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31.3.03

Ráutchubi a carioca II

Olha, eu sou dura na queda, mas ando bem balançada. Tenho recebido e-mails de pessoas dos EUA que viram um programa que passou aí com aquele meu amigo que foi assassinado em janeiro. No fim do tal programa (minha irmã e o irmão dele, com quem ela é casada, acabaram de receber uma cópia em fita) há uma nota dizendo que ele faleceu pouco depois da gravação. É onde ele aparece como o carioca típico, feliz, em boa forma, trabalhando duro como professor de Educação Física, aproveitando a vida... As pessoas vêem aquele homem lindo, sarado, contente que só ele e logo depois uma nota sobre sua morte e correm para a Internet para saber o que houve e acabam me encontrando no blog. Como explicar que agora ser carioca típico também implica em morrer assasinado sem razão?

Ontem eu fui à missa de sétimo dia da Gabriela, a menina que morreu ao ser atingida por uma bala perdida durante um assalto a uma estação do metrô. Fui pelo Fábio, fui porque como mãe não consigo alcançar o que seja a dor de pais que perdem uma filha desta maneira estúpida, fui porque o assassinato aconteceu na minha estação de metrô, fui porque eu amo esta terra - caramba! - e quero andar pela rua (e estar em casa) com segurança.

Além de uma visível consternação de todos, havia no ar um clamor pelas providências,
pela punição dura dos culpados, por mais que uma mensagem de pêsames por parte da governadora mentiRosinha. Por todo lado lágrimas, branco e revolta.

Ainda durante a celebração da missa (na verdade, um culto ecumênico) foram anunciadas mais duas cerimônias-manifesto (uma pelo juiz assassinado no ES - dia 3/4 paróquia N. S. de Loudes em Vila Isabel; outra pela paz em geral - próximo sábado, a partir das 10:00 na Praça Saens Peña). Devo ir também às duas.

Porque há pouco mais a fezer além de prestar muita atenção para as próximas eleições e continuar se manifestando, mostrando o profundo descontentamento, protestando e rezando, rezando muito, muito, muito...

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