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20.6.03



(...)A má-vontade talvez se explique pela dificuldade que as pessoas têm de compreender os gatos (aquelas, é claro, que ainda não tiveram o privilégio de conviver com eles). Sim, porque eles são animais sofisticados, complexos, tendo características que podem ser facilmente mal interpretadas. Altivez e dignidade, por exemplo, são confundidas com egoísmo. Franqueza, com frieza.

O gato é sempre verdadeiro. Se vem no seu colo é porque quer estar ali, não está fazendo isso para agradá-lo. Os momentos de carinho que ele oferece podem ser talvez em menor quantidade, ou menos ostensivos, mas não se deve nunca duvidar de que sejam genuínos. Um gato não faz concessões. Um gato está inteiro em tudo o que faz, até nos gestos mais simples. Por isso é capaz de passar do sono profundo ao mais completo estado de alerta. Um gato é talvez a criatura mais íntegra que existe. E também a mais livre. Tamanha liberdade e integridade, num ser dito irracional, pode incomodar algumas pessoas.(...)


(Civilização - Heloísa Seixas, Revista Domingo, 15 de junho de 2003)

Ou seja,

Negro gato
(Getúlio Cortes)

Eu sou o negro gato de arrepiar
E essa minha vida é mesmo de amargar
Só mesmo de um telhado aos outros desacato
Eu sou o negro gato.
Minha triste história vou lhes contar
E depois de ouvi-la sei que vão chorar
Há tempos eu nem sei o que é um bom prato
Eu sou o negro gato.
Sete vidas tenho para viver
Sete chances tenho para vencer
Mas se não comer acabo num buraco
Eu sou o negro gato.
Um dia lá no morro pobre de mim
Queriam minha pele para tamborim
Apavorado desapareci no mato
Eu sou o negro gato.


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