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30.9.01

Domingo de sol no Rio de Janeiro!? Se algum membro da família tem alguma coisa para fazer na rua, mesmo que seja buscar uma papelada na casa de um colega de trabalho, todo mundo entra correndo no carro, porque sabe que no caminho vai cruzar com festa para todo lado.

Antes de dobrarmos a primeira esquina, já fomos cercado pelo fervilhar do Maracanã, numa manhã ordinariamente dominical em que os pais esperam filhos que foram prestar um exame qualquer. Feliz coincidência: no rádio os Novos Baianos cantam “Besta É Tu” falando do estádio num destes dia da semana.

Passamos na esquina da Rua Radialista Waldir Amaral, cruzamos o Espaço Jamelão na avenida do samba. O Cristo estava lá em cima, com seus braços eternamente abertos. O que há demais em um túnel? Uma linda imagem de Santa Bárbara que ficou escondida durante muito tempo e finalmente está em lugar de destaque.

As pessoas e os carros tomam as ruas. A frente da igreja está cheia de fiéis. A praça repleta de manifestantes de branco orando e discursando. Na frente da maternidade colorida de flores, pessoas celebram a chegada de novos membros às suas famílias. O prédio me traz uma história triste à lembrança e ela derrete ao sol. Ali ao lado mora uma amiga que não vejo há tempos. Saudades de seu sorriso largo...

Largo do Boticário. Piso em suas pedras elegantes. Espio o rio que emprestou seu nome aos nascidos ou simplesmente apaixonados pela cidade. Em suas águas os tamoios acreditavam conferir beleza às mulheres e virilidade aos homens. Por ali morou um grande artista que apaixonou-se pelo rosto de uma amiga minha. As casas parecem mais velhas do que realmente são, usando material retirado das demolições das edificações que ficavam onde hoje está a Avenida Presidente Vargas.

É hora do almoço? Petisco da Vila, claro! O garçom parece a Lúcia Helena daquela propaganda do Unibanco, mimando o guri que ele conhece desde o tempo em que ainda morava dentro da minha barriga.

Definitivamente deveria haver alguma lei que proibisse que os dias do final de semana fossem cinzentos como ontem. Sábado carrancudo no Rio é um absurdo! Passei o dia todo madorrenta. Os meus meninos foram ver a exposição surrealista, mas museu lotado não é realmente um antídoto anti-tédio para mim. O dia só não foi totalmente perdido porque na volta para casa meu amo e senhor teve a brilhante idéia de passar na videolocadora.

Um filme para mim e outro para ele, teoricamente. Eu gostei dos dois, de formas diferentes. Eternamente Lulu é divertido, mesmo tratando de uma situação dramática, afinal saias justas são geralmente assim: pateticamente engraçadas. O diálogo no avião, o lobby, o corredor e os quartos do hotel, a visita à família de um filho que a vida extraviou... Cenas que poderiam acontecer com quase todo mundo... Roteiro tão bom que a gente consegue abstrair os intérpretes dos protagonistas: Senhora Banderas e Patrick Swayze.

Vivendo no Limite é um filme estranho que eu deliberadamente evitei quando passou nos cinemas. Mas é um bom filme, embora eu tenha saído da sala numa cena mais brava. Como naquela mensagem que roda pela Internet exortando todos a agradecerem por não trabalharem numa fábrica de supositórios que garante que seus produtos são previamente testados, depois de assistir a este filme também nos sentimos compelidos a dar graças por nosso próprio trabalho. Já pensou trabalhar como paramédico de madrugada num bairro marginal de uma grande cidade? E Nicolas Cage é simplesmente o máximo! É angustiante. É um filmaço.

E ainda faltam meia tarde, uma noite e uma madrugada para acabar o final de semana.

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