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12.6.02

Você não vai lembrar. Para falar a verdade nem sei se percebeu. Porque este também é um de seus encantos: fazer magia sem sequer se dar conta.

Era uma destas festas infantis em que os animadores insistem para que os convidados adultos também brinquem. E quem está de bem com a vida, geralmente faz um doce, finge certa contrariedade, mas cai na farra e se diverte.

Havia uma plataforma de madeira no chão onde as crianças aprontavam. Uns 12 metros quadrados talvez. Mas não havia ninguém com menos de 16 anos por ali. Apenas casais. Alguns formados ali naquele momento para a brincadeira, outros namorados, noivos, amásios, casados...

O jogo consistia em separar os pares e cada um tinha que dançar para longe do parceiro. As animadoras ficavam ali pelo meio para garantir a distância regulamentar. Quando a música parasse, um tinha que ir na direção do outro e abraçá-lo. O casal que se unisse por último em cada rodada era retirado do jogo. Era preciso manter a concentração e a sintonia com o parceiro. Olho no olho era fundamental.

Assim saíram imediatamente os casais formados para a ocasião, depois os namoricadores, foram-se os pares em atrito... E estávamos, por fim, eu e meu cavalheiro e os avós maternos da aniversariante sobre o tablado. E por me dar conta do que aquilo representava e porque era mesmo para ser assim, a música parou e eu não estava tão atenta. O outro casal se abraçou primeiro e comemoraram a vitória com beijinhos e risinhos. E eu fiquei olhando meio abobalhada porque apenas 30 anos de um casamento feliz e cúmplice tinha conseguido abater nossa dupla. E eu vi o carinho transbordando na comemoração de nossos adversários e pensei que se apenas aqueles dois tinham conseguido superar nossa harmonia, havia algo realmente significativo e especial entre nós.

E talvez pouquíssima gente entenda esta história.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

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