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3.10.01

1 - Metafísica idealista: A realidade suprema é de natureza mais espiritual do que física, mais mental do que material. “O que não pode ser pensado não pode ser real” (Parmênides). “O mundo é minha idéia” (Schopenhauer). O idealista não nega a existência do mundo à nossa volta, mas mesmo sendo essa coisas reais, elas não o são de forma derradeira. Para o idealista cristão, a realidade suprema é o Deus da Trindade. Platão considerou o espírito do homem uma “alma” que emana de um empíreo de “idéias” perfeitas e externas.Berkley assume a posição cristã ortodoxa de que a alma é imortal, tendo sido criada por Deus para desfrutar a vida eterna com Ele, após suas provações na Terra. Para Kant, o homem é livre (é um espírito) e determinado ( ser físico, sujeito à lei natural). O idealista hegeliano considera o homem uma parte vital do Absoluto (centelha do Espírito Eterno em que será reabsorvido na morte).

[O “EC”, nesse caso, preside ao nascimento de idéias, tratadas como possibilidades intrínsecas que necessitam ser desenvolvidas dentro do “encarcerado”. O conhecimento é mais “espremido” para fora do que “despejado”. É primordialmente a matéria aprovada aquela que deve ser “espremida” e não, usualmente, a que um estudante escolhe por si mesmo.]

2 – Metafísica realista: A matéria é a realidade suprema, não é simplesmente uma idéia na mente de indivíduos observadores ou mesmo na mente de um Observador Eterno. Ela existe em si e por si mesma, independente de nossas mentes.

2.1 – Realismo Racional: O mundo material é real e existe fora da mente daqueles que o observam.

2.1.1- Realismo Clássico: Aristóteles [O “EC” habilita o equilíbrio intelectual e não o ajuste ao ambiente físico e social. A espontaneidade e a criatividade são apreciadas]

2.1.2- Religioso ou Tomismo (Aristóteles visto pela lente de São Tomás de Aquino): Tanto a matéria como o espírito foram criados por Deus, que construiu um universo ordenado e racional a partir de Sua sabedoria e bondade supremas. Embora não seja exatamente mais real do que a matéria, o espírito é, contudo, mais importante. O homem é uma fusão do material com o espiritual, corpo e alma formando uma só natureza. Somos livres e responsáveis por nossas ações; mas também somos imortais, tendo sido colocados na Terra para amar e honrar nosso Criador, e assim merecermos a felicidade eterna. [ O “EC” deve levar à natureza como obra saída da mão de Deus, já que a ordem e a harmonia do universo são o fruto da criação divina]

2.2- Realismo Natural e Científico: Cético e experimental. Não há um domínio espiritual ou sua existência não pode ser provada. O homem é um organismo biológico dotado de um sistema nervoso altamente desenvolvido e uma disposição inerentemente social. Aquilo que chamamos “pensamento” consiste, realmente, numa função altamente complexa do organismo que o relaciona com seu meio ambiente, semelhante a outras funções orgânicas. Não há livre arbítrio. O indivíduo está determinado pelo impacto do meio físico e social sobre sua estrutura genética.

[Para a concepção realista, o “EC” deve então transmitir um núcleo central de matérias que familiarize o "cativo" com o mundo à sua volta]

3 – Metafísica Pragmática: Só podemos conhecer aquilo que nossos sentidos experimentam. Aborda a realidade da transformação, a natureza essencialmente social e biológica do homem, a relatividade dos valores e o uso da inteligência crítica. O mundo não é dependente nem independente da idéia que o homem faz dele. A realidade equivale à “interação” do ser humano com seu meio ambiente – é a soma total do que “experimentamos”. O mundo só é significativo na medida em que o homem lhe atribui significado. Se o universo possui alguma finalidade mais profunda, ela está oculta do homem; e o que o homem não pode experimentar não pode ser real para ele. A mudança é a essência da realidade e devemos estar sempre preparados para alterar o modo como fazemos as coisas. A realidade é criada pela interação de uma pessoa com seu meio ambiente. A natureza humana é fundamentalmente plástica e variável. O ser humano é um organismo vivo, continuamente empenhado em reconstruir e interpretar suas próprias experiências. [O “EC” é fim e meio, visando melhorar e aperfeiçoar o “prisioneiro” e é o método para fazer isso. Não deve geralmente opor-se aos interesses do “prisioneiro”, mas deve ser uma decorrência natural desses interesses. A função do “EC” é vida e não uma preparação para ela.]

(Resumo do primeiro capítulo do livro Introdução à Filosofia da Educação de George F. Kneller)

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