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22.2.02

Recebi por e-mail e vou postar porque nunca é demais. A bola está conosco, já que se formos depender dos governantes estamos ferrados.

Dengue: saiba como prevenir, identificar e tratar a doença

Água parada em pneus, vasos, caixa d'água aberta. Pronto. Não precisa mais nada para que o mosquito aedes aegypti se desenvolva e saia por aí infectando as pessoas. A dengue é uma doença infecciosa que pode ser grave, chegando até a matar, mas fácil de evitar. Basta tomar alguns cuidados básicos.

Sintomas

A dengue é uma infecção causada por um vírus que possui quatro sorotipos diferentes: Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4. Os principais sintomas da doença são febre alta, náuseas e vômitos, dores de cabeça, nos olhos e no corpo, fadiga, prostração (pessoa abatida, enfraquecida), manchas avermelhadas, fraqueza e falta de apetite.

Após ser picado pelo mosquito, o paciente só vai apresentar os sintomas depois de três a 15 dias. Esse intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se "período de incubação".

A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, nem por água ou objetos contaminados. A doença somente é adquirida através da picada do mosquito vetor.

Sintomas da dengue: dor de cabeça, febre alta, dores nas articulações, falta de apetite, fraqueza, manchas avermelhadas.

Tratamento

O primeiro passo a ser tomado por um paciente com os sintomas da doença é consultar um médico ou procurar um posto de saúde. Quanto antes o tratamento for iniciado, mais rápido será a recuperação.

O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e a manutenção da atividade sangüínea. Em nenhum momento o paciente deve se automedicar. Cuidado com os medicamentos à base de ácido acetil salicílico, como a 'Aspirina' e o 'AAS'. Eles podem agravar os sintomas da doença. Não há vacina para a dengue.

Aedes aegypti, o vilão da dengue

O verão é a estação preferida do aedes aegypti. Com as freqüentes chuvas e o desleixo da população, o mosquito se reproduz nas águas paradas em pneus, latas, tampinhas e tudo o mais que pode abrigar uma poça, seja uma piscina vazia ou um balde velho jogado em um canto. O mosquito adulto vive em média 45 dias.

A transmissão da doença, que é feita pela fêmea do mosquito aedes aegypti, raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a ideal gira em torno de 30° a 32° C.

O desenvolvimento do mosquito ocorre da seguinte maneira:

OVO => LARVA => PUPA => ADULTO

A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente, úmido) e em 48 horas acontece o desenvolvimento do embrião. Os ovos que carregam esse embrião podem suportar em até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Sendo essa uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias.

Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o
desenvolvimento dos ovos.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam.

Dengue Hemorrágica

A dengue hemorrágica atinge as pessoas que já tiveram a doença e que possuem anticorpos para defender o organismo do subtipo do vírus.

Segundo o infectologista Jorge Amarante, de São Paulo, o "paciente, quando reinfectado, fabrica anticorpos em uma quantidade tão grande a ponto de lesar os vasos sangüíneos, inflamando-os. É uma
manifestação de hipersensibilidade à dengue". Essa hipersensibilidade provoca sangramentos pelo nariz, boca e tubo digestivo, gengiva ou ginecológico.

Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sangramentos. A pressão arterial cai, os lábios ficam roxos, e o paciente sente fortes dores no abdômen, alternando momentos de sonolência com agitação. O quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar o paciente à morte em até 24 horas.

De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 15% a 20% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. "Essa é a forma mais grave da doença", explica Amarante.

Gripe ou Dengue. Como diferenciar os sintomas?

Muito parecidas, as duas doenças podem confundir a população.

"Geralmente, os paciente com dengue sentem uma dor no corpo grande demais para não ter nenhum sintoma respiratório", explica o infectologista Jorge Amarante, de São Paulo. "Os sintomas da gripe
estão relacionados com tosse, coriza e congestão nasal, o que não ocorre com a dengue", acrescenta. "Outro dia, atendi um paciente com dengue que relatou sentir dores no couro cabeludo só de passar a mão pelos cabelos."

E o mosquito? Como saber qual é o aedes aegypti e um pernilongo comum?

Segundo os especialistas consultados é muito difícil diferenciar a olho nu o vetor da dengue de um pernilongo comum. Algumas diferenças: o aedes aegypti é menor do que o comum e possui manchas brancas intercaladas com escuras. Além disso, ele é mais escuro do que um pernilongo, que é marrom. Outra diferença está no horário em que o mosquito costuma picar as pessoas. Geralmente o comum ataca durante os fins de tarde e as noites. Já o aedes, pica durante o dia. Mas atenção, isso não significa que uma pessoa picada por um mosquito ao meio-dia, por exemplo, está correndo risco de ter sido infectada pelo vetor da dengue.

Se o leitor encontrar um mosquito que julgue ser diferente do comum deve notificar a Secretaria de Saúde do município ou a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). Os especialistas realizarão testes e informarão se há realmente o perigo da doença, além de acabar com o criadouro do mosquito.

Uma pessoa pode contrair dengue mais de uma vez?

Sim. Existem quatro sorotipos do vírus da doença, sendo classificados por 1, 2, 3 e 4. Uma pessoa infectada pelo vírus 1, por exemplo, adquire imunidade permanente para este sorotipo, mas não para o 2, 3 ou 4. Se ela for picada por outro mosquito com outro sorotipo da doença, ela terá novamente a dengue, podendo até a desenvolver a forma mais grave que é a dengue hemorrágica.

Onde procurar ajuda?

Ao apresentar os sintomas da dengue, o paciente deve rapidamente procurar um posto de saúde ou consultar um médico. É muito importante que a pessoa não se automedique. Essa prática pode complicar mais ainda o quadro da doença.

No ano passado, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em São Paulo inaugurou o "Ambulatório dos Viajantes", que além de orientar sobre as principais doenças infecciosas, realiza exames e encaminha os pacientes. Os interessados em outras informações podem ligar gratuitamente, para o telefone do ambulatório: 0800-555466.

História: Como a dengue veio parar no Brasil

Os primeiros relatos da incidência da doença no País datam de 1846, quando teria havido uma epidemia no Rio de Janeiro. Em São Paulo, há registros de epidemias entre 1852 e 1853 e também em 1916. Mas a primeira documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981, em Boa Vista, Roraima, causada pelos tipos 1 e 4.

Originário da África, o aedes aegypti foi introduzido na América do Sul na época da colonização. Alguns historiadores acreditam que ele veio em potes com água nos navios negreiros.

Em 1986, a epidemia atingiu gravemente o estado do Rio de Janeiro, provocando um milhão de casos da doença.

* Fontes: Sucen - Superintendência de Controle de Endemias; Ministério da Saúde; Secretaria de Saúde do Município de São Paulo; Funasa - Fundação Nacional de Saúde; Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz; Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).


Também é bom lembrar que os maiores criadouros de dengue estão em casa. Muito cuidado com vasos de plantas. Duas boas dicas são regar e borrifar as plantas com água misturada com algumas gotas de água sanitária e usar borra de café diluída em água nos pratinhos que ficam sobre elas. Nenhum dos dois procedimentos prejucam as plantas. O ideal mesmo é colocar areia nos tais pratos. Quem mora em casa com quintal deve ficar atento a vasilhames que possam acumular água e possam servir como berçário de "zebra bicuda".

Dia 9 de março será o dia de mobilização contra a dengue no Rio.

O Viva Rio está cadastrando voluntários que queiram participar do combate a esta epidemia, que deveria ter sido evitada pelo poder público. Esta é mais uma oportunidade da população provar que é forte e consegue sobreviver e cuidar de si apesar de tantos desmandos.

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