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14.1.04

O Vulcão e a Angústia Existencial



O Grito
Edward Munch
1893


As coisas, muitas vezes, tem explicações ao mesmo tempo simples e fascinantes. E quando assim o é, depois que descobrimos a verdade pensamos no tempo que nos detivemos em elocubrações e como podemos ser criativos para tentar adivinhar intenções alheias, freqüentemente projetando muito de nós mesmos.

Penso nisso quando acho um recorte de jornal. Manias todos temos. Alguns muitas, outros apenas selecionadíssimas esquisitices. Estou entre aqueles que tem várias. Uma delas é recortar dos jornais artigos e matérias que não tive tempo para ler no dia em que foram publicadas, mas que acho que vão me interessar. Em minha defesa tenho o fato de que recorto jornais e revista também por motivos profissionais, mas nem sempre. Este recorte, cuja data não anotei, não tem nada a ver com trabalho. Fui fisgada pelo título "Ciência desvenda quadro de Munch".

Foi lá que fiquei sabendo que a revista Sky and Telescope publicou um artigo onde identificava o local exato na Noruega onde Munch estava caminhando quando viu o céu vermelho-sangue. Ainda segundo o tal artigo, também foi dada a explicação para esta excepcional cor. Segundo professores de física e astronomia da Universidade do Texas detritos expelidos na atmosfera pela erupção do vulcão Krakatoa, em Java, criaram crepúsculos vermelho-vivo na Europa entre novembro de 1883 e fevereiro de 1884. Munch teria se inspirado nesses creprúsculos ao pintar seu famoso quadro.

Com a determinação do local retratado na pintura, sabe-se que Munch olhava para o sudoeste, direção em que os crepúsculos de Krakatoa apareceram.

A notícia é velha, mas só li agora. Mas não é tarde para achar lindo, simples e sensacional, não?

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