Pesquisar este blog

21.6.01

O TEMPO PAROU

Meu relógio faleceu bizarra e melancolicamente. E enquanto me recuperava do susto e anunciava a sua morte, esqueci do que estava fazendo. A garrafa d'água ficou abandonada sob a torneira aberta do filtro. Conclusão: o tempo parou e a grande enchente tomou forma.

Isso seria balela se alguém não me avisasse pelo e-mail que hoje haveria um eclipse. Fiquei pensando que minha vida doméstica ontem à noite mereceria uma centúria de Nostradamus.

E pior não aconteceu porque aprendi com os arautos do apocalipse em 1999 que mesmo que esteja escrito, basta unir força de pensamento que até o armagedon é reversível. Daí os outros relógios da casa continuarem a garantir a fluidez do tempo e um perfex reverter os desastres da inundação.

Entretanto, quis viver uma experiência inédita e não consegui. Pedi para ser acordada cedo para ver a lua esconder o sol, mas as nuvens foram mais poderosas e adiaram meus planos até sabe-se lá quando. Será um presságio?

E tudo porque o meu relógio de pulso tão bonitinho foi nocauteado pelo tubo de desodorante que levou um safanão da cortina que dançava com o vento e foi para o brejo, digo, para o fundo da privada.

Nenhum comentário: