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26.7.02

Felicidade é encontrar o jeans com a lavagem que você queria, na cor que você queria, com a cintura no lugar que você queria, cobrindo toda a extensão de suas pernas de um metro cada como você queria e no tamanho que você queria porque se recusa a vestir mais que 42.

Gente! Encontrei a loja perfeita para as balzaquianas. Eles roubam na modelagem a nosso favor!

E que ninguém me venha falar hoje de criancinha passando fome na Somália, que eu estou muito ocupada desopilando o fígado.

25.7.02

Eu adoro minha vida!

Tem uma cigarra cantando para mim...
Participo de uma lista sobre doação de sangue e a partir de agora vou divulgar por aqui as solicitações que forem confirmadas por lá:


DOAÇÃO PARA SÃO PAULO - SP

Transplante de fígado

Amélia vai doar parte do figado para a mãe dela. Sendo assim, serão necessários 60 doadores para a mãe e 60 pessoas para a Amélia e até agora só conseguiram 18 doadores. Quem puder colaborar com a doação, deverá encaminhar-se ao Hospital das Clínicas, Prédio Amarelo (fica em frente da Incor), 1ºandar.

Apresentar o nome da Sra. Teruko Kato Kazikava nº de registro: 3101538D.

Horário de Atendimento: 2º a 6º das 7 as 19h; Sábado, domingo e feriado das 8 as 18h.
Quem preferir, pode marcar hora para a doação, assim não será necessário aguardar na fila: 0800-55-0300

Estacionamento grátis para doadores: Rua Doutor Mello Alves, 55 (Garden Special Residence)



Requisitos Básicos para a Doação:

* estar em boas condições de saúde;
* ter entre 18 e 60 anos;
* pesar no mínimo 50 kg;
* Não estar em jejum. Evitar alimentação gordurosa antes da doação;
* apresentar documento de identidade com foto;
* dormir pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas que antecedem a doação;

Impedimentos Temporários:

* gripe ou febre;
* gravidez;
* 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana;
* ingestão de bebida alcoólica no dia da doação
* tatuagem e acupuntura nos últimos 12 meses

Impedimentos permanentes:

* ter contraído a doença de Chagas ou malária;
* ter tido hepatite após os 10 anos de idade;
* comportamento de risco para Aids.



Sou definitivamente um ser da luz.

Basta o sol brilhar novamente e um dia lindíssimo aparecer na minha janela para eu achar que as coisas pequenas são realmente só isso.

23.7.02

Para não dizerem que ando muito ranzinza (né, Eliane? :-)), também é preciso falar de coisas que experimentei e gostei.

Pela primeira vez fui ao Spé, o Spa do Pé e descobri que é uma delícia. Além de sair com os pés lindos, limpos e macios, é ótimo para uma relaxada. O efeito do toque humano num pé cansado é sublinhado por música suave, inclinação certa da cadeira (que acompanha o processo de relaxamento inclinando-se progressivamente) iluminação adequada e aromas agradáveis.

Vou voltar e recomendo esse mimo para todo mundo que se ama.
Importante e fundamental a questão sobre sapatos de salto alto para crianças levantada lá no Mothern. Participe!
Devo ser muito burra!

Imagina que estou por aí batendo cabeça, ralando pelo pão nosso de cada dia e vejo numa revista que alguém está vendendo baldes como peças de design. Sim, aqueles baldes de metal vagabundo com que a gente esbarra em qualquer loja de material de construção ou mercearia receberam uma almofada por cima e assim passaram a ser considerados bancos descoladíssimos. E o melhor da história: o menor sai por R$395 e o maior por R$485. Estou ou não marcando touca?

Mas já resolvi. Vou entrar no negócio. Ao invés do tampo de lona feito artesanalmente na França, vou usar pinturas mais modernas. Como meu filho já está ficando meio grandinho para produzir ao gosto do que se convencionou chamar arte contemporânea, vou ter que apelar para a minha sobrinha. Com poucos meses de vida sua pintura sobre tecido ainda vai me servir por uns cinco anos.

Depois é só descobrir quem são os otários consumidores deste tipo de merd..., digo, mercadoria. Talvez eu tenha que ser mais cool para convencê-los a comprar meus produtos. Penso em parar com esta bobagem de cuidados pessoais e deixar o cabelo igual ao daquele cara da propaganda do novo celular, que diz que você deve criar uma ONG para defender a si mesmo. Depois largo mão de vez desta futilidade que é o ato de comer e fico mais parecida com as meninas que ganham 500 dólares por cada passo nas passarelas de São Paulo (na semana passada) e do Rio (esta semana). O resto é fácil: boca de nojo, nariz de fedor e roupas jogadas sobre o corpo como as do mendigo aqui da esquina, só que um pouquinho mais rasgadas e esbeiçadas. Se não conseguir reproduzir o olhar me-dá-um-prato-de-feijão-pelo-amor-de-deus ou tem-algum-aí-com-você sempre posso apelar para os óculos de besouro.

Também deve ajudar conhecer as pessoas certas. Alguém aí conseguiu convites para a festa do Accioly? Se você conseguiu, a partir de hoje é minha amizade eterna de infância, até que uma capa da Caras nos separe.

E então à contabilidade, que esta coisa, assim, sei lá, de bom senso não é nada fashion. Com certeza.

22.7.02

E se, ao tentarem explicar para você determinado conceito, jogassem sobre a mesa, de uma vez só, as seguintes expressões:

"Tabula rasa";
"ab ovo";
"a posteriori";
"deus ex machina";
"ex cathedra";
"mea culpa";
"terra firma";
"vox populi";
"ad hominem";
"sub rosa"

Oh, céus! Trinta e cinco anos de cultura ocidental não me ajudam a compreender a necessidade humana de complicar para se fazer especial. Ainda bem que a Meg já tinha explicado direitinho o que significava o nome do site dela e algumas outras coisinhas fui acumulando aqui e ali. Mas vou te contar, hein!
Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida.

19.7.02

As perguntas eram:

- Qual foi o resultado daquela biópsia?
- Aquela pessoa parou de te incomodar?
- Como vão os novos projetos?
- Já conseguiu digerir aquela situação?

Mas para essas perguntas pudessem ser formuladas era preciso que aquela conversa, aquele telefonema e aquele encontro tivessem acontecido. E, afinal, no meu momento casulo, também sou responsável pelo isolamento.

Além disso, só escrevi o post-carência aí embaixo porque estava no auge da TPM.

Já passou.

17.7.02

Ela tem 11 anos, é francesa e está passando férias no Brasil, terra de sua mãe.
Ele tem 7 anos, é carioca e está em recesso escolar.
Ela é loira, tem pele clara e olhos azuis.
Ele tem cabelo de anjinho, nariz de batatinha e boca de me beija. Tudo em tons de marrom.
São primos.
Vivem de lados opostos do Oceano Atlântico, mas gostam basicamente das mesmas coisas.
Brigam.
Fazem as pazes.
Adoram as Meninas Super-Poderosas e ficam excitadíssimos com a perspectiva de uma sessão de cinema em que suas musas seriam as estrelas.
Uma mãe/prima torta abnegada com ar blasé calculado para disfarçar que também adora as filhas do elemento X oferece a companhia para a aventura vespertina.
Julho, três da tarde, shopping da Zona Sul.
Crianças correm e gritam para desespero de mães e avós.
Velhos rabugentos resmungam esquecendo-se que eles é que estão no lugar errado naquele momento.
Faltam 50 minutos para o início da próxima sessão.
Ingressos esgotados.
Próxima opção: Spirit.
Pipoca, refrigerante, salgadinho.
Banheiro?
Não, não estou com vontade.
Risos, bagunça, caretas.
Luzes apagadas.
Começa a sessão.
Querro irr ao banheiro.
E eu quero ver o filme.
Você fica aqui quietinho.
Você vem comigo.
Últimas cenas.
Choro e sorriso.
Ele já está esperando.
Terraço com vista para o Pão de Açúcar.
Pizza.
No Brasil é assim, na França é assado.
Muitos sorrisos, muitos risos, algumas gargalhadas.
Pirulito.
Engarrafamento.
Um abraço extra.
Querro irr ao cinema com você semprre que você quiserr me convidarr.
Ainda temos que assistir às Meninas Super-Poderosas.
Ninguém me pergunta, então não digo.

16.7.02

Uma companhia aérea instituiu que obesos têm que comprar dois assentos. Mas ninguém explicou o que acontece se na hora do check in, o obeso não consegue dois assentos anexos. Em que outro país isso poderia acontecer?

Só nos EUA mesmo! [aqui]

Aliás, com a epidemia norte-americana de obesidade e com as empresas aéreas tendo prejuízos sucessivos, essa medida é um achado para dobrar rapidamente o faturamento.

13.7.02

Uma mulher não deseja engravidar. Tenta marcar uma consulta com o ginecologista para saber que pílula anticoncepcional usar e só consegue marcar para setembro. Até lá arrisca no improviso ou prepara-se para aumentar a família. Em que outro país isso poderia acontecer?







































Só na Suécia mesmo!
(aqui)

11.7.02

Não sei quem gostou mais do livro Mania de Explicação da Adriana Falcão, eu ou ele. Mas sei que fiquei com uma vontade grande de estar lá quando a autora visitou a escola na culminância de todo o trabalho que desenvolveram sobre o livro.

Ontem foi a reunião de pais para a conclusão do segundo bimestre letivo. Recebemos os relatórios, avaliações e trabalhinhos realizados no período. Entre tudo isso estava um dicionário preparado na aula de informática. É baseado no Mania de Explicação, só que com as idéias dos pimpolhos. A versão do moleque já está online. Claro que desta vez tive que dar uma mãozinha com a (re)digitação. Mas foi só um pouquinho. E não mexi nem uma letra na criação dele.

Minhas definições favoritas são para "alarme", "fundo" e "hoje". Você quer escolher a sua?
Ontem foi por uma boa causa que me meti a preparar a receita de pizza de batata. Foi uma delícia receber gente tão boa.

O problema foi que misturei pizza, cerveja, muitos belisqueites e coca-cola. Resultado: hoje tive uma tremenda ressaca moral. Para me arrasar de vez me obriguei a subir na balança.

Decidido: tenho que perder 5 Kg! Retiro de sobre os ombros dos míticos 63 Kg a carga de serem minha meta. A partir de hoje ocuparão a posição de doce - não doce não!, afetuosa - lembrança da juventude.

Hoje depois de uma carona caída do céu até a primeira parada, fui andar um pouco na rua aproveitando o raro frio nesta cidade. O pessoal que vem de fora deve achar muito exótica e sexy a forma como nos vestimos por aqui no calor. Pois acho muito charmoso todo mundo enrolado em casacos. A beleza deve estar mesmo no extraordinário.

Então foi assim, depois de cumprir uma tarefa de mãe, fui cumprir uma de esposa e comprei o presente para a afilhada do meu amo e senhor. Claro que aproveitei para olhar outras vitrines. E acabei sendo mãe de novo e comprei o presente para o aniversário de uma amiguinha do filho. Meu lado mulher teve que pastar, isto é, o almoço foi uma salada.

A profissional recebeu boas notícias. Saiu parte daquele pagamento que estava custando a sair. Amanhã, novidades em outro front que a gente tem que ir abrindo caminho em diversos flancos.

Anoto mentalmente que tenho que contactar a colônia de férias se não quiser enlouquecer na próxima quinzena. E lembro que preciso de uma resposta. Terreno minado. É duro ser mãe, esposa e eu ao mesmo tempo.

A mulher ouviu uma declaração sem estar esperando e isso é sempre muito bom. [Não esquecer que aqueles seres estranhos chamam de gostosura o que o espelho insiste em apontar como excesso de peso.]

A serotonina vai bem, obrigada.
Às vezes me atrapalho.
Este link está para entrar aqui há dias:

9.7.02

Para começar, um escracho: eu vejo novela. Às vezes a TV só fica ali, ligada enquanto termino de ler o jornal, brinco com meu filho ou simplesmente relaxo um pouco, pensando no nada. Na época em que andava muito triste assistia àquelas séries norte-americanas que passam na Sony e na Warner. Ô Cride, fala prá mãe...

Foi assim que comecei a pensar num recurso comum da teledramaturgia que algumas vezes já vi acontecer diante de mim sem a intermediação dos raios catódicos (a arte imita a vida ou vice versa?). É comum a mocinha ter por perto uma confidente. Para ela conta tudo e ela sempre está por perto para auxiliar a protagonista. Assim ficamos sabendo o que se passa na cabeça e no coração da personagem principal sem que se precise recorrer às fantasmagóricas vozes em off. Geralmente pouco sabemos dessa segunda personagem, já que ela só está ali como escada. Ela não interessa. E parece que algumas pessoas pensam assim: que só sua existência importa.

São como a personagem da (argh, puf, puf!) Regina Duarte em Desejos de Mulher. Ela perde tudo, carreira, marido, dinheiro, casa, tudo, tudo, tudo. Alguns de seus antigos empregados permanecem com ela. Acho que são uma secretária, o motorista e a copeira. Todos são extremamente dedicados a ela. Todos se propõem a trabalhar de graça para ajudá-la a reerger-se. Todos oferecem seus ombros para seus soluços. Claro que todos também ficaram desempregados, mas isso é detalhe. De repente, a ex-copeira trai a ama, digo, amiga. Ela se justifica dizendo que precisava de dinheiro para cuidar do filho doente. Claro que é justamente execrada.

Eu disse justamente? Pois a grande amiga sequer sabia a outra tinha um filho, muito menos que estava doente. Que piorara e estava à beira da morte? Nem pensar!

É só um exemplo da lógica televisiva, absurda e parcial como deve ser ali. Mas e quando acontece bem aqui? O fulano cobra, cobra e cobra dos amigos. E onde está a amizade dele? Em que situação ele perguntou ao outro como se sentia, o que se passava com ele? Quando foi que deixou claro que se podia contar com ele? (Lá de onde vim, diria-se "só venha a nós, do vosso reino nada".) Talvez a personagem de La Duarte respondesse que sempre deu seus sapatos usados para moça, que no Natal oferecia uma cesta com arroz quebradinho e vinho sangue de boi. Faz parte da maneira particular de raciocinar das heroínas dos folhetins.

Agora se nem em novelinha das sete eu tenho paciência para complexo de diva...
Porque não tenho vocação para vítima:

1 - Ao dar de cara novamente com o idiota do rottweiler à porta da escola, reportei-me imediatamente à direção da qual passo a exigir a partir de hoje providências enérgicas quanto ao assunto. Já tenho montado o plano B, caso isso não seja solucionado na diplomacia e na conversa.

2 - As cortinas permanecem fechadas e já estou cansada de ouvir palavras de baixo calão à minha janela. Mas não vou ficar aqui reclamando da vida. Reduzi drasticamente a lista das coisas a fazer em casa hoje e estou de saída. Volto quando acabar o expediente dos peões.

3 - Como as implosões estavam causando insônia, taquicardia, queda de pressão e piriri, volto ao esquema de sempre: bateu, levou.

4 - Só me tem quem me merece.