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31.3.02

Sábado de Aleluia


Ontem, antes de um almoço antecipado de Páscoa na casa da minha sogra gourmet, fizemos uma excursão pelo subúrbio e pela Zona Norte.

Barbeiro para maridão e filhote em Água Santa/Engenho de Dentro; fim da novela da mesa nova para o computador (ueba!) na Rua Honório, no Cachambi; novos controles remotos (finalmente os bichinhos sucumbiram de vez na mão assassina de uma criança depois de brava resistência por anos a fio) em São Cristóvão; visitas a pet shops na Tijuca...

Por todo canto vimos judas pendurados em postes e marquizes. É bom ver que a tradição se mantém, no seio da cidade.

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Feliz Páscoa!




Por que a flor do maracujá é relacionada à história da "Paixão de Cristo"? Qual o significado de cada parte da flor?

Resposta: Os maracujás ou flores-da-paixão - seus frutos e suas flores - já eram muito conhecidos e utilizados na América antes da chegada dos primeiros europeus que, desde cedo, encantaram-se com a sua exuberância. Em seu afã religioso da conquista, os missionários estrangeiros viram nessas flores e frutos muito mais do que beleza e perfume. Os religiosos viram naquela formação complexa e admirável, um verdadeiro presente de Deus para iluminar seu trabalho de catequese, encontrando em suas formas e cores exóticas, a metáfora perfeita para explicar aos infiéis indígenas a "truculenta história da Paixão de Cristo". Assim, em primeiro lugar, associaram-se às cores com que a natureza premiou as belas flores do maracujá, aos vermelhos e aos roxos utilizados nos rituais cristãos da Semana Santa. Além das cores, a coroa floral completamente filigrada, transformou-se na própria imagem da coroa de espinhos com que Cristo foi crucificado; os três estigmas da flor passaram a ser os três cravos que o prenderam na cruz; suas cinco anteras estariam representando as cinco chagas de Cristo; as gavinhas eram vistas como os açoites que o martirizaram; e o fruto redondo era a representação do mundo que o Cristo veio redimir. Desde então, as flores dos maracujazeiros começaram a ser chamadas de "as flores-da-paixão", da Paixão de Cristo.


Retirado daqui

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A FLOR DO MARACUJÁ
(Catulo da Paixão Cearense)

Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui caridadi
Mais brando do que o luá
Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro
Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê
Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza
Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera
E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô
I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor
Eis aqui seu moço
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá
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Retirado daqui

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Maracujá


Nome científico: Passiflora edulis Sims
Família: Passifloraceae
Nomes populares: Maracujá, maracujá-mirim, maracujá-suspiro, maracujá-peroba, maracujá-pequeno, flor-da-paixão
Nome em inglês: Passion fruit
Origem: Provavelmente Brasil



Conta-se que o papa Paulo V ajoelhou-se reverentemente diante da flor que "representava uma revelação divina": a flor do maracujá. Ela recordaria a paixão de Cristo. Frei Vicente do Salvador descreveu-a nessa função religiosa: "além de formosa, misteriosa - possui estigmas semelhantes aos cravos que Cristo foi pregrado à cruz... cinco pétalas, rodeadas de coroa rouxa, simbolizavam as cinco chagas e a coroa de espinhos". A flor da família das Passifloráceas ganhou nome adequado (passio = paixão; flore = flor): Flor da paixão.
O indígena que admirou a flor mas preferiu o fruto, atento aos cuidados com que a natureza lhe entregara aquele presente, chamou-o de maracujá. Expressão que, pragmaticamente, quer dizer: a comida que já vem na cuia.
É mesmo na cuia, isto é, na própria casca, que o maracujá recebe total apreciação de norte a sul do país. Tanto que o Brasil conhece o recorde de mais de 150 variedades da fruta. Das quais são deliciosamente comestíveis o maracujá-amarelo, o maracujá-roxo e o avermelhado, bastante comuns nas regiões Sudeste e Sul.
A maneira de comer na cuia, debaixo da latada, quem a registrou com garbo e inspiração, pela primeira vez, foi o poeta de As Frutas e Os Legumes, Manoel Botelho de Oliveira. Leiam-no: "O maracujá também gostoso e frio/Entre as frutas merece nome e brio;/Tem nas pevides mais gostoso agrado,/Do que açúcar rosado,/É belo, cordial e como é mole,/Qual suave manjar todo se engole".
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Fonte: Frutas-Brasil (ISBN 85-7234-008-4)

A CULTURA DO MARACUJÁ




O maracujá é uma planta de clima tropical com ampla distribuição geográfica. A cultura do maracujá está em franca expansão tanto para a produção de frutas para consumo "in natura" como para a produção de suco. O Brasil é o primeiro produtor mundial de maracujá.


Retirado daqui



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