15.12.10
obrigado a investigar e punir os crimes da ditadura militar
Rio de Janeiro, São Paulo e Washington DC, 14 de dezembro de 2010 - A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), em uma sentença histórica notificada hoje, determinou a
responsabilidade internacional do Brasil pelo desaparecimento forçado de, pelo menos, 70 camponeses e militantes da Guerrilha do Araguaia entre os anos de 1972 a 1974, durante a ditadura militar brasileira. Conforme compromisso assumido internacionalmente, é obrigatório e
vinculante o pleno cumprimento desta sentença pelo país.
Esta é a primeira sentença contra o Brasil por crimes cometidos durante a ditadura militar, que permite discutir a herança autoritária do regime ditatorial e contribui para o estabelecimento de
uma cultura do “Nunca Mais” no país.
O Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM-RJ) e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos de São
Paulo (CFMDP-SP) atuam, desde 1995, em representação das vítimas e de seus familiares na denúncia internacional perante o sistema interamericano de proteção dos direitos humanos.
Ao longo do processo comprovaram cabalmente a responsabilidade internacional do Brasil pelo desaparecimento forçado das vítimas, pela total impunidade em relação a estes crimes e pela
ausência de procedimentos eficazes para o estabelecimento da verdade no país. Assim, solicitaram diversas medidas de reparação, que abrangiam desde o conceito de reparação integral às vítimas e seus familiares, até medidas mais amplas, especialmente no que tange ao direito à verdade e à justiça, em relação à sociedade brasileira como um todo.
Os fatos, as violações e as reparações mais destacadas que estabelece a sentença são as seguintes:
A Corte Interamericana determinou que as vítimas do presente caso foram desaparecidas por agentes do Estado. A sentença estabelece que o Brasil violou o direito à justiça, no que se
refere à obrigação internacional de investigar, processar e sancionar os responsáveis pelos desaparecimentos forçados em virtude da interpretação prevalecente da Lei de Anistia brasileira, a qual permitiu a total impunidade deste crimes por mais de 30 anos.
A Corte determinou que esta interpretação da Lei de Anistia, reafirmada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal, contraria o Direito Internacional. Nas palavras da Corte: “As
(aquelas) disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos
do presente caso (Araguaia)”.
Assim, a Corte requereu que o Estado remova todos os obstáculos práticos e jurídicos para a investigação dos crimes, esclarecimento da verdade e responsabilização dos envolvidos.
Também, o Tribunal reafirmou o alcance geral de sua decisão exigindo que as disposições da Lei de Anistia, que impedem as investigações penais, não possa representar um obstáculo a respeito de outros casos de graves violações de direitos humanos.
Quanto à ausência de informação oficial a Corte avançou substancialmente os parâmetros exigidos para proteção do direito de acesso à informação, incluindo o princípio da máxima divulgação e a necessidade de justificar qualquer negativa de prestar informação. A Corte também afirmou que é essencial que o Brasil adote as medidas necessárias para adequar sua legislação sobre acesso à informação em conformidade com o estabelecido na Convenção Americana.
Finalmente, no que se refere à negativa do Estado, por mais de três décadas, de garantir o direito à verdade aos familiares dos desaparecidos, a Corte Interamericana determinou que, em virtude do sofrimento causado aos mesmos, o Estado brasileiro é responsável por sua tortura psicológica e, entre outras coisas, determinou como medidas de reparação: a obrigação de investigar os fatos; a obrigação de realizar um ato publico de reconhecimento de sua responsabilidade; o desenvolvimento de iniciativas de busca e a continuidade na localização dos restos mortais dos
desaparecidos; a sistematização e; a publicação de toda a informação sobre a Guerrilha do Araguaia e as violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar no Brasil.
Portanto, a sentença da Corte IDH no caso Gomes Lund e outros (Guerrilha do Araguaia) é paradigmática porque permitirá a reconstrução da memória histórica para as gerações futuras, o conhecimento da verdade e, principalmente, a construção, no âmbito da justiça, de novos parâmetros e práticas democráticas.
Segundo Vitória Grabois, familiar e vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/ RJ: “A falta de informação por mais de 30 anos causou aos familiares dos guerrilheiros do Araguaia angústia,
sofrimento e desconfiança nas instituições brasileiras. A sentença da Corte renova nossa esperança na justiça.”
Nas palavras de Beatriz Affonso, diretora do programa do CEJIL para o Brasil: “Esperamos que a administração de Dilma Roussef demonstre que os governos democráticos não podem fechar os
olhos aos crimes do passado e que se empenhe em saldar a dívida histórica do país. Já o Poder Judiciário, que é parte do Estado brasileiro, deve cumprir a decisão promovendo a investigação dos crimes cometidos durante a ditadura.
Todos os cidadãos brasileiros devem ter certeza de que hoje, na democracia, a lei está ao alcance de todos, inclusive os agentes públicos e privados, civis e militares envolvidos em nome da repressão em crimes contra os cidadãos.”
Segundo Criméia Schmidt de Almeida, familiar e Presidente da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos de São Paulo: “ Essa sentença pode significar um passo importante na
verdadeira redemocratização do país, eliminando os entraves ditatoriais que ainda persistem nas práticas dos agentes públicos. Como familiar espero que possa significar um ponto final a tantas incertezas que há quase 40 anos marcam com angústia a nossa vida”
Neste sentido Viviana Krsticevic, diretora executiva do CEJIL disse: “América Latina tem avançado significativamente na resolução dos crimes contra a humanidade cometidos por governos ditatoriais. O Brasil, no entanto, ainda está em dívida com os familiares e a sociedade no estabelecimento da verdade e da justiça relacionadas a este tema. Esta sentença representa uma oportunidade única para que o Brasil demonstre que é capaz de liderar tanto no âmbito internacional como nacional os temas relacionados aos direitos humanos e democracia. Para isto, o Brasil deve deixar sem efei tos os aspectos da lei de anistia que impedem a justiça frente a crimes contra a humanidade.”
A sentença está disponível no website da Corte Interamericana: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_219_por.pdf
Para mais informações:
Centro pela Justiça e o Direito Internacional:
Beatriz Affonso +55 21 2533 1660 ou 7843-7285
Viviana Krsticevic +1 202 319 3000 ou celular: 1-202-651-0706
Millie Legrain +1 202 319 3000
Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro: +55 21 2286 8762 ou 21 8103-5657
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos de São
Paulo: +55 11 3101-5549
11.12.10
Exceto na parte em que apresentaram os sambas do embate musical histórico entre o poeta da Vila e seu rival Wilson Batista, todo o repertório do show é de Noel e seus parceiros. Entre as canções eternas, que a gente não cansa de ouvir, aquelas histórias saborosas, que a gente não cansa de escutar. Na maior parte do tempo, quem nos conta essas histórias é Beto Caratori.
Caratori também enche o belíssimo teatro com seu canto delicado, seu jeito cool. Meu acompanhante, Mr. R. comparou seu estilo ao de Chet Baker. É o contraponto perfeito para a esfuziante personalidade, o humor ágil, o talento a transbordar de Gabeh. No palco, André é trompete, diva, preto velho, o que ele quiser, conquistando com facilidade a platéia. Fugindo do padrão dominante atual das novas cantoras, muito bonitinhas, muito afinadinhas, rainhas da sensaboria, a voz do cantor alegria das redes sociais é extensa, agradável e original.
É verdade que faltou ensaiar um pouco mais, decorar as letras de todas as músicas, evitar os escorregões dos músicos aqui e ali. Talvez um toque de direção fizesse a dupla render ainda mais. Mas o que se vê e ouve já é delicioso. Caratori encanta e informa sem se tornar excessivamente didático. André, uma força da natureza, diverte sem dar tom caricatural ao show. Já se viu parcerias muito bem sucedidas ao se jogar no caldeirão estilos assim opostos e complementares.
Finda a efeméride dos 100 do boêmio da Vila, o que a dupla trará a seguir? Continuará como dupla? Explorará outros clássicos do cancioneiro brasileiro? Vou gostar de ver qual será a próxima aventura desses dois artistas.
Hoje eles se apresentam novamente. Vale a pena não acreditar em mim e ir lá ver com os próprios olhos, ouvir com os próprios ouvidos. E depois correr para a quadra da Vila Isabel, onde o maravilhoso Zé Renato também homenageia o genial aniversariante.
Beto Caratori e André Gabeh
Centro de Referência da Música Carioca – 19h
Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca
3238-3831
Zé Renato
Quadra da Vila Isabel – 20h30
Boulevard 28 de setembro, 383
Vila Isabel
(Todas as fotos são de Mr. R., digo, Ricardo Pessanha)
30.10.10


29.9.10
"Fel" ficou em primeiro lugar na categoria crônicas e por isso recebe o Prêmio Paulo Mendes Campos. A cerimônia de entrega dos prêmio...s desta e das demais categorias será no dia 22 de outubro na Academia Brasileira de Letras.
Concurso Internacional de Literatura UBE-RJ 2010
União Brasileira de Escritores
Categoria Crônicas - PRÊMIO PAULO MENDES CAMPOS
1º Lugar: Carla Cintia Conteiro, com: “FEL – Amargando Felicidade”
Local: Teatro R. Magalhães Jr. da ABL
Dia 22 de outubro de 2010, às 14h30
End.: Av. Presidente Wilson, 203 - Castelo
Rio de Janeiro - RJ
Veja este e outros premiados aqui.
18.8.10
Eu acho que é coisa de profissional. Por favor, confira e diga se é só corujice materna.
20.7.10

Quem assina o conjunto de crônicas são quatro amigas de Belém do Pará cheias de criatividade e espírito aventureiro, que me convidaram para coordenar o projeto: Katia Lazera, Adriana Sales, Ana Uchoa e Débora Bemerguy. Foi um trabalho muito prazeroso e divertido. Agora é hora de dividir essa satisfação com todo mundo.
Este é o convite para o lançamento no Rio de Janeiro. Em breve, tem mais.
Rio de Janeiro - 28/07/2010
Belém - 10/08/2010 (mais detalhes em breve)
São Paulo - Bienal - 14/08/2010 (mais detalhes em breve)
Prestigie com sua presença!
19.7.10
8.6.10
4.6.10
Junho/2010
Ana González www.agonzalez.com.br
Impossível não se encantar com os poemas de um caderno amarelado pelo tempo - facilmente imaginado pelo leitor -, e também com as crônicas que retratam um cotidiano cheio de vida, no livro Fel, amargando felicidade de Carla Cintia Conteiro (Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2009).
Nos poemas, encontramos o retrato de relações afetivas em que há violência, pois “sob seus pés seguros de partida me amassa” e dor, pois há um “quase” entre o desejo e a crua realidade.
Nesse embate com a subjetividade, há sinais de uma adolescente que anseia por respostas: “E viajando nesta estrada/ que dizem levar à maturidade/ só espinhos, só tristezas, só silêncio/ por parte dos donos da verdade”.
Encontramos também questionamentos de quem se sabe lutadora, sonhadora e viva, tentando sobreviver a seu jeito: “Para aguentar/ o engarrafamento/as manchetes garrafais/só uma garrafa bem cheia/ de líquido amniótico/ que me cure desta sensação de morte”. E de quem se sabe agindo ativamente em tempos de passagem: “Estou de branco/porque assisto a um parto/sou a mãe que me dá à luz/ sou a criança parindo adulto”.
Há espaços de alívio, seja para achar um amor e “passear na lua” seja para o sorriso mudo do amigo. E aspectos da realidade social, ainda que em pequenas doses, como a personagem do boia-fria ou a ascendência africana: “Tenho orgulho dos meus olhos escuros/ meu cabelo crespo/e minha alma/ acima de tudo, negra africana.”.
Nesses poemas iniciais, estão indícios importantes que se marcam firmemente nas crônicas de Carla Cintia.
Denominar a segunda parte do livro de O cotidiano indica certa prudência, até desnecessária. Trata-se de crônicas que nos levam mais longe do que a básica realidade da vida diária.
Li de um sopetão os textos todos, voltei a eles procurando coisas que tinham ficado meio perdidas na memória. E, na hora de parar e pensar o conjunto, só consegui seguir a linha da leitura às avessas. Começando pela prosa. Deixei os poemas por último, talvez pela força das palavras quando se alinham uma após outra sem interrupção, proseando numa descrição sem rodeios.
Esse texto assim forte passa pela realidade em todas as suas cores, trazendo o impensável, a surpresa, a comédia e a tragédia. Com variações, entre o cômico deslavado e a ironia sutil, ente a tragédia e a banalidade cotidiana.
À primeira vista, o que fica mais forte, são as referências de mundo, expressando uma enorme curiosidade, que vaza fartamente pelos textos: pitadas gordas de cultura cinéfila, música popular e literatura brasileiras, a contracultura, figuras da política, da religiosidade, da arte e de outras áreas da cultura. Encontramos também sinais de uma realidade carioca, dos bairros da cidade e muitos traços de um diálogo da autora com as marcas das épocas e daquilo que as faz diferentes umas das outras. Passeamos por “jaleco com estampa de caveiras” e nos solidarizamos com camisetas velhas e furadas.
Há dados da natureza humana em seus aspectos negativos e especiais soluções positivas: “ ...escolho continuar acreditando que as pessoas são boas, de uma forma geral e que os pérfidos, vis e torpes são a exceção.”
O bom humor acontece abrindo espaços: “Será que é sintoma de esquizofrenia não associar aquele pedaço de carne congelada do supermercado ao bicho engraçado dado às ciscadas?”, em meio a pontos de ironia e fina observação: “Como saber da altura do banquinho? Como saber quantas pessoas permanecerão na sala quando começarmos a expor nossa pequena imortalidade?” ou ainda em “Pouca gente é capaz de introjetar a desimportância que pode representar para o outro, a indiferença e desinteresse que pode suscitar.”
Todo esse conjunto de aspectos, sérios, bem humorados e irônicos, configuram um quadro de nossa condição humana, desvendada em seus variados níveis e desenvolvidos na experiência dos relacionamentos.
Encontros impensáveis despontam na rotina diária, quando “lá estávamos, a pústula e eu, nos encarando mutuamente através do espelho...”. A realidade nos visita, apontando para a complexidade das situações da vida e dos afetos, nem sempre simples: “Só o amor é grátis”. Mesmo assim, cabe uma ressalva e, sem amargor, como óbvia constatação e sinal de coragem: “ainda assim sempre haverá pensões de ex-cônjuges, reclamações de esposas...”.
E junto a essa coragem e força de encarar a realidade sem dó, nem fantasias, uma sutil presença do mundo feminino pontua o olhar e a sensibilidade da autora: “...lembro que quando engravidei, sentia um poder enorme, por gerar uma vida.”
E, uma última razão para o encanto do leitor vem da poesia que surge assim na p.84 “Subi as escadas do prédio antigo, brincando de claro e escuro com suas clarabóias. No fim dos degraus, a viajante do tempo me aguardava com cheiro de feijão.”
A realidade e a poesia se encontram também na p.94 : “Meu relógio faleceu bizarra e melancolicamente. Enquanto me recuperava do susto e anunciava a sua morte, esqueci do que estava fazendo. A garrafa d’ água ficou abandonada sob a torneira aberta do filtro.” Ou ainda na p.95: “Levo minhas sandálias rasteiras para passear por estas calçadas, ignorando o sol estorricante e adiando quase indefinidamente para a próxima quadra a entrada em um transporte que me traria para casa.”
São momentos em que as palavras ganham liberdade e se soltam. Dizem então coisas por si mesmas, como se a autora as tivesse liberado.
Crônicas são fotos rápidas, fugidias. Poemas, nem tanto. Juntar os dois é tarefa difícil. Neste livro, a presença de ambos explica a trajetória da autora junto às palavras. Poemas que se querem prosa e, às vezes, prosa que se quer poema.
Dos poemas às crônicas permeadas de cotidiano e de vida presenciamos o amadurecimento da autora. O início e o momento presente. A passagem do tempo, o trabalho da memória, o resgate da experiência. O amor pela expressão escrita desde sempre construindo momentos encantados para nossa leitura.
(O livro FEL - Amargando Felicidade está à venda no Clube de Autores)
31.5.10
8.5.10
27.4.10
26.4.10
Nossos livros ficaram mais verdes
É com muito orgulho que nós, aqui do Clube de Autores, informamos que todas as nossas obras literárias recebem, a partir de agora, o selo FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal). Isso significa que, além de já pouparmos árvores ao imprimir livro a livro de acordo com as vendas, o papel que utilizamos é fruto de um cuidadoso processo de manejo florestal, seguindo não apenas a legislação brasileira como também uma série de melhores práticas e normas estabelecidas por todo o globo. O FSC é, hoje, o selo ambiental mais reconhecido no mundo, com presença em mais de 75 países e em todos os continentes - sendo que a sua adoção por empresas do ramo editorial representa um importante avanço na preservação das nossas florestas. Resultado da parceria entre o Clube de Autores e o grupo Alphagraphics, o selo FSC começará a ser impresso também nas contracapas de todas as novas obras publicadas aqui.
13.4.10

O Gustati fica aberto de segunda a sexta, das 11 às 16h. Dá um pulo lá. O cardápio é bem variado, agradando a todos os gostos. Esperamos que você ache o mesmo das fotos.
(A foto que ilustra este post é uma amostra do que você vai encontrar lá.)
12.4.10
Se você está retratado em uma dessas imagens, muito obrigada por ter vencido todo o transtorno que o meu Rio de Janeiro viveu na última semana só para vir me dar um abraço e participar deste momento tão especial. Como disse o Tony Pelosi, o lançamento de um livro, de um disco, a estréia de uma peça ou filme equivale, para o artista, a uma cerimônia de casamento, uma formatura, um batizado. Valeu, gente querida!
Quem não foi, não precisa se amuar. Eu não paro quieta mesmo, daqui a pouco tem mais. Enquanto isso:
Meu livro "Fel - Amargando Felicidade" está disponível para venda no Clube de Autores
e ainda:
Agora também na Livraria da Travessa:
"Caetano Veloso - L'âme brésilienne"
Ricardo Pessanha & Carla Cintia Conteiro
collection Voix du Monde
Editions Demi Lune
saiba mais sobre este livro
29.3.10
PROMOÇÃO DE LANÇAMENTO 1
Quem adquirir o livro FEL - Amargando Felicidade, com textos de Carla Cintia Conteiro e ilustrações de Pedro Conteiro Pessanha, pelo site Clube de Autores, até o dia 09/04/2010 pode participar do sorteio para ganhar um kit cultural.
Basta enviar um e-mail para mim (ccintia.rlk@terra.com.br) dizendo qual é o texto ou ilustração de sua preferência e a página onde você leu / viu no livro. Estarão concorrendo todos os e-mails que chegarem até a meia-noite do dia 9 de abril. No dia do lançamento, 10 de abril, no Espaço das Artes de A a Z, na Rua Araújo Pena, 88, na Tijuca, Rio, será sorteado um kit cultural. O kit inclui:
- a terceira edição do livro The Brazilian Sound, de Ricardo Pessanha e Chris McGowan;
- a coletânea Vigor da Primavera, de vários autores, entre eles, Carla Cintia;
- e, ainda, quatro CDs.
O sorteio será filmado e o resultado estará disponível aqui no blog a partir do dia 11 de abril.
PROMOÇÃO DE LANÇAMENTO 2
Durante o coquetel de lançamento, além da expo dos desenhos de Pedro Conteiro Pessanha, como os que ilustram o livro, haverá sorteio de vários brindes, incluindo:- fotos artísticas de Ricardo Pessanha;
- CDs.
Venha comemorar comigo mais esta conquista!
26.3.10
Fel - Amargando Felicidade
Ideais punk fomentando a literatura brasileira
Com o acesso fácil às novas tecnologias, não há mais desculpas para manter a expressão individual engavetada. Quando a ética punk DIY (Do It Yourself - Faça Você Mesmo) apropria-se dos meios de produção, é hora de dar o troco na cultura de massa, que devorou a contracultura. Nesse Novo Mundo, como nomeia o consultor de cinema Peter Broderick, o artista mantém total controle sobre a obra, do início ao fim. E conta com mídia social própria, distribuição própria, com pouca ou muita ajuda de amigos e fãs. Peter estava falando de cinema, mas este conceito se aplica a todas as artes.
E tirando partido desse poder recém-adquirido, uma nova geração de escritores tem vindo à tona, trazendo suas visões multi-facetadas, suas verdades, suas vidas e obras. Nessa geração destaca-se Carla Cintia Conteiro, escritora carioca, que lança agora seu primeiro livro no Brasil: Fel - Amargando Felicidade. Aqui Carla abre seu coração e mente para o mundo com sua coleção de crônicas e poemas construídos com uma inteligência emocional e uma acuidade no uso das palavras que só quem conhece e acarinha a dignidade e as fraquezas humanas consegue acumular.
Fel – Amargando Felicidade, o livro, é homônimo do blog que Carla mantém há anos e alguns registros do livro passaram por lá, mas não todos. Na sua miscelânea de escritos brasileiros têm lugar poemas relíquias de uma adolescente e de uma jovem adulta. Versos secos, há muito gravados no velho caderno amarelado, veem o sol. Crônicas da mudança de percepção. Deslindam-se emoções como adolescer; amar pela primeira, segunda, pela definitiva vez; conviver com o outro; ser mãe; tentar compreender; aprender todo dia; ver a juventude indo embora.
É bem verdade que este livro, fartamente ilustrado, não marca o debut literário de Carla, que já lançou uma biografia de Caetano Veloso na França e participou de obras coletivas, mas aqui pela primeira vez, e de forma ampla, Carla destila o fel do espírito, transforma a amargura atocaiada a cada esquina da vida em letra. A própria autora diz que "escrever sobre as vicissitudes traz compreensão ou, ao menos, alívio. Rabiscar sobre as alegrias, registrar os aprendizados torna tudo ainda mais real." Concluindo, este livro é sobre a maravilhosa aventura de viver e amargar, sofrer as consequências da felicidade.
Para todos que se interessam pela alma feminina, amadurecimento, amor e poesia, FEL - Amargando Felicidade é leitura obrigatória.
Fel - Amargando Felicidade
Já à venda: http://clubedeautores.com.br/book/9938--Fel
Contato com a autora: ccintia.rlk@terra.com.br
tel. (21)9267-8980
(Release de Quimidéias Comunicação & Marketing)
24.3.10
Confiram os detalhes.
25.1.10
• Baraka, árabe, energia espiritual que pode ser empregada para fins materiais.
• Won, coreano, resistência a livrar-se de uma ilusão.Razbliuto, russo, sentimento que se experimenta por alguém a quem se amou no passado, mas não se ama mais.
• Mokita, kiriwina, a verdade que todo mundo sabe, mas ninguém diz.
• Torschlüsspanik, alemão, literalmente: pânico de que a porta se feche, definido como “a ansiedade frenética que as mulheres solteiras experimentam em sua corrida contra o relógio biológico”.
• Ah-un, japonês, a comunicação tácita entre dois amigos.
• Mono no aware, japonês, a tristeza das coisas.
16.12.09

Nasceu um quase irmão deste espaço. Fel - Amargando Felicidade agora também é livro. Só que incluindo poesias, textos inéditos e novas ilustrações. Confira!
30.4.09
31.3.09
3.3.09
Para saber mais sobre o livro, clique aqui.
16.2.09
Numa quinta-feira à tarde, uma ida ao dentista pode virar um baile de carnaval. Pelo menos ali na Praça Saens Peña, onde toda semana um grupo animado de senhoras se reúne na galeria (ou shopping, como preferem os lojistas) sobre a qual se ergue a torre de salas comerciais onde atendem seus doutores favoritos. O local tem tradição com o público maduro. As lojas por lá, em sua maioria, exibem vitrines com moda para mulheres que já são avós e vestem a camisa da idade. Há também estabelecimentos que oferecem brinquedos para os diletos netinhos e lanchonetes com guloseimas e pratos pecaminosos cujos nomes e números de calorias lanchonetes e restaurantes modernos não ousam produzir. Pois eis que as vetustas damas nesses encontros vespertinos soltam a franga ao som de marchinhas de carnaval e todo tipo de clássico pop, de “Cabecinha no Ombro” a Bee Gees. O importante é balançar o esqueleto. Como sempre nesse tipo de evento, os homens são esmagada minoria, portanto, qualquer exemplar, qualquer mesmo, é cobiçadíssimo e faz um tremendo sucesso.
Também foi logo ali, num bairro contíguo, que fui conferir o bloco do Bar do Adão. Ao contrário da muvuca dos co-irmãos da Zona Sul, o bloco Vai Tomar no Grajaú desfila com um número saudáveis de seguidores e componentes, deixando espaço para todo mundo brincar à vontade. Como todo mundo é dali mesmo, há o cuidado em procurar a lata de lixo mais próxima e não sujar a rua e se você colocar o bilau pra fora pra marcar território como fazem os cachorros, a vizinha faladeira que conhece você desde que nasceu vai puxar sua orelha. Tudo super família. Ah, sim, gente bonita também.
À distância de uma caminhada, pra quem tem disposição, fica o Clube Renascença, onde Mart’nália fomenta a revitalização do Bloco Kizomba. Vários representantes da família Ferreira (descendentes de Martinho da Vila) e amigos fazem a festa. Primeiro, pagode de mesa com o grupo DNA do Samba, só com filhos e netos de figuras como Noca da Portela, Silas de Oliveira, Martinho da Vila... Canjas de Agrião, Ana Costa, Marquinho Satã e Analimar. Depois o desfile-ensaio do bloco pelo terreiro do clube. Programinha família também. Só que outro tipo de família, outra multidão, outro astral, mas tão bom quanto o bloco anterior. Os desfiles à vera do Kizomba: 27/02 na Praça do Jockey, na Gávea e 1º/03 na Praça Sete (Praça Barão Drummond) em Vila Isabel.
Acabou? Que nada! Saideira no Petisco da Vila. Evoé!
11.2.09
Aproveitei os dias ao sol, ao mormaço ou resguardada da chuva (como choveu em janeiro!) para ler muito. Jornal em papel de cabo a rabo diariamente é um luxo. Revistas das mais variadas linhas, daquelas recém-lançadas nas bancas àqueles artigos interessantíssimos de que não consegui dar conta durante a correria rotineira. Também afrouxei os nódulos de tensão com livros e mais livros do Veríssimo (o filho), me decepcionei com o livro do cineasta David Linch, "Em Águas Profundas" , que eu havia entendido ser sobre meditação, mas, embora fale do assunto, é mesmo uma auto-biografia fraquinha. Entretanto, o livro que mais amei na temporada e ainda não terminei de ler, é "Comer, Rezar, Amar" , da Elizabeth Gilbert. Ele está me impulsionando para alguns daqueles planos que a gente sempre adia. Eu já andava namorando umas idéias e elas estão se tornando mais palpáveis e prováveis de se tornarem reais no curto prazo. Aliás, minha mente ariana anda à toda, e agora refrescada, borbulha com novos projetos ou maneiras de viabilizar os antigos. O desfio, como sempre, é ser mais do que alguém de iniciativa para me tornar alguém de acabativa. (Nunca é demais reler o artigo do Kanitz em )
Outra obra que me tocou bastante na temporada foi "Benjamin Button", do David Fincher. Independente de ser o campeão de indicações para o Oscar, o filme me pegou forte porque aborda lindamente questões que estão na minha ordem do dia. Bom, talvez o filme fale mesmo de questões que interessam a quem é humano e ponto. Uma lindeza de fita. Mas nem só de questões metafísicas vive uma pessoa em férias, então valeu desopilar o fígado com "E Se Fosse Você 2" e "Sim Senhor" .
Além disso, ouvi muita música boa. Estou apaixonada pelo novo disco do Moacyr Luz, "Batucando", papa finíssima. Já falei para vocês do cantor Rubi?
De leve, teve até badalo. Foi o lançamento do luxuoso e bilíngue livro "Bastidores do Municipal" , do fotógrafo Bruno Veiga.
Já de volta ao lar doce lar, ainda da cor do pecado, estou produtiva quase que no nível normal. Contudo acho que a locomotiva só chega a pleno vapor -- assim reza a tradição -- depois das celebrações momescas. Evoé!
6.11.07
(Barão de Itararé)
"A juventude não é uma época da vida, é um estado de espírito."
(Samuel Ullman)
"A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem."
(Horace Walpole)
"Sem música, a vida seria um erro."
(Nietzche)
"O jovem não precisa de razões para viver; precisa só de pretextos."
(José Ortega Y Gasset)
"A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais."
(Oscar Wilde)
"Há flores em todas as estações, assim como loucuras em todas as idades."
(Jouy)
"Os professores abrem a porta, mas você precisa entrar sozinho."
(provérbio chinês)
"Se um dia sentires um enorme vazio, vá comer. Pode ser fome."
(autor desconhecido)
"Não há nada errado com a Flórida que um furacão não possa curar."
(Carl Haiaasen)
31.8.07

30.8.07
Você está toda enrolada em uma situação e alguém chega pra você e diz:
- Não se preocupe. Pode deixar que eu cuido disso.
Aí você relaxa e vai cuidar de todo o resto da sua vida, confiando que aquele anjo está tratando do assunto. Então você resolve checar e descobre que nada foi feito, ou pior, tudo foi feito nas coxas e você vai ter que se ocupar daquilo que já considerava resolvido. E o mais grave, num prazo muito mais apertado.
Isso me dá vontade de matar alguém. Só não sei se é o caso de exterminar o anjo tratante ou se o melhor seria um suicídio básico por ter caído no lero dele.
Ai, que ódio!
13.8.07
TRÊS IRMÃOS DE SANGUE
direção: Ângela Patrícia Reiniger
Idealização e direção musical: Marcos Souza
www.3irmaosdesangue.com.br
Três irmãos: Herbert José de Souza (Betinho), Henrique de Souza Filho
(Henfil) e Francisco Mário de Souza (Chico Mário). Três brasileiros cujas
vidas se confundem com a própria história política, social e cultural do
Brasil no século XX. Muitas lutas marcaram a vida dos três - contra a
hemofilia, contra a ditadura, contra a fome e contra a Aids. A favor da
anistia em defesa da música brasileira e pelas Diretas Já. Enfim, Três
Irmãos que fizeram da solidariedade sua grande arma na luta pela vida. Cada
um contribuiu, a seu modo, para transformar o Brasil num país melhor:
Betinho, por meio de campanhas sociais; Henfil, com seu humor perturbador; e
Chico Mário, com a beleza de suas músicas. O documentário mostra o ambiente
familiar em que os irmãos cresceram e a trajetória de cada um. O exílio de
Betinho e a "volta do irmão do Henfil" em 1979. Henfil e seus marcantes
personagens, como Graúna, Baixinho, entre outros. A batalha de Chico Mário
pela música independente e pela expressão autônoma do artista.
Estréia 17 de agosto
Exibição prevista nos cinemas:
Rio de Janeiro
Estação Botafogo 1: 14:00-15:50-17:40-19:30-21:20
Odeon-BR: 14:30-16:30-18:30-20:30
Estação Laura Alvin 2: 15:15-17:00-20:15-22:00
Ponto Cine: 18:00-20:00
São Paulo
Cine SESC: 17:00-19:00-21:00
HSBC Belas Artes - Carmen Miranda: 16:00-17:50-19:40
Espaço Unibanco 4: 14:20-16:10-20:20-22:00
Unibanco Arteplex 5: 13:00-14:40-16:20-20:00-22:00-sab tb 24:00
Belo Horizonte
Usina 2: 16:20-19:40-21:20
Belas Artes 2: 14:10-16:10-19:10-21:10
Brasilia
Academia de Tenis: 17:30-19:30-21:30-sab/dom/fer:tb 15:30
9.8.07
TERAPIA DA PALAVRA
Escrever é dialogar com nossa própria mente.
Escrever é terapêutico e estimula a criatividade.
Este curso foi criado especialmente para você que gosta de escrever e tem vontade de se lançar no universo literário.Nossa meta é motivar os participantes a realizarem sua própria produção literária.
Conteúdo Programático
1 – Criação Literária (Como escrevo, Porque escrevo)
2 – A escrita e sua função (e inspiração) terapêutica
3 – Criando enredo e personagens
4 – Estrutura narrativa
5 – Gêneros e emoções
6 – Os cinco ou seis sentidos na ponta do lápis
7 – A inspiração que vem dos sonhos e da memória
8 – Revisando, reescrevendo, revendo
AtençãoRequisitos Minimos Necessários para Participação no Curso Virtual:
1. Possuir conhecimentos básicos de Informática (Word)
2. Possuir habilidade de Acesso à Internet (deve-se possuir e-mail e consultá-lo com frequência!)
3. Possuir computador Pentium ou similar com memória minima de 128 Kbytes
No próximo dia 13 de agosto começaremos a primeira turma da oficina Terapia da Palavra online!
Será uma experiência nova e desafiadora. Após mais de 60 alunos e 5 turmas presenciais, achamos que chegou o momento de viabilizar a participação também dos que moram longe, dos que não tem tempo, dos que preferem fazer tudo mesmo pelo computador.
A turma do Terapia da Palavra Virtual funcionará da seguinte forma:
- Solicitação de vaga através do e-mail mailto:terapiadapalavra@gmail.com
- Pagamento (Real ou Itaú) no valor de R$ 75,00 (para informações mais detalhadas, contato por e-mail.)
- Aulas postadas durante 8 segundas-feiras, iniciando no dia 13 de agosto próximo
- Espaço para discussão na web
- Blog da turma (alunos inscritos)
Terapia da Palavra
Escrever é dialogar com nossa própria mente
http://terapiadapalavra.googlepages.com/oficinavirtual
20.7.07
Classe Média - Max Gonzaga e Banda Marginal
O melhor retrato da classe média que vi nos últimos tempos.
"Foi o próprio Keith Richards quem me disse, em 1988, pouco antes de partirmos para o estúdio em Hollywood onde seria gravado o clipe para “Take It So Hard”, do primeiro album solo dele, Talk Is Cheap.
'Dê uma mesa a Mick Jagger que ele sobe em cima e faz um show como ninguém mais consegue fazer'."
22.5.07
“As crises de legitimidade sempre têm algo a ver com a incapacidade das sociedades em criar lealdade a seus valores básicos; se esses valores se tornam autodestrutivos, a crise torna-se aparente.” (Ralf Dahrendorf)
(La Fontaine)
"Quando for consumido fruto da última árvore e envenenado o último rio, o homem descobrirá que dinheiro não se come."
(Carlos Drummond de Andrade)
"Quem na vida nunca foi louco, nunca foi sábio."
(Heinrich Heine)
"Toda alegria é uma vitória, e uma vitória é uma vitória, por menor que seja."
(Robert Browning)
"Uma boa confissão vale mais do que uma má desculpa."
(Jean Hamon)
"Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver."
(Bertld Brecht)
"A imaginação é mais importante que o conhecimento."
(Albert Einstein)
"Se você perder a capacidade de rir, perderá a de pensar."
(Clarence Darrow)
"O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício."
(Sthendal)
"Se um homem encara a vida de um ponto de vista artístico, seu cérebro passa a ser seu coração."
(Oscar Wilde)
2.5.07

Solucionado mais um dos grandes mistérios da humanidade!
Finalmente descoberta a resposta para a pergunta que não queria calar: Por que a Regina Duarte quebra tanto o pescocinho, em trejeitos de menina-moça ridículos numa cidadã da terceira idade?
REVELAÇÕES DA NAMORADINHA DO BRASIL
Regina Duarte usa ponto eletrônico para fazer novela
5.4.07
O jogo é difícil, mas o Cristo continua no páreo para ser escolhido uma das sete novas maravilhas do mundo. Na contagem parcial divulgada na quinta (29), o monumento carioca encontrava-se entre os eleitos ao lado da Acrópole grega, da Pirâmide de Chichenitza, no México, do Coliseu italiano, na estátuas da Ilha de Páscoa, de Angkor, no Camboja, e dos fortes de Alhambra, na Espanha. O resultado final será anunciado no dia 7 de julho, em Lisboa. O concurso começou com 177 concorrentes. "Precisamos de pelo menos 10 milhões de votos para vencer", calcula Sávio Neves, membro da comissão que busca votos para o monumento. O concurso, criado pelo suíço Bernard Weber, tem o apoio da Unesco. "Há previsão de uma verba permanente para a conservação dos sete vitoriosos", diz Neves. "Se vencermos, será uma propaganda espetacular para a cidade", afirma Luís Felipe Bonilha, presidente da Riotur. Para votar basta entrar no site www.corcovado.com.br ou mandar uma mensagem de texto SMS com a palavra CRISTO para o número 49216 (R$ 0,31 mais impostos, por torpedo). No site, pode-se votar de graça ou pagar 2 dólares e receber um certificado.
(Veja Rio, 4 de abril, 2007)
1.4.07
5.3.07

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!
subscreva o manifesto no site.
(Monteiro Lobato)
"As mudanças climáticas são uma ameaça maior ao planeta que o terrorismo."
(Stephen Hawking)
"A hora mais escura da noite é a mais próxima do alvorecer."
(Masaharu Tanigushi)
"A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas."
(Goethe)
1.3.07
Aqui você pode ver o futuro. É uma cortesia minha.
Assista e depois fale comigo. Tenho outros detalhes pra você.
28.2.07
Use apenas 5 minutos de seu tempo para cobrar de quem tem o DEVER de fazer seu estado funcionar!
Não se esqueça de que NINGUÉM pode pressionar tanto os políticos quanto o POVO. Medidas como aumento salarial de políticos foram bloqueadas por PRESSÃO POPULAR através de TELEFONEMAS e INTERNET. FAÇA SUA PARTE! Os verdadeiros responsáveis por garantir a sua segurança são ELES!
Como fazer isso?
1) PELA INTERNET
Aqui, você cobra dos deputados estaduais do Rio de Janeiro.
Aqui, você cobra dos deputados federais.
Aqui, você cobra dos senadores.
2) POR TELEFONE
A ligação é GRATUITA em todos os casos:
Aqui, você cobra dos deputados federais do Rio de Janeiro: 0800220008
Aqui, você cobra dos deputados federais: 0800619619
Aqui, você cobra dos senadores: 0800 612211
22.2.07
Filho viajou com a família de um amiguinho e revivi meus carnavais de solterice, livre, leve e solta. Quer dizer, solta, mas não avulsa. Meu amo e senhor e eu mais um par de amigos animadíssimos nos metemos em todos os blocos que conseguimos alcançar, enfiamos o pé na jaca (com a devida responsabilidade, afinal já não somos, digamos, bebês) e nos divertimos muito.
O Rio de Janeiro é uma vila. A gente sai de casa e esbarra nos amigos e conhecidos. Quem está no desvio tem que se cuidar :-) É também o retrato da resiliência. Mesmo com faixa de luto no braço, com um minuto de silêncio antes de começar a batucada, ninguém deixou a peteca cair. Banda de Ipanema, Bloco de Segunda, Bip Bip, Banda da Sá Ferreira, Rio Maracatu, capoeira com jongo que não sei o nome... E muita praia, porque o sol resolveu dar as caras lindamente após um verão de muito fazer doce.
Não sou o olho que tudo vê, é claro, mas circulei muito e não vi uma briga sequer. Ou meu anjo da guarda está merecendo um Oscar de melhor ator coadjuvante ou esta foi uma festa de muita paz.
Ontem, em plena quarta-feira de cinzas, lá estava eu no rabo de mais um bloco, o Virtual. Depois, lavei os confetes, a espuma, os respingos de cerveja e muito suor no pôr-de-sol de Ipanema.
Hoje, vida que segue.
Domingo tem Monobloco.
16.2.07
(Marquês de Maricá)
"Seja a mudança que você quer no mundo."
(Gandhi)
"Arriscar e amar até o fim."
(Marina Lima)
"O tempo apara todas as arestas e dá o acabamento necessário a tudo."
(Maria Bethânia)
"O papel mais difícil que já enfrentei foi o de amadurecer."
(Elizabeth Taylor)
"Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita."
(San Kenn)
"Passarinho que acompanha morcego dorme de cabeça para baixo."
(João Nogueira)
"A língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros."
(provérbio chinês)
"Mas / o silêncio / só existe disfarçado."
(Francisco Bosco)
"A glória é um alimento que se dá a quem já não pode saboreá-lo."
(Carlos Drummond de Andrade)
12.2.07
Como todo mundo, fiquei estarrecida com o brutal assassinato do Joãozinho.
Mas hoje, começaram a chegar aqueles e-mail que pipocam na caixa postal quando coisas desse tipo acontecem. São sempre os mesmos, o discurso é sempre igual.
Um amigo me enviou um convite para participar de uma comunidade que pregava o "olho por olho, dente por dente".
Eis o que respondi:
Obrigada pelo convite, mas não posso aceitar. Estou super-revoltada com esse crime. Sou super a favor de punição rigorosa para os criminosos. Mas olho por olho dente por dente, como dizia Gandhi, gera uma terra de cegos banguelas. (...) Bom, estou fora de qualquer coisa que me faça ficar minimamente parecida com esses monstros. Pena de morte, além de não resolver, nivela a todos por baixo.
Mas mensagens com o mesmo teor parecem brotar dos bueiros, então prefiro as palavras do Fausto Wolff:
Dizem que, durante uma entrevista na TV, Sandra Cavalcanti defendeu a pena de morte. Jaguar, um dos entrevistadores, teria perguntado: - O que a senhora sugere: garrote vil, afogamento, decapitação ou fogueira?
Sempre fui contra a pena de morte e passei a achar que os Estados Unidos eram governados por psicopatas quando, ainda garoto, soube que Ethel Rosemberg fora assassinada pela Justiça americana na cadeira elétrica. Era pequenininha e aqueles cintos de couro e metal não apertaram bem suas pernas. Ainda viva foi eletrocutada novamente, ocasião em que sua cabeça quase pegou fogo. Mais tarde fui a favor da pena de morte para os que eram a favor da pena de morte. Depois mudei de idéia. Não se pode matar alguém apenas por ser burro, caso contrário nem teríamos gente aparecendo na TV.
16.1.07
12.1.07
(Antônio Cícero)
"O prêmio por uma coisa bem feita é tê-la feito."
(R. W. Emerson)
"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de ir."
(Machado de Assis)
"A espera às vezes dura um pouco / Um dia, um mês, um existir."
(Marina Lima)
"Preserve os gatos pingados. Afinal, eles são só meia dúzia."
(anônimo)
"De tudo somente fica / O que for para ser vivido."
(Thereza Christina Motta)
"Deixe que o beijo dure / Deixe que o tempo cure."
(Jorge Dexter / Zélia Duncan)
"A moda é passageira, como as pessoas, mas ressucita, e elas não."
(Carlos Drummond de Andrade)
"Moda é o que você adota quando você não sabe quem você é."
(Quentin Crisp)
"O que é chamado de moda é tradição momentânea."
(Goethe)
"Só há uma maneira de se chagar ao coração de um homem, minha filha. Com uma faca."
(Viviana Gómez Thorpe)
10.1.07
(Erasmo Carlos)
Antigamente quando eu me excedia ou fazia alguma coisa errada.
Naturalmente minha mãe dizia: "ele é uma criança, não entende nada".
Por dentro eu ria satisfeito e mudo. Eu era um homem e entendia tudo.
Hoje só, com meus problemas rezo muito, mas eu não me iludo.
Sempre me dizem quando fico sério: "ele é um homem e entende tudo".
Por dentro com a alma atarantada, sou uma criança, não entendo nada.
No final dos anos 1970, a escola onde eu estudava promoveu eleições, mas já não lembro qual eram os cargos que os vencedores ocupariam. Algo decorativo, imagino, pois vivíamos período de trevas na política. Recordo, entretanto, que os nomes das chapas causaram comoção. Devo destacar que naquela época, naquele bairro, o sinal da Rede Globo nem sempre chegava claro, não haviam as parabólicas, nem TV a cabo, e a torre de UHF no alto da Serra do Mendanha ainda era um projeto. Assim, a TV Tupi tinha forte audiência na região. Por isso as chapas receberam os nomes de "O Astro", em homenagem à novela de Janete Clair exibida pela Vênus Platinada em horário nobre e "O Profeta", folhetim de Ivani Ribeiro levada então pela Tupi. A cisão advinda dessa escolha fez com que a acalorada disputa sobre qual álbum de figurinhas era o mais interessante, o dos personagens da Disney ou o de ciências, fosse completamente esquecida.
Não perdia um capítulo de "O Profeta", com o saudoso Carlos Augusto Strazzer no papel título e Débora Duarte no papel de irmã feia carismática. Também lembro da Márcia de Windsor (que trabalhava como jurada em programa de calouros) como a mãe que acobertava as armações da irmã arrivista. Mas quase não tenho registro da história em si, além dos poderes do protagonista, usados em causa própria contra os conselhos dos sensatos e da paixão da feiosa por ele. Assisto a poucos capítulos do remake na Globo, mas eles não despertam qualquer recordação do original.
Estranho como nossas memórias são mais de sensações do que de fatos. E me lembro das sensações da disputa na escola, de como adorava ver a novela e tentar ver o rosto de Jesus na imagem do borrão na abertura, mas não recordo bem do enredo.
De qualquer forma, pelo pouco que vi, constato que muita coisa não despertaria interesse no mundo de hoje. O mocinho tendo que casar contra sua própria vontade porque engravidou a vilã? Hoje em dia o golpe da barriga não rola. Ou rola?
Aliás, acho que cada vez mais teremos novelas de época, porque os grandes clichês folhetinescos foram exterminados pelas novas tecnologias. Desencontros e bolos? Na era do celular!? Desconhecidos que se aproximam e se apaixonam, descobrem que são irmãos e só no final concluem que não. Ou quem é o verdadeiro pai da criança... Vai exame de DNA aí? E a carta, aquela que desvenda tudo, ou compromete, ou inocenta? Cadê os missivistas de caneta e papel em 2007?
É, o povo da dramaturgia tem que ralar para criar novos chavões. Mas por enquanto eles ainda falam de e com o pessoal que ainda não chegou no século XXI.
(Oscar Wilde)
"Odeio dinheiro. Mas odeio ainda mais a sua falta."
(Katherine Mansfield)
"Que ninguém se engane, só se consehue a simplicidade através de muito trabalho."
(Clarice Lispector)
"A arte de agradar é a arte de enganar."
(Marquês de Vauvernagues)
"A felicidade é como a saúde: se não sentes a falta dela, significa que ela existe."
(S. Turgenev)
"A idade nem sempre traz sabedoria. Às vezes a idade vem sozinha."
(anônimo)
"O homem está sempre desposto a negar tudo aquilo que não compreende."
(Pascal)
"Não menos do que saber, agrada-me duvidar."
(Dante Alighieri)
"Mesmo cativo o pássaro não liga / Prendem seu corpo, não sua cantiga."
(Billy Blanco)
"O que você não vê com seus olhos não invente com sua língua."
(provérbio inglês)
26.12.06
(George Herbert)
"Não corra atrás das borboletas. Plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela."
(D. Elhers)
"A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender."
(Albino Teixeira)
"O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo."
(Balzac)
"Brincar é condição fundamental para ser sério."
(Arquimedes)
"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho."
(Mário Quintana)
"A loucura é diagnosticada pelos sãos,que não se submetem a diagnóstico."
(Carlos Drummond de Andrade)
"Temos uma boca e dois ouvidos mas jamais nos comportamos proporcionalmente."
(provérbio chinês)
"As pessoas que falam muito mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades."
(Millôr Fernandes)
"As mulheres são capazes de tudo. Os homens, do resto."
(Henry de Régnier)
20.12.06
Demitido, repórter da Globo critica direçãoDemitido, repórter da Globo critica direção
Demitido, Rodrigo Vianna, repórter da TV Globo, critica a direção da emissora.
A TV Globo informa que Rodrigo Vianna encaminhou a mensagem após ter sido informado pela emissora de que seu contrato não seria renovado.
Leia íntegra da carta de Rodrigo Vianna:
LEALDADE
Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.
Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: "você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições, fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção.
Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás".
Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política - da qual participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no Jornalismo da Globo.
Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.
Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!
Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto".
Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.
Na reta final do primeiro turno, os "aloprados do PT" aprontaram; e aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui.
Ao lado de um grupo de colegas, entrei na sala de nosso chefe em São Paulo, no dia 18 de setembro, para reclamar da cobertura e pedir equilíbrio nas matérias: "por que não vamos repercutir a matéria da "Istoé", mostrando que a gênese dos sanguessugas ocorreu sob os tucanos? Por que não vamos a Piracicaba, contar quem é Abel Pereira?"
Por que isso, por que aquilo... Nenhuma resposta convincente. E uma cobertura desastrosa. Será que acharam que ninguém ia perceber?
Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?
Faltando seis dias para o primeiro turno, o "petista" Humberto Costa foi indiciado pela PF. No caso dos vampiros. O fato foi parar em manchete no JN, e isso era normal. O anormal é que, no mesmo dia, esconderam o nome de Platão, ex-assessor do ministério na época de Serra/Barjas Negri. Os chefes sabiam da existência de Platão, pediram a produtores pra checar tudo sobre ele, mas preferiram não dar. Que jornalismo é esse, que poupa e defende Platão, mas detesta Freud! Deve haver uma explicação psicanalítica para jornalismo tão seletivo!
Ah, sim, Freud. Elio Gaspari chegou a pedir desculpas em nome dos jornalistas ao tal Freud Godoy. O cara pode ter muitos pecados. Mas, o que fizemos na véspera da eleição foi incrível: matéria mostrando as "suspeitas", e apontando o dedo para a sala onde ele trabalhava, bem próximo à sala do presidente... A mensagem era clara. Mas, quando a PF concluiu que não havia nada contra ele, o principal telejornal da Globo silenciou antes da eleição.
Não vi matérias mostrando as conexões de Platão com Serra, com os tucanos.
Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada...).
O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas.!
Um colega nosso chegou a produzir, de forma precária, por telefone (vejam, bem, por telefone! Uma TV como a Globo fazer reportagem por telefone), reportagem com perfil do Abel. Foi editada, gerada para o Rio. Nunca foi ao ar!
Os telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na tal fita do "dossiê". Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou. A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com sanguessugas?
E o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3 pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor (aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas "desagradáveis". A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra, teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.
E isso era um segredo de polichinelo. Muita gente ouviu essa história pelos corredores...
E as fotos da grana dos aloprados? Tínhamos que publicar? Claro. Mas, porque não demos a história completa? Os colegas que estavam na PF naquele dia (15 de setembro), tinham a gravação, mostrando as circunstâncias em que o delegado vazara as fotos. Justiça seja feita: sei que eles (repórter e produtor) queriam dar a matéria completa - as fotos, e as circunstâncias do vazamento. Podiam até proteger a fonte, mas escancarando o que são os bastidores de uma campanha no Brasil. Isso seria fazer jornalismo, expor as entranhas do poder.
Mais uma vez, fomos seletivos: as fotos mostradas com estardalhaço. A fita do delegado, essa sumiu!
Aquele diretor, aquele que controla cada palavra dos textos de política, disse que só tomou conhecimento do conteúdo da fita no dia seguinte. Quer que a gente acredite?
Por que nunca mostraram o conteúdo da fita do delegado no JN?
O JN levou um furo, foi isso?
Um colega nosso, aqui da Globo ouviu a fita e botou no site pessoal dele... Mas, a Globo não pôs no ar... O portal "G-1" botou na íntegra a fita do delegado, dias depois de a "CartaCapital" ter dado o caso. Era noticia? Para o portal das Organizações Globo, era.
Por que o JN não deu no dia 29 de setembro? Levou um furo?
Não. Furada foi a cobertura da eleição. Infelizmente.
E, pra terminar, aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das matérias da "CartaCapital". Respeito os colegas que assinaram. Alguns assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!
Pensem bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista "Quatro Rodas" dá matéria falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em Berlim!
Aqui, na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas ficaram falando sozinhos nessa eleição...
De resto, está difícil continuar fazendo jornalismo numa emissora que obriga repórteres a chamarem negros de "pretos e pardos". Vocês já viram isso no ar? Sinto vergonha...
A justificativa: IBGE (e, portanto, o Estado brasileiro) usa essa nomenclatura. Problema do IBGE. Eu me recuso a entrar nessa. Delegados de policia (representantes do Estado) costumavam (até bem pouco tempo) tratar companheiras (mesmo em relações estáveis) como "concubinas" ou "amásias". Nunca usamos esses termos!
Árabes que chegaram ao Brasil no início do século passado eram chamados de "turcos" pelas autoridades (o passaporte era do Império Turco Otomano, por isso a nomenclatura). Por causa disso, jornalistas deviam chamar libaneses de turcos?
Daqui a pouco, a Globo vai pedir para que chamemos a Parada Gay de "Parada dos Pederastas". Francamente, não tenho mais estômago.
Mas, também, o que esperar de uma Redação que é dirigida por alguém que defende a cobertura feita pela Globo na época das Diretas?
Respeito a imensa maioria dos colegas que ficam aqui. Tenho certeza que vão continuar se esforçando pra fazer bom Jornalismo. Não será fácil a tarefa de vocês.
Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom dia Brasil ao JG, temos um desfile de gente que está do mesmo lado.
Mas sabem o que me deixou preocupado mesmo? O texto do João Roberto Marinho depois das eleições.
Ele comemorou a reação (dando a entender que foi absolutamente espontânea; será que disseram isso pra ele? Será que não contaram a ele do mal-estar na Redação de São Paulo?) de jornalistas em defesa da cobertura da Globo:
"(...)diante de calúnias e infâmias, reagem, não com dúvidas ou incertezas, mas com repúdio e indignação. Chamo isso de lealdade e confiança".
Entendi. Ele comemora que não haja dúvidas e incertezas... Faz sentido. Incerteza atrapalha fechamento de jornal. Incerteza e dúvida são palavras terríveis. Devem ser banidas. Como qualquer um que diga que há racismo - sim - no Brasil.
E vejam o vocabulário: "lealdade e confiança". Organizações ainda hoje bem populares na Itália costumam usar esse jargão da "lealdade".
Caro João, você talvez nem saiba direito quem eu sou.
Mas, gostaria de dizer a você que lealdade devemos ter com princípios, e com a sociedade. A Globo, infelizmente, não foi "leal" com o público. Nem com os jornalistas.Vai pagar o preço por isso. É saudável que pague. Em nome da democracia!
João, da família Marinho, disse mais no brilhante comunicado interno:
"Pude ter certeza absoluta de que os colaboradores da Rede Globo sabem que podem e devem discordar das decisões editoriais no trabalho cotidiano que levam à feitura de nossos telejornais, porque o bom jornalismo é sempre resultado de muitas cabeças pensando".
Caro João, em que planeta você vive? Várias cabeças? Nunca, nem na ditadura (dizem-me os companheiros mais antigos) tivemos na Globo um jornalismo tão centralizado, a tal ponto que os repórteres trabalham mais como bonecos de ventríloquos, especialmente na cobertura política!
Cumpro agora um dever de lealdade: informo-lhe que, passadas as eleições, quem discordou da linha editorial da casa foi posto na "geladeira". Foi lamentável, caro João. Você devia saber como anda o ânimo da Redação - especialmente em São Paulo.
Boa parte dos seus "colaboradores" (você, João, aprendeu direitinho o vocabulário ideológico dos consultores e tecnocratas - "colaboradores", essa é boa... Eu não sou colaborador, coisa nenhuma! Sou jornalista!) está triste e ressabiada com o que se passou.
Mas, isso tudo tem pouca importância.
Grave mesmo é a tela da Globo - no Jornalismo, especialmente - não refletir a diversidade social e política brasileira. Nos anos 90, houve um ensaio, um movimento em direção à pluralidade. Já abortado. Será que a opção é consciente?
Isso me lembra a Igreja Católica, que sob Ratzinger preferiu expurgar o braço progressista. Fez uma opção deliberada: preferiram ficar menores, porém mais coesos ideologicamente. Foi essa a opção de Ratzinger. Será essa a opção dos Marinho?
Depois, não sabem porque os protestantes crescem...
Eu, que não sou católico nem protestante, fico apenas preocupado por ver uma concessão pública ser usada dessa maneira!
Mas, essa é também uma carta de despedida, sentimental.
Por isso, peço licença pra falar de lembranças pessoais.
Foram quase doze anos de Globo.
Quando entrei na TV, em 95, lá na antiga sede da praça Marechal, havia a Toninha - nossa mendiga de estimação, debaixo do viaduto. Os berros que ela dava em frente à entrada da TV traziam uma dimensão humana ao ambiente, lembravam-nos da fragilidade de todos nós, de como nossa razão pode ser frágil.
Havia o João Paulada - o faz-tudo da Redação.
Havia a moça do cafezinho (feito no coador, e entregue em garrafas térmicas), a tia dos doces...
Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.
Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós - nas ruas, no Metrô, na padaria.
Todos, do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação. Estacionamentos eram externos (não havia "vallet park", nem catraca eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.
Hoje, quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado. Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.
Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.
Pra quem conseguiu chegar até o fim dessa longa carta, preciso dizer duas coisas...
1) Sinto-me aliviado por ficar longe de determinados personagens, pretensiosos e arrogantes, que exigem "lealdade"; parecem "poderosos chefões" falando com seus seguidores... Se depender de mim, como aconteceu na eleição, vão ficar falando sozinhos.
2) Mas, de meus colegas, da imensa maioria, vou sentir saudades.
Saudades das equipes na rua - UPJs que foram professores; cinegrafistas que foram companheiros; esses sim (todos) leais ao Jornalismo.
Saudades dos editores - que tiveram paciência com esse repórter aflito e procuraram ser leais às minúcias factuais.
Saudades dos produtores e dos chefes de reportagem - acho que fui leal com as pautas de vocês e (bem menos) com os horários!
Saudades de cada companheiro do apoio e da técnica - sempre leais.
Saudades especialmente, das grandes matérias no Globo Repórter - com aquela equipe de mestres (no Rio e em São Paulo) que aos poucos vai se desmontando, sem lealdade nem respeito com quem fez história (mas há bravos resistentes ainda).
Bem, pelo tom um tanto ácido dessa carta pode não parecer. Mas levo muita coisa boa daqui.
Perdi cabelos e ilusões. Mas, não a esperança.
Um beijo a todos.
Rodrigo Vianna.
19.12.06
Na Alemanha e na Áustria este ano, a afirmação de que a imagem do senhor barbudo em pijama vermelho de pom-pons brancos é uma criação da Coca-Cola que acabou desvirtuando o espírito natalino da louvação do Menino-Deus para o consumo desenfreado, desaguou num boicote sem precedentes à figura. As vitrines da Germânia aboliram a imagem de Papai Noel. Por lá não se ouve mais o ho-ho-ho.
Imagine você que Papai Noel foi expulso da Disney World. Duvida?
E agora este artigo.
18.12.06
"Contradizer-se... Que luxo!"
(Jean Cocteau)
"A arte é um compêndio da natureza formado pela imaginação."
(Eça de Queiroz)
"Qualquer idiota é apaz de pintar um quadro. Mas só um gênio é capaz de vendê-lo."
(Samuel Buttler)
"Os poetas têm autorização para mentir."
(Plínio, o jovem)
"A vaidade é dos mesquinhos, o orgulho é dos grandes."
(Lorde Byron)
"A intriga humana me fascina."
(Nélida Piñon)
"A injustiça feita a um é ameaça feita a todos."
(Mostequieu)
"A sabedoria é filha da experiência."
(Leonardo Da Vinci)
"Há pessoas silenciosas que são muito mais interessantes que os melhores oradores."
(Benjamin Disraeli)
No sábado trabalhei o dia inteiro. Este final de ano tem sido de lascar. Mas não estou reclamando. Quando parei, já às sete, por tanto tempo lutando mentalmente contra o alvoroço da turba que se reunia sob a minha janela para o show da Sangalinha, estava absolutamente moída. Mas mantive o combinado, tomei um banho e fui para a festa de aniversário de um amigo. O convite dizia: chegue cedo, porque à meia-noite o som pára. Bom, ia ter música. Oba!
Conhecemos o sujeito e ele logo nos deixou de boca aberta. Era nosso dentista. Mas as afinidades eram grandes e logo descobrimos que além do consultório, o papo tinha que continuar em torno de uma mesa de bar. Claro que meu dentista também tem uma banda e foi ele quem primeiro me falou do Estephanio's, o melhor bar com música no Rio de Janeiro.
A festa rolou num estúdio e quem chegava tocava, cantava ou simplesmente, como eu, aplaudia. Tenho muitas turmas. E essa é uma que me dá muita alegria. Ouvi música velha e música nova. Música brasileira e do Velho Continente. Rock, reggae, blues, jazz... Gente que sente um prazer evidente em se reunir para cultuar Orfeu.
E entre as canções que foram entoadas, aquela que se tornou uma obsessão para mim em 2006: Crazy, do Gnarls Barkley. Até o clipe se encaixava com uma pesquisa que eu estava fazendo sobre o teste de Rorschach, porque estava muito interessada na projeção pessoais que fazemos nas situações independente do que de fato é apresentado.
Desconheço muitas das canções apresentadas abaixo, mas além de Crazy, também Smile me fisgou. Senti falta de uma outra que cantarolo sempre. Dizem que uma boa música é aquela que traduz sentimentos que estão no ar. Muitos dos grandes dizem que não compuseram suas obras primas, colheram do cosmo. Keith, por exemplo, sonhou com o riff de Satisfaction. Guardadas as devidas proporções, eu tinha uma mensagem importante para passar para uma pessoa muito amada e não estava conseguindo encontrar um jeito de fazer minha mensagem chegar sem soar como um sermão de tia chata. E aí veio Put your records on para eu tentar entrar em sintonia com quem eu precisava. Rolou.
Bom, eis a lista das Melhores de 2006, segundo a revista Rolling Stones:
1 - Crazy, Gnarls Barkley
2 - Steady As She Goes, Raconteurs
3 - Ridin', Chamillionaire
4 - What You Know, TI
5 - Vans, The Pack
6 - Thunder on the Mountain, Bob Dylan
7 - Smile, Lily Allen
8 - Wamp Wamp (What it Do), Clipse e Slim Thug
9 - Dimension, Wolfmother
10 - Ooh La La, Goldfrapp
(fonte)