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7.7.06

JAZZ & CINEMA – CINEMA & JAZZ
Por Ricardo Soneto

Música e cinema sempre estiveram relacionados. Mesmo os filmes mudos ganhavam mais intensidade e drama com a presença de um pianista ao lado da tela. Jazz & Cinema – Cinema & Jazz pretende ir além dos aspectos evidentes dessa relação e apresentar uma perspectiva inédita sobre o convívio direto de duas artes que só poderiam ter sido criadas no século XX. Sim, porque ambas dependiam de tecnologia (projetores, fonógrafos etc), tiveram um desenvolvimento intenso e, eis o aspecto pouco abordado, se comunicaram de modo curioso. Máquinas de soundies; filmes de “cinescópios”; shows registrados em novas formas; cine-biografias; influência no amadurecimento das trilhas sonoras; documentários explorando vários estilos e figuras de destaque do gênero.

Em 1989 os jornalistas franceses Arnaud & Chesnel escreveram: "Nascidos ao mesmo tempo – a ponto de se poder falar de 'sétima e oitava artes' –, o cinema e o jazz deram uma cadência ao século XX, cada qual pelo seu lado, sem se preocupar demasiado um com o outro. Mas os seus encontros, geralmente devidos ao acaso ou à necessidade, renderam uma beleza difícil de ser ignorada. É por um duplo paradoxo que essa relação se inicia: o primeiro filme sonoro é The Jazz Singer, comédia musical do obscuro Alan Crosland… Contudo não se trata, na realidade, de jazz (e sim vaundeville) e o herói – o cantor popular Al Jolson – é um 'falso negro', como o provam as latas de graxa da época. Três anos depois sai The King of Jazz, cujo herói não é evidentemente Louis Armstrong – a quem cabe o papel de canibal perseguindo Betty Boop nos desenhos animados (alias hilariantes) dos irmãos Fleischer -, e sim o pálido Paul Whiteman. Será preciso esperar pelo belíssimo Hallelujah (1931) de King Vidor, primeiro filme falado de alto nível, para que a música afro-americana (ou seja, blues, honky-tonk e sobretudo, gospel, com uma soberba partitura de Irving Berlin) seja tratada com respeito, apesar das personagens encarnarem clichês bastante pesados. Mas, a partir daí, o jazz torna-se indispensável dos dois lados da câmera desde que se trate de ilustrar um fragmento da vida noturna americana. Intervirá de forma bem distinta, à frente ou atrás da câmera."

O curso JAZZ & CINEMA – CINEMA & JAZZ, pretende explorar todos os aspectos desses encontros.

-A primeira aula observará a produção de filmes para as máquinas de soundies;
-A segunda exibirá os "cinescópios", responsáveis por alguns dos melhores registros da história do gênero;
-A terceira mostrará formatos diversos, como cartoons, por exemplo;
-A quarta aula discutirá as cine-biografias;
-A quinta será dedicada as trilhas sonoras jazzísticas (com algumas surpresas);
-A sexta analisará os documentários
-E, finalmente, a sétima aula, que pretende encerrar o curso a partir das dúvidas e questões levantadas pelos próprios alunos.

Enfim, Jazz & Cinema – Cinema & Jazz pretende ensinar uma forma original de apreciar o jazz, através de imagens, e também possibilitar uma reflexão única sobre o poder do cinema para a preservação e invenção. Um curso para olhos e ouvidos atentos.


QUANDO E ONDE:
A partir de 14 de julho
Sextas-feiras, às 19h30


PROJETO: LABORATÓRIO ESTAÇÃO
Local: Grupo Estação - Rua Voluntários da Pátria, 53
Botafogo, Rio de Janeiro
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
Custo: R$180
Aceita-se cartão de crédito VISA ou VISA ELETRON
- Email com nome completo, telefone e curso escolhido para:
laboratorioestacao@gmail.com

OU
- Grupo Estação: Rua Voluntários da Pátria, 53 - Botafogo (ao lado do metrô)
Segunda a sexta, 14h às 18h. Tel. 2539 1505

OU
- Livraria Dantes – Cine Odeon BR – Pça. Floriano, 7 - Cinelândia
Tel. 2240 2920

FORMAS DE PAGAMENTO:
deposito bancário, cartão de crédito ou de débito VISA, cheque ou dinheiro

-OUVINDO CRIATIVAMENTE: COMPREENDENDO O JAZZ-
"AFINAL, O JAZZ É MAIS DIVERTIDO PARA QUEM TOCA DO QUE PARA QUEM OUVE ?"

Já faz mais de duas décadas que essa pergunta intrigante me foi feita por um amigo. Na hora não soube responder. De fato, levei anos para ter uma resposta satisfatória. O curso OUVINDO CRIATIVAMENTE: COMPREENDENDO O JAZZ é o resultado dessa resposta, obtida através de uma série de observações precisas e muita pesquisa. Algumas conclusões: o ouvinte novo, de modo geral, gosta do que ouve, mas tem uma grande curiosidade em saber o que exatamente está ouvindo. Sendo o jazz, ao mesmo tempo, uma atividade lúdica e intelectual, seu grau de apreciação é determinado pela quantidade de conhecimento que se tem. Mais: num gênero com uma história tão complexa, tão fragmentado em estilos, um bom encaminhamento é indispensável.

OUVINDO CRIATIVAMENTE: COMPREENDENDO O JAZZ é um curso exclusivo para ouvintes, tenham eles formação musical ou não. Seu objetivo é tornar o aluno capaz de desenvolver uma apreciação pessoal do que mais o agradar. Conhecendo melhor o jazz ele pode vir, por exemplo, a gostar de swing mas detestar fusion, ou achar Horace Silver melhor que Herbie Hancock etc. Não importa. Será sempre o seu próprio gosto, bem desenvolvido, que irá direcioná-lo.

Tenho muita confiança nos resultados desse curso. Uma apresentação honesta, produtiva e, porque não dizer, divertida. Sua eficiência foi comprovada no CCBB, em 1991, quando foi ministrado pela primeira vez. De lá para cá, como uma banda de um homem só, teve uma vida itinerante de sucesso discreto.

Sua estrutura se baseia em oito módulos, distribuídos em três partes:

PRIMEIRA PARTE: A AUDIÇÃO
Os cursos tradicionais de jazz preferem explicar o gênero através da sua linha histórica evolutiva. Não escapei muito desse modelo (como será visto mais adiante). Mas dei mais importância em “instrumentalizar” logo o aluno com uma série de conhecimentos básicos que já o tornassem apto à uma audição ativa e refletida. Tais fundamentos são mostrados em três aulas. São elas:
1- OUÇA A MÚSICA DO ELEVADOR
2- A ORDEM & O CAOS
3- O CONCEITO DA SOCIEDADE IDEAL

SEGUNDA PARTE: A HISTÓRIA
Em duas aulas seguimos o modelo histórico tradicional. Tradicional e inevitável, pois o jazz possui uma história inquieta, que produziu uma cornucópia de estilos, formas e modos. Para tratarmos dessa evolução histórica optei por estruturá-la na linha de tempo da vida de dois artistas fundamentais e, em vários aspectos, responsáveis por muitas dessas revoluções dentro do gênero. São eles:
4- LOUIS ARMSTRONG E A LINHA DE TEMPO CLÁSSICA
5- MILES DAVIS E A LINHA DE TEMPO MODERNA

TERCEIRA PARTE: PERSPECTIVAS
A parte final do curso estabelece algumas extensões para o fortalecimento de muitos dos conceitos apresentados nas outras aulas. Aqui temos três elementos básicos: um músico expressivo dentro do gênero, um selo importante e, o nosso objetivo final, o próprio aluno.
6- DUKE ELLINGTON & O ESTILO
7- A BLUE NOTE & A ESTÉTICA
8- FAZENDO O VÔO SOLITÁRIO

Há quinze anos me dedico em aperfeiçoar esse curso, desde a sua estréia no CCBB. Permita-me convidá-lo. Creio que será uma grata surpresa, e eu terei a chance de ampliar o número de fãs de jazz, o que sempre foi meu objetivo.

Ah! A resposta:

"O JAZZ É TÃO DIVERTIDO PARA QUEM OUVE COMO PARA QUEM TOCA, DESDE QUE O OUVINTE SEJA TÃO CRIATIVO QUANTO O MÚSICO!"


Seu professor de jazz e amigo

RICARDO SONETO
QUANDO E ONDE:
A partir de 28 de Agosto até 27 de Setembro.
Segundas e quartas (menos nos dias 18 e 25 de setembro), 19h às 22h


PROJETO: FAÇA CULTCOM – Senac Rio
Local: Senac Rio - Rua Pompeu Loureiro, 45
Copacabana, Rio de Janeiro
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
Custo: R$320 (cheque- 02x160 / cartão- 05x64, sem juros)
Aceita-se cartão de crédito Visa ou Mastercard


Tel: 2545-4848 (ou 3138-1000)


Sobre o professor:
RICARDO SONETO é jornalista e roteirista especializado em Jazz e artes narrativas.Em 2003 realizou a curadoria do projeto CINE TIM, criado para o primeiro TIM FESTIVAL. Para isso, selecionou e trouxe seis horas de alguns dos melhores filmes de jazz da coleção de Michael Chertok para exibição no festival. Em 1989 e 1991 participou como tradutor e co-apresentador da Mostra FREE JAZZ FILMS, uma realização da Produtora Dueto, no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Centro Cultural do Banco Brasil, criou e ministrou os cursos OUVIR & ENTENDER JAZZ (1991) e A GRANDE CANÇÃO AMERICANA (1992), além de produzir a mostra JAZZ CINE FESTIVAL (1995) que reuniu pela primeira vez os dois maiores colecionadores de filmes de jazz do mundo (Michael Chertok e Mark Cantor) em um único projeto. Coleciona também diversas colaborações eventuais com o Centro Cultural do Banco do Brasil, tendo sido a última a consultoria da mostra ENCONTRO COM SONDHEIM (2005), com uma completa seleção de shows e filmes do compositor americano.


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