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1.11.02

Dona Vida, o negócio é o seguinte:

Tenho enfrentado com a cabeça erguida e, na medida do possível, bom humor tudo, tudo, todos os sapinhos e sapões que a senhora tem colocado no meu caminho para eu engolir. E eles não tem sido poucos nem pequenos nos últimos tempos. Finjo que não vejo que quem me chama de medrosa é justamente quem estava com a cabeça enfiada debaixo das cobertas quando o bicho pegou e eu tive que segurar as pontas. Sozinha! Tenho sido brava, corajosa, compreensiva, silenciando tudo o que a natureza me impele a gritar. Sou solidária e companheira. Já engoli lágrimas suficientes para afogar muita gente que faz pose de duro na queda. Cultivei amores natimortos e paguei caro por eles sem desanimar. Faço vista grossa à injustiça, à falta de reconhecimento, ao silêncio. Perdôo sem que o pedido de desculpas jamais venha. Disfarço as puxadas de tapete brincando de tapete voador.

Sabe o que é, Dona Vida? Cansei.

Agora é a hora da pomba-gira!

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