PSDB-RJ) acredita que o crime organizado tem tudo a ver com a violência do cotidiano. "Ao contrário do que se diz, não é um poder paralelo, antes fosse. É um poder transversal. Há um momento em que essa criminalidade cruza com o Estado constitucional pela corrupção. Esse mau exemplo passa para toda a sociedade", acredita Denise. "Com esse desarranjo no andar de cima, a base agrega o valor da impunidade", diz. O juiz Wálter Maierovitch, ex-secretário Nacional Antidrogas e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, aponta que a chave do enigma passa por abrir a "caixa preta" das polícias. Os níveis de violência no Brasil são comparáveis aos de zonas de guerra ou à situação em Israel e nos territórios palestinos. É o que diz o último relatório da Anistia Internacional, espécie de guardiã dos direitos humanos no planeta. De acordo com o relatório, entre janeiro e outubro de 2002, 703 pessoas foram mortas pela polícia em São Paulo.


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