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14.1.04

Escrevi isso no século passado, quando tinha a idade do título. Reproduzo aqui para ela:

19 anos


São tantas as perguntas que ficam ecoando na nossa cabeça sem resposta. E se multiplicam e se adicionam e se entrelaçam e ficam cada vez mais complexas.

Será que a gente está batalhando pela coisa certa? Será que a gente está do lado certo da batalha? Quem são os nossos aliados? Quem são os nossos inimigos?

Na hora que a gente encosta a cabeça no travesseiro elas falam mais alto! Gritam mesmo. Até se misturarem aos sonhos e ficam mais confusas no dia seguinte. Não dá para dizer exatamente qual é o problema, mas a gente sabe que ele existe.

A gente fica procurando a essência, a nossa essência, o início de tudo. É duro ver que muito se perdeu e se confundiu com a poeira da estrada. Será que isso é amadurecer? Aí, a gente se sente culpado porque não é mais adolescente e não é mais tempo de vacilar na hora das decisões.

Mas o que fazer se o mundo nos abre tantas portas para caminhos que seguem em direções tão diferentes?

Não dá mais para parar para chorar e aquelas velhas amizades do tempo de colégio não têm mais tempo para ouvir os seus problemas.

Cada um tem seus próprios problemas e agora a palavra amizade tem outro significado. A gente é arrancado de onde sempre foi e jogado na vida, mais isso é opção e tudo o que se podia almejar.

Ser independente e livre tem o seu preço.

Ser livre é também ser só, porque a liberdade machuca quem não a tem e essas pessoas ainda são influentes na opinião de quem nos cerca aqui fora e, porque não dizer, em nós mesmos.

O segredo, acho, é não ceder um palmo sequer do que se é, porque quando você cede um pouco para se adaptar, te cobram mais e mais. E cá estou, buscando a mim mesma, nas folhas em branco de um caderno velho, sem ter alguém com quem dividir.

Por que é tão difícil ser feliz? Esse deveria ser um direito de todos.

Sinto falta, muita falta dessa pessoa para compartilhar alegrias e tristezas e fica cada vez mais difícil porque a cada bofetão eu me fecho mais e acredito menos nas pessoas.

E se por acaso um amigo estiver cara a cara comigo, já não sei se serei capaz de reconhecê-lo.

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E apesar de eu ter lido dia desses que os sábios procuram aprender e os ignorantes tentam ensinar, só queria complementar este texto antigo dizendo que essa história está tendo um final, ou melhor, desdobramento feliz.

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