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24.3.02

Está em diversas análises sobre a TV aberta brasileira: há um problema de audiência no horário das sete da noite na Globo.

Os executivos queimam as pestanas para arranjar atrações que fisguem principalmente os jovens e as mulheres. Esse é o erro, meus caros.

Domenico de Masi, em sua entrevista à revista Veja desta semana, afirma que "os produtos surgem para ocupar lacunas de mercado. O chefe tem de estar ciente da visão do mercado, circular, conhecer outros lugares, outras pessoas." Se os todo-poderosos da TV estivessem em casa típica nesse momento, veriam que as mulheres, nessa hora, estão encarando o segundo round: lêem as agendas e os cadernos dos filhos que chegaram da escola, estão envolvidas com o jantar, ajeitam a casa, enfim, tentam pôr ordem no galinheiro. Os jovens, por sua vez, estão provavelmente estão fazendo sua parte, conforme lhes foi ensinado na perpetuação de modelos não questionados, ouvindo música, telefonando para os amigos e tentando driblar aquela chata que fica mandando que tomem banho ou façam suas tarefas escolares.

Quem está sentado diante da TV? O rei, claro. É ele que costuma engrossar a audiência de programas como Cidade Alerta, ou seja lá como se chama aquela atração estranha. Ele não liga a mínima para os desejos de mulher, aquele ser humano estranho que insiste em resmungar por ajuda. Para ele deveriam voltar-se as produções do horário, portanto.

Então, quando a coitada finalmente termina o terceiro turno e senta-se para assistir TV nas noites de quarta-feira ou depois de lavar toda a louça do trabalhoso almoção de domingo, o que vê? Futebol! O que lhe resta? O SBT, evidentemente.

E depois a Globo reclama.

Só eu não posso reclamar, já que sempre posso fugir para o cabo e porque o roteiro por aqui é outro.

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