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3.12.02







(roupas da Coopa Roca, fotos retiradas do Terra)

Muita gente descobre que pagar caro por uma roupa onipresente de uma grife famosa é o oposto do cool.

(tudo mais)

E por falar em moda, um viva pelo falecimento da moda da cabeça raspada e do cabelo cortado à máquina para os homens. Viva!
Estou em ótima companhia:

(...)sei que sou antipática e não posso fazer nada. Eu só falo de mim porque nem sei o modo de abordar você.
(Clarice Lispector em uma carta de 1944, citada por marina w)
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.
A vida só pode ser assim chamada entre os 15ºC e os 30ºC.

2.12.02

Nunca ouvi a FM O Dia, mas o pessoal dessa rádio resolveu fazer uma promoção aqui em frente de casa, no outro dia, bem na hora em que eu voltava da hidroginástica. O povo que escuta a rádio vinha chegando correndo e eu lá, disputando uma entrada grátis para o cinema, numa débil tentativa de fila. Quando chegou minha vez, é claro que as entradas haviam acabado. Mas não fiquei triste em levar para cima um bonezinho para o moleque que faz coleção.

Quando cheguei em casa: surpresa! Minha sogra, que tinha trazido meu tesouro de umas voltinhas pouco antes, conseguiu pegar os convites. E meu herdeiro e eu fomos ontem, como convidados, assistir à pré-estréia de Stuart Little 2. Nas palavras de meu acompanhante, "um filme excepcional". Na minha opinião, poucas novidades para quem viu o primeiro, este sim surpreendeu com a qualidade dos efeitos especiais. Mas o importante é que ele agradou em cheio a quem tinha que agradar.

Também como mãe e acompanhante, fui passear pela floresta no sábado. A culminância do projeto do quarto e último bimestre na escola do pimpolho nos levou a nos embrenhar pela selva. Exageros à parte, foi uma manhã bem agradável na Floresta da Tijuca, com direito a um café da manhã caprichado em mesas muito bem postas que nos aguardavam num local chamado Meu Recanto. O único senão ficou por conta da bióloga que serviu de guia. Parece que foi parar lá por indicação de algum cacique e talvez ninguém tenha se preocupado em verificar como a tal pessoa se expressava. Entre milhares de pequenos erros de concordância ela cometeu o erro que uma bióloga não pode cometer. Ela ia começar a falar da flora dos animais quando foi eficiente e prontamente interrompida por uma atenta coordenadora.

E como uma cidade como o Rio não se cansa de expor possibilidades e belezas, à noite fomos assistir a Fale com Ela (finalmente!) num shopping quase deserto que desde a semana passada foi alçado ao posto de um dos meus favoritos. Além de estacionamento fácil, nada de adolescentes atochando corredores, bons filmes em cartaz (nenhum blockbuster sanguinolento), num lugar quase secreto, abrem-se restaurantes para um pedaço d'água que não conseguimos saber se era um canal, uma lagoa ou um braço de mar, a Pedra da Gávea, montanhas verdes. Com boa comida, boa bebida e boa companhia, o local fica muito próximo ao que pode chamar-se perfeição. (Da próxima vez levo o repelente para mosquitos)

Ainda devo uma visita à árvore de Natal na Lagoa Rodrigo de Freitas e preciso de uma praia para uniformizar meu bronzeado que está um tanto bagunçado depois de trocar com tanta freqüência o modelito de mergulho.

E para arrematar o formato querido diário, conto que fui a uma festa que foi ao mesmo tempo chá de bebê e bota-fora de uma amiga. Corajosa, ela muda-se logo depois do parto de volta para sua terra natal para compartilhar os banquetes de final de ano com seus familiares. Na saída, despedi-me dela como se fôssemos nos encontrar novamente na próxima semana. Talvez eu vá visitar o bebê quando ele nascer. Talvez eu guarde por muitos anos a imagem de seu rosto ainda mais arredondado pela gravidez, sorriso arrematado por profundas covinhas, as pernas pra cima para amenizar o inchaço próprio de seu estado e agravado pelo calor insuportável dos últimos dias, mas principalmente vou lembrar daquela aura de felicidade que envolve aqueles que acreditam que o futuro vai ser bem melhor e que ele já está aí.
Anota aí:

Na cadência do samba e do choro

Programação de dezembro da Sala Funarte Sidney Miller

Seg. 02 e Ter. 03 - Um Natal Especial - Projeto Arte Sem Barreiras
Qui. 05 - "M-Música desafina a fome"
Sex. 06 e Sáb. 07 - José Menezes e Liesbeth Nunes
Seg. 09 e Ter. 10 - Pedro Holanda
Sex. 13 e Sáb. 14 - Maria Teresa Madeira e Nicolas Krassik
Seg. 16 e Sáb. 17 - Feitio de Oração
Sex. 20 e Sáb. 21 - Rita Ribeiro


Como saideira do ano, temos uma programação que evoca a nobre alma popular de nossa cidade, valendo-se do samba e do choro. Será fácil notar também essa alma carioca pela presença rotineira dos músicos do mês nas rodas de samba e choro da Lapa. No palco da Sala estarão músicos como José Menezes (60 anos dedicados ao choro e ao samba); a pianista Maria Teresa Madeira (que inaugura agora uma parceria com o violinista francês Nicolas Krassik, e já teve áureos momentos na companhia de chorões como Altamiro Carrilho, Pedro Amorim e Paulo Sérgio Santos); o grupo Feitio de Oração (versado no samba e no choro, que tem entre seus integrantes o conhecido chorão Marco de Pina); e, representando a nova safra de músicos que se dedicam e
brilham na defesa destes rítmos, o compositor Pedro Holanda (apresentando seu próprio trabalho), assim como o cavaquinista Alessandro Valente (que integra tanto o grupo Rabo de Lagartixa quanto o Feitio de Oração). Essa programação é uma boa mostra do vigor e vitalidade que encontramos, mesmo após a virada do século, nesses dois ritmos essenciais da música popular brasileira.

Ainda neste mês, em seu primeiro evento, temos a tríplice apresentação dos Corais Desconcertando e Mãos em Canto com a dupla Miriam Esteves (piano) e Magda Bellotti (cantora) e a "saideira da saideira" será com a cantora maranhense Rita Ribeiro lançando seu CD "Comigo", no último programa do ano, dias 20 e 21 de dezembro.

Como programação extra, temos um grande evento no dia 05, uma quinta-feira: o projeto "M-Música desafina a fome", uma parceria do grupo M-Música com a Sala Funarte, promovendo um especial de Natal, com a presença de diversos artistas (entre eles, Arthur Verocai, Cláudia Telees, Cláudio Jorge, Fernando Leporace, Simone Guimarães e Sueli Costa), para o recolhimento de alimentos não perecíveis e contribuições diversas a serem encaminhados à Ação da Cidadania contra a fome, a miséria e pela Vida.

Em 2003, estaremos comemorando os 25 anos da Sala Funarte Sidney Miller, o teatro carioca da música, que durante esse percurso teve como meta o compromisso histórico com a música brasileira de qualidade. O público que freqüenta a Sala é também dono dessa história, porque ajudou a construí-la. Público especialíssimo que dá sentido a todo esforço que fazemos. Bom espetáculo, volte sempre, a Sala é sua!


Em dezembro sintonize a Rádio MEC (AM 800 - FM 98,9).
A Sala Funarte Sidney Miller estará lá!

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16 (esquina com a rua Araújo Porto Alegre)
Próximo ao Metrô Cinelândia / acesso Pedro Lessa
tel.: (21) 2279.8087 / 2279.8107 / 2262.0481
e-mail: salafunart@funarte.gov.br
Ingressos: Segunda R$ 5,00 (preço único)
Terça, sexta e sábado R$10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (estudantes, idosos e músicos)
Quinta, projeto "M-Música deesafina a fome"
-> 1 quilo de alimento não perecível OU R$ 3,00





29.11.02

só testando
Minha irmã caçula faz aniversário hoje e não vou vê-la.
Isso é uma prova de que definitivamente minha vida virou de cabeça para baixo nos últimos anos.
Não sou mais a mesma pessoa. Ou talvez seja, talvez apenas uma pequena mutação, talvez o tempo, talvez a conjuntura, talvez o clima, talvez a vida, talvez a roda viva, talvez a vista e os ouvidos tenham melhorado, talvez eu tenha ficado míope e mouca...
As grandes mudanças acontecem sem que a gente se dê conta.

28.11.02

Os bem-te-vis da vizinhança entraram em surto e me denunciam alucinadamente. Eles também devem estar assando, derretendo, murchando...
Para mim, as imagens e os sons vão sumindo na distância.
Nem ouso investigar se a pressão está muito baixa ou muito alta.
Os refluxos de uma peça teatral de quatro horas assombram ainda minha mesa de trabalho.
Não há chibata, apenas um zunido forte no ouvido que vem de dentro de mim mesma.
Nada me apetece. Já não suporto alface e frango grelhado.
Suo.
Penso seriamente em me inscrever no Guiness Book of Records na categoria maior número de banhos tomados num único dia.
Desisto. Vai dar muito trabalho.
Os dias nos dois últimos meses do ano deveriam dobrar de tamanho para que a gente não se sentisse tão incapaz de realizar tudo o que aparece para ser feito. E o que aparece não é apenas o imprevisto, mas tudo aquilo que você jurou, no final do ano passado, entre listas e sacolas sem fim, que deixaria concluído antes do final de outubro.
Acho que vou me mudar para dentro da geladeira.
Olho para todo o trabalho doméstico, familiar, profissional, social, maternal e o escambau a ser ainda feito e penso que o pior é que sonhada e impossível praia é um dos poucos remédios que conheço para curar novembrite.

26.11.02

Oráculo (porque as questões poderiam ser outras, mas resposta seria a mesma)



"Prezado Professor: temos de ser escravos do Português correto? Muitas vezes me sinto um pouco pedante ao pronunciar corretamente algumas palavras que são geralmente maltratadas: /rubríca/, /recórde/, /condôr/, /catetér/, /crôsta/ (os acentos aqui servem apenas para indicar o som) ... Devo continuar assim, ou é melhor falar como todos falam?".

Andréia Prado
______________________




Minha cara Andréia: entendo perfeitamente tua hesitação: muitos já sentiram essa tentação de afrouxar o controle sobre a linguagem e mergulhar no morno e aprazível mar da ignorância. Todos sabemos que é menos penoso e dá menos trabalho; no entanto, devemos seguir lutando, porque escolher o próprio destino, em vez de deixar que os outros o façam por nós, deixa nossa vida muito mais qualificada.

Volto mais uma vez à minha eterna comparação entre língua e vestimenta: entre duas formas igualmente aceitáveis, escolhe aquela em que te sentes mais à vontade. Nota bem: entre duas formas aceitáveis. Um dia desses escrevi sobre "onde" e "aonde" com verbos de movimento; as duas têm justificativas e bons defensores - escolhe a que te parece mais confortável. Agora, entre /rubríca/ e /*rúbrica/, a escolha se dá entre o culto (paroxítona) e o inculto (proparoxítona; neste caso, a pronúncia defeituosa também induz a erro de acentuação na grafia). Aqui não deves hesitar em escolher a correta.

Azar que soe pedante - é sinal de que, à tua volta, as pessoas andam precisando de mais estudo. Se lês a minha página e te preocupas em perguntar, é porque dás valor à linguagem que empregas; se a maioria não o faz, pior para eles. E um aviso: quanto mais estudares, quanto mais leres, mais vai parecer que os outros estão ficando para trás (na verdade, estão mesmo). Agora, se queres ser como a maioria (o que eu duvido), relaxa, fica feliz e nunca mais te preocupes com problemas de linguagem; até já me disseram que é mais fácil viver assim... Eu, hein? Abraço. Prof. Moreno


(retirado daqui)

25.11.02

É bobagem sim, mas é divertido.
Qual é a boa?

- Seu Jorge no Rival hoje e amanhã.

- Ed Motta de 27 a 30 de novembro, de 4 a 7, de 11 a 14 e de 18 a 21 de dezembro no Rival.

- Búzios Cine Festival

- Novo centro cultural na Barra com café, auditório e teatro para até 300 pessoas. Cursos de teatro para a terceira idade, percussão e violão. Centro Cultural Suassuna (2439-8002).

- Madame Satã

- 4º Salão do Livro para Crianças e Jovens. Galpão das Artes do MAM. Até 1º de dezembro.
Hoje é o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue.

Você sabe se pode doar sangue? Já doou vida alguma vez?

Meu mundo é hoje (eu sou assim)
(Wilson Batista / José Batista)

Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim:
Eu sou assim

Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim:
Eu sou assim

Meu mundo é hoje
Não existe amanhã prá mim
Eu sou assim
Assim morrerei um dia
Não levarei arrependimento
Nem o peso da hipocrisia

Tenho pena daqueles
Que se agacham pelo chão
Enganando a si mesmos
Por dinheiro ou posição
Nunca tomei parte
Nesse enorme batalhão
Pois sei que além de flores
Nada mais vai no caixão
.
A palavra de hoje é: Ylem.

23.11.02

Vi coisas estranhas hoje:

- Num salão de beleza, uma banca com diversos itens de maquiagem a R$5,00. Batom, blush, corretivo, base, gloss, tudo, qualquer coisa R$5,00. Achei tão estranho que resolvi olhar de perto. Todos, absolutamente todos com o prazo de validade vencido. Uma praga de cupim ia bem na cara daquele povo.

- Uma família estava sentada à nossa frente no restaurante. Depois da conta paga, todos se leventaram com exceção daquela que parecia ser a mãe das crianças. Ela ficou ali ajeitando, mexendo e quando achou que ninguém estava olhando jugou o resto da água que estava servido nos copos de volta para a garrafa de água mineral que levou com ela. Podem me chamar de perdulária, mas taí uma coisa que ninguém vai me ver fazendo.

- O público do show do Rush.

- Harry Potter e a Câmara Secreta.
É hora do Rush. A vizinhança está pegando fogo. Helicópteros ameaçam invadir minha janela.

22.11.02

Isso está aqui porque quando li lembrei da Paula:

"Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar."
(João Cabral de Melo Neto)
Ricardo, depois de se dar conta que era a única pessoa no país que jamais tinha ouvido a dita demoníaca canção, resolveu correr atrás do prejuízo e descobriu um site que conta tudo o que você sempre quis saber sobre a Ragatanga e nunca teve coragem de perguntar.

Por exemplo:

Aserejé é uma canção que fala sobre uma outra canção. Ela conta a história de Diego, um rastafariano negro-cigano que passa as noites dançando rap e hip-hop. Ele gosta de uma certa música de 1979 chamada "Rapper's Delight", do conjunto de rap Sugar Hill Gang, formado em 1977. Acontece que o Diego não conhece direito a letra da canção por não saber inglês, então pronuncia as palavras mais ou menos do jeito que as escuta. Assim, "Aserejé" é a pronúncia espanhola deturpada de "I said a hip", trecho tomado da canção original.

Esta história em detalhes (inclusive com letras comparadas), os passos da dança que ameaça ser a febre do verão que se avizinha e tudo o mais que se possa imaginar sobre o assunto, aqui.

Você está me julgando uma desocupada por ter um post destes, certo? Pois devo dizer em minha defesa que ele está engatilhado há dias. E depois de ver um cara criar um site dedicado a Ragatanga, conheci o verdadeiro sentido da palavra ócio e percebi que ele é algo inatingível para mim.
"M-MÚSICA DESAFINA A FOME"


A M-MÚSICA, um dos mais ativos grupos na Internet de discussão sobre música, sai do virtual e entra na campanha NATAL SEM FOME, organizada pela Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida:

Os shows serão realizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Brasília, e contarão com as apresentações de artistas, produção e divulgação de integrantes do grupo e convidados.

Venha e traga um kilo de alimento não perecível.

Rio de Janeiro
Apresentando Arthur Verocai, Carlos Montes, Clarisse Grova, Cláudia Telles, Cláudio Jorge, Cristina Saraiva, Denise Pinaud, Eduardo Braga, Eliane Tassis, Irinéia Maria, Etel Frota, Felipe Radiccetti, Fernando Leporace,, Marcílio Figueiró, Moína Braga, Paula Santoro, Reynaldo Bessa, Sanny Alves, Suely Mesquita, Tânia Méliga, Tato Fischer.

Produção: Tânia Méliga
Sala Funarte Sidney Miller - Rua da Imprensa, 16, esquina com Araújo Porto Alegre.
Dia 05/12/2002, quinta-feira, às 18h30.

Direção Geral:
Nana Valente Soutinho
nana@m-musica.org

21.11.02

Hoje recebi uma notícia de morte.

Hoje recebi este presente lindo da Adriana. Estava em um metablog (que idéia genial!).



Muitos beijos a Adriana, a menina super-poderosa, porque graças a ela o dia foi salvo.

E para quem está em meu pensamento sempre com carinho e amizade, hoje mais que nunca, com preocupação e pesar, um beijo e minha prece silenciosa, que nessas horas as palavras só atrapalham.

20.11.02


Martinho da Vila
cantor e compositor

Minha bisavó era purinha, bem limpinha
De Angola
O meu bisavô também ourinho, bem limpinho
De Moçambique
Eu não sou branquinho, nem pretinho
A minha dona é moreninha
Eu tenho muitos mulatinhos
Salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!
Salve a mulatada brasileira, salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!

José do Patrocínio
Alejadinho
Machado de Assis que também era mulatinho
Salve a mulatada brasileira!
Salve a mulatada brasileira, salve! salve!
Salve a mulatada brasileira!


(trecho da música Salve a Mulatada Brasileira de Martinho da Vila)




Elisa Lucinda
poeta, professora, jornalista e atriz

Mulata exportação
Elisa Lucinda

Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dento ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha historia contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem negra, me ama, me colore
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: "Seu delegado..."
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: "Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura"!
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
Que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
E tu te lembras da Casa-Grande
E vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
Porque não é dançando samba
Que e te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor,
Não é comer uma mulata!


Da série Brasil, meu espartilho. Published in O semelhante.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2000. 2nd Edition, pp. 184-85.

Joel Rufino dos Santos
historiador, romancista, professor da UFRJ e membro do Comitê Científico Internacional do Programa Rota do Escravo, da Unesco


"Não lhe batiam por maldade, embora isso também ocorresse. A finalidade era esvaziá-lo da parte propriamente humana que todos os homens possuem - e são homens propriamente porque a possuem. Assim coisificado, o negro africano estava pronto para ser escravo."

"Numa noite qualquer do ano de 1597, quarenta escravos fugiram de um engenho no sul de Pernambuco. Fato corriqueiro. Escravos fugiam o tempo todo de todos os engenhos. O número é que parecia excessivo: quarenta de uma vez. Fora também insólito o que fizeram antes de optar pela fuga coletiva: armados de foices, chuços e cacetes haviam massacrado a população livre da fazenda. Já não poderiam se esconder nos matos e brenhas da vizinhança - seriam caçados furiosamente até que, um por um, tivessem o destino dos amos e feitores que haviam justiçado.

De manhã, certamente, a notícia correria a Zona da Mata - essa formidável galeria verde que, salpicada de canaviais, a uns dez quilômetros do mar, o acompanha sem nunca perdê-lo de vista. Tinham a liberdade e uma noite para agir.

Havia umas poucas mulheres, um que outro velho e diversas crianças, mas o grosso eram pretos fortes, canelas finas e magníficos dentes. Escolheram caminhar na direção do sol poente, um pouco para baixo. Com duas horas compreenderam que jamais qualquer deles havia ido tão longe naquela terra. Mesmo os crioulos, nascidos aqui, desconheciam o pio daquelas aves, nunca tinham visto aqueles cipós. Andaram toda a noite e a manhã seguinte; descansaram quando o sol chegava a pino; contornaram brejos e grotões, subiram penhascos e caminharam, um a um, na beirada de feios precipícios.

Se passou ainda uma noite. Eram observados, mas não tinham qualquer medo de índios. Então, na vigésima manhã se sentiram seguros. De onde estavam podiam ver perfeitamente quem viesse dos quatro cantos; com boa vista se podia mesmo vislumbrar o mar, além das lagoas. A terra, vermelho-escura, esboroava ao aperto da mão. Ouviam águas correndo sobre pedras. E havia palmeiras, muitas palmeiras.

Por que escravos fugiam?

A fuga era a única maneira de recuperarem a sua humanidade - esta é a melhor resposta que conheço."

Assim descreve Joel Rufino dos Santos, em seu livro Zumbi (ed. Moderna, 1985), o episódio que teria dado origem ao quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga (que tem esse nome "talvez por parecer grávida a quem vem de Maceió, pelo Vale do Mundaú"), em Alagoas, onde é hoje o município de União dos Palmares.

(retirado daqui)

***


Memórias do cárcere


Vivianne Cohen

O quarto do escritor e historiador Joel Rufino dos Santos ficava a três andares do chão. Não era decorado com quadros, embora a tinta preta se destacasse da parede de tijolos largos. As fotografias e os livros ficavam acondicionados num canto. Em 12 de agosto de 1973, Rufino escreveria a primeira das 32 cartas enviadas ao filho Nélson, na época com 8 anos. "Moramos em quartos. O meu é o número 31", dizia um dos trechos. O menino sorria com o que pensava ser o diário de viagem do pai, quando na realidade as palavras enviadas por Rufino eram escritas de uma cela do Presídio do Hipódromo, em São Paulo, onde o escritor estava, junto com outros sete presos políticos.

Quando descobriu a verdade, o garoto, com lágrimas nos olhos, escondeu-se embaixo da cama abraçado à gaiola de seu passarinho de estimação. "Ele sempre resistiu à idéia de conversar sobre o assunto", recorda Rufino. Em maio, com 35 anos, Nélson rendeu-se ao passado ao revirar as cartas no fundo do baú. Os velhos envelopes corroídos pelo tempo foram reunidos em Quando voltei, tive uma surpresa, que Rufino, autor de mais de 20 livros infantis, está lançando pela Editora Rocco. "Só agora tenho a noção exata do que aconteceu naquela época", afirma Nélson, funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro, e pai de Eduardo, 6, Rafael, 4, e Isabel 2.

A tragédia familiar começou no reveillón de 1973. Militante da Aliança Libertadora Nacional, grupo armado que fazia oposição ao regime militar, Rufino viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro para ver o filho e a mulher Teresa Garbayo dos Santos. Só não contava que fosse preso durante o trajeto e levado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social), onde seria torturado antes de ser encarcerado no Presídio do Hipódromo. Nos primeiros seis meses, Rufino sustentou a versão de que estava viajando a trabalho. "Eu tinha medo de que ele me confundisse com um ladrão."

O menino passou a visitá-lo na cadeia acompanhado da avó Felícia e da tia Bena. A sala de espera era o pátio, onde outros filhos de presos políticos amontoavam-se em dias de visita. As duas horas passavam voando e Nélson pouco falava de si para o pai. Antes de despedir-se, porém, esticava o braço e levava para casa um presente feito pelo pai no cárcere, que geralmente era um cinto ou um brinquedo de cerâmica. Nesse cenário, o garoto chegou a comemorar seu aniversário de 9 anos. Ao voltar para casa, aumentava a espera por mais uma carta de Rufino. "Eu pedia para minha mulher ler antes dele dormir, como se estivesse narrando uma história", recorda o escritor.

A correspondência era uma maneira do pai aliviar o sofrimento do menino. As histórias desviavam a imaginação do garoto da dura realidade dos porões da ditadura militar. Eram coloridas e cheias de desenhos. Em uma delas, Rufino agradecia pelas canetas hidrocores que ganhara do filho no último encontro entre os dois. E ainda destacava que era o único preso da cadeia a contar com tamanho privilégio. O futebol também era um canal de contato. Em 21 de julho, ele queria saber se o menino havia visto o gol do ponta Jairzinho na partida da Seleção Brasileira contra a União Soviética. E chegava a comparar o juiz que o condenara aos árbitros de futebol. "Na hora de respondê-las, o Nélson ditava suas cartas para mim", lembra a mãe Teresa.

Na vida real, o menino conhecia pouco da militância do pai. Em 1964, Rufino soube do nascimento de Nélson por um telegrama. Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ele vivia exilado na Bolívia e só veio a conhecer o garoto um mês depois no Chile, já em seu segundo exílio. "O Nélson já foi uma barriga sem pai", brinca Teresa. De volta ao Brasil, Rufino foi preso e ficou três meses longe de casa. Em 1970, trocou o PCB pela ALN e adotou o codinome Pedro Ivo. "Joel Rufino era um professor, que nos dava aulas de história", diz o deputado federal José Genoíno. Durante dois meses, ele foi companheiro de cela do escritor no Presídio do Hipódromo e chegou a ler correspondências que o garoto enviou ao pai e que ficaram retidas na prisão. "Foram as únicas coisas que eu quis levar quando saí", afirma Rufino.

Na volta para casa, em 1974, o escritor encontrou uma realidade diferente da idealizada durante os anos de cárcere. Havia perdido de uma só vez a mulher e o filho. "Não conseguimos nos reaproximar", diz. Separado, casou-se com uma adolescente, mas, em 1977, voltou para Teresa, com quem teve mais uma filha, Juliana, de 21 anos. No primeiro governo de Leonel Brizola no Rio, foi nomeado diretor do Museu Histórico Nacional. Hoje, Rufino é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ocupa um cargo na Unesco. "Meu pai é um grande herói", diz Nélson.

(retirado daqui)


Ricardo Pessanha
escritor, jornalista, fotógrafo, tradutor e profissional de marketing

"Quilombos, colonies formed by runaway slaves in the interior of Brazil, also helped perpetuate African culture. The largest and the most famous of these was Palmares, established in the rugged interior of northeastern Alagoas state in the seventeenth century. The inhabitants of Palmares made an effort to organize a society based in African traditions. It lasted for several decades and had a population in the thousands (some say as high as twenty thousand). To the Portuguese, Palmares was a threat to the established order, not to mention the institution of slavery. Numerous armed expeditions were mounted against it by the Portuguese crown, beginning in 1654. All were unsuccessful until the last major campaign, waged in 1694, which overwhelmed and destroyed Palmares. Zumbi, the quilombo's famed war commander, was captured and killed the following year. The legendary warrior is still celebrated in Brazilian music today, and his birthday (November 20) has been a holiday since 1995."

"Racial issues have often been addressed in popular music. Since the 1980s, Afro-Brazilian pride has been more frequently asserted _ and racial injustices protested _ in lyrics by artists like Gilberto Gil, Bezerra da Silva, and Batacotô, and in Carnaval songs written for Rio's escolas de samba and Bahia's blocos afro. This is a significant change from previous decades, when racial commentary in music usually consited of jokes at the expense of black and mulattos."


(trecho de The Brazilian Sound de Ricardo Pessanha e Chris McGowan -Temple University Press - 1998)

19.11.02

Fato ocorrido recentemente me deixou boquiaberta, pensativa e muitíssimo preocupada. Determinado assunto tendo tomado conta dos noticiários foi comentado numa roda de conhecidos. Três pessoas presentes no local onde a ação desenrolava-se, em pontos diferentes, testemunharam que havia outros fatos além do que a grande imprensa estava noticiando. Seus depoimentos foram rechaçados com veemência e um toque de ultraje. O que não aparecia no jornal não poderia ser real. Pouco importa se seus amigos são testemunhas oculares e defendem versão ligeiramente diferente da que está na primeira página para vender jornal. Se a Fátima Bernardes e o William Bonner não anunciam, não existe.

Fiquei incomodada não apenas por ter, de certa forma, sido chamada de mentirosa, mas por perceber o que acontece com a mente de algumas pessoas que já não conseguem aceitar qualquer verdade a não ser aquela regurgitada pelas agências de notícias.

Então, escolhendo textos de Joel Rufino dos Santos para amanhã, encontrei este aqui e essa história que estava adormecida, mas não esquecida dentro de mim, acordou.


RELAÇÕES PERIGOSAS
Joel Rufino


"Lançamentos redimensionam a relação entre os jornais brasileiros e a censura", copyright Jornal do Brasil, 21/10/00

"Por que os jornais quase nunca dizem a verdade?

A pergunta só tem cabimento se nos pusermos de acordo sobre o que são jornais e o que é verdade. Periódicos escritos para comunicar existem pelo menos desde Roma. Já verdade, em nosso tempo, é o que você convenceu alguém de que é verdade.

Acabam de sair dois livros sobre regime militar e imprensa que repõem em discussão esse velho tema. Têm méritos diferentes. O de João Batista de Abreu (Manobras da informação) é exibir, por dentro, como se fazia jornal nos anos de chumbo; o de Anne-Marie Smith (Um acordo forçado) é retirar o foco da censura prévia, visível, instalada nas redações, e pô-lo sobre a autocensura, invisível, instalada nas mentes. Falo dos méritos principais. Ambos são duros com os grandes jornais, produzindo análises complementares do mesmo fenômeno.

Os presos políticos da ditadura não conseguíamos nos explicar aos colegas ?comuns?, com quem repartíamos alojamento. Os diretores de presídio tinham ordem para nos chamar de terroristas: ?carta para o terrorista?, ?tira o terrorista para ir à Auditoria?... Expliquei ao Pelezinho (um ?colega?) que nosso nome correto era revolucionários. ?Tomar de rico pra dar a pobre? Então o que vocês são é bunda-mole?, ele concluiu. Havia uma guerra dos nomes e, analisando o vocabulário da imprensa sob a ditadura, João Batista nos mostra que a imprensa nos ajudou a perdê-la. Aceitando nomear o opositor armado (e logo também os outros) de terrorista, os jornais designavam um sujeito sem história, sem significado, irracional e, portanto, disponível para qualquer violência.

Vinte anos depois, alguns ex-diretores de jornal (escrito e televisivo) se vangloriam de terem resistido à ditadura. Inocência ou cinismo? O regime militar não fechou diretamente nenhum jornal, embora, por exemplo, O Correio da Manhã e, mais tarde, o Opinião e o Movimento tenham sido levados a nocaute econômico. ?As pessoas que bancam hoje o papel do censurado, que agem como se tivessem sofrido muito, são ridículas?, escreveu Mino Carta (diretor de Veja, entre 1968 e 76). A censura, de fato, foi seletiva. O Globo, por exemplo, jamais foi censurado, nem a Folha de S. Paulo ? e, sintomaticamente, os dois são, hoje, sólidas empresas. Censurados foram O Estado de S. Paulo, Veja, O São Paulo (da Arquidiocese de São Paulo, leia-se D. Evaristo Arns), a Tribuna da Imprensa, Opinião e toda a imprensa alternativa.

Ficam em melhor situação moral - pela sinceridade - os diretores que aderiram à ditadura, aceitando sua violência sem, necessariamente, apoiar a censura. Como Boris Casoy, o âncora do impeachment de Collor: ?O que eu quero dizer é que havia pontos de contato [entre as maneiras de ver da imprensa e do regime]. Os jornais são empresas vinculadas ao capitalismo, ao anticomunismo, e nunca estiveram do lado dos guerrilheiros, até aprovavam a repressão contra eles. O resto nós não aprovávamos mas aceitávamos. Do fundo do meu coração, eu os apoiava, apoiava!? Ou como Walter Fontoura que, quando do retorno dos exilados, insistiu em que as acusações da ditadura contra eles eram um fato jornalístico em si: ?Para mim, tanto fazia se a acusação fora obtida à custa de tortura. A acusação ainda existia. Agora, se fosse verdade que ela fora obtida sob tortura ? bem cabia ao acusado prová-la, vir defender-se.?

Para que servem os jornais? Em nosso país, eles funcionam como aparelhos ideológicos do Estado. Isso não diminui o prazer matinal, ao café, que proporcionam, quase uma Bíblia; nem significa que jornalistas não se esforcem todo o tempo para lhes dar outra função. O jornal de denúncia, de defesa classista, étnica, baluarte dos direitos humanos sempre existiu no Brasil, mesmo sob as ditaduras. A grande e média imprensa, porém, é um diálogo exclusivo entre as elites instruídas, visando a manter a ordem social que as beneficia. Em 1972, o Brasil tinha 37 jornais por mil habitantes, a Argentina 154. Apesar disso, seu alcance político é grande. Por exemplo: essa pequena imprensa de um país que não lê jornais pauta os veículos de massa, decidindo, em última instância, o que se vai e não se vai ficar sabendo. É ela que cria essa outra natureza social, essa prótese do real, expressa na fórmula: ?deu no jornal?. Se deu, existe. (Um acordo forçado: o consentimento da imprensa à censura no Brasil, Anne-Marie Smith, 264, páginas, R$ 29 e Manobras da informação, João Batista de Freitas, Mauad/Eduff, 270 páginas, R$ 29)"


(Texto retirado daqui)

Mesmo sendo fã de Luis Bruñel e Salvador Dalí, achei um pouco forte a imagem de mulher em frente ao meu portão pescando. Ela tinha um vidrinho de maionese em uma das mãos e com a outra, incentivada pelos dois filhos pequenos, coletava peixes que depositava no tal recipiente.

Pouco mais de meio-dia. A manhã já foi embora, e as donas de casa, porteiros e faxineiros dedicados já terminaram sua tarefa de limpeza, mas algumas marcas da tempestade apavorante da madrugada e da conseqüente enchente ainda estão por todo lado. Em alguns cantos de rua a lama acumulada é exposta ao mormaço, transformando-se em poeirão. Defronte aos estabelecimentos comerciais fadados ao fracasso, sacos plásticos e galhos sinalizam, agarrados a postes e orelhões, a altura que a água alcançou. Uma mocinha que parece ter recebido o carro de presente do pai por ter passado no vestibular faz cara de nojo para o lixo aglomerado às rodas de seu carro e resolve que a própria rolagem vai tratar de limpá-las, poupando assim suas mãos manicuradas de tão repugnante trabalho e garantindo emprego para os garis que terão que ir limpando o rastro de seu veículo. O barulho do carro quando arranca é horripilante - parece que há um gato se afogando - e a água ainda acumulada nas entranhas do carro transforma-se em vapor e sai por todos os cantos.

Cheiros, muitos cheiros.

Meu filho de sete anos me explica que tudo isto aqui era um charco antigamente e que Tijuca quer dizer pântano em tupi-guarani. Acho que eu mesma contei isso a ele em outra ocasião ou talvez tenha lido em algum trabalho que ele trouxe da escola.

E enquanto não há um plano para resolver este problema centenário, uma mulher recolhe o fruto de sua pescaria de asfalto em um pote de Hellmann's.

18.11.02

Jards Macalé apresenta-se amanhã (terça) num dos meus espaços favoritos na cidade, o Sesc Copacabana. O show faz parte do Projeto Novo Canto e junto com ele estarão Roberto Lara e Patrícia Ahmaral.
Entre as duas músicas mais tocadas, semana passada, na principal FM de jazz de Nova Iorque, a WBGO, estava um samba de Dorival Caymmi, Lá vem a Baiana, do novo CD de João Gilberto.

Fonte: Coluna de Márcia Peltier, que achou isso é a prova de que "o jazz se universalizou em excesso ou o mundo pirou". Boba, né?
Depois que vi o filme desse garoto, Karim Aïnouz , fiquei na dúvida. Qual é o Madame Satã mais fictício? O dele ou o que inventei ao longo desses anos todos? Depois da famosa entrevista no Pasquim, Satã e eu ficamos amigos e foi aí que, garante o Millôr, minha mente doentia criou um personagem que não tinha nada a ver com aquele porteiro de randevu da Lapa, malandro pé-de-chinelo, analfabeto e boiola. Nessa época eu morava na Rua Taylor, num balança-mas-não-cai que tinha uns duzentos conjugados.

Este é apenas o primeiro parágrafo. Mais motivos para amar o Jaguar e atiçar a vontade de ver Madame Satã (que ganhou no sábado o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva, na Espanha), aqui.
No blood for oil
Boicote aos discos com proteção anti-cópia


Na lista negra:

* Longo Caminho do Paralamas do Sucesso;
* Exaltasamba ao Vivo;
* Qu4tro do Natiruts;
* e Tribalistas de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown

Saiba todos os detalhes de porque você não deve comprar estes CDs lendo o este artigo.




Mais uma solicitação que chega através da lista Doadores de Vida. Só esta aqui porque sei que é verdadeira, viu?

Cristiana Graça Couto é praticante de vôo livre. Mãe de dois filhos, com uma família linda , se deparou com uma leucemia que tem consumido as suas forças, e necessita de doação de sangue, que pode salvar-lhe a vida.

Ela está internada na Clinica Bambina assistida pelo Dr. Daniel Taback e precisa urgentemente de:

Hemácias: Sangue tipo A - ou O-
Plaquetas: Sangue tipo A+ ou A- ou O+ ou O-

Ao procurar qualquer um destes bancos de sangue, não se esqueçam de avisar que se trata de uma doação personalizada.

Ela tem 33 anos, precisando de pessoas como você, boas de saúde e de coração

Local para Doação de Plaquetas : Rua Riachuelo 43 - 3.º andar
Telefone 21 2509-2727 - Falar com Wilma

Local para Doação Hemácias: CERUM , Rua Conde de Irajá 429
Telefone 21 2266-5098
Beatriz Gorentsin escreveu para o Daniel Estill, que é o administrador da lista Doadores de Vida da qual participo, contando sobre o surgimento de uma nova ONG.

Bia é filha de uma portadora de Hepatite C que está na fila do transplante de fígado. A previsão é de 1 ano a 1 ano e meio de espera. Ao entrar em contato com a equipe do Hospital do Fundão que coordena o programa, percebeu o quanto a equipe é engajada e compentente, no entanto as condições do sistema de saúde não são ideais. Cabe ressaltar que o Hospital do Fundão é o único do Brasil que realiza todos os tipos de transplante, não se restringindo a um ou outro órgão.

Em um ato de solidariedade aos pacientes e reconhecimento ao esforço da equipe, a esposa de um paciente transplantado (ambos dentistas que também trabalham no Fundão, além de atividades particulares) acaba de fundar uma ONG, a Amigos do Transplante. Os papéis já estão assinados, mas os trâmites ainda vão demorar um pouco. É uma luta que se inicia, mas com um porvir promissor. A Amigos do Transplante conta com apoio da Viva Rio, que já treinou 50 voluntários para a Amigos do Transplante e tem estado disponível, no sentido de passar sua experiência de sucesso para que a Amigos do Transplante possa crescer.

A Amigos do Transplante tem muitas idéias e objetivos, mas por enquanto as
prioridades são:
- conscientizar e educar a população quanto à doação de órgãos e tecidos;
- treinar os médicos dos hospitais quanto à forma de preservação adequada de órgãos e tecidos, para que as escassas doações não se percam;
- prover os pacientes de medicação para os primeiros 4 meses após o transplante (períodos em que o custo para muitos é por demais elevado e acaba conduzindo a muito sofrimento e eventual rejeição do órgão e fracasso do tratamento).

Assim que a ONG estiver com a tramitação concluída, começará a fase de busca
de ajuda junto a empresas e entidades que desejem apoiar esta iniciativa. Por enquanto, o que a Amigos do Transplante está fazendo é vender camisetas, cujo logo foi criado pelo Ziraldo, por inciativa da própria ONG, para começar a arrecadar fundos para viabilizar os projetos. As camisetas vêm em 3 cores (branca, preta e cinza), em vários tamanhos para adultos (P/M/G/GG) e crianças(2 a 16 anos), a um custo de R$ 15,00 e R$ 10,00, respectivamente. Nesta época de fim de ano, costumam acontecer vários bazares, feiras e eventos esportivos, apresentações etc. e talvez você conheça alguém que organiza um deles, ou até mesmo participe de algum que você ache que há alguma chance de colocarmos as camisetas à venda pela equipe de voluntários.

Por favor entre em contato. A ONG tem também material impresso explicativo e elucidativo sobre a doença e seus objetivos, banner etc. que serão levados também. É claro que oportunidades de divulgação e venda para as camisetas depois do final do ano continuarão sendo bem vindas!!!!!!!!
Aliás, a Amigos do Transplante estará na Feira da Providência e quem for
terá oportunidade de ver as camisetas e saber mais sobre ela. Se você quiser se tornar um voluntário, ou conhecer alguém que tenha interesse em participar, entre em contato. Temos um futuro a conquistar!
Recebido por e-mail:

ÁGUIAS E GALINHAS
(Leonardo Boff )


Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas.

Tratava-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dava a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazia-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse.

Certo dia, passou por sua casa um naturalista que, vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: "Isto não é uma galinha, é uma águia!"

O camponês retrucou:

"Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!"

O naturalista disse:

"Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa..."

Pegou a águia, e suspendeu-a acima da cabeça e falou:

"Vamos, águia, voe!"

Mas a águia caiu pesadamente no chão.

O camponês disse:

"Viu só? Ela é galinha!"

No dia seguinte, o naturalista voltou à casa do camponês.

Inconformado, levou a águia para cima da casa e elevou-a nos braços dizendo:

"Voa, você é uma águia, assuma sua natureza!"

A águia contemplou a imensidão do espaço desconhecido, e viu lá embaixo as galinhas ciscando e comendo. Ao invés de voar para o alto como esperava o naturalista, foi disputar os grãos jogados no chão, junto com as galinhas.

Então o camponês disse:

"Não adianta. Eu não lhe falei que ela agora era uma galinha?!"

O naturalista disse:

"Amanhã, veremos..."

No dia seguinte, logo cedinho, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse:

"Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que é..."

Quando a luz do sol penetrou nas retinas da águia, ela começou a ver tudo aquilo e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto. De início, ficou um pouco confusa, sem entender o porquê de ter ficado tanto tempo alienada. Mas a luz do sol e o espaço infinito fizeram com que ela sentisse seu sangue de águia correr nas veias. Então, perfilou devagar suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.


Muitas vezes, criam as pessoas como se fossem galinhas; porém, elas são águias.

Por isso, todos podemos voar, se quisermos. Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja. Pois, com uma mentalidade de galinha, fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo.

Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com MEDO, nunca!

17.11.02

Sou uma menina mimada. Se me contrariar, eu fico doente. Aí, é só me dar uma caixa de bombons que eu volto a sorrir e fazer tudinho que você quer.

Não, esta não sou eu. Mesmo depois de muito tempo sob a batuta de um encantador de cavalos, você pode puxar as rédeas o quanto quiser que vou continuar dando coices.

É melhor ser um dragão cuspidor de fogo do que uma pobre heroína romântica vítima e agonizante.

Sou uma mulher que gosta de Almodóvar, de David Lynch, de Woddy Allen. A garotinha que gosta de idiotices púberes e adocicadas só existe dentro da sua cabeça, na sua fantasia. Se você ainda não reparou, só tenho a lamentar.

Além disso, é bom prestar atenção no tic-tac da bomba relógio. Sei que é difícil ouvir com a música tocando tão alto. Principalemnet quando é só isso que interessa ouvir. Entretanto, aconselho que fique atento às pausas. Nelas, a verdade se encontra.

14.11.02

Quem conta um conto, aumenta um ponto.

Descobri que não tenho salvação. Preciso escrever muito e sempre. E agora quero brincar de ficção. O conto de hoje está em sua sexta página e não demonstra vontade de encerrar-se. Não, não vou publicar aqui. Vou poupar minhas visitas dos meus surtos.

13.11.02

O tempo passa, o tempo voa...

Nina Luna chega já me passando atestado de tia velha. E coruja, evidentemente...
Mi casa es su casa, cariño.


Já que está difícil publicar isso por , coloco por aqui pra você não ficar tão tristinho e você usa a ferramenta de comentários para dizer o que queria sobre as figuras:









NILSON ATHAYDE
interpreta
SAMBA e CARNAVAL de ARY BARROSO


Samba sem telecoteco não é samba

Produção, Roteiro e Direção
NILSON aTHAYDE
Direção musical
PAULINHO ATHAYDE E ISRAEL MEIRELLES
Cenário e Figurino
SABRINA DI REI
inspirados na obra de Heitor dos Prazeres


violão e cavaquinho
PAULINHO ATHAYDE
gaita
ISRAEL MEIRELLES
percussão
CABELINHO, HÉRCULES, NETINHO
violão
GUSTAVO MERTINS
sax e flauta
PETER O'NEIL
coro
MÁRCIA, ROSE
dançarina
LUANA

Centro Cultural Carioca
Rua do Teatro, 37 - Centro
Rio de Janeiro
13 de novembro de 2002
quarta-feira às 20:30
Ingresso: R$12,00

Ontem fomos ao coquetel de lançamento do primeiro CD solo de Marcos Souza, que ouço agora, enquanto escrevo para vocês.

Todas as músicas são de autoria dele, exceto "Guerra de Canudos", composta por seu pai Francisco Mário. Sim, Marcos é sobrinho de Henfil e de Betinho. Além de outras tantas coisas. A realização do ciclo de shows de música intrumental no Sesc Copacabana é coisa dele, por exemplo.

Voltando ao disco, há participações preciosas: Adriano Giffoni, Carlos Malta, David Crew, Dom Chacal, Durval Pereira, Gilson Peranzzetta, Mauro Senise, Mauro Ruffino Martins, Nayran Pessanha, Pascoal Meirelles e Ubiratã Rodrigues.

É, basicamente, a trilha sonora original do filme Evandro Teixeira - Instantâneo da Realidade. Motivo pelo qual o encarte é decorado com lindos trabalhos do maravilhoso fotógrafo.


Evandro Teixeira
No Meio do Acude do Cocorobo, as Ruinas da Igreja de Canudos
1997
(Do livro Canudos 100 anos)




Minha saúde é boa, em geral.

Tenho três pequenos problemas apenas.

Todos irritantes e incômodos ao extremo.

Os três incuráveis.

Sim, meu amor, por mais inacreditável que pareça, por mais que você confie nas maravilhas prometidas pela medicina moderna, ela é incapaz de promover a cura de uma simples gripe, quanto mais a de três problemas que acometem, simultaneamente, uma habitante do terceiro mundo. Por favor, pára de brigar comigo cada vez que eu tenho uma crise, dizendo que eu tenho que procurar um médico.

Eles não podem me ajudar. Passam um tempão estudando, penduram um estetoscópio no pescoço, vestem branco e fazem aquela cara grave desprovida de compaixão quando me dizem: "Não, não podemos ajudar".

Há cura para ruga, para a impotência dos septuagenários, mas para mim não. Vivo cercada de medicamentos que apenas abrandam os desagradáveis sintomas e me mantêm refém. Até o dia da minha morte, amém. Até lá, os laboratórios farmacêuticos terão enriquecido um tantinho mais às custas do meu trabalho e do meu desespero.

E pedras para todo aquele que ousar falar mal do sacro-santo ofício.
Que coisa!

Estava ouvindo um CD que tem o título de Samba Bossa Nova e que na verdade é um grande saco de gatos, pois foi feito por e para gringos. Tem muita coisa interessante e aponta para alguns dos novos talentos da música brasileira, além de mostrar gente há muito prestigiada. Bom, por lá encontrei um samba do Jorge Aragão ("Preto, Cor Preta") que não conhecia e fiquei pensando que este artista faz um trabalho que inclui muita coisa de que gosto muito, mas jamais comprei um disco dele. É hora de conhecer melhor, conclui.

E vim para o micro para me deparar com a notícia de que ele está internado numa UTI aqui perto de casa após se submeter a uma delicada cirurgia cardíaca.

12.11.02

60 ANOS HOJE

PAULINHO DA VIOLA



(ilustração Baptistão)


Porque é bonito ter uma carreira de tão bela obra.
Porque é bonito ser lembrado como sinônimo de elegância.
Porque é bonito ter muito do que se orgulhar.
Porque é bonito saber que nossa terra dá à luz talentos assim.
Cantemos:

Timoneiro
(Paulinho da Viola / Hermínio Bello de Carvalho)

[ refrão ]
Não sou eu quem me navega
Quem me navega e o mar (bis)
E ele quem me carrega
Como se fosse levar (bis)

E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar
Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar

refrão

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega e o mar

refrão

A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz


Sinal Fechado
(Paulinho da Viola)

Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ?
Quanto tempo ?
Pois é, quanto tempo ?
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Qual, não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona
Precisamos nos ver por aí
Pra semana prometo, talvez
Nos vejamos, quem sabe ?
Quanto tempo ?
Pois é, quanto tempo ?
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa rapidamente
Pra semana
O sinal
Eu procuro você
Vai abrir, vai abrir
Por favor, não esqueça
Não esqueço, não esqueço
Prometo, não esqueço
Não esqueça, não esqueça
Adeus...
Adeus...


Dança da Solidão
(Paulinho da Viola)

Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão

Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão

Camélia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado

Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão

Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água, não tera mais amargura


Música mineira invade Rio de Janeiro



Teatro Rival BR - Horário: 20h30 - Informações: 2240-4469 / 2532- 4192
Ingressos a preços populares: R$ 10,00 (promocionais até 400 lugares) / R$ 20,00 (inteira)

15.nov - Regina Spósito convida Vander Lee

21.nov - Maurício Tizumba convida Wagner Tiso



Regina Spósito convida Vander Lee


Com dez anos de carreira, Regina Spósito lançou seu primeiro trabalho solo como cantora em agosto de 2001, que foi considerado pela crítica mineira um dos melhores do ano. Ela convidou para estar ao seu lado no Conexão um dos principais compositores desse CD, o também cantor Vander Lee. Segundo Regina, ele traduz com muita sensibilidade, criatividade e beleza os sentimentos do ser humano. "O show será o momento de estar ao lado de um dos artistas mais importantes da atual MPB", completa a cantora.


Maurício Tizumba convida Wagner Tiso


Cantor, ator, compositor e multi-instrumentista, Maurício Tizumba é um dos artistas mais populares e irreverentes de Minas Gerais, mesclando em seus trabalhos raízes afro-mineiras, elementos urbanos contemporâneos e um humor irônico. Tizumba é fã da música e do jeito de tocar de seu convidado no palco do Conexão Telemig Celular de Música 2002: o compositor e instrumentista Wagner Tiso. "Quero juntar os meus tambores com o piano de Wagner Tiso", explica Tizumba.


REGINA SPÓSITO CONVIDA VANDER LEE
Teatro Rival - 15/11 - 20h30


Regina Spósito é uma das artistas mais completas de Minas Gerais. Com dez anos de carreira, trabalha com segurança e desenvoltura todos seus lados criativos, no canto, no teatro e na dança. Seu convidado no Conexão Telemig Celular de Música 2002 é o cantor e compositor mineiro Vander Lee. A parceria não é novidade para os dois, "tive a oportunidade de gravar no meu primeiro CD algumas canções inéditas de Vander Lee", conta Regina. Segundo ela, o artista traduz com muita sensibilidade, criatividade e beleza os sentimentos do ser humano. O show será o momento de reunir no palco o talento de Regina Spósito com um dos artistas mais importantes da atual MPB.

Seu primeiro CD, Regina Spósito, foi gravado em Belo Horizonte, de janeiro a maio de 2001, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Com direção artística da própria cantora, produção musical de Flávio Henrique e direção musical e arranjos de Flávio Henrique, Regina Spósito e Rogério Delayon, o CD tem 11 faixas, oito delas compostas especialmente para o disco. Este trabalho tem a participação dos músicos Rogério Delayon (violão de nylon, aço, bandolim, cavaquinho, viola e guitarra), Enéias Xavier (baixo), Sérgio Silva (percussão), Daniela Ramos (percussão), Paulo Márcio (flueguel-horn), William Barros (violino), Ricardo Fiuza (teclado), Flávio Henrique (violão de nylon e teclado) e ainda como convidados especiais o próprio Vander Lee (violão de nylon), Carlos Malta (flauta), Lui Coimbra (violoncello), Queca Vieira (violino) e Affonsinho (violão de nylon).

Atuando na Cia. Burlantins, companhia de música e teatro de rua da qual é uma das fundadoras, Regina Spósito tem entre seus principais trabalhos os espetáculos O homem da gravata florida, com direção de Chico Pelúcio e no elenco Regina Spósito e Marina Machado, Show Hebraico, produção da fotógrafa Márcia Charnizon também com as duas cantoras e a Opereta O homem que sabia português, música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio com Regina Spósito, Maurício Tizumba e Marina Machado. Os espetáculos foram apresentados em Belo Horizonte, no interior de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e em outras capitais, sempre muito bem recebidos pelo público e crítica.

Atualmente está em cartaz em Belo Horizonte com a nova montagem da Cia. Burlantins, a opereta À Sombra do Sucesso, com música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio e Marcelo Bones.

Vander Lee vem se destacando no cenário nacional por ser considerado pela crítica e público como um dos mais abrangentes artistas da atualidade. Além de compositor visceral, sem fronteiras e de olhar despretensioso sobre o cotidiano, ele interpreta suas baladas, sambas, reggaes e xotes com emoção e performance únicas. É música brasileira com ousadia e frescor, mas feita com respeito à tradição. Seu show, acústico, vem envolvendo platéias por todo o país, depois de ter conquistado a admiração de Elza Soares (juntos fizeram shows pelas maiores capitais Brasileiras), Luiz Melodia (seu parceiro no Projeto Novo Canto -RJ) e de cantoras da nova geração - que inseriram composições de Vander em seus últimos álbuns, como a atração do Conexão Telemig Celular de Música Regina Spósito ("Chazinho com Biscoito", "O Olho", "Pra ela Passar", "Eu Não Vejo Nada") e Rita Ribeiro ("Contra o Tempo", "Românticos") entre outros.


MAURÍCIO TIZUMBA CONVIDA WAGNER TISO
Teatro Rival - 21/11 - 20h30


Aos 44 anos e mais de trinta de carreira, o cantor, ator, compositor e multi-instrumentista Maurício Tizumba é um dos artistas mais populares e irreverentes de Minas Gerais. Mescla em seus trabalhos raízes afro-mineiras, elementos urbanos contemporâneos e um humor irônico. O público do Conexão Telemig Celular de Música irá conferir um encontro diferente. "Quero juntar os meus tambores com o piano de Wagner Tiso", revela o músico.
Seu convidado, o compositor e instrumentista Wagner Tiso, é um de seus grandes admiradores. Tizumba fez o convite por acreditar em uma "identidade da mineiridade", e é claro, por ser fã do músico respeitado no mundo inteiro.

Tizumba iniciou sua carreira aos 8 anos de idade, cantando na extinta TV Itacolomi. Aos 12, já tocava e cantava em bailes. Com 14, percorria o circuito de bares de Belo Horizonte e interior de Minas. A partir daí, fez inúmeros shows em teatros e casas noturnas no Brasil, Europa, Canadá e Estados Unidos. Há quatro anos fundou a Cia. Burlantis, juntamente com Regina Spósito e Marina Machado. Atualmente estão em cartaz com a terceira montagem, a opereta À Sombra do Sucesso, com música e libreto de Tim Rescala e direção de Chico Pelúcio e Marcelo Bonés.

Em 1999 lançou o CD independente África Gerais, possui 13 faixas compostas, em sua maioria, pelo próprio Tizumba. Como capitão de Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, o artista deixa de forma preponderante a marca de sua herança negra, com uma união de música de raiz ao pop, em busca de uma constante evolução do trabalho.

O show, repleto de bom humor e alegria, tem na sua base os tambores, que ditam os ritmos mais variados, todos remetendo às origens africanas da música mineira e brasileira.
Maurício Tizumba se apresenta tocando violão, gungas e patangome, acompanhado pelas cantoras e percussionistas Raquel Coutinho, Beth Leivas e Danusa Menezes como convidada especial, que fazem os vocais e tocam caixa de folia e pandeiro.

O compositor, intérprete e arranjador mineiro Wagner Tiso se apresenta como convidado de Maurício Tizumba no Conexão Telemig Celular de Música junto de um dos seus mais constantes e queridos colaboradores, o cellista Marcio Mallard. Este ano eles completam 35 anos de trabalhos juntos, e Marcio está sempre presente nos cds, trilhas e espetáculos.
Mineiro como Wagner, Mallard é considerado um dos maiores cellistas brasileiros, com inúmeros trabalhos em música de câmara, e como spalla da OSB. Neste show, a convite do "Mestre Tizumba", a dupla interpretará temas de Tom Jobim e Villa Lobos.
Vi lá no Despropósitos (vindo do Noa), achei a minha cara e, digamos, tomei emprestado:

Universe begins with U-N-I

11.11.02

Dando o recado:

E aí, blz ?

Estou atualizando meu diretório de blogs, o Blogalize. Hoje ele tem mais de 1200 blogs, esse final de semana tirei mais de 200 blogs que mudaram de endereço ou estavam parados a mais de 2 meses, mas ainda tem muita coisa pra consertar.

Estou fazendo essa revisão porque melhorei a forma de exibir esse blogs no meu site, além do pop-up que aparecia quando os usuários clicavam no link Blogalize, coloquei os blogs numa página em separado: http://www.interney.net/outrosblogs.php e também mostro em todas as páginas do meu site, do lado direito, um box com 5 blogs aleatórios, dependendo do dia seu blog pode aparecer de 10 a 100 vezes nesse box (+Blogs).

Gostaria que você conferisse o seu blog lá, caso estiver errado ou você não encontrar me envie seu blog clicando na opção "Coloque o seu blog aqui" essa opção está no box + Blogs que eu coloquei do lado direito com os 5 blogs aleatórios.

Se você puder divulgar esse novo diretório no seu blog avisando para as pessoas se cadastrarem eu agradeço também! :) Peça para elas entrarem em http://www.interney.net/ e clicarem no link "coloque o seu blog aqui" no box + Blogs.

[]'s

Edney Souza
http://www.interney.net/


EDITAL PARA 2003


Estamos comunicando a todos que a Fundação Nacional de Arte - FUNARTE - abriu o Edital de ocupação da Sala Funarte Sidney Miller para apresentações de música popular, sobretudo brasileira, no período de março de 2003 a janeiro de 2004.

Você já pode se inscrever com apresentações isoladas ou projetos temáticos. As inscrições serão feitas na Coordenação de Música / Departamento de Arte da FUNARTE/RJ, localizada à Rua da Imprensa n. 16, 13o andar, sala 1308, nos horários de 10 às 17 horas, do dia 04 de novembro até o dia 04 de dezembro de 2002.

Para obter mais informações, inclusive sobre o material necessário para inscrição, acesse o site www.funarte.gov.br e procure o link "Edital".

Você poderá também "baixar" as fichas de inscrição - Apresentação de Artista / Grupo ou Projeto Temático - e preenchê-la em sua própria casa.

Estamos aguardando você,
Boa Sorte!

Sala Funarte Sidney Miller


Apoio: www.cigam.mus.br e www.radiomec.com.br


Imperdível!

8.11.02

Trabalho é trabalho.
E o de hoje é:



Já viu, né? Aquela coisa. Então...
Já que a palavra da semana por aqui é qüiproquó, não poderíamos deixar de citar a crônica de hoje da Maria Lucia Dahl no JB. Com vocês: O qüiproquó.

Trecho:

"Vermelho-cheguei-finalmente, vermelho-vai-passar-nessa-avenida-um-samba-popular. Debalde. Do meu guarda-roupa não sai vermelho. Procurei nas coisas da minha filha. Muito vermelho pra nada. Manequi 38, ah! E aquela faixa que circunda barriga e bunda, a chamada faixa etária, como é que entra num tamanho small? Não há santo que faça. Não é uma questão de gordura. Com o perdão da má palavra, é de idade mesmo..."

7.11.02

hahahahahaha!
hehehehehehe!
hihhihihihihihihi!
hohohohohoho!

Marido é o maior fator de risco para mulher
Quem já viu, não se admira; quem não viu, não sabe o que é.

O trabalho por aqui hoje é:

Nana bate o tambor e avisa:

Brasil será tema do Midem 2003

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil será o país-tema e o principal homenageado da edição 2003 do Midem, o maior evento anual da indústria fonográfica mundial, que acontece em janeiro em Cannes, na França.

É a primeira vez que isso acontece desde a criação da feira de negócios musicais, há 37 anos. O Brasil terá local privilegiado para exposições e monopolizará a noite de abertura dos shows que acompanham a feira, com apresentação de oito artistas ainda não definidos.

Anunciada anteontem no consulado francês em São Paulo, com presença da diretora-geral do Midem, Dominique Leguern, a participação brasileira foi negociada pela associação Brasil Música e Artes (BM&A), que é ligada à Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) e se direciona a ações do mercado brasileiro independente no exterior.

"Foi uma surpresa, a BM&A só tem um ano de idade e já conseguiu gerar uma ação dessa amplitude. Disputamos ser o país-tema do Midem com Inglaterra e Irlanda, e acho que ganhamos pela força da música brasileira e pelo ineditismo dessa homenagem na história da feira", afirmou o presidente da entidade, José Carlos Costa Netto.

Também presente, o cônsul francês em São Paulo, Jean-Marc Laforêt, sublinhou o ineditismo: "Eu achava que o Brasil havia sido convidado várias vezes ao Midem, porque é um dos principais países do mundo na música. Fiquei surpreso ao saber que é o primeiro convite. Isso vai fortalecer a MPB nos mercados musicais".

Dominique Leguern, falando pelo Midem, afirmou que a escolha do país como tema do evento é "um passo decisivo para o Brasil", mas preferiu destacar a atual crise da indústria fonográfica mundial.

"Não preciso dizer o quanto o mercado está difícil. Todos os mercados do mundo hoje sofrem com a pirataria, e por isso mais que nunca temos que sair de nossas próprias fronteiras e ir ao encontro de novas culturas", afirmou a diretora.

Uma comissão foi constituída para selecionar entre os independentes os oito artistas que comporão a delegação brasileira para os shows. Definindo Tom Zé como o nome de seus sonhos para liderar a noite, Costa Netto diz que se estuda também a possibilidade de a noite ser conduzida por um "mestre-de-cerimônias" vindo da grande indústria -cita Gilberto Gil e Lenine como exemplos.


(retirado daqui)

6.11.02

Dia de colocar ordem em algumas pendências.

Será que agora vou poder riscar comentários da minha lista?


"Quando tinha uns 12 anos, ouvi, ao acaso, uma conversa entre meu pai e minha mãe. Eles comentavam que eu não estava me tornando uma adolescente bonita. A maneira que encontrei para me relacionar com isso foi: 'Então vou me fazer bonita.' Posso não ser um modelo de beleza, mas tenho o direito e a capacidade de me enxergar dessa forma."
(Anjelica Huston, atriz americana)


Não era só por ela ser escandalosamente linda, boa atriz, ter (aparentemente) uma vida de "...e foram felizes para sempre". Nem por ela encarnar os personagens de uma forma que faz com que a gente os entenda (e ame e se identifique) imediatamente. Minha simpatia por ela vem de outros tempos, dos anos dourados e eu estou me disciplinando para respeitar mais a minha intuição a respeito das pessoas.

Numa entrevista para a Marília Gabriela na época do lançamento do filme Bellini e a Esfinge, Malu Mader falava em projetos particulares e ainda não muito bem definidos e eu fiquei com uma desconfiaça que havia muito mais ali do que supunha nosso vão interesse pela vida das celebridades. Pois vejam o que ela anda aprontando:

"Sei que muita gente considera cultura e educação supérfluos, já que não enche barriga, mas acredito que só a arte tem a capacidade de transformação, pois consegue equalizar diferenças sociais, de idade e de sentimentos."

"Quando alguém descobre que tem um talento, um dom, tudo muda."

A atriz está preparando, junto com a diretora Mini Kerti, um documentário sobre a Escola de Música Villa-Lobinhos. É aquele projeto do flautista Rodrigo Belchior, do violonista Turíbio Santos e de Greice Pimentel, que engloba aulas de vários instrumentos, teoria musical, informática e inglês, ajuda de custo e vale-transporte para jovens instrumentistas entre 12 e 20 anos vindos de famílias de baixa renda. Malu é ativa colaboradora do projeto desde o final de 2001.

"Hoje há uma safra de filmes que abordam a violência e suas razões, como Cidade de Deus, do Fernando Meirelles. Mas as manifestações de solidariedade que ocorrem nesses momentos de crise ainda são pouco registradas. Daí a idéia do documentário."

"Não importa porque as pessoas ajudam os outros - se é por culpa social ou generosidade. Importa, sim, é que façam algo. Blindando os carros e nos isolando atrás de portões rompemos os últimos laços humanos. Esta deveria ser uma hora de aproximação, não se exclusão."





Olhos de coruja
(julho/2002)
A Oficina Experimental de Instrumentos Informais, ministrada pelo Prof. João Mendes, começará nesta QUINTA-FEIRA, dia 07 de novembro, às 17h (até as 19h) no auditório Gilberto Freire (primeiro andar do Palácio Gustavo Capanema - prédio do MEC - Rua da Imprensa, 16 - Centro - Rio de Janeiro).

Valor mensal: R$ 50,00.

As oficinas do Rio Maracatu (Percussão - 50 reais mensais, e Dança - 30 reais mensais) permanecem com as inscrições abertas, também às quintas, mesmo local, às 10h e 12h, respectivamente.

Os interessados poderão fazer suas inscrições no local.



5.11.02


Vênus Calipígia
Museu de Nápoles
E ontem chegou pacote de CD's da Putumayo.


Não, nada de trabalho, só muita coisa boa para ser ouvida.







Por aqui o trabalho hoje é:

Hoje está sendo o dia de umas descobertas ligüísticas interessantes (pelo menos para mim).

Devo começar dizendo que minha mãe é uma pessoa que tem uma enorme capacidade de vocabulário que só agora estou levando mais a sério. Em algumas situações me chegam determinadas palavras ou expressões à cabeça que lembro perfeitamente saídas da boca da minha progenitora. Só que ninguém mais (pelo menos que eu conheça) as usa, então ficava com a impressão de que ela as inventava. Nos últimos tempos, resolvi verificar no dicionário algumas delas e, até agora, estão todas lá, devidamente registradas.

Parte dois da história: recebo diariamente, via e-mail, uma palavra em inglês, com seu significado, sua origem, um exemplo de seu uso e mais algumas informações interessantes. Hoje não foi uma palavra, mas uma expressão _ quid pro quo _ que, na verdade, vem do latim. Aí pensei que Mamãe tivesse feito uma confusão e tivesse misturado alho com bugalhos. Que nada! Lá está no Aurélio: qüiproquó! Do jeitinho que D. Wilma se referia ao resultado das minhas brincadeiras com minhas irmãs lá nos idos da era original da calça boca de sino.

(Meg, eu sei que esta história, para você, não tem a mínima graça ou traço de novidade :-))


Quid pro Quo
Jim Caron
Fui pesquisar Imbondeiro e descobri Adansonia digitata, daí:

Adansonia digitata - Bombacaceae - African Baobab - The famous Baobab or "upside down" tree from tropical Africa (a.k.a. Judas Fruit, because it has 30 seeds). The spongy acid pulp has been used as a substitute for Parmesan cheese on pasta - no cholesterol! Facetiously called the "Dead Rat Tree" because its furry fruits resemble rats strung up by their tails. This is one of the longest lived and largest trees in the world - so large that they have been used as jails in Africa. This tree has beautiful creamy white flowers that hang down and are pollinated by bats. Also known as the "TREE of LIFE" popularized by Disney in the Lion King and their new amusement park.

Sim, tudo isso é a mesma coisa: o bom e velho baobá.


oil 45-45 cm
Baoba Tree
Otto Klar
(1908-1984)

4.11.02

Sempre digo que tem uma linha que une as pessoas de mesma sintonia que se querem bem. Ela não precisa dizer para mim e não preciso dizer para ela, porque a gente sabe da torcida de uma pela outra, mas a gente diz assim mesmo. Toda vez que o bicho pega feio ou que a alegria estrapola os níveis normais, sei que vem um sinal dela. Carinho e amizade é assim...

Mas eu ia falar de sintonia e da minha estupefação quando li em seu blog agorinha:

Aquele que deseja e não age engendra a peste.
(William Blake)


Ui, ui, ui!

Raramente tenho febre. Uma vez, já consegui a proeza de apresentar um quadro de pneumonia sem febre. Mas para que ela não venha, meu corpo inventa compensações alucinadas como onda de suores e calafrios que se sucedem. Às vezes acho que sou meio anfíbio.

Estou com uma gripe encostada por aqui que não arria nem sai da moita. Ontem à noite estava sem voz. Mas devo, para ser absolutamente sincera, dizer que a culpa não é somente dos vírus influenza. Os que gostam de explicar tudinho de um jeito meio torto e dizem que raiva ataca o fígado, diriam que foi o sapo que está entalado na minha garganta. Não digo que sim, nem que não. Entretanto para que sua teoria fique melhor abalizada, é justo que eu informe que fiz uso abusivo das cordas vocais durante toda a tarde de domingo.

E hoje suo baldes. Expurgo a gripe. O batráquio mal parado na traquéia expulso aos berros que, dizem, não ficaram nada mal.

E é desse jeitinho que sou...

1.11.02

Dona Vida, o negócio é o seguinte:

Tenho enfrentado com a cabeça erguida e, na medida do possível, bom humor tudo, tudo, todos os sapinhos e sapões que a senhora tem colocado no meu caminho para eu engolir. E eles não tem sido poucos nem pequenos nos últimos tempos. Finjo que não vejo que quem me chama de medrosa é justamente quem estava com a cabeça enfiada debaixo das cobertas quando o bicho pegou e eu tive que segurar as pontas. Sozinha! Tenho sido brava, corajosa, compreensiva, silenciando tudo o que a natureza me impele a gritar. Sou solidária e companheira. Já engoli lágrimas suficientes para afogar muita gente que faz pose de duro na queda. Cultivei amores natimortos e paguei caro por eles sem desanimar. Faço vista grossa à injustiça, à falta de reconhecimento, ao silêncio. Perdôo sem que o pedido de desculpas jamais venha. Disfarço as puxadas de tapete brincando de tapete voador.

Sabe o que é, Dona Vida? Cansei.

Agora é a hora da pomba-gira!

Essa eu peguei lá na Telinha:


Procurando a dor
Danuza Leão


Outro dia, na ginástica, ao começar uma nova série com halteres pesadíssimos (para mim, pelo menos), minha coluna deu um grito -ou teria dado, se coluna falasse. O lugar é sensível e muito meu conhecido: nunca me esqueci do dia em que um amigo, ao me abraçar afetuosamente, pressionou com tal força o ponto crucial -para mostrar seu carinho-, que passei seis meses fugindo dele.
Voltando à aula: disse a meu professor que não podia continuar, que aquele movimento não ia dar e partimos para outro; no fim da aula ele fez as recomendações de praxe, explicou que a dor é sempre um aviso e que quando ela surge é preciso ficar atenta, para que não volte. E mais: que quando eu chegasse em casa não procurasse a dor.
Como assim, procurar a dor? E alguém procura a dor? Ele explicou que o corpo tem tendência a se testar e procurar a dor, sim, para ter certeza de que ela está lá -ou de que não está mais. Nunca te aconteceu de estar com uma dorzinha (pequena) e provocá-la? Ou vai me dizer que você nunca passou a língua numa afta?
Curioso esse nosso corpo; comecei a pensar nos sentimentos e como nos comportamos em relação a eles. Sobretudo a comparar os males do corpo com os da alma, ou falando mais claramente, com os do coração.
É verdade; quantas vezes a gente procura a dor sem perceber, e quando encontra não imagina que a tendência dela é sempre aumentar. Se soubéssemos viver -e poucos sabem-, o primeiro sinal de dor emocional deveria soar como um alarme, e deveríamos cuidar para que ele não se repetisse. Só que muita gente faz exatamente o contrário.
Quando seu namorado te fez sofrer pela primeira vez -nada de muito grave, ele apenas sumiu por dois dias ou olhou de maneira pouco convencional para sua irmã-, em lugar de voltar para os braços do outro que é gentil, delicado, telefona na hora combinada e te trata como uma deusa, o que você fez? Se apaixonou, e pior: quanto mais ele aprontava mais a paixão aumentava. A cabeça e os sentimentos são bem parecidos com o corpo e costumam procurar uma complicação que vai -pode- nos levar a dores futuras. Qual a graça de uma existência com pessoas que só dizem coisas agradáveis e gentis, namorados que nos fazem felizes o tempo todo? Para muita gente, a graça é viver perigosamente, no limite.
Quem não cultiva um amigo bem maldito, que diz maldades vis mas sempre divertidas sobre nossos mais caros amigos? Quem nunca se apaixonou por um homem que nos fez passar por momentos atrozes, sempre em sobressalto, com o coração na boca, sofrendo mas morrendo de medo de que ele fosse embora?
É elementar saber que esse amigo tão divertido vai, assim que você virar as costas, fazer comentários maldosos -e sempre divertidos- sobre você, que quando souber não vai achar a menor graça. E que seu namorado, que faz com que você viva no fio da navalha -isso é que é vida, você acha- vai aprontar cada vez mais, muito mais do que você jamais sonhou, até te deixar arrasada -e sozinha. Quando se fazem escolhas erradas se está procurando a dor, e esta é uma procura inútil; supérflua, eu diria.
Não é preciso procurar por ela porque mesmo tentando viver da maneira mais certa ela nos encontra na hora em que quer e bem entende.
E com a maior facilidade.

31.10.02

Porque hoje é um dia muito especial de comemorar centenários e porque hoje, talvez mais que nunca, estas palavras traduzam o que vai dentro de mim.

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

(Carlos Drummond de Andrade, claro)


29.10.02

Only thin lines separate poetry, prophecy, and madness.
OFICINA EXPERIMENTAL DE INSTRUMENTOS INFORMAIS


Ementa: Proporcionar a vivência dos fenômenos e parâmetros do som, com ênfase na experimentação, improvisação e estruturação do sonoro, através de atividades práticas de aprendizagem e criação com instrumentos informais descobertos e resgatados pelos participantes.

A Oficina Experimental de Instrumentos Informais consiste na exploração dinâmica e participativa (ativa - manuseio e passiva - observação/escuta dos espécimes sonoros - instrumentos informais. É constituída em algumas etapas que consistem na descoberta dos sons, exploração do material sonoro-musical e processos de criação com a
elaboração de pequenas estruturas rítmica-sonoras, texturas diversas (simples, complexas, etc.).

Dentro deste contexto, a oficina se desenvolverá em torno dos seguintes temas:

1. A escuta consciente do som relacionada com o espaço e o movimento.

2. A experimentação perceptiva e a manipulação de espécimes sonoros. Trabalhos de geração de som utilizando objetos do seu cotidiano. Pequenas interferências, manipulação, criação e experimentação de diversos meios operantes, ex: baquetas, varetas, objetos metálicos, etc.

3. Os ruídofones. Um paralelo com o conceito de 'ready-made' de Marcel Duchamp e de 'objet trouvée' de Pierre Schaeffer. Experimentações em torno de materiais básicos como: papel, plástico, metal, material de sucata e ferro-velho.

4. Investigação de paisagens sonoras - observar, investigar, descrever, representar diversos ambientes sonoros no espaço externo. Praças, ruas movimentadas, parques, jardins, rua de pedestre, feiras, sons predominantes, características sonoras.

5. Sons pictóricos - grafismos sonoros - primeiras tentativas de grafismos, um paralelo com Kandinsky - Ponto e linha sobre o plano.

Ministrante: João Mendes (Compositor, Bacharel e Mestre em música)

Público alvo: Professores, educadores, compositores, intérpretes, instrumentistas, músicos e não-músicos.

A oficina compreende 8 workshops com uma apresentação final dos resultados.

Início: novembro de 17:00 às 19:00 horas
Preço: R$ 50,00/mês c/ direito a certificado
Informações e inscrições: Coordenação de Música da Funarte
Rua da Imprensa, n 16 - sala 1308 - Centro - Rio de Janeiro
Tels: (21) 2279.8105 / 2279.8106 / 2279.8107

Breve curriculum
João Mendes, violonista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro [1958], é Bacharel em Violão [UFRJ] e Mestre em Musicologia [UNIRIO]. Teve como principais orientadores, Turíbio Santos, Edelton Gloeden (violão clássico), Michell Phillippot, Hans-Joachim Koellreutter, Jorge Peixinho, Aurélio de la Vega (composição), Conrado Silva, Rodolfo Caesar (técnicas eletroacústicas) e José Maria Neves (musicologia). Tem atuado como compositor e intérprete em diversos eventos nacionais e internacionais relacionados com a música nova, tais como: VIII ao XX Panorama da Música Brasileira Atual [RJ], VI, VII, XII
e XIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea [RJ], Elektrokomplex em Viena - Áustria [1998], 2º Encontro de Música Eletroacústica em Sárvar - Hungria [1998], III Bienal Internacional de Música Eletroacústica de São Paulo [2000], Seoul International Computer Music Festival 2000 - Coréia do Sul, ICMC2002 - International Computer Music Conference 2002 em Gothemburg (Suécia).
Empanzinada!!!

24.10.02

Estou em falta com amigos, visitantes, correspondentes...

Meu vidro de acetona entornou e preciso pedir/ir à farmácia comprar ouro (há restos de esmalte nas minhas unhas)...

Uma amiga fez aniversário e fui visitá-la de mãos abanando porque não tive tempo de comprar nem uma lembrancinha para ela...

Preciso ir ao banco...

Tenho que pagar a academia...

Tenho que comprar presentes para alguns aniversariantes infantis...

Preciso arrumar uma bolsa de coisas que preciso levar para a casa da minha mãe no domingo...

Correio...

Um passeio que prometi ao filho...

etc...

Ah, sim! Trabalho, trabalho, trabalho...

22.10.02

"Seria completamente impossível que Jimmy Carter estivesse financiando as operações do franco-atirador de Washington? Afinal, foi o ex-presidente que, em seu ÚNICO discurso às Nações Unidas em 1977 cunhou a frase 'caros policiais, eu sou Deus' e, no passado, mostrou interesse pela arte negra do tarô. O padrão é bem claro".
Comprimento de dedo pode indicar tamanho do pênis
Conheço uma mulher cujo grande orgulho é conseguir amarrar seus seios um no outro com um nó. Com alguma insistência e munido de algumas cervejas, pode-se conseguir que ela apresente seu show de horror. Ela tem uma opinião forte e não muito simpática a meu respeito. Você deve imaginar (ou saber) que não tenho muito controle sobre a forma como minhas sensações e meus sentimentos passam para o meu rosto.

****


Era pouco mais de meio-dia. Já havia trocado e-mails com a Carol em Aman e já havia falado com Manu em Paris. Tenho que tomar muito cuidado com quem comento este tipo de coisa. É freqüentemente necessário optar entre o clamor da felicidade de ter amigos que entram em contato com você não importando a que distância no globo estão de você e a manutenção de uma imagem de modéstia. Adivinha qual é a minha opção! É por isso, gente, é por isso...

****


Outra conhecida dispensa o álcool ou a insistência. Em qualquer cozinha de festa, sob qualquer pretexto ou ausência dele, ela levanta a blusa para mostrar os peitos achatados e as cicatrizes de uma cirurgia plástica, na minha opinião, mal-sucedida. Esta também parece não ter gostado da minha reação (semi)involuntrária quando começou a falar de sua (suposta) educação esmerada.

Mulher afirma que Spielberg controla sua mente com microchip

Terça, 22 de outubro de 2002, 07h43



O diretor de cinema Steven Spielberg obteve uma ordem judicial de proteção contra uma mulher que o assediava afirmando que o cineasta implantou um microchip em seu cérebro.

A ordem foi emitida na quinta-feira passada pelo Tribunal Superior de Los Angeles (Califórnia) contra Diana Napolis, de 47 anos, que acusava Spielberg de usar o microchip para controlar sua mente.

A equipe de segurança de Spielberg teme que a mulher sofra de algum problema mental e represente "um sério risco de confrontação violenta".

Diana escreveu um panfleto, que distribuiu na estréia do filme The Tuxedo e na entrega do Grammy Latino, onde acusa Spielberg e sua esposa, a atriz Kate Capshaw, de pertenecer a um culto satânico que lhe implantou um microchip no cérebro denominado "receptor de almas", com o qual a controlam.

Segundo a mulher, o culto satânico opera a partir do sótão da casa de Spielberg. O diretor de Tubarão e Indiana Jones qualificou as ações de Diana Napolis de "alarmantes e ameaçadoras". "Estou preocupado com minha saúde, minha segurança, a segurança de toda a minha família e das pessoas que me rodeiam".

"Para afirmar o óbvio, não estou envolvido em qualquer forma de manipulação da mente ou corpo da senhora Napolis, mediante controle remoto ou qualquer outra tecnologia", disse Spielberg.

Retirado daqui

21.10.02

Por onde anda Viviane Pasmanter?
Franco-atirador quer dizer atirador francês?
Quanto mais as patricinhas, os barões do comodismo e os intelectualmente preguiçosos esperneiam contra o Lula, mais eu gosto da idéia...
ESTESIA!!!