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25.4.03

Minha vida daria um filme?


Cinema Mudo
(Herbert Vianna)

Amor sem palavras, cinema mudo
Não falo nada, você sabe tudo
Ô, Ô, Ô, Ô...
A noite chega, me dá um toque
Melancolia não dá ibope
Ô, Ô, Ô, Ô...
Eu tenho que aprender
A dizer tudo que eu sinto por você
Eu tenho que aprender num desses seriados de TV
Vole, Vole, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô
Vole, Vole, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô
Ai, Ai, Ai, Ai
Vole, Vole, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô
Vole, Vole, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô


Depois de andar do Estádio do Maracanã ao Shopping Tijuca, algumas léguas lá dentro, do Shopping Tijuca à rua Uruguai e pela Conde de Bonfim da rua Uruguai a Praça Saens Peña, antes de pegar a reta rumo ao lar doce lar, resolvi parar no Palheta para tomar um mate gelado e retomar o fôlego.

Fiquei olhando para aqueles pôsteres com cenas de filmes antigo e pensei na época em que a praça era uma ilha cercada de cinemas por todos os lados. Não sou saudosista e não sou de ficar lamentando pelos cinemas que fecharam. A cidade vai mudando sua dinâmica e seus caminhos. Hoje as salas escuras tijucanas migraram para o Shopping Tijuca e para o Iguatemi. Lógico que não levaram consigo o glamour da tela grande, da decoração suntuosa e por vezes kitsch. São outros os tempos, são outros os filmes, são outros os cinemas. Segurança é mais importante que espaço, estacionamento é mais importante que muitas linhas de ônibus, metrô e - Deus! - bonde, praticidade hoje em dia ganha de lavada do charme. Para os que choram pelos velhos tempos costumo lembrar a sabedoria do saudoso mestre João Nogueira: "Não é que os Carnavais de hoje sejam ruins; você é que não tem mais 18 anos."

Aquela parede anacrônica do Palheta deixou meu mate mais saboroso, não apenas com as imagens adoráveis de astros queridos, mas por me levar a pensar em uma coisa que eu precisava lembrar neste momento: que as coisas mudam, trocam de lugar, movimentam-se sempre; se é bom ou ruim, depende da nossa disposição para encarar os fatos e moldá-los às nossas necessidades.

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