Pesquisar este blog

22.2.02

Todo mundo comentou e eu não. Estava esperando pelo Millôr:

Capicua. A propósito da hora, minuto, mês, dia, ano - 20:02 de 20/02 de 2002 - que passou, a tevê deitou e rolou no ápice da pretensão, com todos os matemáticos, videntes e outros esotéricos do consumo a postos nas tribunas da sabedoria: é uma capicua. Falando com empáfia o que todos, com determinado grau de educação, até eu, que sou rendeiro, sabem, ou têm obrigação de saber. Está bem, vamos lá, a coisa é interessante, interessantíssima, deve ser divulgada. Mas a tevê, sobretudo o Jornal Nacional - nosso oráculo de Delfos do horário nobre, teleguia de nossas informações diárias - fala sobre o assunto como se tivesse acabado de encontrar a solução do último teorema de Fermat. Com o olho rútilo da sabedoria. Mas, ao fim e ao cabo, Capicua é (e aí a pruderie que, durante o nosso jantar, exibe na tevê as maiores sacanagens, tem medo de dizer) pura e simplesmente juntar cu com cabeça. Chocados? Vem de Cap (caput), cabeça. Em latim fica menos ruborizante. Cu é português puro como, acho, todos sabem.
Ah, por isso mesmo capicua também quer dizer bissexual, gilete, cantareira.

Ainda, pra quem tem fé: qualquer capicua pode ser usada como talismã.


(Retirei daqui)





Nenhum comentário: