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12.2.07

Sobre a pena capital

Como todo mundo, fiquei estarrecida com o brutal assassinato do Joãozinho.
Mas hoje, começaram a chegar aqueles e-mail que pipocam na caixa postal quando coisas desse tipo acontecem. São sempre os mesmos, o discurso é sempre igual.
Um amigo me enviou um convite para participar de uma comunidade que pregava o "olho por olho, dente por dente".
Eis o que respondi:

Obrigada pelo convite, mas não posso aceitar. Estou super-revoltada com esse crime. Sou super a favor de punição rigorosa para os criminosos. Mas olho por olho dente por dente, como dizia Gandhi, gera uma terra de cegos banguelas. (...) Bom, estou fora de qualquer coisa que me faça ficar minimamente parecida com esses monstros. Pena de morte, além de não resolver, nivela a todos por baixo.

Mas mensagens com o mesmo teor parecem brotar dos bueiros, então prefiro as palavras do Fausto Wolff:

Dizem que, durante uma entrevista na TV, Sandra Cavalcanti defendeu a pena de morte. Jaguar, um dos entrevistadores, teria perguntado: - O que a senhora sugere: garrote vil, afogamento, decapitação ou fogueira?

Sempre fui contra a pena de morte e passei a achar que os Estados Unidos eram governados por psicopatas quando, ainda garoto, soube que Ethel Rosemberg fora assassinada pela Justiça americana na cadeira elétrica. Era pequenininha e aqueles cintos de couro e metal não apertaram bem suas pernas. Ainda viva foi eletrocutada novamente, ocasião em que sua cabeça quase pegou fogo. Mais tarde fui a favor da pena de morte para os que eram a favor da pena de morte. Depois mudei de idéia. Não se pode matar alguém apenas por ser burro, caso contrário nem teríamos gente aparecendo na TV.

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