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21.8.02

E por falar em Seu Jorge...





Quem leu suplementos ou cadernos de cultura do último final de semana, deve ter também tomado uma overdose de Elza Soares.

Não que ela não mereça, com aquela voz maravilhosa, esse reconhecimento, mesmo que tardio. O que me invoca é a quantidade de histórias em torno dela. A última que roda na cidade já me chegou aos ouvidos vinda de diversas fontes. A primeira vez que ouvi fiquei realmente espantada, depois, com outras versões, começo a achar que o enredo com a Ivete Sangalo é mais uma lenda urbana. O interessante é que a ex-lavadeira conseguiu convencer Kátia Lund e João Moreira Salles a filmarem, em um documentário sobre sua vida, o suposto episódio em que um OVNI se aproxima para acompanhar um de seus shows. Bem, depois de Marcinho VP, a gente fica mesmo com a impressão que o João engole mesmo qualquer história. [Por falar nisso que micagem prenderem um traficante condenado na pré-estreia só para convidados de Cidade de Deus, hein?]

E Elza está com crédito. Ela pode quase tudo.

Ainda não ouvi o novo CD, a não ser por um aperitivo com a Meg tocando para mim por telefone. Minhas amigas de gosto finíssimo adoraram. A crítica aplaude em uníssono. Estou curiosa.

Além das inéditas de Chico, Caetano e Benjor, uma das faixas mais comentadas é A Carne. Conheço a música de um disco de 1998 do Farofa Carioca (Moro no Brasil). E esse meu raciocínio todo torto e cheio de associações doidas me colocou para tocar a antiga turma do Seu Jorge hoje. É, eu gosto mesmo deles.

E eu quero Do Cóccix até o Pescoço.

A CARNE
(Seu Jorge / Marcelo Yuca / Ulisses Cappelletti)

A carne mais barata do mercado
É a carne negra!

Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
E vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado
É a carne negra!

Que fez a faz história pra caralho
Segurando esse país no braço (meu irmão)
O gado aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador é lento
Mas muito bem intencionado
E esse país vai deixando
Todo mundo preto e o cabelo esticado
E mesmo assim
Ainda guarda o direito

De algum antepassado da cor
Brigar por justiça e por respeito
De algum antepassado da cor
Brigar, bravamente, por respeito
De algum antepassado da cor
Brigar por justiça e respeito
De algum antepassado da cor
Brigar
Carne Negra!!!

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