
(Trechos do depoimento do jornalista Brício Filho, publicado no Jornal do Brasil, em 27 de setembro de 1928)
O nome Leblon surgiu por causa de um francês, seu primeiro morador, acabou se estendendo ao quilombo e mais tarde ao bairro, hoje um dos mais conhecidos da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
O terreno pertencia ao fabricante de malas português José de Seixas Magalhães. Ele foi adquirido em 1881 como parte de uma dívida hipotecária na qual José Seixas era credor, e possuia uma extensão de dois milhões e setecentos mil metros quadrados. Onde existia a casa principal do quilombo, hoje fica o Clube Campestre Guanabara, na rua seu saída Alberto Rangel, 71, no Alto Leblon, um ponto, sem dúvida, estratégico, que oferecia o necessário isolamento e grande proteção natural. O território oficial do quilombo do Leblon, em síntese, era: desde a praia do Leblon até um pouco além do Clube Guanabara, chegando quase na atual Rua Timóteo da Costa e, por dentro, até a pedra Dois Irmãos.
Preconceitos e mais preconceitos
Como a princesa Isabel e as damas mais importantes enfeitassem o colo com camélias abolicionistas, os inimigos do regime logo afetaram grande escândalo moral, tentando assim ganhar a simpatia dos escravocratas. Silva Jardim, por exemplo, bate forte na tecla dos bons costumes: "(...) homens sérios querem ser seriamente representados, e não por quarentonas que desconhecem a própria idade, o próprio sexo, a própria posição... Batalha de flores! Cuidado, Senhora! que estas flores não se vos tornem demasiado encarnadas, que elas se não vos tornem vermelhas!"
Um achado
O Museu do Negro está situado no conjunto arquitetônico do século XVIII na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, fundada pelos alforriados e escravos, e que tem profundos vínculos com fatos históricos da vida desta cidade.
O museu foi tombado em 1937 reunindo instrumentos da escravidão, móveis, documentos, estandartes, bandeiras abolicionistas, livros, fotografias de homes que se celebrizaram no campanha da abolição como: Luiz Gama, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Castro Alves, André Rebouças, Cuz e Sousa e outros.
No ano de 2000 sofreu estrutura museológica com exposições permanentes e temporárias abordando temas desde o negro arrancado de sua terra, aviltado no trabalho escravo e sofrendo discriminações até hoje na sociedade, mas preservando as tradições culturais e artísticas.
A partir de 2001 foram criados: o Setor Museu da Educação, o Museu Itinerante, o Projeto de Incentivo à Arte, a Sala de Orientação Bibliográfica e a Lojinha do Museu.
2004 - Ano Internacional da Luta Contra a Escravidão
"Esta comemoração não é apenas um ato de solidariedade histórica para com as vítimas de uma terrível injustiça e para com aqueles que combateram por sua liberdade e seus direitos, como também é um ato de reafirmação do combate ainda em curso contra toda as formas de recismo, discriminação, xenofobia, intolerância e injustiça."
(Koichiro Matsuura - Diretor Geral da UNESCO)
Não é incrível que eu tenha descoberto tudo isso num trabalho escolar do meu filho que está cursando a 3ª série?
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