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12.8.04

Estou tomando um capuccino mentolado. É ruim, mas é bom.

Cheia de coisa pra fazer e pensando besteiras. Como o fato de que algumas pessoas são coisas que não aparentam, ou que não aparentam mais ou até que aparentam, mas elas adorariam poder disfarçar. Essas características estão impressas em seu perispírito.

Quer alguns exemplos?

Um gordo de alma sempre tem na bolsa uma balinha, um bombonzinho ou qualquer outro docinho sempre no diminutivo. Ninguém vai ter pra você uma recita de bolo de chocolate melhor do que a dele. Aliás, obesos de espírito são, geralmente, excelentes cozinheiros e adoram expressar seus afetos preparando quitutes para seus queridos. São os maiores consumidores do paradoxo conhecido como refrigerante light.

O gago, mesmo quando o quiquiqui está só na aura, tem as unhas roídas, os cabelos oleosos e, conseqüente ou coincidentemente, espinhas nas costas. Ele sua muito.

Um galináceo tem em seu halo luminoso as roupas que considera mais finas (isso pode variar de Armani à camisa aberta com medalão no peito) e se trata muitíssiomo bem. E exige o mesmo dos outros, embora poucas vezes esteja disposto a sequer ouvir das necessidades alheias. Dirige o carro mais caro que seu dinheiro pode comprar. Tem a mina de fé que ele freqüentemente induz a não usar maquiagem, não cortar o cabelo e se vistir com coisas parecidas com saco de estopas desde que sejam bem compridas. E ela há de vê-lo como um Amex (não sai de casa sem ele) funcionando como porto seguro quando ele está cansado, porque galiforme que é galiforme considera que figurinha repetida não completa álbum e que a fila tem que andar. Ela é uma espécime vinda de rebanho. Enquanto ela prepara o jantar dele, ele avança sobre as matilhas ou lagos onde jacaré nada de costas.

O corno - perdoem a redundância - é manso. E flácido.

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