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3.9.02

Quando Minority Report foi lançado nos EUA chegaram até aqui duas impressões bem diversas. Primeiro li no jornal uma defesa entusiasmada do Gerald Thomas e depois li a Fer no Cinefilia não tão animada. Comentei por lá que aquele contraste estava me deixando curiosa.

Além disso, o ex-marido da Fernanda Torres usava adjetivos como genial e referia-se ao filme como obra-prima. Se ele gostava tanto a possibilidade de eu detestar era enorme.

O filme estreou em terras tupiniquins e por motivos que não vêm ao caso, acabei adiando essa minha ida ao cinema. Mas meu encontro com Spielberg e Tom Cruise aconteceu neste último final de semana.

Hoje lendo (por que será que insisto?) a coluna do Thomas me deparo com: Fico triste quando vejo que Minority Report, do Spielberg, está definhando por pura falta de cultura daqueles que fazem crítica de cinema. Ignoram o mosaico que Spielberg monta, homenageando a arte moderna americana e recriando o paradoxo futurista que Burgess e Kubrick já haviam montado, em Laranja Mecânica. Spielberg, assim, como Picasso, pintou com extrema perfeição a mais deliberada imperfeição.

Penso no por quê de o que é para mim uma seqüência insuportável de déjà vu parecer genial para alguém. O filme é uma enorme bobagem, aos meus olhos, com seqüências e idéias chupadas de milhares de filmes que a gente já enjoou de ver. Quando se é uma alma generosa ou se está querendo aparecer simplesmente discordando da opinião geral, a falta de imaginação pode ser chamada de citação, homenagem, colagem, revisão, o escambau... Ainda que seja necessário ignorar furos enormes no roteiro, a sempre dispensável escatologia e a banalidade da conclusão.

Voltei para casa achando que tinha perdido meu tempo e meu dinheiro. Ricardo concorda com Gerald Thomas. Mas a gente geralmente discorda no departamento de artes.

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