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7.8.02



7 de agosto de 1942 Nasce Caetano Emanuel Vianna Telles Velloso, o quinto dos sete filhos de José Telles Velloso, funcionário público do Departamento de Correios e Telégrafos, e de Claudionor Vianna Telles Velloso. Em Santo Amaro da Purificação, pequena cidade do Recôncavo Baiano, próxima de Salvador.

Peço licença para viver

Meu humor não varia, estou sempre alegre, embora quem me conheça diga que tenho aparência de um triste. Sou tímido: não tenho força para chamar o garção, me atrapalho quando falo pelo telefone, não furo fila, tenho medo de magoar as pessoas. Peço licença para viver. Mas posso ser terrível se me agridem ou, principalmente, se me sinto injustiçado. Sou nostálgico: o lugar onde nasci e cresci, as pessoas, as paredes de lá, canções de velhos tempos, tudo me comove profundamente. Sou magro, quero engordar. Mas não me acho feio, absolutamente, como muitos dizem. Isso eu considero um equívoco, o mesmo que existe em relação a Bethânia, minha irmã, que julgo uma das mulheres mais bonitas do Brasil. Nunca brigo, ou quase nunca, com meus colegas, amigos e conhecidos. Nunca tive nem um leve atrito com meus colegas de televisão. Saí da Record de São Paulo porque quis e sem brigar com o Paulinho. Gosto do meu público e mesmo me orgulho dele. Acho que uma menina que gosta de Tropicália sem pedir explicação, e tem de discutir na mesa sobre isso com os mais velhos, é uma boa figura humana. Na verdade, ela é o que pretendo ser quando escrevo as canções e deve ser por isso que ela gosta de mim. Admiro muito alguns colegas e respeito outros. Sou fã do Roberto Carlos e do Chico Buarque de Hollanda. Não tenho televisão em casa, mas sempre que vejo um deles no vídeo, me interesso e me emociono. Não sei se eles acreditam nisso. Adoro Jorge Ben. Acho Chacrinha genial.

Caetano Veloso
02/09/1968

"Mas a gente pode cantar jóias da música popular brasileira acima do Ben e do Mautner."
Caetano Veloso - Pasquim - 1970

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