particulares.
Bacanal
(Manuel Bandeira)
Quero beber! cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
Evoé Baco!
Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada.
A gargalhar em doudo assomo...
Evoé Momo!
Lacem-na toda, multicores
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos...
Evoé Vênus!
Se perguntarem: Que mais queres,
Além de versos e mulheres?...
- Vinhos!... o vinho que é meu fraco!...
Evoé Baco!
O alfanje rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que eu não domo!...
Evoé Momo!
A Lira etérea, a grande Lira!...
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos.
Evoé Vênus!
* Aquarela Brasileira foi composto em homenagem a Ary Barroso, autor de Aquarela do Brasil, conhecido internacionalmente como hino informal do nosso país, simplesmente como Brasil. Ary faleceu no dia do desfile e a notícia chegou na hora que a escola entrava na avenida. Os componentes desfilaram em silêncio e chorando e o mais lindo samba-enredo de todos os tempos não ganhou o carnaval.
Muitos componentes seguiram direto para o funeral e, ainda fantasiados, carregaram o caixão de Ary.
Nenhum comentário:
Postar um comentário